Robô Selvagem

Crítica – Robô Selvagem

Sinopse (imdb): Após um naufrágio, um robô inteligente chamado Roz fica preso em uma ilha desabitada. Para sobreviver ao ambiente hostil, Roz se une aos animais da ilha e cuida de um ganso bebê órfão.

Um pouco atrasado, vamos comentar Robô Selvagem (The Wild Robot, no original), novo longa de animação da Dreamworks.

Escrito e dirigido por Chris Sanders (Lilo & Stitch, Como Treinar seu Dragão, Os Croods), Robô Selvagem é adaptação do livro homônimo escrito por Peter Brown, informação que só soube depois de ver o filme, e que, na minha humilde opinião, enfraquece o resultado final, porque seria um filme excelente se a história terminasse aqui. Mais tarde comento mais, na área de spoilers.

A ideia é muito boa: um robô programado pra ajudar humanos cai acidentalmente numa ilha onde não tem nenhum humano. O robô passa um bom tempo estudando toda a natureza que a cerca, e acaba mudando sua programação para ajudar os animais. Literalmente uma inteligência artificial aprendendo a se adaptar a um mundo completamente diferente do que consta em sua programação. No meio do processo, causa um acidente e vira mãe adotiva de um ovo de ganso. Ou seja, temos um início meio Wall-E, pra depois virar uma emocionante história de um robô que aprende a maternidade.

Lendo o parágrafo anterior, a gente pode pensar que Robô Selvagem pode ser um filme mais sério. Nada disso! O longa traz vários personagens carismáticos e bem divertidos, e traz várias cenas muito engraçadas. E ainda tem umas piadas de humor negro no início do filme, quando vemos bichos maiores comendo bichos menores.

(Comentário sobre os nomes em português. A robô se chama “Rozzum 7134”. Na dublagem, heu só ouvia “Roz 171″…)

Comentei aqui outro dia sobre a quebra de paradigma criada por Homem Aranha no Aranhaverso, onde, em vez da busca pela imagem perfeita, as animações passaram a focar nas pequenas imperfeições. Robô Selvagem tem isso. Os cenários não são perfeitos, parecem pinturas feitas em tinta guache, ou aquarela (não entendo de pintura, desculpa), o cenário fica meio borrado. Mais uma vez, a Dreamworks explora o “diferente” em vez do “perfeito”. Preciso dizer que deu muito certo: o resultado final é lindo!

Aliás, uma informação que peguei no imdb: o processador que os robôs usam se chama Alpha – 113. Quem acompanha easter eggs em animação da Pixar, sabe que sempre tem um “A113” escondido, que é uma referência à sala de aula de animação do Instituto de Artes da Califórnia (CalArts) onde vários animadores hoje consagrados estudaram. O grande lance é que é a primeira vez que este easter egg é usado num filme da Dreamworks!

O final do filme é bom, mas poderia ser melhor. Vou comentar isso, mas antes, os avisos de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

No fim do filme, a robô se separa do ganso, e o filme ruma para um final triste. Triste, mas bonito. Mas, é Dreamworks, então inventaram um vilão e uma saída mágica (a robô que tinha sido apagada, ganha vida “através do amor”). Ok, filme pra criançada, vai vender mais se tiver um vilão e um final “mágico”. Mas, na minha humilde opinião, essa parte final enfraqueceu o filme. Seria um filme melhor se continuasse sem vilão e sem saídas mágicas.

FIM DOS SPOILERS!

Mesmo com o final “menos bom”, Robô Selvagem ainda é um programa belíssimo. Não me espantará se estiver entre os cinco do Oscar ano que vem.

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