O Continental: Do Mundo de John Wick

Crítica – O Continental: Do Mundo de John Wick

Sinopse (imdb): O Continental é uma rede de hotéis localizados em todo o mundo que funciona como um território neutro para membros do submundo do crime. Eles são frequentados por muitos assassinos notórios.

Falei ontem sobre Os Mercenários 4. Agora pensem em uma situação curiosa: de um lado tem um filme, pra cinema, estrelado por Sylvester Stallone e Jason Statham; do outro lado tem uma série de TV, spin off de um filme de ação, e o único nome conhecido é o Mel Gibson, em um papel secundário. Alguém poderia imaginar que o seriado ia ser muito melhor?

O Continental: Do Mundo de John Wick (The Continental: From the World of John Wick, no original) é um prequel de John Wick, e vai mostrar como o Winston (Ian McShane nos filmes) virou o cara tão importante que ele é em toda a saga. A série se passa nos anos 70, ou seja, provavelmente não veremos o próprio John Wick – se ele já nasceu, é apenas uma criança. Ah, o Charon, que nos filmes foi vivido pelo recém falecido Lance Reddick, também aparece. Por enquanto, só esses dois personagens.

O grande diferencial da franquia John Wick são as coreografias de luta. O primeiro filme foi dirigido por Chad Stahelski e David Leitch, os três seguintes por Stahelski (Leitch estava só na produção), e ambos têm um extenso currículo como dublês. Logicamente, eles vão querer mostrar lutas bem filmadas. Stahelski e Leitch aqui são só produtores executivos, a direção é de Albert Hughes (O Livro de Eli), que, curiosamente, não tem nenhum crédito como dublê. Mas ele conseguiu captar muito bem o estilo dos filmes.

Claro que o que mais chama a atenção são as cenas de luta – temos algumas excepcionalmente bem filmadas. Mas heu ainda citaria como destaque toda a ambientação nos anos 70, incluindo a trilha sonora que alterna entre disco music e clássicos do rock setentista. O mesmo falo sobre a fotografia – o visual da série lembra muito o dos filmes. Pra completar, O Continental: Do Mundo de John Wick ainda traz alguns personagens bem esquisitos, o que é coerente com o conceito dos filmes.

Um parágrafo à parte pra falar dos doze primeiros minutos do primeiro episódio, que começa com um plano sequência muito bom, passeando por uma festa. E pouco depois tem uma sequência de tiro porrada e bomba que vai agradar até o mais xiita fã dos filmes.

Se heu puder fazer uma crítica: não gostei da perseguição de carros. Entendo que deve ter tido um problema orçamentário que limitou os takes, mas, sei lá, se não tinha dinheiro pra fazer a cena, era melhor trocar por outra coisa. Não chega a estragar o episódio, mas precisamos reconhecer que ficou estranha.

O Continental: Do Mundo de John Wick será uma série curta, apenas três episódios. Mas, cada episódio é quase um filme de longa metragem – o primeiro, “Brothers in Arms” (único disponível até agora) tem uma hora e vinte e seis minutos. A boa notícia (pelo menos pra mim) é que só tem um episódio por semana – não gosto do conceito de maratonar séries, prefiro um tempo pra digerir o que vimos.

No elenco, o único nome conhecido é Mel Gibson, num papel importante mas secundário. O resto do elenco é de nomes pouco conhecidos. Gostei das atuações de todos, mas, tive um problema, achei que alguns atores são meio parecidos, isso me causou uma certa confusão (os dois que roubam o artefato na primeira sequência não são “iguais”?). Nomes pouco conhecidos, mas, já comentei antes que minha memória bizarra guarda alguns nomes, né? Sabe a irmã de cabelo esquisito, que aparece se alongando? É a Marina Mazepa, que fez a criatura em Maligno.

O primeiro episódio termina com um ótimo gancho (com uma frase usada pelo próprio John Wick, “guns, a lot of guns”). Aguardo ansiosamente pelo segundo!