O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder

Crítica – O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder

Sinopse (google): Em uma época de paz, um grupo de guerreiros enfrenta o ressurgimento do mal na Terra-Média. Das profundezas escuras das Montanhas de Névoa, das majestosas florestas de Lindon, até os confins do mapa, o legado desses heróis é maior do que suas vidas.

É complicado falar de uma série que a gente só viu o início. Serão oito episódios, e o Amazon Prime só liberou os dois primeiros. É a mesma coisa que analisar um filme de duas horas tendo visto só a primeira meia hora. Mas… Vamulá.

Outro dia falei aqui do visual da série Sandman. Aqui o visual é ainda mais deslumbrante. Os Anéis de Poder está sendo anunciada como a série mais cara da história da TV, com um investimento de mais de um bilhão de dólares, e a gente vê esse resultado na tela. São várias cenas lindas, de cair o queixo, dava pra fazer vários quadros e colocar na parede.

É uma história nova, então não temos Frodo, Bilbo, Gandalf e Aragorn. Dentre os principais da série, temos versões mais jovens da Galadriel e do Elrond, além de alguns personagens novos. E como ainda estamos sendo apresentados aos núcleos de personagens, não tenho muito a falar sobre eles. A história se divide em quatro núcleos: Galadriel guerreira e os elfos que querem parar a guerra; uma aldeia de hobbits que encontra um “gigante” misterioso; um elfo que vigia uma aldeia de humanos e descobre que orcs estão voltando; e ainda tem um outro plot com anões, esse ainda não sabemos muita coisa.

Sobre a Galadriel: tem gente reclamando que “essa não é a minha Galadriel!”. Ok, reconheço que essa Galadriel está bem diferente da vivida pela Cate Blanchet nos filmes do Peter Jackson. Mas, preciso reconhecer que curti a Galadriel badass. Tem uma cena dela derrotando um troll gigantesco que é muito boa!

No elenco, um monte de gente pouco conhecida. Mas quem acompanha o heuvi vai reconhecer o nome de Morfydd Clark, a Galadriel, que estava no bom terror cabeça Saint Maude.

Ainda é cedo pra julgar a série, mas gostei do que vi até agora. Aguardemos os próximos episódios!

Vamos à polêmica? Os dois lados têm bons argumentos. Vamulá.

J.R.R. Tolkien escreveu O Hobbit na década de 30 e os três livros O Senhor dos Anéis na década de 50 (foram lançados entre 1954 e 55). Era uma outra sociedade, mulheres não tinham espaço para nada. Felizmente estamos evoluindo como sociedade, sei que ainda falta muito, mas, certamente podemos dizer que hoje existe espaço para o protagonismo feminino.

Mas, lá atrás, o normal era só ter homem como protagonista. Na Sociedade do Anel são nove, todos homens (Aragorn, Gandalf, Boromir, Legolas, Gimli e os quatro hobbits). Você pode até achar que é uma obra machista, mas era assim e não temos como apagar o passado.

Agora, na série Os Anéis de Poder, temos uma história nova, criada do zero. Opa, se é uma história nova, então podemos finalmente ter protagonismo feminino! Então, temos várias mulheres em papéis importantes na série.

Isso está incomodando os fãs mais radicais. Tem uma certa lógica, afinal, se na história que se passa depois não tem nenhuma mulher no meio da briga (Galadriel tinha um papel importante, mas não entrava na ação). Ok, entendo. Não concordo, mas entendo.

Essa é a briga da semana no mundo da internet nerd. De um lado, galera que quer mais diversidade numa obra antiga; do outro lado, pessoas que defendem que a essência da obra antiga não seja alterada. Além disso ainda tem a galera que defende que a Galadriel nunca entraria numa briga do jeito como é mostrado na série.

Minha opinião? Não me incomodo nem um pouco com mulheres protagonistas – até defendo isso. E adorei a Galadriel badass. Agora, não posso dizer o mesmo sobre Nori, a “hobbita”. Não que a personagem seja ruim, mas é que é uma personagem que ainda não mostrou a que veio. Meu problema não é com o gênero do personagem, é se o personagem é bom ou ruim, e, pelo menos por enquanto, a Nori não é uma personagem boa.

Enfim, deixemos o pessoal reclamando pra lá, e aguardemos o terceiro episódio!

The Outfit

Crítica – The Outfit

Sinopse (imdb): Um alfaiate especializado deve vencer um perigoso grupo de gângsteres para sobreviver a uma noite fatídica.

A sinopse e o cartaz me sugeriram algo na linha de Kingsman, mas a única semelhança é na ambientação. Kingsman tem muita ação e muito humor, e aqui não tem nada disso. Na verdade The Outfit parece mais um teatro filmado, afinal quase tudo as passa dentro de um único cenário, e quase tudo se passa no mesmo dia.

Estreia na direção de Graham Moore, que ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado por O Jogo da Imitação, The Outfit não é um grande filme, mas tem pelo menos dois trunfos: um ator principal inspirado; e um roteiro cheio de plot twists.

Mark Rylance (Ponte dos Espiões, Jogador Nº 1) está muito bem conduzindo o filme. Ok, seu personagem lembra o de Ponte dos Espiões (que inclusive lhe deu um Oscar) – um cara misterioso, de poucas palavras. Mas isso funciona perfeitamente no formato proposto, porque nem tudo é o que parece ser. Também no elenco, Zoey Deutch, Dylan O’Brien, Johnny Flynn, Simon Russell Beale e Nikki Amuka-Bird.

Aproveito para falar do roteiro. Quase tudo se passa em um único dia (ou noite, não sabemos). Eventos acontecem fora do atelier, mas toda a ação é interna. E tudo é baseado nos diálogos e no entra e sai de personagens. Quem espera muita ação talvez não goste, mas quem gostar de bons diálogos vai ser recompensado com alguns plot twists bem encaixados.

The Outfit ainda tem uma boa ambientação no atelier do alfaiate e uma boa trilha sonora de Alexandre Desplat. Um bom filme “pequeno”.