Crítica – Deep Web: O Show da Morte
Sinopse (imdb): Buscando pistas sobre a morte de sua irmã, um podcaster acaba na deep web e descobre o THE MURDERSHOW, um site onde o maior lance em criptomoedas seleciona como a vítima será morta. Se você está observando eles, eles estão observando você.
Escrito e dirigido por Dan Zachary, Deep Web: O Show da Morte (The Deep Web: Murdershow, no original) é daqueles filmes que tem tanta coisa ruim que é difícil saber por onde começar. Ideia mal desenvolvida, atores ruins, efeitos pobres, tudo deu errado.
Um exemplo logo de cara: o filme começa com uma mulher que acorda numa floresta, com uma câmera presa no peito e câmeras presas nas árvores. A narrativa alterna com flashbacks da noite anterior, quando vemos que ela foi sequestrada. Ok, sequestram uma mulher e a jogam numa espécie de reality show, numa floresta. Podemos seguir a partir dessa ideia. Mas… Logo aparecem os sequestradores e a levam para um local fechado. Caramba, pra que serve criar uma ambientação numa floresta, com câmera presa no peito e câmeras nas árvores, se o filme não vai usar isso???
E o roteiro segue com várias coisas sem nenhuma lógica, como uma mulher que é presa numa gaiola, mas ninguém vê que ela tem um canivete no bolso; ou um homem que faz uma anotação de um endereço num papel e guarda no bolso, e é assassinado logo depois, e o amigo quando vê o cara morto, a primeira coisa que faz é pegar o papel no bolso do cadáver. Chega ao ponto de ter um diálogo entre duas amigas, presas em cativeiro, com uma parede entre elas, onde uma não reconhece a voz da outra! Você precisa ouvir o nome do seu amigo pra reconhecer a voz dele?
Deep Web: O Show da Morte podia pegar um “caminho Terrifier“, que é um filme meio vagabundo mas pelo menos tem muito gore. Existe público pra isso. Mas nem no gore funciona, Deep Web: O Show da Morte mostra poucas cenas de violência gráfica, e nessas poucas, é tudo muito mal feito.
Preciso falar das atuações. O ator principal precisa estar triste porque sua irmã morreu, e ele passa algumas cenas forçando um choro, numa atuação que há tempos não vejo algo tão ruim! E infelizmente não é o único ator ruim.
O final do filme é um bom exemplo de incoerência do roteiro: aparentemente pela tentativa de criar um gancho pra continuação, resolvem fazer um dos tais leilões, mas com as pessoas presentes. Caramba, o nome do filme é “DEEP WEB”! Essas pessoas não vão aparecer presencialmente!!!
Pra não dizer que odiei tudo, achei que a sequência onde os “mocinhos” enfrentam os “vilões” é fraca, mas dentro de um limite aceitável. Mas, em um filme onde tudo está muito abaixo da média, ver uma sequência apenas “fraca” não melhora muita coisa.
Por fim, deu pena do diretor e roteirista Dan Zachary. No fim do filme aparece uma homenagem, descobrimos que ele faleceu. Deu pena porque será lembrado por um filme bem tosco.