O Crime É Meu

Crítica – O Crime é Meu

Sinopse (imdb): Madeleine Verdier, uma atriz sem dinheiro, é acusada do assassinato de um famoso produtor. Com a ajuda de sua melhor amiga ela prova isso, é absolvida por legítima defesa.

Reconheço que estou desatualizado com o cinema francês. Fui ver o novo filme do François Ozon, O Crime e Meu (Mon Crime, no original), aí fui checar no imdb, o último Ozon que vi foi O Amante Duplo, de 2017. Ou seja, preciso comentar o novo filme sem me basear na obra do diretor.

O Crime e Meu é baseado na peça homônima, escrita em 1934. Já foram feitas duas adaptações em Hollywood: Confissão de Mulher (1937) e A Mentirosa (1946). Não vi nenhum, não sei o quanto a história é parecida.

O roteiro de O Crime e Meu é bem construído. Rolam alguns plot twists que deixam a trama completamente imprevisível – teve um momento que pensei “e agora, pra onde o filme vai?”. Mas mesmo assim tenho duas críticas ao roteiro. Uma delas é que em determinado momento existe um plano que envolve muitas variáveis e uma delas é um personagem investir um milhão e meio de francos em um negócio. Achei um valor meio alto, e foi uma negociação muito fácil. Ok, a gente vê isso direto em outros filmes, mas mesmo assim cabe a crítica: achei que o cara topou muito rápido.

O outro problema é que em algumas cenas a gente entende que a Pauline gosta da Madeleine. O roteiro levanta esse interesse, mas não desenvolve. Pra que mostrar um conflito que não será desenvolvido? Se vão ignorar a relação entre as duas, acho que seria melhor nem levantar esse assunto.

O elenco é bom. As duas protagonistas, Nadia Tereszkiewicz e Rebecca Marder, estão bem. Do resto do elenco, heu só conhecia Isabelle Huppert e Fabrice Luchini. Todos estão ok.

Por fim, uma crítica à legendagem das cópias que vão para os cinemas brasileiros. Durante os créditos finais, aparecem manchetes de jornais explicando o que aconteceu com cada personagem. E essas manchetes estão sem legendas. Ou seja, o público que não sabe francês acaba perdendo algumas piadas.

Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1

Crítica – Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF devem rastrear uma arma perigosa antes que ela caia em mãos erradas.

E vamos a mais um filme sem fim! Só este ano já é o quarto (depois de Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 e Aranhaverso 3). Pelo menos neste aqui fizeram da maneira correta. Depois volto a esse assunto e explico.

Mais uma vez dirigido por Christopher McQuarrie (mesmo diretor dos dois anteriores, Nação Secreta e Efeito Fallout), este novo Missão: Impossível traz o agente Ethan Hunt envolvido com outra trama rocambolesca que envolve sequências alucinantes. Resumindo: um filmão, já candidato a lista de melhores de 2023.

Todo fã de cinema tem que agradecer que existem pessoas como Tom Cruise. Em tempos de streamings trazendo boas opções dentro do conforto de casa, muitas vezes o espectador se pergunta se vale pagar o ingresso caro para ver um filme. Assim como o Top Gun Maverick do ano passado, Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 é outro daqueles filmes que pedem para serem vistos num cinema, de preferência com a maior tela possível!

Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 tem algumas sequências muito bem filmadas. Tem uma perseguição de carros em Roma que é muito boa (curiosamente, na mesma escadaria onde tem uma cena parecida em Velozes e Furiosos 10). E toda a longa sequência do trem é sensacional – e nem estou falando da impressionante cena do pulo de moto no abismo. A parte final da sequência é ainda melhor.

(Um breve parênteses sobre o momento mais emocionante ser na parte final do filme. Comentei no texto sobre Resgate 2 que foi frustrante ver a melhor sequência na primeira metade do filme. Aqui, guardaram a melhor parte pro final.)

“Ah, mas tem muita mentira!” Caramba, TODOS os filmes da saga são assim! Está até no titulo da franquia: missão “impossível”. Claro que vai ter momentos inacreditáveis. O negócio aqui é como esses momentos são apresentados ao espectador.

A trilha sonora é muito boa. O tema clássico composto por Lalo Schifrin é em 5/4 (vou fazer um short comentando esse compasso composto), e em alguns momentos deste filme a trilha segue no mesmo compasso.

Sobre o elenco, Tom Cruise continua sendo “o cara”. Agora sessentão, continua em forma e dispensando dublês, e continua com charme e carisma suficientes pra segurar uma franquia deste porte. Também estão de volta Simon Pegg, Ving Rhames e Rebecca Ferguson. Não gostei muito do novo vilão, interpretado por Esai Morales, achei que ele tem poder demais, mas não chega a atrapalhar.

Queria comentar duas novidades no elenco. Hayley Atwell está muito bem como uma exímia ladra que não sabemos se merece ou não a nossa confiança. Mas, na minha humilde opinião, a melhor adição ao elenco foi Pom Klemetieff. Muita gente não vai reconhecer apesar de já ter visto outros filmes com ela – ela fez a Mantis em Guardiões da Galáxia. Pom está ótima, parece uma versão da Arlequina, meio louca. Ainda no elenco, Vanessa Kirby, Shea Whigham, Cary Elwes, Henry Czerny e Indira Varma.

Por fim, queria comentar sobre a “parte 1”. Reclamei de Velozes e Furiosos e Aranhaverso, primeiro porque não avisam que não tem fim; depois porque interrompem a trama no meio de forma abrupta. Aqui em Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 fizeram essa divisão da maneira correta. Por um lado, está no título do filme; por outro, a trama não é interrompida. Acaba a missão que eles estavam, mas a história deixa pontas soltas, que vão ser concluídas no próximo filme.

Filmão. Tomara que o próximo mantenha o nível!