Ao atravessar um espelho, Alice volta ao País das Maravilhas, onde encontra o Chapeleiro Maluco doente. Para salvá-lo, ela precisa viajar no tempo e alterar o passado.
Em primeiro lugar, um esclarecimento: Alice Através do Espelho (Alice Through the Looking Glass, no original) parece, mas não é um filme do Tim Burton, que aqui está só como produtor. A direção é de James Bobin, o mesmo dos dois recentes longas dos Muppets. Mas o visual continua chamando a atenção.
O visual é o que Alice Através do Espelho tem de melhor. Bobin conseguiu manter a identidade visual que Tim Burton criou para o primeiro filme, Alice no País das Maravilhas, de 2010. Vemos aqui vários cenários e figurinos bem elaborados – e por mais que a gente saiba que boa parte é cgi, isso não atrapalha.
Por outro lado, a história é fraca. Nunca li o “Através do Espelho” original, não sei o quanto do que vemos na tela está no livro (li por aí que o livro é completamente diferente, e tem lógica, acho difícil um livro antigo ter uma personagem feminina tão forte). Mas essa história da Alice viajando no tempo ficou bem sem graça.
O elenco é ótimo. Todos que estavam no primeiro filme voltaram: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e as vozes de Alan Rickman, Timothy Spall e Stephen Fry. A única novidade é Sacha Baron Cohen, que está bem como o Tempo. Ah, este foi o último filme de Rickman, homenageado nos créditos.
Alice Através do Espelho não vai desagradar os fãs do filme anterior. Mas é bom não esperar muito.
Depois de toda a polêmica envolvendo as primeiras imagens, chega finalmente aos cinemas o quarto grande filme de super-heróis do ano, X-men: Apocalypse, que desde o início foi bastante criticado pela falta de semelhança visual com os quadrinhos.
Vamos relembrar rapidamente os cinco filmes anteriores dos X-men, e ir com tudo para o novo lançamento, que está dividindo opiniões. Então participe com a gente desse debate sobre a nova formação do time, o grande vilão Apocalipse, referências aos quadrinhos, easter eggs e toda a fartura de fanservice que o filme ofereceu.
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No meio de tantos filmes de super heróis, chega a vez de mais um X-Men.
Os X-Men se mantêm unidos em benefício do futuro de todos os mutantes. Porém terão que enfrentar um grande inimigo: Apocalipse, o primeiro mutante.
Mais uma vez dirigido por Bryan Singer (responsável por quatro dos seis filmes dos mutantes), X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, no original) tem dois problemas logo de cara. Um deles é que, como disse o Deadpool, a cronologia dos filmes é bagunçada – tivemos um meio reboot no filme anterior a este, e são muitos personagens. Fica muito difícil entender toda a lógica que rege os seis filmes.
O segundo problema é a evolução dos filmes de super heróis. Temos que respeitar o pioneirismo, X-Men (2000) e Homem Aranha (2002) abriram portas para o cenário atual (só este ano, são pelo menos seis filmes baseados em super heróis de quadrinhos!). Mas o sub gênero “filme de super herói” mudou ao longo desta década e meia. Um exemplo simples e recente: Capitão América Guerra Civil apresentou bem novos personagens, como o Pantera Negra, e soube equilibrar vários heróis ao longo da trama. Aqui, em X-Men: Apocalipse, temos personagens mal introduzidos e mal aproveitados – como Psylocke e Angel, por exemplo.
Relevando esses dois pontos, X-Men: Apocalipse é até interessante. Bom elenco, bons efeitos especiais, algumas cenas emocionantes… Não é um filme pra top 10 do ano, mas vai agradar a maioria.
Como aconteceu no filme anterior, o melhor aqui é a cena do Mercúrio usando a sua super velocidade. Outra cena boa tem a participação de um personagem muito famoso que não está creditado. Só estas duas cenas já valem o ingresso!
Pena que nem todo o filme tem esse pique. O vilão Apocalipse não mete medo em ninguém, e seus “assistentes” só têm alguma utilidade na sequência final. E, na boa, Magneto não pode ser escada pra ninguém.
O elenco tem pontos positivos e negativos. Os atores que vieram dos filmes anteriores, Michael Fassbender, James McAvoy, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult e Evan Peters, estão bem. Dentre os novos, o destaque positivo é Oscar Isaac, completamente diferente do Poe Dameron de Star Wars 7; o negativo é Sophie Turner, exatamente igual à Sansa Stark de Game of Thrones. Rose Byrne e Olivia Munn estão sub-abroveitadas; li nos créditos que Ally Sheedy (Clube dos Cinco) faz uma ponta como a professora do Scott, mas não reconheci na hora. Também no elenco, Alexandra Shipp, Tye Sheridan, Kodi Smit-McPhee e Ben Hardy.
X-Men: Apocalipse tem um problema curioso: como lidar com o star power da Jennifer Lawrence? A Mística era pra ser uma personagem secundária e a maior parte do tempo debaixo da maquiagem azul. Mas, me responda sinceramente, se você fosse o produtor de um filme com a Jennifer Lawrence, badalada e oscarizada, você não ia aproveitar a atriz? Claro que ela aparece demais. A gente entende, mas reconhece que isso prejudica o filme.
Ainda sobre o elenco, temos um pequeno problema de caracterizações. Este filme se passa 10 anos depois do filme anterior, e todos os personagens estão exatamente com a mesma cara. Aliás, todos não, logo o que não envelhece parece mais velho (o personagem não envelhece, mas o ator sim…). Acho que poderiam ter um trabalho um pouco mais elaborado nas maquiagens.
Sobre o 3D: os créditos iniciais usam bem o efeito. Mas no resto do filme não faz diferença.
Por fim, claro que tem cena pós créditos. Um gancho pra uma provável continuação…
p.s.: O roteiro se refere ao Apocalipse como “o primeiro mutante”. Será que esse pessoal já ouviu falar em teoria da evolução? Somos todos mutantes, né? 😉
Após ser dispensado da equipe de esqui, Eddie Edwards percebeu que teria uma chance na categoria de salto sobre esqui, já que a Grã-Bretanha não possuía uma equipe no esporte há décadas. Para conseguir a tão sonhada vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1988, ele conta com a ajuda de um ex-esportista que enfrentou problemas de disciplina em sua época de atleta
A divulgação de Voando Alto (Eddie the Eagle, no original) engana. “Dos produtores de Kingsman, estrelado pelo próprio protagonista de Kingsman, ao lado do Hugh Wolverine Jackson. A gente lê isso e pensa que é um filme de ação, né? Poizé, não é…
Voando Alto conta a história real de um cara sem muito talento mas com muita determinação, que conseguiu participar das olimpíadas de inverno de Calgary, no Canadá – curiosamente, a mesma olimpíada que gerou outro filme, Jamaica Abaixo de Zero.
Se a história de Eddie the Eagle é boa, o mesmo não podemos dizer sobre o seu filme, dirigido por Dexter Fletcher (que tem uma boa carreira como ator, mas poucos filmes como diretor). Voando Alto é um filme previsível e cheio de clichês.
Ok, a gente entende que o objetivo dos realizadores era fazer um filme motivador. Era fazer com que o espectador saia do cinema acreditando nos seus sonhos. Mas tudo é tão piegas que chega a incomodar.
Voando Alto não é ruim. Mas o espectador precisa estar no clima certo.
Quando uma ilha habitada por alegres pássaros que não voam é visitada por misteriosos porcos verdes, três amigos tentam descobrir qual o real objetivo desses porcos.
Quem está acostumado com meus textos sabe que não tenho o hábito de jogar, então meus posts sobre adaptações de games normalmente começam com “nunca joguei, então vou analisar apenas o filme”. Mas, olha lá, desta vez o cenário é outro! Heu jogo Angry Birds! Tá, nunca tive paciência pra conseguir as 3 estrelas sempre, mas joguei todas as fases do Angry Birds original e, claro, do Angry Birds Star Wars!
E vou falar que isso atrapalhou. Porque, vamos combinar, o jogo é divertido, mas a história é completamente nonsense. Os pássaros se jogam através de estilingues para destruir as construções dos porcos – isso não faz o menor sentido! É divertido enquanto joguinho que dura um ou dois minutos, mas não serve para um filme longa metragem.
Sendo assim, tiveram que inventar uma história, para apresentar os personagens (cada um com uma característica que justifique o passarinho do game) e levá-los à ação – o objetivo do jogo: estilingues contra construções dos porcos. O problema é que a história é bobinha e chia de furos – tipo, Red conheceu os amigos numa terapia de controle de raiva, mas os amigos não têm problemas com raiva.
Relevando-se isso tudo, Angry Birds: O Filme é até divertido. Algumas boas piadas, boa trilha sonora rock’n’roll, uma referência aqui outra acolá – adorei a citação ao Iluminado. Claro, fica um pouco abaixo da qualidade Pixar/Disney/Dreamworks, mas acho que essa nunca foi a pretensão.
O elenco original tem nomes legais, como Peter Dinklage, Jason Sudeikis, Josh Gad, Danny McBride, Bill Hader e Sean Penn. Mas gostei da dublagem, o trio principal funcionou muito bem com Marcelo Adnet, Fabio Porchat e Mauro Ramos (o Sulley de Monstros S.A.).
Despretensioso, vai agradar a molecada. Mas o adulto tem que ter boa vontade.
Outro dia falei aqui de O Escaravelho do Diabo, né? Outro filme nacional que estreou recentemente e foge do rótulo “filme nacional” é Sinfonia da Necrópole, um musical de humor negro. Dirigido por Juliana Rojas (de Trabalhar Cansa), Sinfonia conta uma história de especulação imobiliária num grande cemitério.
Sinfonia da Necrópole tem seus méritos, mas também tem suas falhas, principalmente na parte final – um musical deveria acabar com uma música apoteótica, e não com uma música introspectiva e “pra baixo” como acontece aqui. E aquela cena com mortos-vivos tem maquiagens tão toscas que causam vergonha alheia.
Mas apesar de tudo, ainda acho que Sinfonia da Necrópole merece elogios, nem que seja apenas pela coragem de se fazer um musical de humor negro no Brasil. E, de quebra, a atriz Luciana Paes arrebenta.
Sigamos em frente, o Brasil precisa de cinema de gênero!
Podcrastinadores.S04E09 – Capitão América: Guerra Civil
Tudo pronto para o debate do filme mais aguardado do ano: Capitão América: Guerra Civil, abordando todos os detalhes do filme e ainda traçando um paralelo com a história original nos quadrinhos.
Então escolha o seu lado e divirta-se neste episódio especialmente antecipado, para você que está louco para conversar sobre este filmaço da Marvel.
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Com a ajuda de uma amiga de infância, mulher busca vingança contra pessoas que fizeram mal a ela quando criança.
Voltemos alguns anos no tempo. Na década passada tivemos uma onda de filmes franceses ultra violentos, como Alta Tensão, A Invasora, O Segredo da Rua Ormes e A Fronteira. O Martyrs original, lançado em 2008, faz parte dessa leva, e é justamente um dos mais cultuados.
Aí é que mora o perigo. Se é pra refilmar uma obra cultuada, ou é pra melhorar algum ponto falho no primeiro filme; ou é pra vermos a história de um modo diferente*. Se é pra fazer igual (como acontece aqui), fica a pergunta: pra que? A primeira metade do filme é exatamente igual, só que com menos violência. E a parte final não muda nada pra melhor.
E este é o problema principal. O filme original é um dos filmes mais violentos da última década. E não é só violência por violência, tem todo um mistério sobre uma sociedade secreta – por isso o filme é cultuado. E, na refilmagem, a violência foi abrandada – e muito. Pô, gente. não dá pra cortar a violência de um filme desses! É mais ou menos como a Disney refilmando Tarantino!
O cartaz tenta enganar. “Dos produtores de A Invocação do Mal e Annabelle“. Opa, será que tem dedo do James Wan? Claro que não! Isso significa que tem a Blumhouse na produção, produtora que está por trás de boa parte dos filmes de terror contemporâneos, desde filmes bons como A Invocação do Mal e a série Sobrenatural; até filmes de qualidade questionável como A Forca e Ouija. Ou seja, Blumhouse não é garantia de qualidade.
A direção ficou com os desconhecidos irmãos Kevin e Michael Goets, que até agora só tinham feito um longa, o também desconhecido Rota de Colisão. E o roteirista Mark L. Smith, por incrível que pareça, concorreu ao último Oscar por O Regresso (coisa difícil de acreditar, por este roteiro aqui). No elenco, Troian Bellisario (Pretty Little Liars) e Bailey Noble (True Blood) nem fazem feio, mas não salvam o filme do fracasso total.
Desnecessário. Nada se aproveita. Procure o original.
* Um dos meus filmes favoritos de todos os tempos é uma refilmagem, A Pequena Loja dos Horrores da década de 80. Mas é um filme completamente diferente do original dos anos 60. Este é um bom exemplo de “ver de um modo diferente” que citei lá em cima.