Sinopse (imdb): Leena foge de um asilo e viaja para a América usurpando a identidade da filha desaparecida de uma família. No entanto, a vida como “Esther” a coloca contra uma mãe que fará qualquer coisa para proteger sua família.
Sabe quando um filme tem um problema estrutural que te impede de “entrar” na história? E o caso aqui.
Vamos a uma breve recapitulação do primeiro filme, lançado em 2009 – e peço desculpas pelo spoiler, mas, caramba, já se passaram 13 anos! Em A Órfã uma família adota uma menina de 9 anos, e no fim do filme descobrimos que a menina não tinha 9 anos, é uma adulta de mais de 30, mas com uma doença hormonal que lhe dá a aparência de criança. Tem uma cena marcante onde a menina tira uma dentadura que serve para esconder seus feios e mal cuidados dentes de adulta! A personagem era adulta mas tinha aparência de criança, então claro que a atriz era criança – Isabelle Fuhrman tinha 11 anos durante as filmagens.
E aí vem o grande problema do filme. Não dá pra usar a mesma atriz. do primeiro filme. Isabelle Fuhrman tinha 23 durante as filmagens da continuação. Precisava de outra atriz!
A produção até se esforçou. Tem uma atriz criança para as cenas onde ela aparece de costas. Fizeram sapatos com salto plataforma pro elenco ficar mais alto que a protagonista. Mas, quando vemos a cara da Isabelle Fuhrman, vemos que é uma mulher adulta. Tem maquiagem, tem cgi, mas não tem como uma mulher de 23 anos virar uma menina de 9. Isso me tirava do filme a cada cena!
Mas, não é só isso. O roteiro tem umas forçadas de barra enormes. Esther sumiu e voltou anos depois. Ninguém pensa em teste de dna? Ou digitais? Ou, pelo menos verificar marcas de nascença? Mais: é uma menina de 9 anos (ou menos), e toca piano e também pinta – ninguém desconfia???
O filme anterior tinha um grande plot twist na parte final. Este tenta fazer parecido, no meio aparece um plot twist que admito que me pegou de surpresa. Mas, depois que passa o susto a gente começa a pensar e vê que não faz muito sentido. A personagem nunca tomaria aquele caminho.
Tem um outro problema, mas esse só acontece no original, aqui no Brasil “consertaram”. O nome original é “Orphan First Kill”, mas quando começa o filme, ela está presa num hospital psiquiátrico justamente porque já matou. O “first kill” já aconteceu antes do filme! Aqui no Brasil, pelo menos o título é “A Origem”, menos mal.
A direção é de William Brent Bell, que já fez alguns filmes de terror esquecíveis, e, se depender deste A Órfã 2: A Origem vai continuar na mesma. No elenco, Além de Isabelle Fuhrman, o único nome conhecido é Julia Stiles, que já teve uma carreira mais relevante.
Ouvi boatos sobre um terceiro filme. Seriously?