Crítica – Todo Tempo que Temos
Sinopse (imdb): Após um encontro inusitado, uma talentosa chef de cozinha e um homem recém-divorciado se apaixonam e constroem o lar e a família que sempre sonharam, até que uma verdade dolorosa põe à prova essa história de amor.
Quando vi o trailer do Todo Tempo que Temos (We Live in Time, no original), imaginei que seria um dramalhão daqueles que fazem todo o cinema se debulhar em lágrimas. Não sou muito fã do gênero (não curto filmes sobre gente doente), mas resolvi encarar. E posso dizer que me surpreendi positivamente.
Como diz no cartaz do filme dirigido por John Crowley (Brooklyn), “cada minuto conta”, ou seja, já sabemos que teremos uma história de um casal muito apaixonado, onde um dos dois descobre uma doença terminal. Ok, isso é clichê. Mas o roteiro de Todo Tempo que Temos consegue apresentar essa história fora da ordem cronológica, e assim conseguiu burlar o “clímax chororô”, e ainda deu um ótimo ritmo ao filme. Detalhe: em nenhum momento vemos indicações de tempo (tipo “um ano antes”, “dois meses depois”), e mesmo assim dá pra entender tudo.
Além do roteiro, outro trunfo de Todo Tempo que Temos é o casal principal. Andrew Garfield e Florence Pugh estão ótimos, e têm uma boa química juntos. E o filme explora bem o relacionamento dos dois, quase o filme todo é só com os dois, tanto que fiquei me perguntando quem seriam os principais coadjuvantes, e só consigo pensar na filha do casal e na assistente da Florence. (Curiosidade: ambos estão na Marvel, Garfield foi o segundo Homem Aranha; Florence é a Yelena, irmã da Viúva Negra, e estará ano que vem em Thunderbolts).
Agora, preciso dizer que este não é o meu estilo de filme. Li uns comentários no imdb de gente reclamando que as idas e vindas na linha temporal teriam atrapalhado o envolvimento emocional do espectador com os personagens. Ou seja, o que pra mim foi um ponto positivo, tem gente achando que é um defeito. Sei lá, prefiro sofrer menos. Afinal, pra mim, “cinema é a maior diversão”!