Star Trek: Sem Fronteiras

Star Trek 3 - posterCrítica – Star Trek: Sem Fronteiras

Mais um Star Trek!

A tripulação da USS Enterprise explora os pontos mais distantes do espaço desconhecido, onde encontram um novo inimigo cruel que vai colocar em teste tudo o que a Federação representa.

Uma polêmica cercava este filme (o terceiro Star Trek a partir do reboot de 2009) desde o anúncio que seria dirigido por Justin Lin. É que o currículo de Lin está intimamente ligado à franquia Velozes e Furiosos (ele dirigiu 4 dos 7 filmes da franquia), algo que parece não ser muito compatível com a filosofia trekker.

E a grande pergunta: Star Trek Veloz e Furioso funcionou?

Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond, no original) segue a proposta do reboot. É mais um filme de ação, uma aventura espacial. Essa é a maior bronca do trekker ortodoxo, porque o Star Trek clássico sempre foi mais cerebral e menos aventura. Mas essa bronca não é para este terceiro filme em particular, e sim para todo o reboot.

Como não sou trekker, isso não me incomodou. Star Trek: Sem Fronteiras é um bom filme de ação. Claro, algumas coisas são forçadas demais, mas qual filme de ação não tem suas forçadas de barra?

O roteiro escrito por Simon Pegg e Doug Young sabe equilibrar bem os nove personagens principais (os sete que já estavam na franquia, mais o vilão e uma personagem nova). Agora, já que falei em forçadas de barra, tenho que admitir que Star Trek: Sem Fronteiras tem sequências tão absurdas que caberiam na outra franquia, aquela dos carros. Tem até uma cena de perseguição de moto – e a gente fica se perguntando por que diabos tinha uma moto na nave…

Os efeitos especiais são muito bons. Claro que a gente espera efeitos especiais top de linha num filme deste estilo, mas é legal quando,  ainda assim,  o filme nos surpreende. As naves “abelhas” são muito boas e o visual da “cidade Escher” é sensacional – lembra aquela cena de Inception onde a cidade se dobra.

Todo o elenco principal está de volta: Chris Pine, Karl Urban, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho e o recém-falecido Anton Yelchin (me parece que na cena final ele está em cgi, como fizeram com Paul Walker no último Velozes e Furiosos). De novidade, temos um irreconhecível Idris Elba (o Heimdall de Thor) como o vilão, e Sophia Boutella (a Gazelle de Kingsman), que rouba a cena com a sua ótima Jaylah. Ah, o roteirista Doug Young faz uma ponta como o companheiro de Sulu, uma homenagem ao ator da série clássica, George Takei, gay assumido. Só acho que poderiam ter deixado a relação mais clara, Young parece mais um irmão de Cho do que companheiro.

A trilha sonora orquestrada de Michael Giacchino, com citações aos temas clássicos, é irretocável. Agora, talvez os fãs ortodoxos reclamem da presença de músicas de artistas como Public Enemy e  Beastie Boys. Vou te falar que Sabotage, dos BB, entrou perfeitamente na trama. Mas se a gente lembrar que a mesma música já foi usada no filme de 2009, fica a dúvida: por que repetir? Por que não usar uma música semelhante?

Enfim, como Star Trek, este novo filme é fraco. Mas quem gosta de filme pipoca de ação vai curtir.

p.s.: Neste mundo de merchandising onipresente, me questiono se uma certa empresa de telefonia celular pagou alguma coisa para ter um título de filme “sem fronteiras”…

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