As Aventuras de Gwendoline na Cidade Perdida

Gwendoline1Crítica – As Aventuras de Gwendoline na Cidade Perdida

Gwendoline chega na China numa caixa, e é ajudada pela sua amiga / babá e por um mercenário. Ela está numa missão para encontrar seu pai, que desapareceu quando buscava uma borboleta rara.

Hora de fazer um post nostálgico!

Segunda metade dos anos 80. Heu era adolescente, estudante do ensino médio, sem namorada, poucos amigos e muito tempo sobrando. Heu morava em Botafogo, e ia muito ao cinema.

Era uma época sem internet, sem tv a cabo, nem todos os filmes estavam nas videolocadoras. Existiam cinemas onde só passavam reprises. Isso mesmo, a gente ia ao cinema pra rever filmes.

A praia de Botafogo tinha 4 cinemas. Ópera 1 e 2 (onde hoje tem uma Casa & Vídeo) eram salas onde passavam estreias; Coral e Scala (onde hoje tem o Arteplex) eram uma sala de reprises e uma pornô (sim, existiam salas só para filmes pornô, mas isso é assunto para outro post).

Lembro de ter ido ao Coral algumas vezes para ver este As Aventuras de Gwendoline na Cidade Perdida (The Perils of Gwendoline in the Land of the Yik Yak, no original). Para um nerd adolescente, era o máximo ver uma cópia de Indiana Jones cheia de mulheres seminuas!

Revendo As Aventuras de Gwendoline na Cidade Perdida hoje em dia, claro que a gente constata que o filme não é bom. A história é ridícula, as atuações são péééssimas, e a nudez gratuita é muito forçada. Mesmo assim, foi um prazer rever. Assumo este filme como um guilty pleasure, aquele tipo de filme que a gente gosta, mas tem vergonha de admitir…

Na verdade, a estética camp do filme é bem legal. Tudo é meio tosco, mas é de propósito. E, dentro dessa proposta, os figurinos e cenários do filme funcionam perfeitamente.

Gwendoline nunca funcionaria nos dias de hoje. A mocinha frágil, a típica “donzela em perigo que aguarda seu príncipe encantado para salvá-la”, é um personagem que receberia duras críticas nos dias atuais de empoderamento feminino. O mesmo com o mocinho durão e machista, e também com Beth, a amiga / empregada da Gwendoline – aliás, um papel difícil de conceituar hoje em dia.

Gwendoline é baseado nos quadrinhos de John Willie. Nunca vi esses quadrinhos em lugar algum, não tenho ideia se o quadrinho tinha o mesmo estilo, tanto estético quanto de comportamento.

A direção é de Just Jaeckin, que na época já era conhecido por ter feito Emmanuelle, e pouco depois fez A História de O. Daí a gente entende a nudez presente. Não tem nada muito escandaloso, nenhum nu frontal, mas são várias cenas com mulheres de seios de fora. A maioria gratuita, como a cena da floresta, onde as duas meninas tiram as blusas – pra encher os cantis! É, acho que hoje em dia a personalidade dos personagens não seria o único ponto criticado…

No elenco, o único nome que tem algo a ser falado é o da protagonista Tawny Kitaen, que no mesmo ano estrelou A Última Festa de Solteiro ao lado de Tom Hanks, e que alguns anos depois fez alguns vídeos do Whitesnake (Tawny foi casada com David Coverdale, mas não sei se já era na época dos vídeos). Não conheço nenhum outro filme do resto do elenco.

Não sei se posso recomendar um filme desses. Mas admito que me diverti revendo.

p.s.: Um dos posters resumia bem o espírito do filme: “Barbarella encontra Indiana Jones”. Veja abaixo!

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