Crítica – Reféns
Confesso que já fui fã do Joel Schumacher. Nos anos 80, seu currículo era muito bom, com filmes como O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas, Linha Mortal e Garotos Perdidos. Mas parece que depois dos dos lamentáveis Batman (1995 e 1997), ele nunca mais acertou a mão. Este Reféns é mais uma prova disso.
Um bem sucedido negociador de diamantes mora com a esposa e a filha adolescente em uma mansão e tem um carro esporte conversível. Mal sabe ele que bandidos invadirão sua casa atrás do seu dinheiro.
Nem sei dizer exatamente qual é o problema aqui. O filme simplesmente não engrena. Não sei se é o roteiro ruim ou as atuações fracas, mas o resultado deixa a desejar.
O roteiro, assinado pelo estreante Karl Gajdusek, vai direto ao assalto. Isso pode dar agilidade à trama, mas causa um problema: não há nada que nos faça ter simpatia por Kyle, o arrogante personagem de Nicolas Cage. Se não há conexão com o personagem, não temos vontade de torcer por ele enquanto ele enfrenta os bandidos. E ainda tem outro problema, o roteiro traz um monte de reviravoltas, e nem todas são coerentes. E a falta de coerência também atinge a construção de alguns personagens.
Schumacher conseguiu dois nomes de peso para o elenco. O problema é que Nicolas Cage há tempos também passa por uma fase ruim na carreira – é só a gente se lembrar dos seus últimos filmes, como Fúria Sobre Rodas e Caça às Bruxas. Seu Kyle não é tão caricato como tem sido comum, mas está longe de ser uma boa interpretação. E aí sobra pra Nicole Kidman, grande atriz, mas que não faz milagre com um roteiro fraco nas mãos. Ainda no elenco, Cam Gigandet, Liana Liberato e Ben Mendelsohn.
Tem crítico por aí dizendo que Reféns é o pior filme do ano. Discordo. Não que seja bom, mas é que tem coisa pior por aí – por exemplo, 11-11-11, post de quatro dias atrás. Mas, mesmo não sendo “o pior filme do ano”, Reféns nem vale a pena.
Heu,
Vejo amanhã por causa da sessão de 2 reais do cinemark e, possivelmente, Dream House até quinta.
De antemão, assim como você, ainda curto algumas coisas do Schumacher da década de 80.
Só discordaria no seguinte: após os Batmans ele fez os bons Tigerland (2000) e Por um Fio (2003).
Gostei de Por um Fio, mas não achei Tigerland grandes coisas…
Heu,
Acabei de sair da sala. De fato, o filme é muito fraco.
Em parte, pelo seu roteiro óbvio, mal elaborado e que busca dar um “up” no argumento com reviravoltas bizarras. Também culpo as péssimas atuações de todo o elenco, tirando a Liana Liberato (Avery Miller).
Aquelas cenas histéricas pastelões de Nicolas e Cage e Nicole Kidman são medonhas, dignas de pena. Sem contar aqueles flashbacks ridículos da sub-trama entre Kidman e Gigandet.
Schumacher erra com força quando tenta introduzir elementos “sensuais” numa história tão sem pé nem cabeça.
Assim como o amigo, também acho que não é o pior de 2011, apesar de todo o esforço por parte. Não vi 11-11-11, mas vi lixos como Sem Saída, A Garota da Capa Vermelhas que são infinitamente piores do que a tosca produção do Schumacher.
Em suma, é triste dizer que os seus acertos parecem mais tiro no escuro do que qualquer outra coisa.
Abraços
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