Crítica – Kubi
Sinopse (Festival do Rio): Com o objetivo de controlar o Japão, o Lorde Nobunaga Oda se envolve em duras batalhas contra os exércitos Mouri, Takeda e Uesugi, encarando ainda as forças dos templos e santuários em Kyoto. Enquanto isso, seu vassalo Araki Murashige incita uma rebelião e desaparece. Nobunaga reúne os outros vassalos e ordena que procurem Murashige em troca de sua herança. Hideyoshi, junto com o irmão Hidenaga e o estrategista militar Kanbei Kuroda, elabora um plano e pretende aproveitar a desordem para tomar o poder.
Filme japonês mostrando samurais brigando entre si atrás de poder. Ok, parecia ser uma boa.
Mas, Kubi tem um problema: são muitos personagens, e muitas traições entre eles. Fica difícil de acompanhar todos os detalhes, a história é muito enrolada. E não fui o único a achar isso, depois fui catar informações e achei um texto de um cara que viu o filme no Festival de Cannes e ele comentou a mesma coisa: são muitos personagens e a história é quase impossível de se acompanhar.
E o que heu faço quando não consigo acompanhar a história quando estou vendo um filme no cinema? Simplesmente relaxo e “deixo o filme me levar”. E, pra minha sorte, tecnicamente falando Kubi é um belo espetáculo visual. Tudo, figurinos, maquiagem, cenários, tudo é bonito e bem cuidado. E são várias batalhas, cheias de detalhes violentos. Sim, tem muita violência gráfica, cheias de detalhes que muitas vezes beiram o gore.
Um breve parágrafo para falar das legendas eletrônicas. Em alguns filmes, colocam um painel debaixo da tela onde passam legendas, acionadas manualmente ao longo do filme. Antigamente isso fazia mais sentido porque eram rolos de filmes, rolos físicos. Para você trazer um filme para cá e legendá-lo, às vezes você tinha que fazer uma cópia – em rolo – de um filme que talvez não fosse exibido depois. Existia um custo para fazer uma cópia, para exibir três, quatro vezes no Festival, e depois nunca mais. (Anos atrás, heu usava isso como norte em Festivais do Rio. Se o filme já tinha cópia legendada, significava que ele ia entrar no circuito. Se eram legendas eletrônicas, ele talvez não entrasse, esse era o filme que heu escolhia.) Hoje em dia, acho que não existe mais o rolo de filme, são só cópias digitais. Não sei se pra cópia digital ainda faz sentido você ter um arquivo com uma pessoa lá botando a legenda na hora, durante a exibição, talvez fosse mais fácil você fazer uma cópia digital já com as legendas.
E por que estou dizendo isso? Porque a cópia de Kubi era com o áudio em japonês e com legendas na tela em inglês, e com legendas em português embaixo da tela. Nossos olhos estão acostumados a irem direto nas legendas, e, em um filme bastante enrolado, ler em inglês e ao mesmo tempo em português, dificultou ainda mais. Será que não era mais fácil procurar uma cópia digital sem legendas em inglês?
A direção é de Takeshi Kitano, veterano, com mais de 4 décadas como ator e diretor. Mas, falha minha, nunca tinha visto nenhum filme dirigido por ele, não tenho como comparar. (Vi alguns filmes dele como ator, mas preciso reconhecer que não me lembro dele: Ghost in the Shell, Battle Royale, Johnny Mnemonic e Furyo Em Nome da Honra.)
Sobre o elenco, heu não conhecia ninguém. Atuações em filmes orientais muitas vezes são exageradas. Aqui, gostei de quase todo o elenco, menos do personagem Nobunaga. Esse está muito mais exagerado do que o normal. Duas curiosidades sobre o elenco: o diretor Takeshi Kitano tem um papel, ele é o samurai Hideyoshi. E um dos personagens é Hattori Hanzo, sim, o mesmo de Kill Bill.
Por causa das legendas eletrônicas, acho difícil Kubi chegar ao circuito…