RRR

RRR

Sinopse (Netflix): Um guerreiro corajoso em uma missão perigosa encontra um policial durão que serve ao exército britânico nesta saga épica ambientada na Índia pré-independência.

Preciso confessar que, por preconceito, quase perdi esse RRR. Agora, depois de ter visto, reconheço que tem grandes chances de entrar num top 10 aqui no heuvi. Sempre lembro da frase que é o lema do grupo Severiano Ribeiro: “cinema é a maior diversão”. Reconheço que gosto de filmes divertidos. Gosto de sentar na sala do cinema, relaxar e me divertir. E RRR é pura diversão!

O filme dirigido por S.S. Rajamouli é exagerado, muito exagerado. Parece que tudo está ligado em 220V. Tudo é intenso, tudo é acima do tom. Logo numa das primeiras cenas temos um único soldado lutando contra centenas de indianos revoltados. Centenas! E ele consegue derrotar todos facilmente. Acho que foi uma cena colocada lá pra dizer para o espectador o que ele vai encontrar. Se o cara achar muito over, já pode desistir logo. Porque se seguir em frente, o filme continuará nessa pegada e mostrará algumas outras sequências muito exageradas.

Os personagens principais, Alluri Sita Ramaraju e Komaram Bheem, realmente existiram. Eles lutaram pela liberdade da Índia, mas nunca se encontraram na vida real. RRR é uma ideia completamente fictícia do que aconteceria se os dois se encontrassem. E o diretor falou sobre uma “amizade imaginária entre dois super heróis”. Ou seja, é exagerado de propósito.

Os efeitos especiais às vezes não convencem. Mas, se a gente pensar que toda a estética do filme se baseia no exagero, um efeito especial tosco pode virar uma opção estilística. Então sim, alguns efeitos não passam credibilidade – mas mesmo assim servem à proposta do filme.

Preciso falar da parte musical. Não entendo muito de Bollywood, mas sei que a Índia tem fama de sempre incluir números musicais nos filmes. E comentei no texto sobre o Oscar 2023 sobre o erro da academia cinematográfica da Índia, que não enviou RRR para ser o representante do Oscar de filme internacional, mas que acabou ganhando o Oscar de melhor música, com Naatu Naatu. A música Naatu Naatu é muito boa, e a cena onde ela é apresentada é sensacional!

Claro, nem tudo é perfeito. O visual do filme é incrível, mas a história é rasa, assim como os personagens. Os “mocinhos” são irretocáveis, enquanto os “vilões” são o cúmulo da malvadeza. Ou seja, o espectador que estiver atrás de uma história mais profunda sobre a independência da Índia não vai encontrar aqui.

A partir de agora heu terei um problema. Porque sei que existe um grande universo de filmes indianos, e preciso procurar outros!