Revolver

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Revolver

Quando Quentin Tarantino lançou Cães de Aluguel e Pulp Fiction, um novo estilo foi criado em Hollywood. Personagens marginais e esquisitos, trilha sonora cool, edição ágil, violência estilizada… Então apareceram vários seguidores deste estilo. Um dos melhores que estão por aí é o Guy Ritchie.

Guy Ritchie surgiu no fim dos anos 90, com o ótimo Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes, e logo depois fez Snatch, que seguia a mesma linha de tramas rocambolescas e personagens bizarros. Aí houve um grande erro em sua carreira profissional: se casou com a Madonna e fez Swept Away, que foi execrado por crítica, público e fãs. Aí ano passado apareceu RocknRolla, e pensei “legal, Guy Ritchie está de volta!”

Mas teve esse filme, Revolver, no meio do caminho… Revolver é de 2005, mas foi mal lançado por aqui (se é que foi lançado), e acho que só chamou atenção agora… Tanto que os camelôs de Copacabana estão vendendo o piratão junto com os lançamentos!

Jason Statham interpreta Jake, um ex-presidiário que quer se vingar de Macha, um grande gangster, interpretado por Ray Liotta.

Mas sabe qual é o problema aqui? A história é confusa demais! Quando o filme acaba, não sabemos exatamente quem é quem, e qual é o papel de cada personagem!

Como achei tudo muito estranho, foi procurar no imdb informações sobre o filme, e descobri que metade do público achou o filme ruim porque é confuso demais; a outra metade adorou justamente porque o filme não conclui nada…

Bem, heu fico com a metade que não gostou. Se vou ver um filme de gangsters no submundo do jogo e do crime, não quero encontrar um filme cabeça…

Mesmo assim, não é um programa ruim. É só se deixar levar pelo filme, sem se preocupar com explicações… Afinal, algumas cenas são bem legais, como a parte em desenho animado no meio do filme (mais alguém pensou em Kill Bill?), ou o tiroteio no restaurante…

Categorias: Ação, Guy Ritchie, Jason Statham, Ray Liotta

8 comentaram em “Revolver

  1. Caro Heu,

    Em uma frase? Todos os personagens são eles mesmos, todos existem, são unos e indivisíveis.

    O pior inimigo de Jason Statham é seu próprio ego; não fosse ele tão orgulhoso (manifestação do ego) e vingativo (manifestação do ego), não teria ido atrás do personagem de Ray Liotta, o tal Dorothy, “Mr. D”, etc.

    Acho que o filme não tem a pretensão de ser “cabeça”; tem, sim, a missão de ser revelador. De mostrar ao espectador que podemos evitar a maior parte de nossos problemas se atentarmos ao fato de que o ego é necessário em certas circunstâncias (é preciso se impor, às vezes)… porém, em outras, aquela atitude “eu sou assim mesmo e não vou mudar” (manifestação clássica do ego, do superego e do super-hiper-ego, rs) não só não é a mais adequada como só nos prejudica.

    O termo “revolver” confunde quem se deixa levar pelas cenas de ação. Revolver diz respeito a remexer, retocar, recomeçar. Num décimo-terceiro andar que não existia, o protagonista ressurge das trevas, descobre o que é o perdão, o quanto a ausência de ego pode ajudá-lo a desconstruir seu pior inimigo e o quanto a indiferença é, por vezes, a saída perfeita.

    O filme é brilhante. E infelizmente, eu acredito num mundo com mais cores do que simplesmente “os que gostaram porque não entenderam” e “os que não gostaram”. Faço parte dos que “gostaram porque interpretaram muitos conceitos do filme a seu favor”. Ou “gostaram porque se viram na pele do protagonista, preso entre o que queremos e o que realmente podemos”.

    Ou ainda dos que “gostaram porque gostaram”.

    Sim, é isso.

    Veja de novo. Acho que, se você assistir ao filme com um pouco mais de carinho, pode acabar tendo uma epifania. Algo como aquilo que acontece a quem nunca ouviu falar de física quântica e assiste “Quem Somos Nós” (What the do we (k)now?).

    Abraços e boa sorte

    • Errata: o nome do filme original é “What the BLEEP* do we (k)now?”.

      * Bleep substitui a palavra de baixo calão comumente usada para indicar indignação, rs.

      • Adorei seu comentário (Comentário 1 /pena q não escreveu seu nome/).
        Acabei de assistir ao filme, e mexeu d+ comingo…terminei vindo em busca de algumas explicações, para poder assisti-lo novamente….

        Abraços.,

        patrícia

  2. PERFEITO!!
    Realmente perfeita a análise do amigo de cima. Eu gostei bastante do filme e, fico supreso quando ouço tantas críticas. Em certa crítica de um português engajado no cimena, cujo nome não me vem a cabeça, chegou a chamar esta película de “lixo cinematográfico” (???). Enfim, é 08 ou 80. Pelo o que tenho visto ou adoram ou odeiam. vejo como um filme (infelizemnte) subestimado.

    Abraço!!

  3. Achei os caras que citei acima. Vejam a falta de respeito e o absurdo que falam:

    “(…) tudo não passa de estilista a esticar-se sem rede para lá do que sabe, e o filme soçobra nessa ambição insustentada, deixando à mostra estilhaços fascinantes do que quis ser sem conseguir.”
    Jorge Mourinha, Público

    “(…) é um pedaço de entulho disfarçado de cinema. As verdadeiras razões, parace-me, são estas: REVÓLVER é 100% estilo e 0% conteúdo”
    Vasco Baptista Marques, Expresso

    Lamentável.

  4. Pingback: 2 Coelhos « Blog do Heu

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