No Ritmo do Coração

Crítica – No Ritmo do Coração

Sinopse (imdb): Ruby é a única pessoa ouvinte em sua família surda. Quando o negócio de pesca da família é ameaçado, Ruby fica dividida entre o amor pela música e o medo de abandonar seus pais.

Não me lembro por que, mas perdi esse No Ritmo do Coração quando passou nos cinemas. Pra minha sorte, o filme está indicado ao Oscar de melhor filme, então procurei pra ver. E preciso dizer: que filme gostoso!

Escrito e dirigido por Sian Heder, No Ritmo do Coração é a refilmagem do francês A Família Bélier – que ainda não vi, então não posso comparar. Mas pelo que li, a história é semelhante.

O nome original do filme é “Coda”, que é um símbolo musical colocado em partituras, que é para marcar o fim da música – e também um disco coletânea do Led Zeppelin. Mas descobri que tem outro significado, mais a ver com o tema do filme: “Child of Deaf Adults”, ou “Filho de Adultos Surdos” – esse significado tem tudo a ver com o filme.

Li no imdb que o original francês teve problemas com a comunidade dos surdos por usar atores não surdos. Isso não acontece aqui, em No Ritmo do Coração os três personagens são realmente surdos na vida real. Inclusive a mãe é interpretada por Marlee Matlin, que ganhou o Oscar de melhor atriz em 1987 por Os Filhos do Silêncio.

Já que falamos do elenco, precisamos citar a protagonista Emilia Jones, que está ótima. Ela passou 9 meses tendo aulas de sinais de linguagem, de canto, e de pesca. E ela realmente convence. O resto do elenco era de desconhecidos para mim, com uma única exceção: Ferdia Walsh-Peelo, que era o protagonista de outro “feel good movie”: Sing Street.

No Ritmo do Coração é daquele tipo de filme que a gente vê com um sorriso no rosto e sai feliz da sessão. É um filme leve, divertido e agradável. Os personagens são ótimos, e a família dos surdos tem algumas tiradas engraçadíssimas.

Não é um musical, é um “filme de música” – a música faz parte da trama, mas não tem personagens que de repente começam a cantar e dançar no meio de um diálogo. E o filme tem pelo menos dois momentos musicais muito bons. Um deles é quando a protagonista finalmente vai cantar a música que ela passa boa parte do filme ensaiando, e de repente vemos a cena pelo ponto de vista da sua família: sem som! E a música da parte final é deliciosa! Quando ela canta e faz os sinais de linguagem ao mesmo tempo, essa cena arrepia!

No Ritmo do Coração está concorrendo a 3 Oscars: melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor ator coadjuvante para Troy Kotsur (o pai). Não sei se tem o perfil de ganhar Oscars, mas achei bem legal o filme ser lembrado pela academia!

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