Crítica – Maze Runner – Prova de Fogo
Após escapar do labirinto, Thomas e os garotos que o acompanharam em sua fuga da Clareira precisam agora lidar com uma realidade bem diferente, em uma paisagem desolada cheia de obstáculos inimagináveis.
Não temos mais o labirinto do primeiro filme. Maze Runner – Prova de Fogo (Maze Runner – Scorch Trials, no original) começa com o fim do primeiro filme: os jovens saíram do labirinto, e agora precisam enfrentar novos desafios neste “futuro distópico baseado em livro direcionado ao público adolescente”.
A equipe foi a mesma: direção de Wes Ball e roteiro de T.S. Nowlin, os dois do primeiro filme – detalhe, Maze Runner foi a estreia de ambos. A dupla também está cotada para o terceiro filme baseado nos livros de James Dashner, que deve ser lançado em 2017.
O problema é que o roteiro tem uns buracos meio incômodos, tipo o momento que os protagonistas estão correndo de infectados raivosos que parecem zumbis, e logo depois eles já estão escondidos, sem mostrar como eles despistaram os infectados. Ou então depois de uma cena tensa onde dois personagens escapam de “zumbis que fazem parkour”, para chegarem num lugarejo onde pessoas passeiam calmamente pelas ruas – ué, os zumbis não vão até lá por que? Ou ainda: com cidades destruídas daquele jeito, de onde tiram gasolina pros carros?
Mas o que mais me incomodou foi que o plot deste filme meio que contraria o plot do primeiro. Se os jovens com mutações no sangue são tão valiosos assim, eles nunca deveriam ser colocados naqueles labirintos!
Não sei se o roteiro previa mais coisas e o filme era pra ser maior, talvez explicando alguns desse furos de roteiro, mas foi cortado para ter “apenas” duas horas e onze minutos. Parece que foi o caso, e a cena da tempestade elétrica aponta para o mesmo caminho – se era pra ser uma cena tão curta e tão desnecessária, por que não tirá-la do filme? Solução tosca, deveriam ter cortado ainda no roteiro.
Pelo menos o ritmo do filme flui bem, e os cenários (que devem ser digitais) são muito bem feitos. Adolescentes que vão ao cinema atrás de jovens bonitinhos correndo pela sobrevivência talvez gostem do filme.
No elenco, temos de volta Dylan O’Brien, Ki Hong Lee, Thomas Brodie-Sangster e a “quase brasileira” Kaya Scodelario (filha de uma brasileira, ela tirou fotos com uma bandeira do Brasil num evento em São Paulo). De novidades, temos Giancarlo Esposito, Lili Taylor, Barry Pepper, Alan Tudyk e Aidan Gillen, o “Mindinho” de Game of Thrones.
Agora aguardemos o terceiro filme. Pelo menos aparentemente não vão dividir em dois (como fizeram com Jogos Vorazes).
p.s.: Sabe aquela cena do poster, com o pessoal correndo por cima daquela torre caída que virou uma ponte? Esqueça, esta cena não está no filme!