Maggie: A Transformação

MaggieCrítica – Maggie: A Transformação

Arnold Schwarzenegger e zumbis! Será que pode dar errado?

Sim…

Uma adolescente é infectada em uma epidemia que lentamente transforma as pessoas em um zumbis comedores de carne humana. Durante sua transformação, seu pai permanece ao seu lado.

Bem, respondo logo sobre a pergunta do primeiro parágrafo: Sim, tem o Arnoldão no papel principal. E sim, tem zumbis. Mas Maggie: A Transformação é um drama, não tem nada de terror, nem nada de ação. No máximo, uma maquiagem bem feita – mas discreta, para os padrões walkindeadianos atuais.

Maggie até tem uma proposta interessante: mostrar o lado humano por trás de uma epidemia de zumbis. Imagine que aconteceu o famoso apocalipse zumbi, mas que as autoridades controlaram a “doença”. Muita gente morreu, muita gente ainda pode ser infectada, mas a sociedade não entrou em colapso. O filme foca num um pai teve sua filha infectada. Ele sabe que provavelmente ela irá morrer (médicos tentam controlar a infecção), mas ele não quer abandoná-la.

Dirigido pelo estreante Harry Hobson, Maggie tem cacoetes de cinema independente, como muita câmera na mão, muitas imagens contemplativas… O filme é leeento… Schwarzenegger está na produção do filme, provavelmente ele optou por fazer algo diferente do habitual (desde que deixou a carreira política, ele só tinha feito filmes de ação), provavelmente pensou que isso seria uma boa para a sua carreira.

Mas, na minha humilde opinião, foi um grande erro estratégico. O público que apreciaria um filme destes não vai dar bola para a combinação “Schwarzza + zumbis”. Já o público que for atraído por esta dobradinha vai sair decepcionado do cinema.

Pra piorar, Schwarzenegger nem está tão diferente do habitual. Às vezes vemos alguns atores se transformando em filmes de estilos diferentes. Não foi o caso, a única mudança é que ele está de barba. Também no elenco, Abigail Breslin e Joely Richardson.

Um recado para os fãs do Schwarzza: vale mais a pena rever O Exterminador do Futuro Gênesis

O Predestinado

O PredestinadoCrítica – O Predestinado

Sabe aquele filme bom, mas que ninguém conhece porque foi mal lançado?

Um agente temporal encara sua última missão após anos de viagens no tempo. Ele deve capturar um homem que há muito o ludibria através do tempo.

É bom não explicar muita coisa sobre o que acontece em O Predestinado  (Predestination, no original). A trama é cheia de reviravoltas bem boladas, a gente passa os dias seguintes depois de ver o filme pensando nos detalhes. E teve um momento mind blowing onde quase soltei um palavrão de tão estupefato que fiquei!

O filme foi escrito e dirigido pelos irmãos australianos Michael e Peter Spierig, os mesmos de Canibais / Undead e 2019 – O Ano da Extinção. Se o segundo já é pouco conhecido, o primeiro é um daqueles que ninguém viu. Ambos são filmes divertidos, mas nada demais. O Predestinado é de longe o melhor filme da dupla.

O ponto forte de O Predestinado é o roteiro, baseado no conto All You Zombies, de Robert A. Heinlen (o mesmo de Tropas Estelares). O roteiro é cheio de idas e vindas, e não deixa nenhuma ponta solta. Além disso, o filme tem outras qualidades. A ambientação é perfeita, a trama pula por épocas diferentes, e toda a cenografia foi bem cuidada.

No elenco, o nome mais famoso é Ethan Hawke. Mas o destaque sem dúvida é Sarah Snook – se, em vez de um filme alternativo australiano, O Predestinado fosse uma grande produção norte-americana, acredito que Sarah fosse indicada para prêmios importantes. Ainda no elenco, Noah Taylor.

Infelizmente, O Predestinado não passou nos cinemas, e teve lançamento discreto em dvd, ou seja, muita gente nem ouviu falar. Mas, fica a dica para quem quer uma história bem contada!

O Exterminador do Futuro: Gênesis

Exterminador 5O Exterminador do Futuro: Gênesis

Estreou o novo Exterminador!

John Connor manda Kyle Reese ao passado para proteger Sarah Connor, mas quando ele chega em 1984, nada acontece como esperado.

Neste mar de continuações, refilmagens, releituras, remakes e reboots, claro que tinha espaço pro Arnoldão voltar ao seu papel mais icônico, né?

Um pequeno resumo da franquia Exterminador do Futuro. Os dois primeiros, dirigidos por James Cameron em 84 e 91, são excelentes, dois clássicos da ficção científica, dois dos melhores filmes de viagem no tempo de todos os tempos. O terceiro, de 2003, teve seus tropeços, ficou bem abaixo dos outros dois. Com um clima mais dark, o quarto filme foi lançado em 09 – melhor que o terceiro, mas ainda abaixo do início da saga. Pela primeira vez, Schwarzenegger não estava no elenco principal (ele era o governador da Califórnia àquela época), mas aparecia como um bem sacado efeito especial.

Sobre o novo O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, no original), a primeira pergunta era: robôs envelhecem? Porque agora um senhor sessentão, Arnold Schwarzenegger volta ao papel do robô Exterminador. Mas isso é explicado no filme, o robô tem pele humana, então ele envelhece por fora…

A direção ficou a cargo de Alan Taylor, com longa carreira na tv (dirigiu episódios de séries como  Game of Thrones, Família Soprano e Sex and the City, entre muitas outras), mas em seu segundo filme para o cinema. Bem, como o primeiro foi Thor Mundo Sombrio, podemos dizer que Taylor está no caminho certo pra entrar no primeiro time dos diretores hollywoodianos.

Tecnicamente falando, o filme é impressionante. Não só vemos perseguições, brigas, explosões e tiroteios de tirar o fôlego, como vemos uma cena do Schwarza atual contra o Schwarza de 84! Viva o cgi bem feito!

Agora, uma coisa me incomodou: o conceito de viagem no tempo proposto pelo primeiro filme propõe um círculo fechado e imutável – o destino já está escrito, tudo o que acontece relativo às viagens no tempo vai se repetir num eterno loop. E este conceito é ignorado aqui. O Exterminador do Futuro Gênesis usa a ideia de viagem no tempo proposta pela série De Volta Para o Futuro: suas ações numa viagem no tempo podem alterar o futuro. Não gostei…

No elenco, Arnold Schwarzenegger mostra que ainda tem pique apesar dos sessenta e sete anos de idade (ele acabou de completar 68). E gostei da Emilia Clarke (Game of Thrones) como Sarah Connor. Por outro lado, não gostei de Jason Clarke (Planeta dos Macacos O Confronto), caricato demais como John Connor. Ainda no elenco, Jai Courtney, J. K. Simmons, Courtney B. Vance, Sandrine Holt e Byung-hun Lee.

Último aviso: rola uma cena extra no meio dos créditos, um gancho para uma continuação. É, segundo o imdb, este é o primeiro de uma nova trilogia…

Festival Mondo Estronho 2015

Mondo Estronho - PosterFestival Mondo Estronho 2015
Cá estou de volta de mais um festival de cinema, onde fui mais uma vez representar meus filmes – desta vez, os curtas Noite Sem NomeManifestação de Zumbis e Duelo Impossível – colocarei os links no fim do texto.
Retornei à Curitiba, cidade onde estive em fevereiro/2015 no festival Grotesc-O-Vision. O Mondo Estronho é um festival organizado pela Editora Estronho. Além da mostra de cinema independente, teve em sua programação palestras, bate-papos, pocket shows das bandas Repelentes eSemblant e uma feirinha vendendo livros, hqs, dvds, camisas, quadros,etc.
Na parte que mais me interessa, a mostra cinematográfica, com curadoria de Otávio Pereira, houve a exibição de pelo menos três longas que são boas novidades para quem acompanha o terror nacional. Dia 25 foi exibido Fábulas Negras, de 2014, novo projeto de Rodrigo Aragão, em parceria com Zé do Caixão, Joel Caetano e Petter Baiestorf, mostrando cinco histórias de terror baseadas em folclore nacional – Saci, Lobisomem, Iara, Monstro do Esgoto e Loira do Banheiro. Dia 26 foi a vez de A Maldição do Sanguanel, também de 2014, dirigido por Felipe M. Guerra, Ricardo Ghiorzi, Eliseu Demari e Rafael Giovanella, contando vários “causos” do Sanguanel, um diabinho que parece o Saci. Dia 28 tivemos 13 Histórias Estranhas, de 2015, que, como o próprio título diz, traz 13 curtas independentes entre si, dirigidos por 13 diferentes diretores (entre eles, Cristian Verardi, Paulo Biscaia Filho, Cesar Coffin Souza e os já citados Felipe M.Guerra e Petter Baiestorf).
(Nervo Craniano Zero, realizado em 2012 por Paulo Biscaia Filho, também foi exibido, mas este já existe em dvd.O filme é muito bom, mas já não é novidade.)
Nem todos os filmes eram longas, houve espaço também para sessões de curtas. Teve uma sessão só com curtas da RZP (Recurso Zero Produções), de Joel Caetano, onde observamos a evolução do diretor, um dos nomes mais promissores do cinema independente contemporâneo (tanto que ganhou – merecidamente – o troféu “Estorvo” de melhor curta metragem com o seu Judas). Também tivemos curtas de Julio Wong, Ivo Costa, Rodrigo Aragão, Davi Ribeiro, Laurence West, Guilhermo Ferraro, Louis Mota, Carlos Alberto Machado e Larissa Anzoategui, entre outros.
Além dos filmes, palestras e shows, o evento apresentou a “Casa do Macaco“, onde o escritor e colecionador Saulo Adami expôs todo o seu impressionante acervo de material ligado aos filmes e série Planeta dos Macacos. Em sua palestra, Saulo contou como conseguiu contato com os realizadores, participou de convenções e até vestiu a fantasia que foi de Roddy McDowell. O festival ainda contou com a premiação do concurso Miss Zombie 2015, concurso que começou na famosa Zombie Walk de Curitiba, no domingo de carnaval.
Mas o melhor de tudo foi o clima de confraternização. Organizadores, escritores, diretores, expositores, palestrantes e público em geral tiveram um fim de semana inesquecível. Agora é contar no calendário quantos dias faltam para a edição 2016!
Noite Sem Nome:
https://www.youtube.com/watch?v=wErIsrfr7ik
Duelo Impossível:
https://www.youtube.com/watch?v=vNh5XbUtZ-4
Manifestação de Zumbis:
https://www.youtube.com/watch?v=cQvQ2RuWDYA