Transformers: O Despertar das Feras

Crítica – Transformers: O Despertar das Feras

Sinopse (imdb): Durante os anos 90, uma nova facção de Transformers – os Maximals – junta-se aos Autobots como aliados na batalha pela Terra.

Heu nunca tive expectativa de que este novo Transformers seria um bom filme. Sim, Transformers: O Despertar das Feras é ruim como previsto. Mas acontece uma coisa no fim do filme que heu preciso comentar aqui. Então vou falar primeiro sem spoilers, mas no fim do texto preciso comentar isso.

Vamulá. Heu nunca gostei do conceito básico de um Transformer. É um alienígena, inteligente e poderoso, que vem pro nosso planeta pra virar meio de transporte. Um alienígena se viesse pra cá, ou tentaria dominar o planeta, ou viraria amigo. Mas um ET que vem pra cá e vira Uber, pra mim não rola. Esse conceito pode funcionar para um brinquedo, mas, para filme, não rola.

Mas, galera gosta, e os filmes têm boas bilheterias. Sendo assim, vão continuar fazendo mais e mais.

Este novo traz algumas mudanças estruturais. O diretor não é mais Michael Bay (que dirigiu os cinco primeiros filmes), e todos os personagens humanos são novos. Mas, pra mim, a melhor novidade é a duração: menos de duas horas (os cinco filmes dirigidos por Bay têm entre 2h24 e 2h45, são intermináveis!).

Mais curto, mas não exatamente melhor. Dirigido por Steven Caple Jr. (Creed 2), Transformers: O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts, no original) tem um roteiro tão ruim quanto os outros filmes.

Ok, sei que estou vendo um filme onde alienígenas são robôs que viram carros. Mas estou falando da lógica interna proposta pelo próprio filme. Um exemplo: os robôs “do mal” voam. Aí eles viram carros e começa uma perseguição numa estrada. Mas explodem a estrada, e agora os robôs maus não podem alcançar os bonzinhos. Mermão, eles voam! É só voltarem a ser robôs!

Tem outros detalhes que não têm lógica mas a gente acaba deixando pra lá, tipo, os Autobots são robôs que viram carros pra se esconder, enquanto os Maximals ficam usando a forma animal no dia a dia, e só viram robôs de vez em quando. Qual seria a forma “principal” deles?

A sessão de imprensa foi dublada, o que atrapalha duas coisas. Uma delas é que Bumblebee não fala, ele aqui repete trechos de filmes (disseram que ele passou um tempo num drive in). E, dublado, fica difícil de reconhecer quais filmes foram citados. O outro problema é que perdemos um bom elenco de dubladores: Ron Perlman, Michelle Yeoh e Peter Dinklage.

Vamos ao que me incomodou, mas antes os avisos de spoiler.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

O filme tem um vilãozão que é um robô gigantesco que come planetas (sim, a Marvel tem
um vilão igual, o Galactus). O plot fala sobre uma chave que precisava se escondida, porque o vilãozão ia usar a chave pra encontrar o planeta Terra. Os robôs “do mal” acham a chave e chamam o vilãozão. Quando este está colado na Terra, os robôs bonzinhos quebram a chave, e o vilãozão vai embora.

Não vou nem entrar no conceito das leis da física, porque um robô do tamanho do planeta colado aqui ia acabar com a vida na Terra. Isso é filme sobre robô alien que vira Uber, então deixa a física pra lá. Mas, mais uma vez, dentro da lógica proposta pelo filme: se o vilãozão já chegou, não adianta mais destruir a chave. Ele já está aqui, já era.

Conversei com algumas pessoas ao fim da sessão de imprensa, e ninguém conseguiu explicar qual era a lógica daquela chave. E sabe quando um filme piora quando o fim é ruim? Poizé. Transformers: O Despertar das Feras era um filme fraco, mas virou um filme ruim depois desse final.