Guy Ritchie’s The Covenant

Crítica – Guy Ritchie’s The Covenant

Sinopse (imdb): Siga o Sargento do Exército dos EUA John Kinley e o intérprete afegão Ahmed em ação

Quando surgiu este novo filme do Guy Ritchie, heu tive a impressão de que ele estava fazendo mais de um filme por ano, porque 4 meses atrás, em janeiro, foi lançado Esquema de Risco – Operação Fortune. Fui checar no imdb, na verdade ele tem trabalhado muito, mas não é mais de um filme por ano. De 2019 pra cá, em 5 anos, ele dirigiu 5 filmes: Aladdin, Magnatas do Crime, Infiltrado, Esquema de Risco e agora este The Covenant.

(Na verdade, a pandemia atrasou o lançamento de Magnatas do Crime, que acabou saindo perto de O Infiltrado, ambos no meio da pandemia. Por isso me confundi.)

Guy Ritchie tem um estilo onde repete algumas características em vários dos seus filmes, como personagens marginais, edição com cortes rápidos e frequentemente usar pitadas de humor (apesar de Infiltrado não ter nada de humor). Mas, desta vez, em The Covenant, o filme não tem “cara de Guy Ritchie”. É um filme de guerra, que se não tivesse o nome dele nos créditos, heu não iria identificar o traço do diretor apenas assistindo ao filme.

Antes de entrar no filme, preciso falar que não curto muito a postura dos personagens em filmes com esse tema. Heu não concordo de jeito nenhum com o Talibã, mas heu também não concordo com um país que se auto intitula a “polícia do mundo” e invade outros países para supostamente colocar ordem. Então, pra mim, é complicado me identificar com um protagonista que está invadindo outro país se achando o dono a verdade, principalmente porque a gente sabe que muitas vezes existem outros objetivos por trás dessa fachada. Mas, como já comentei em outras ocasiões, este site fala de cinema e não de política, então vamos analisar o filme em si.

Segundo filme, depois do atentado de 11/09, em 2001, americanos invadiram o Afeganistão para tentar combater o Talibã. Para isso eles precisavam de intérpretes. Então eles contratavam pessoas locais com a promessa de dar vistos de imigração para que eles pudessem se mudar para os EUA depois. E esse intérprete fica numa situação bem delicada, porque, por um lado, os americanos não sabem se podem confiar nele; por outro lado, o Talibã o considera um traidor, e pode atacá-lo ou atacar sua família.

Heu não vou entrar em detalhes sobre o que acontece ao longo do filme por motivos de spoiler, mas heu diria que o principal foco é a relação entre os dois personagens principais: o oficial americano e o seu intérprete afegão. O personagem que seria o coadjuvante, o intérprete Ahmed, é um personagem excelente, e eles travam alguns diálogos ótimos, como por exemplo quando Ahmed dá uma opinião, e o americano diz “você não está aqui para dar opiniões, e sim para traduzir”, e o outro responde “na verdade estou aqui para interpretar”.

Aproveito pra falar do elenco. Jake Gyllenhaal está bem como sempre, mas, melhor do que ele, é Dar Salim e seu Ahmed. Salim fez um papel em Game of Thrones, mas nem me lembro dele na série. É um dos trunfos de The Covenant.

Ainda queria comentar outros 3 nomes do elenco. Johnny Lee Miller era um cara que, nos anos 90, heu achava que seria um grande nome, depois de filmes como Hackers e Trainspotting. Mas heu errei, hoje ele é tão segundo escalão que só reconheci porque li o nome nos créditos, heu não reconheceria só pelo filme. Outro é Alexander Ludwig, um dos principais da série Vikings. Por fim, na segunda metade do filme aparece o Antony Starr, também conhecido como Homelander ou Capitão Pátria de The Boys. Aqui ele está de barba, mas continua com o mesmo olhar e voz do seu personagem mais famoso.

The Covenant não tem cara de Guy Ritchie, mas a gente precisa reconhecer que tecnicamente é um filme muito bom. O filme é claramente dividido em duas partes, fecha a primeira história e depois começa uma nova, e em ambas histórias temos alguns momentos muito tensos. É bom ter um diretor experiente que sabe manipular a tensão apresentada ao espectador.

Se você for perguntar a minha opinião pessoal, heu ainda prefiro ver Guy Ritchie fazendo filme “com cara de Guy Ritchie”. Mas mesmo assim The Covenant é bem melhor que seu último filme “com cara de Guy Ritchie”, Esquema de Risco. Mais um bom filme de guerra a ser lançado. Pena que não tenho notícias de quando deve chegar ao circuito ou a os streamings.