Crítica – Unfriended / Cybernatural
Durante uma reunião via skype, um grupo de amigos se vê assombrado por uma força misteriosa e sobrenatural, usando a conta de uma amiga morta há exatamente um ano.
A primeira vez que li sobre este Unfriended, produção do quase onipresente no terror contemporâneo Jason Blum em parceria com Timur Bekmambetov (Guardiões da Noite, O Procurado, Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros), achei que seria uma cópia de Open Windows / Perseguição Virtual, onde também ficamos diante de uma tela de computador durante todo o filme. Mas não, apesar de também se passar inteiramente dentro de uma tela, Unfriended é bem diferente.
Uma coisa legal do filme dirigido pelo desconhecido soviético Levan Gabriadze é ser tudo em tempo real, como se realmente estivéssemos acompanhando uma ligação de skype, enquanto vemos outras interações simultâneas (que também acontecem no dia-a-dia), como chats e visitas ao facebook e ao youtube. Aliás, palmas para Gabriadze: depois de algumas tentativas de filmar em planos-sequência de 10 minutos cada, ele arriscou filmar tudo em um único plano-sequência de 83 minutos – e conseguiu!
Claro que essa ideia de tempo real + computador limita muito a narrativa, e assim Unfriended é um filme de terror sem sustos. A boa notícia é que a tensão funciona bem ao longo da curta projeção – fiquei curioso querendo saber como a trama se resolveria.
No elenco, claro, ninguém conhecido. Heather Sossaman, Matthew Bohrer, Courtney Halverson, Shelley Hennig, Moses Storm, Will Peltz e Renee Olstead funcionam bem para o que o filme pede.
Mesmo sem ser um grande filme, Unfriended serve para mostrar que a narrativa cinematográfica pode (e deve) mudar para se adaptar aos meios de comunicação contemporâneos.
p.s.: O nome do filme é meio confuso. Parece que o título de trabalho seria Offline, mas logo mudaram pra Cybernatural. Foi lançado como Unfriended, e, segundo o imdb, tem título nacional: Desprotegido. Quantos destes será que vale? 😛