Back to Black

Crítica – Back to Black

Sinopse (imdb): O filme narra a vida e a música de Amy Winehouse, através da jornada da adolescência até a idade adulta e a criação de um dos álbuns mais vendidos do nosso tempo.

Nunca fui fã da Amy Winehouse. Vozeirão, mas não sou fã do estilo dela. Tanto que só conhecia três músicas, e uma delas (Valerie) conheci através de uma versão violão e voz, só depois soube que era Amy.

Opa, devo ser o público certo pra esse filme. Vou conhecer a carreira da Amy Winehouse!

Mais ou menos. Dirigido por Sam Taylor-Johnson (50 Tons de Cinza), Back to Black (idem, no original) parece mais uma história sobre o relacionamento tóxico de um casal do que uma cinebiografia musical. O foco principal é o relacionamento, a música está em segundo plano.

Back to Black mostra pouco da carreira da Amy. São cenas isoladas, tipo uma gravação aqui, um show ali, no meio de muitas cenas do casal. Vemos mais tatuagens do que bastidores de composições, ensaios e gravações.

Quem não conhece a história dela (meu caso) vai ficar meio perdido. Tipo ela está fazendo um show num pubzinho pra umas 50 pessoas, logo depois está num estádio cantando pra milhares. O filme não se importa em situar fases da cantora. Por outro lado, conhecemos bem o relacionamento do casal…

Claro, um filme sobre Amy Winehouse não pode ignorar o álcool e as drogas. Aparecem no filme. Mas, me deu a impressão de que suavizaram um pouco. Afinal, alguém que morreu aos 27 anos em consequência de excesso de álcool e drogas, deve ter tido um consumo maior do que vemos no filme…

Tem um outro problema que heu não sabia, mas um amigo crítico me contou. O pai de Amy, Mitch, não era um cara bonzinho como o filme mostra. Dizem que ele sempre explorou a filha, e chegou a montar uma turnê mundial explorando a morte da filha. Quem só conhece pelo filme acha que ele é um pai super legal.

Gostei da interpretação da Marisa Abela. Ok, não sou um grande conhecedor de Amy Winehouse, mas, pra mim, ficou parecida. E, segundo os créditos, é ela que canta as músicas. Mais uma vez, não sou um grande conhecedor, pra mim a voz ficou igual.

Também queria elogiar a edição musical. Música diegética e não diegética se misturam em vários momentos do filme, ela começa cantando e a música passa para a gravação, e essas transições acontecem organicamente. Diria que isso, ao lado da interpretação da Marisa Abela, é o melhor de Back to Black.

Gostei da cena que mostra a música título, Black to Black. Heu tenho um problema particular em prestar atenção em letras de música, normalmente presto mais atenção na harmonia e no instrumental e acabo me distraindo na letra. Aqui, com as legendas, deu pra ver que a música conta uma história. Essa cena ficou boa, pena que o filme usou pouco esse recurso.

Entre erros e acertos, acho que Back to Black talvez agrade aos fãs da Amy Winehouse. Mas para os “não fãs” era melhor um filme mais bem construído.