Rambo IV
Hoje em dia Hollywood passa por uma grave crise de criatividade. Talvez por falta de imaginação, talvez por insegurança de trilhar por caminhos novos, tivemos, nos últimos anos, uma enxurrada de continuações e refilmagens.
Depois de Duro de Matar 4 e Rocky 6 (foi o 6 ou o 7?), por que não voltarmos ao Rambo?
O problema é que John Rambo é uma caricatura datada. O primeiro filme, no distante ano de 82, mostra um veterano do Vietnã voltando pra casa e sendo maltratado por uma cidade pequena. É um filme muito bom, onde um homem simples e traumatizado pela guerra briga pela própria sobrevivência. E, usando a máxima “se você for cutucar um animal selvagem, cuidado porque ele pode te cutucar de volta”!
Aí vieram as continuações e Rambo virou farofa. Inventaram motivos pra ele voltar pro Vietnã e matar algumas dúzias de pessoas. E o grande barato dos filmes era isso: a boçalidade exagerada. Muitos tiros, muitas explosões, muitas mortes – e só isso.
E então se passaram uns 20 anos. Se antes o Rambo tinha uns trinta e poucos anos, agora ele tem uns 60. Se antes ainda tinha sentido se falar em Vietnã, agora isso virou passado distante. E agora, como fazer mais um filme e guardar mais uns trocados pra aposentadoria?
Aí entra o problema desse filme novo. Como contextualizar um cara velho num cenário de guerra ultrapassada?
Bem, o filme Rambo IV não se preocupa com isso. A solução é simples: muito mais tiros, muito mais explosões, muito mais mortes – e só isso de novo! A diferença é que agora, a tecnologia permite mostrar um sangue cenográfico muito mais “real”…
John Rambo, já um senhor de idade, está vivendo como barqueiro na Tailândia. Um grupo humanitário pede a sua ajuda, ele a princípio diz que não, mas, ninguém sabe por que, muda de idéia. Claro que esse grupo é capturado pelos bandidos, e claro que Rambo chefia o grupo de mercenários que vai resgatá-los.
Se a sua idéia de diversão for sangue, tiros e explosões, divirta-se, porque esse é um bom filme NESSE ASPECTO.
Mas se você se interessar por algo um pouco mais profundo do que um pires, alugue o primeiro filme, que é bem melhor…
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