Baghead: A Bruxa dos Mortos

Crítica – Baghead: A Bruxa dos Mortos

Sinopse (imdb): Após o falecimento do pai, Iris herda um antigo bar que abriga uma entidade capaz de incorporar os mortos. Tentada a explorar os poderes da criatura e ajudar pessoas desesperadas em troca de dinheiro, Iris mergulha em um terreno perigoso.

Assim como aconteceu com o recente Mergulho Noturno, este Baghead: A Bruxa dos Mortos (Baghead, no original) também era um curta, e o diretor do curta, Alberto Corredor, ganhou a chance de transformá-lo em longa metragem. Até procurei o curta original no youtube, mas não encontrei…

Enfim, Baghead: A Bruxa dos Mortos não é tão ruim quanto Mergulho Noturno, mas infelizmente está longe de ser um bom filme. A ideia era boa, mas o desenvolvimento é ruim, e o filme tem uma das decisões burras mais burras dos últimos tempos.

Sei que boa parte do cinema de terror se baseia em decisões burras dos personagens. Mas a tal decisão burra daqui é difícil de aceitar. A menina não tinha contato com o pai, descobre que ele tem um pub caindo aos pedaços. Aí aparece um cara que quer pagar pra visitar o porão, e fala “dinheiro não é problema”. E ela diz que precisa do dinheiro pra recomeçar a vida. Por que ela não vendeu o pub pro cara? Win win, todos iam sair ganhando!!!

Apesar de ser algo óbvio, essa ideia não surge entre os personagens. Então o filme segue com a dinâmica de sempre. E aí rolou outro problema para mim: a protagonista vê que existe algo sobrenatural e aceita tudo muito rápido. Qualquer pessoa normal se faria um monte de questionamentos ao se deparar com algo sobrenatural “real” daquele jeito, mas para ela parecia apenas mais um dia qualquer.

Ou seja, decisões burras dos personagens, somado a uma protagonista que parece artificial…

Some-se a isso uma entidade / monstro que tinha potencial – é uma bruxa que sai de um buraco na parede para se transformar em um ente próximo falecido! – mas que tem um visual mal construído e não assusta (Em uma única cena, rápida, ela anda no teto. Não que seja novidade, já vimos isso em outros filmes, mas seria algo diferente. Mas não desenvolveram esse “sentido aranha”.)

Ainda rolam algumas tentativas de jump scares baratos. Mas, se tem uma coisa que posso elogiar é o clima da casa / pub. É pouco, mas pelo menos o “espectador de multiplex do fim de semana” pode ter uma hora e meia de distração.

Pena que é pouco. Essa premissa merecia um filme melhor.

Freelance

Crítica – Freelance

Sinopse (imdb): Um ex-agente das forças especiais trabalha fornecendo segurança para uma jornalista que vai entrevistar um ditador. No meio da entrevista, ocorre um golpe militar e eles são forçados a fugir para a selva, onde precisam sobreviver.

Alguns filmes se propõem a ser grandes filmes que vão mudar paradigmas do cinema. Outros apenas querem proporcionar uma leve diversão. Este é o caso de Freelance, novo filme de ação de Pierre Morel, diretor francês que chamou a atenção 20 anos atrás com B13 – 13º Distrito (com roteiro e produção de Luc Besson), e que quatro anos depois dirigiria o filme que mais marcou a carreira do Liam Neeson (Busca Implacável).

Se Busca Implacável foi um grande filme, este Freelance parece uma nova versão de Cidade Perdida, de 2022. Se Cidade Perdida era uma mistura de comédia com ação que se baseava no carisma de seus protagonistas Sandra Bullock e Channing Tatum, Freelance faz o mesmo, só que com John Cena e Alison Brie.

A história é clichê e previsível: uma jornalista vai para um país fictício entrevistar o ditador, e contrata um segurança particular. Quando chegam lá, acontece um golpe de estado, tentam matar o presidente ditador, e o trio “se mete em muitas confusões!”

O que vale no filme é o carisma do elenco. É sempre agradável ver John Cena em cena, se ele aparece pouco em Argylle, pelo menos aqui ele está durante o filme inteiro. A personagem de Alison Brie não é muito consistente, às vezes ela parece querer uma coisa, logo depois parece querer outra, mas a atriz também tem carisma. E gostei de Juan Pablo Raba e seu ditador divertido e irônico. Também no elenco, Christian Slater, Alice Eve e Marton Csokas (como o vilão caricato – por que sempre tem que ter um vilão caricato?).

Agora, todo o filme é genérico. Cenas de perseguição genéricas, tiroteios genéricos… Sim, a gente já viu esse filme antes. Mas serve para os fãs do John Cena e da Alison Brie.