Uma Natureza Violenta / In a Violent Nature

Crítica – Uma Natureza Violenta / In a Violent Nature

Sinopse (imdb): Um monstruoso morto-vivo causa uma chacina entre um grupo de campistas que perturbaram seu túmulo.

Outro dia uma amiga me recomendou um novo slasher, que estava sendo vendido como “o filme mais assustador de todos os tempos”: In a Violent Nature, novo filme da Shudder. Segundo o imdb, aqui o filme se chamará Uma Natureza Violenta.

Comecei a ver e já saquei que o roteirista e diretor Chris Nash quer ser “diferentão”: o formato de tela é o 4 x 3, da época das tvs de tubo. Por que diabos alguém em 2024 vai usar um formato obsoleto? Ora, pra fazer “filme de arte”.

Ok, deixa o formato pra lá, isso não define a qualidade de um filme. Vamulá. Por um lado, In a Violent Nature acerta em tentar mostrar o slasher por um ângulo diferente. Por outro lado, é um filme chaaato…

Somos apresentados a Johnny, uma espécie de cosplay de Jason Voorhees: um morto vivo grandalhão e muito forte, mudo, que persegue e mata as pessoas, e que não morre. A única diferença é a máscara, em vez de máscara de hockey, esse aqui usa uma máscara diferente, disseram que é dos bombeiros (mas heu nunca tinha visto aquela máscara). E a camera acompanha o Johnny em looongos passeios pela floresta. Às vezes escutamos diálogos ao fundo, mas continuamos andando pela floresta.

Sobre os diálogos ao fundo, tem uma cena onde Johnny chega perto de um grupo de jovens à beira de uma fogueira, mas não ataca. Por que? Porque o roteiro deve ter dito “fica aí quieto porque é o momento de explicar pro espectador a sua história”. E aí a gente fica ouvindo um bate papo longo e chato contando tudo o que aconteceu com o Johnny. Mas é uma cena ruim, que explica demais e que se estende demais.

Não sei se isso acontece durante todo o filme, mas me deu a impressão de que In a Violent Nature não tem trilha sonora – o que intensifica o tédio nesses entediantes passeios.

Por outro lado, algumas mortes aqui são muito boas. Tem uma cena em plongée (quando a câmera está pegando os personagens por cima), provavelmente filmada por drone, onde Johnny ataca duas vítimas, que é muito bem filmada – ele se levanta, joga o machado, depois anda na direção dos dois. Tem outra cena, a da menina fazendo yoga, que pode entrar na lista de “gores mais gore do cinema” (apesar de heu ficar na dúvida se um corpo se manteria em pé com aquilo tudo acontecendo). Quem estiver atrás de mortes bem filmadas, com bons efeitos práticos e de maquiagem, vai curtir.

Mas são poucos os momentos de ação e gore. Parece que o diretor queria valorizar mais as caminhadas do que os ataques do Johnny. E, pra piorar, no fim do filme tem um longo e entediante diálogo num carro, que não leva a lugar algum. São mais de dez minutos de blablablá, chegou um momento que me perdi. Se você reparou em algo interessante nesse diálogo, escreva aqui embaixo. E depois desse diálogo, a gente pensa “ok, ouvi esse papo chato, agora vai ter alguma coisa pra compensar”, e nada. O filme acaba.

Resumindo: gostei da ideia de ver um slasher sob outro ponto de vista, e gostei muito de algumas mortes. Mas esse filme podia ter meia hora.

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