Megatubarão 2

Crítica – Megatubarão 2

Sinopse (imdb): Segue um piloto de submersível e um grupo de cientistas em águas profundas para explorar uma trincheira desconhecida na Fossa das Marianas. No caminho, eles encontrarão o Megalodon, um gigante tubarão pré-histórico.

Antes de comentar o filme, a gente precisa se lembrar de que se trata de um filme chamado “Megatubarão 2”. Ninguém vai ver um filme chamado “Megatubarão 2” achando que vai encontrar um “filme de Oscar”.

Dito isso, vamulá. Algumas coisas são bem toscas, mas confesso que me diverti em alguns momentos. Então vou comentar primeiro o que não funcionou, depois o que funcionou.

Em primeiro lugar, tenho dúvidas se um animal que vive a 7 mil metros de profundidade consegue viver tranquilamente na superfície da água. Existe a luz e existe a pressão. Mas, como não saco nada de biologia marinha, não vou dizer que isso é uma falha. Além disso, é a premissa do filme. Pode ser algo absurdo, mas, caramba, a premissa de um tubarão pré-histórico nos dias de hoje já é absurda por si só.

Muita gente vai citar outro problema, que são as conveniências de roteiro, mas isso é algo muito comum em filmes assim. São aquelas cenas onde você diz “caramba, forçou a barra!”. E quem vai ao cinema vai ver um filme chamado “Megatubarão 2” não pode reclamar de algo assim. Mesmo assim, queria citar alguns exemplos de coisas sem lógica no roteiro. Vou citar dois: tem um cara no fundo do mar com uma espécie de armadura que o mantém vivo apesar da pressão. A parada aparentemente é pesada, ele anda no fundo do mar com aquilo. Aí ele se segura numa boia pra subir pra superfície. Quando chega na superfície, larga a boia e tá nadando de boa??? Outra: os mocinhos estão num bote, fugindo, aí dizem “precisamos remar, porque o motor vai atrair o tubarão!”. Aí eles começam a ser perseguidos por outro bote, com vilões, que ligam o motor e são atacados pelo tubarão. O que os mocinhos fazem? Ligam o motor pra fugir! Ué, por que o tubarão não atacou???

Queria falar também sobre um erro grave de continuidade. Erros de continuidade acontecem direto nos filmes, mas normalmente são coisas discretas, ao fundo, fora do foco do espectador. Mas aqui é no objeto principal da cena: Jason Statham tem três lanças, para matar três tubarões. Depois de usar duas, vemos que ainda tem duas nas suas costas! E logo depois, apenas uma!

Heu relevo todos os problemas acima. Agora, pra mim, um problema que não consigo deixar pra lá são os vilões do filme. Em primeiro lugar: não sabemos quem são, qual é a relação deles com o rolê. Simplesmente são vilões que foram jogados para o filme ter antagonistas humanos além dos tubarões. Mas, pior que isso é que são vilões extremamente caricatos, daquele tipo que ri enquanto atira no mocinho. Os anos 80 ligaram e pediram esses vilões de volta!

Agora, dito tudo isso, preciso admitir que me diverti bastante na parte final. A primeira parte do filme tenta mostrar uma trama séria, com espionagem, traições, é uma parte chata. Mas em determinado momento o filme abraça a galhofa, e a partir dai melhora muito. Dei uma sincera gargalhada na cena que mostra um tubarão atacando pessoas, com a câmera dentro da boca do tubarão!

A direção é de Ben Wheatley, que a maioria do pessoal conhece por ter feito uma versão ruim de Rebecca para a Netflix em 2020. Mas, os leitores do heuvi talvez se lembrem de Kill List (2011) e Turistas (2012), que foram comentados aqui – e ainda falei de O ABC da Morte, que também contou com o diretor.

No elenco, o único nome que vale a lembrança é Jason Statham, sempre eficiente. De ponto negativo, achei a menina Meiying (a personagem estava no primeiro filme) péssima. Não sei se por culpa da atriz ou da personagem, mas ela não está bem. Só não posso dizer que é a pior coisa do elenco porque o Pedro Pascal genérico é ainda pior.

Enfim, se alguém me perguntar, não, Megatubarão 2 não é bom. Mas quem entrar na onda da galhofa vai se divertir na parte final.

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Sinopse (imdb): Nick Fury e Talos estão tentando deter os Skrulls que se infiltraram nas esferas mais altas do universo Marvel.

Quando estreou Invasão Secreta, nova série da Marvel na Disney+, pensei em esperar acabar a série e fazer um texto comentando toda a temporada. Mas, o resultado final foi tão decepcionante que mudei de ideia e vou fazer um top 6 de momentos ruins da série.

Escolhi 6 momentos ruins. Podia ser mais, mas a decepção de Invasão Secreta me lembrou a decepção que tive com Obi Wan, e fiz um post com As 6 tosqueiras mais toscas de Obi Wan Kenobi. Então mantive o número 6. E acho que foi uma boa escolha, Invasão Secreta tem mais coisas ruins, mas deu preguiça de rever a série só pra aumentar a lista.

Antes de entrar na lista, uma crítica e um elogio. A crítica é que tudo é arrastado demais, dava tranquilamente pra se cortar as gorduras e fazer um filme de longa metragem em vez de uma série de seis episódios. Conheço várias pessoas fãs do MCU, e quase todos “se esqueciam” de ver os novos episódios a cada semana – diferente de outras séries onde todos corriam logo pra ver.

Agora, nem tudo é ruim. Olivia Colman está ótima, e sua personagem Sonya Falsworth foi a melhor coisa da série. Ela aparece pouco, mas todas as vezes são cenas boas. Uma boa personagem que espero que continue no MCU.

Vamos à lista? Claro, spoilers liberados a partir de agora!

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

– Não acho ruim quando matam um personagem se isso causar um grande impacto na trama e nos personagens. Aquela morte significou algo! Um exemplo dentro do MCU foi a morte da Viúva Negra, que foi um evento bem trabalhado dentro do filme e que causou um enorme impacto em todo o MCU. Agora, quando matam a Maria Hill e o Talos e isso não causa nenhum impacto, aí é ruim. Principalmente a Maria Hill – se o Gravik queria uma imagem do Fury atirando na Maria Hill, causaria o mesmo impacto se o tiro atingisse algo grave e ela precisasse ir para o hospital. Ok, entendo que nem a Maria Hill nem o Talos são personagens muito importantes, a gente nunca veria um filme solo de nenhum deles, mas, mesmo assim, acho que foi desrespeito com o fã.

– A gente descobre que quando um skrull é ferido, aparece a pele real verde dele. Isso acontece algumas vezes ao longo da série. Pra que todo aquele “mexican standoff” entre o Fury e o Rhodes na frente do presidente? Não era só atirar na mão ou na perna do Rhodes?

– A Emilia Clarke é ruim. Existem atores que têm talento, outros têm carisma, e outros têm talento e carisma. Emilia Clarke não tem nenhum dos dois. Acho que está na hora de Hollywwod repensar a carreira dela. Talvez ela funcione melhor como coadjuvante.
(Pra piorar, no fim dá a entender que ela vai trabalhar com a Olivia Colman, que tem talento e carisma. Essa dupla não vai funcionar!)

– Admito que gostei da batalha final, quando usam poderes de vários heróis misturados. Mas, tem uma coisa que ficou estranha: eles aprenderam a dominar os poderes muito rapidamente. Em um filme com o modelo clássico de “filme de origem de super herói”, sempre tem uma parte do filme que é o personagem aprendendo a usar seus novos poderes. Aqui não, os dois já conseguem dominar tudo, automaticamente.

– O local da batalha final era radioativo. Como é que eles guardavam prisioneiros humanos lá?

– Nick Fury foi o cara que organizou a Iniciativa Vingadores. Ele conhecia todos os heróis. Se nenhum herói aparece na série, isso precisa ser verbalizado, senão é um furo de roteiro. Ok, verbalizaram. Existe a pergunta “por que você não chama os seus amigos?”. O problema é a resposta “porque é algo pessoal”. O mundo está à beira da terceira guerra mundial e essa foi a melhor desculpa que os roteiristas pensaram?