Top 10: Maiores Decepções em 2024

Top 10: Maiores Decepções em 2024

(texto copiado do ano passado)

Existe uma diferença entre um filme ser ruim e um filme ser uma decepção. A decepção está mais atrelada à expectativa que criamos em torno daquela título. Precisa ser um filme que heu achava que podia ser bom, se heu já achava que ia ser ruim, não existe decepção…

Mas, me esforcei pra encontrar dez filmes que não estavam presentes na lista de piores do ano, afinal ia acabar repetindo informações.

Queria citar Anora, ganhador da Palma de Ouro em Cannes este ano, e que é um filme bem bobinho. Mas como só será lançado comercialmente ano que vem, fica de fora da lista.

Vamos à lista? Não tem ordem específica.

1- Vidas Passadas
Um filme bonito, bem filmado e bem atuado, com personagens bem construídos e fora dos clichês. Mas é um filme apenas ok. Sinceramente não entendo como tem tanta gente que virou fã do filme.
http://www.heuvi.com.br/vidas-passadas/

2- Amigos Imaginários
O trailer prometia uma comédia rasgada no estilo do Ryan Reynolds, mas Amigos Imaginários é um filme infantil bem bobinho.
http://www.heuvi.com.br/amigos-imaginarios/

3- Canina
Quando surgiu o trailer de Canina, surgiram boatos de que seria um filme criativo e com a melhor atuação da carreira da Amy Adams. Mas é apenas mais um filminho fuen.
http://www.heuvi.com.br/canina/

4- Biônicos
Afonso Poyart prometia ser um grande nome no cinema nacional, depois de filmes como 2 Coelhos e Mais Forte que o Mundo. Aí ele apresenta “o filme nacional mais caro da história da Netflix, e é um roteiro preguiçoso, com uma personagem principal muito ruim.
http://www.heuvi.com.br/bionicos/

5- Mad God
Phil Tippett é um dos maiores nomes quando se fala em stop motion. Aí o cara passa mais de 30 anos fazendo um longa. Que é belíssimo, mas chaaato…
http://www.heuvi.com.br/mad-god/

6- Guerra sem Regras
O novo Guy Ritchie começa bem, prometendo ser um novo Bastardos Inglórios. Mas se perde no meio e o resultado final decepciona.
http://www.heuvi.com.br/guerra-sem-regras-the-ministry-of-ungentlemanly-warfare/

7- Uma Natureza Violenta
Era uma ideia diferente: um slasher sob o ponto de vista do vilão. Mas é um filme que passa quase o tempo todo andando pela floresta.
http://www.heuvi.com.br/uma-natureza-violenta-in-a-violent-nature/

8- Megalopolis
Talvez seja o último filme do Francis Ford Coppola. Triste encerramento de uma carreira que teve O Poderoso Chefão, Apocalypse Now e Drácula de Bram Stoker.
http://www.heuvi.com.br/megalopolis/

9- Coringa Delírio a Dois
O primeiro Coringa foi muito bom, esse aqui falhou em quase tudo. Transformaram num musical, e o pior, num musical ruim.
http://www.heuvi.com.br/coringa-delirio-a-dois/

10- Wicked
Super produção, visual legal, algumas boas cenas, algumas boas músicas, mas… O filme dura intermináveis duas horas e quarenta minutos. E só é a primeira parte!
http://www.heuvi.com.br/wicked/

Top 10 Melhores Filmes de 2024

Top 10 Melhores Filmes de 2024

Depois da lista dos piores, vamos aos dez melhores?

(Ainda farei uma lista de decepções e outra de expectativas fora do óbvio!)

Queria fazer uma menção honrosa a Deadstream, filme de 2022 que só vi este ano, e que achei muito bom.

Lembrando que esta é a “minha” lista. Discorda? Ok, escreva a sua aqui embaixo, prometo que comento sua lista!

Vamos à lista? Todos os filmes foram comentados aqui no heuvi!

10- Aumenta que é Rock’n’roll
A história da rádio Fluminense, rádio que foi fundamental para o início do rock nacional dos anos 80. Filme obrigatório pra quem gosta de rock brasileiro!
http://www.heuvi.com.br/aumenta-que-e-rocknroll/

9- Duna Parte 2
Duna: Parte 2 é um filmão, com tudo de superlativo que isso carrega. Elenco recheado de estrelas, cenários fantásticos, figurinos caprichados, trilha sonora excelente, tudo aqui é grandioso.
http://www.heuvi.com.br/duna-parte-2/

8- Guerra Civil
O melhor filme de Alex Garland até agora, mostra uma guerra pelo lado da imprensa. Cenas tensas e fortes, e uma grande atuação de Wagner Moura, ao lado de Kirsten Dunst e Cailee Spaeny.
http://www.heuvi.com.br/guerra-civil/

7- Strange Darling
Uma das melhores surpresas do ano. Um roteiro fora da ordem cronológica que consegue dar rasteiras na compreensão do espectador. Pena que ainda não foi lançado oficialmente.
http://www.heuvi.com.br/strange-darling/

6- Contra o Mundo
Ritmo de videogame, boas coreografias de luta, bom elenco, excelente timing cômico, é uma pena que este filme ficou pouco tempo em cartaz e pouca gente viu.
http://www.heuvi.com.br/contra-o-mundo/

5- Deadpool e Wolverine
Some toda a galhofa do Deadpool com um Wolverine mal humorado, e adicione um caminhão de referências. A cena do Chris Evans foi a melhor piada do cinema em 2024.
http://www.heuvi.com.br/deadpool-wolverine/

4- Anatomia de uma Queda
Filme de tribunal multi premiado (Cannes, Globo de Ouro, Oscar), que tem um roteiro que beira a perfeição e que traz uma atuação excepcional da Sandra Hüller.
http://www.heuvi.com.br/anatomia-de-uma-queda/

3- Ainda Estou Aqui
Um excelente retrato de um Brasil do tempo do regime militar e uma atuação magistral da Fernanda Torres. Um dos melhores filmes nacionais dos últimos anos. Estou na torcida pelo Oscar!
http://www.heuvi.com.br/ainda-estou-aqui/

2- Pobres Criaturas
Era pra ter entrado na lista do ano passado, vi no Festival do Rio de 2023. Mas guardei pra este ano, porque agora todos já puderam assistir. Filme diferentão tanto no tema quanto no visual, e que conta com uma atuação fantástica da Emma Stone.
http://www.heuvi.com.br/pobres-criaturas/

1- A Substância
Críticas ao machismo e ao etarismo num visual caprichado, com cores, ângulos de câmera, edição, trilha sonora, efeitos sonoros, tudo num clima hipnotizante. E ainda tem muito gore, e talvez a melhor atuação da carreira da Demi Moore.
http://www.heuvi.com.br/a-substancia/

Top 10 Piores Filmes de 2024

Top 10 Piores Filmes de 2024

Mais um fim de ano, época de fazermos nossas listas de melhores e piores do ano. Vou começar com a de piores, em alguns dias postarei a de melhores, depois uma de decepções, e logo depois vou mandar uma lista de expectativas fora do óbvio para 2025 (como fiz nos últimos anos).

Vejo poucas séries, então não vou fazer uma lista de 10 piores séries. Mas preciso citar Star Wars Acolyte! Duvido que tenha tido alguma série pior este ano!

Dois comentários antes de começar. O primeiro é que deixei propositalmente alguns filmes nacionais de fora. É que gosto de cinema nacional, não me sinto bem falando mal de filmes brasileiros. Então, abri mão de ver e comentar alguns filmes brasileiros de 2024 que pareciam ser muito ruins.

O outro comentário é que esta é a “minha” lista. Discorda? Ok, escreva a sua aqui embaixo, prometo que comento sua lista!

Vamos à lista? Lembrando que todos os filmes foram comentados aqui no heuvi!

10- Mergulho Noturno
Alguém achou que seria uma boa ideia transformar um curta de 3 minutos em um longa. Mas a adaptação foi muito mal feita, e o resultado é um filme chato, onde nada acontece e a trama se arrasta.
http://www.heuvi.com.br/mergulho-noturno/

9- Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo
Um bom diretor e um bom elenco não salvam essa mistura de Mercenários das Galáxias com Esquadrão Suicida. Um filme trash que parece que tem vergonha de ser trash.
http://www.heuvi.com.br/borderlands-o-destino-do-universo-esta-em-jogo/

8- O Exorcismo
Um filme que passou por refilmagens e apresenta um resultado bagunçado, além de várias coisas mal resolvidas, numa pegada de “não sabemos pra onde estamos indo”.
http://www.heuvi.com.br/o-exorcismo/

7- Alice no País das Trevas
Ok, ninguém esperava que um filme chamado “Alice no País das Trevas” seria bom. Mas podia ser um trash divertido. Nada, é uma produção preguiçosa, com caracterizações péssimas, nada assustador e muito muito chato.
http://www.heuvi.com.br/alice-no-pais-das-trevas/

6- Deep Web: O Show da Morte
Tem tanta coisa ruim que é difícil saber por onde começar. Ideia mal desenvolvida, atores ruins, efeitos pobres, tudo deu errado. E ainda tem poucas cenas de violência gráfica.
http://www.heuvi.com.br/deep-web-o-show-da-morte/

5- Madame Teia
Um filme de super heróis onde pessoas sem super poderes ficam fugindo de um super vilão. E um roteiro cheio de furos, além de um dos piores product placement do cinema recente.
http://www.heuvi.com.br/madame-teia/

4- Turma da Mônica Jovem Reflexos do Medo
Depois de dois longas com a Turma da Mônica “certa”, apareceu esse outro aqui que é tão ruim que parece uma “versão vídeo brinquedo”. Roteiro preguiçoso, edição mal feita, efeitos especiais toscos, atuações ruins, deu tudo errado aqui.
http://www.heuvi.com.br/turma-da-monica-jovem-reflexos-do-medo/

3- Os Estranhos Capítulo 1
Refilmagem meia boca de um filme meia boca de 2008. E o pior é que será uma trilogia, filmaram ao mesmo tempo outros dois “capítulos”. Triste este fim de carreira do diretor Renny Harlin.
http://www.heuvi.com.br/os-estranhos-capitulo-1/

2- Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
Pretensioso filme genérico que quer ser Star Wars mas é um Mercenários das Galáxias piorado. Não tem uma trama cativante, nenhum personagem interessante ou carismático, nenhuma cena memorável, nada.
http://www.heuvi.com.br/rebel-moon-parte-2-a-marcadora-de-cicatrizes/

1- The Mouse Trap
Ursinho Pooh de terror foi muito ruim. Mas acho que o Mickey Mouse de terror chega a ser pior. Não só é um filme péssimo, como não tem nada a ver com o Mickey! Podia ser qualquer máscara! Picaretagem!
http://www.heuvi.com.br/the-mouse-trap/


Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

Crítica – Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

Sinopse (imdb): Chico Bento e sua turma precisam se unir para salvar a goiabeira de Nhô Lau quando ela é colocada em risco pelo arrogante coronel Dotô Agripino.

E vamos ao aguardado filme do Chico Bento!

Antes, um breve histórico do universo cinematográfico do Maurício de Souza (MSCU?). Em 2019 tivemos Turma da Mônica Laços, e dois anos depois, Turma da Mônica Lições, ambos dirigidos por Daniel Rezende, e ambos muito bons (gostei do primeiro, adorei o segundo!). Ainda rolou uma minissérie de 8 capítulos com o mesmo elenco em 2022. Três bons produtos, com bons roteiros, bom elenco e boa produção. (Tem uma segunda minissérie lançada este ano, mas ainda não vi). Aí outra produtora fez um filme da turma da Mônica Jovem, que falhou em tudo o que os outros filmes acertaram. Era mais ou menos como em 2018, enquanto a Marvel “certa” lançava Vingadores Guerra Infinita, a Marvel “errada” lançava Venom; ou em 2019, uma lançava Vingadores Ultimato e a outra lançava Novos Mutantes

A cena pós créditos de Lições mostrava o Chico Bento, e a expectativa, pelo menos pra mim, era enorme. Primeiro por ser mais um filme da “Turma da Mônica certa”, mas também porque o Chico Bento era um dos meus personagens favoritos. Heu li muitos gibis da Turma da Mônica na minha infância e adolescência, e chegou um ponto onde os quatro principais me cansaram, porque os temas se repetiam sempre: histórias da Mônica quase sempre giravam em torno da força dela; do Cascão, do fato dele não tomar banho; da Magali, da sua fome insaciável. Cebolinha repetia menos, mas eram muitas histórias sobre planos infalíveis. Já o Chico Bento não tinha um tema tão repetitivo. Por isso, a partir de um ponto, passei a preferir gibis dele.

E a notícia é boa! Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é um ótimo filme!

Dirigido por Fernando Fraiha (Daniel Rezende está na produção), Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é simpático, divertido e, acho que posso dizer, um filme delicioso! Tanto pra crianças quanto para adultos, é daquele tipo de filme que a gente sai da sessão leve e com um sorriso no rosto.

Talvez o maior trunfo de Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa seja seu protagonista, Isaac Amendoim. Nunca tinha ouvido falar dele, e preciso dizer que o moleque é sensacional! O carisma do garoto é tão grande que é impossível ver a sequência inicial e não se apaixonar pelo personagem (sequência onde ele está se arrumando, com ajuda da galinha Giselda, da vaca Malhada e de alguns outros bichos). Logo depois ele quebra a quarta parede, conversa com o público e apresenta o filme. Nesse ponto – logo no início do filme! – heu já estava fisgado.

E não é só o protagonista. Toda a ambientação da cidade, todos os personagens secundários, tudo está perfeitamente retratado (ou quase, já chego lá). Assim como nos gibis, é uma história atemporal. Um mundinho mágico mostrando o interior do Brasil. E ainda tem espaço pra entrar em assuntos ambientais.

Falei do Isaac Amendoim como Chico Bento, mas também preciso citar Pedro Dantas como Zé Lelé. Não consigo imaginar um Zé Lelé live action melhor que este! A trilha sonora também merece elogios.

Gostei muito de Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa, mas preciso reconhecer que o filme tem dois problemas. Um deles é na sequência onde a goiabeira ganha vida (Tais Araújo) e conversa com o Chico Bento. É uma sequência que foge completamente do resto do filme, parece que estamos vendo outra coisa. Além disso é uma sequência longa demais. E pra piorar, parte da sequência é live action, mas parte é numa animação de qualidade duvidável (meu filho comparou com o Dollynho!).

O segundo problema é um assunto delicado. Quando Maurício de Souza criou a turma do Chico Bento, não tinha nenhum negro (Rosinha, Zé Lelé, Zé da Roça, Hiro). Hoje, 2024, tudo a ver incluir uma menina negra no rolê. O problema é que é uma menina urbana, com o cabelo roxo, seus pais têm perfil de cidade grande… Eles não parecem caipiras como TODO O RESTO DO FILME. O nome do filme fala da goiabeira “Maraviosa”! Depois da sessão, me disseram que é uma família que veio da cidade grande. Mas não me lembro dessa informação dentro do filme, no filme, Chico apenas fala que ela “se mudou há pouco”. Custava explicar que ela morava na capital? A personagem ficou muito diferente do resto da turma.

Mesmo com esses probleminhas, ainda gostei muito. Torço muito pra fazerem logo um segundo filme, antes do Isaac Amendoim crescer!

Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa estreia agora no início de janeiro. Quero rever!

Mufasa: O Rei Leão

Mufasa: O Rei Leão

Sinopse (imdb): Mufasa, um filhote perdido e sozinho, conhece um simpático leãozinho chamado Taka, o herdeiro de uma linhagem real. O encontro casual dá início a uma jornada transformadora de um grupo de desajustados em busca de seus destinos.

E vamos pra mais um filme desnecessário…

Lançado em 1994, O Rei Leão é um desenho muito bom e muito marcante, que traz personagens carismáticos e uma trilha sonora inspiradíssima. Aí em 2019, aproveitando a onda caça níqueis de versões live action, resolveram lançar um “live action” do Rei Leão – que não tinha absolutamente nada de live action, era apenas uma animação em outro estilo. E este filme de 2019 falhou em quase tudo, mas principalmente em dois aspectos. Primeiro porque era uma história exatamente igual à do filme de 94, e, além disso, por ter traços realistas, os bichos não tinham expressões faciais. O resultado parecia um documentário ruim do National Geographic.

Dirigido por Barry Jenkins, este Mufasa pelo menos traz uma história original, e deram uma aliviada no problema das expressões. Menos mal. Mas mesmo assim, ainda falta bastante pra ser um filme bom.

Mas, antes de tudo, um elogio à qualidade das imagens. Mufasa é colorido, traz vários cenários diferentes, tem cenas debaixo d’água, e ainda tem animais simplesmente perfeitos. Quem estiver interessado na parte técnica vai curtir.

Vamos ao filme. Em Mufasa, Rafiki aparece pra contar para Kiara, filha de Simba, a história de seu avô. Timão e Pumba estão presentes, fazendo o alívio cômico e falando bobagens a cada momento de respiro da história – coisa que incomodou algumas pessoas, mas heu reconheço que gostei de algumas das piadas, principalmente quando eles fazem referências “off filme”, tipo quando mencionam a versão musical.

Mas a história é fraca. O “plot twist” do irmão do Mufasa é tão óbvio que transformaram numa piada, quando Kiara fala “já sei quem que ele vai virar!”. E o personagem me pareceu mal construído: por que um leão que teve toda a sua família assassinada por um vilão se uniria a este mesmo vilão? (Sem contar que este vilão também não é um bom personagem.)

É um filme pra crianças, então não tem sangue, nem bichos mortos. Ok, entendo a proposta. Mas fica estranho, porque nas lutas entre leões, heu nunca conseguia saber o que estava acontecendo. E o fato do Mufasa e do Taka serem muito parecidos atrapalhava, porque quando estamos vendo dois leões quase iguais correndo, como saber qual é qual? (Lembrando que, no desenho, Mufasa e Scar são bem diferentes!)

Tem outro problema: a trilha sonora composta por Lin-Manuel Miranda. Não que seja uma trilha ruim, mas é uma trilha insossa, principalmente se comparada à trilha do desenho de 94, composta por Elton John. Assim como aconteceu em Moana 2, a trilha é esquecível e perde pontos na comparação.

Por fim, um mimimi relativo à dublagem. A dublagem não é ruim, mas, na versão original de 1994, Mufasa é dublado por James Earl Jones (o Darth Vader!), que faleceu este ano. Ok, se ele não pode dublar, vamos usar outro ator com as mesmas características na voz, tem que ser uma voz encorpada e imponente. Mas a voz do Mufasa na dublagem brasileira é uma voz “normal”. Aí fui catar quem fez a voz na versão original, é Aaron Pierre, ator que não conheço. Fui procurar a voz dele no youtube, ok, é uma voz compatível. Por que diabos o Mufasa brasileiro tem voz fina?

Mufasa é ruim? Não, garotada vai ver e vai curtir. Mas, como falei no início, é desnecessário.

Kraven, O Caçador

Crítica – Kraven, O Caçador

Sinopse (imdb): A complexa relação de Kraven com o pai, Nikolai Kravinoff, o leva a uma jornada de vingança com consequências brutais, o motivando a se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores do mundo.

Antes de tudo, uma informação importante: nunca li os quadrinhos desse Kraven. Todo o meu texto será baseado no filme.

Ninguém esperava que Kraven, O Caçador seria bom. Afinal, é o sexto filme de um universo todo errado: “vilões do Homem Aranha sem a presença do Homem Aranha”. Pra piorar, não teve sessão de imprensa, coisa que normalmente acontece quando a distribuidora não acredita no potencial do filme. Mesmo assim fui ver. É bom? Não. Mas não é o pior do ano.

(Só pra deixar registrado: os outros filmes são Morbius, Madame Teia e os três Venom. Todos ruins.)

Dirigido por J.C. Chandor, Kraven, O Caçador (Kraven the Hunter no original) sofre do mesmo problema dos outros: como o protagonista é um vilão sem oponente, o filme força uma barra pra ele virar uma espécie de anti herói. Ou seja, é um vilão mas não pode ser “do mal”. E, como nos outros filmes, essa construção de personagem não foi muito boa.

Tem outro problema que é a grande quantidade de personagens. Por exemplo, são três vilões, um deles ficou sobrando. Podia focar só no pai e no Rino, aquele que conta até 3 e congela tudo é meio desnecessário.

(Me falaram que nos quadrinhos a Calypso também é vilã, mas isso não acontece aqui neste filme. E no finzinho do filme, o irmão, Dmitri, dá a impressão de que vai virar outro vilão, mas isso ficaria pra uma suposta continuação.)

Some-se a isso efeitos especiais que parece que a gente está vendo um filme dos anos 90. Algumas cenas de ação o herói é um boneco de cgi que não respeita as leis da física. Mas… isso me incomoda pouco. Um roteiro mal escrito me incomoda mais. Um exemplo claro está na personagem Calypso, que entra e sai da trama quando o roteiro está precisando de uma ajuda. Ela está no passado do protagonista, e volta justamente quando ele precisa de ajuda. Um pouco mais tarde no filme a gente descobre que ela sabe atirar com arco e flecha, mas logo depois que o roteiro usa suas habilidades, ela some do filme.

Agora, uma coisa boa de Kraven é que tem mais sangue e violência que o padrão dos “filmes de super herói”. Nada muito gráfico, mas pelo menos vemos sangue, coisa que costuma faltar em filmes do gênero.

Sobre o elenco, Aaron Taylor-Johnson não está mal como o protagonista. Mas não podemos dizer o mesmo de Russell Crowe, caricato demais como o mafioso russo. Ariana DeBose como Calypso também não está bem. Também no elenco, Fred Hechinger, Alessandro Nivola e Christopher Abbott.

Agora queria terminar meu texto com uma listinha curta de coisas sem sentido em Kraven, O Caçador. Vamulá?

– Sua avó lhe entrega uma poção mágica, segredo da sua família, que vai dar super poderes a quem tomá-la. Que tal dar essa poção pro primeiro desconhecido que encontrar pela frente?

– Se Kraven teve contato com o sangue de um leão e tomou uma poção mágica que lhe deu os poderes de um leão, como é que ele escala paredes e tem a visão de um elfo?

– Kraven é “O Caçador”, mas ninguém sabe o nome dele, porque ele diz que mata todos os que ouvem isso. Ok. Aí o vilãozão pega uma filmagem de câmera de segurança e descobre, por reconhecimento facial, que aquele cara é Sergei Kravinoff e também é o Caçador. Como é que ele descobre que também é chamado de Kraven?

– Ainda nesse reconhecimento facial, da primeira vez que vemos, deu 97,3% de compatibilidade. Na segunda vez, mudou pra 99,99%. O que mudou?

– Você é um vilão malvadão e manda um capanga matar o herói. O capanga diz “vou matá-lo”, mas não volta. Por que diabos você vai acreditar que seu capanga conseguiu e vai embora achando que o herói está morto?

Parece que vão acabar com esse universo de “Homem Aranha sem Homem Aranha”. É, talvez seja a melhor opção.

O Auto da Compadecida 2

Crítica – O Auto da Compadecida 2

Sinopse (imdb): Os malandros João Grilo e Chicó retornam 25 anos depois da sua última aventura.

Pensei em não fazer conteúdo sobre O Auto da Compadecida 2, porque é um filme que não tem muito o que se falar. Mas como o primeiro foi um grande sucesso, bora pra um texto curtinho.

Antes de tudo, um elogio à dupla de protagonistas. Mateus Nachtergaele e Selton Mello voltam com João Grilo e Chicó, e é uma delícia vê-los em tela. Os dois são muito bons, e, juntos, são ainda melhores. Quase que dá pra dizer que O Auto da Compadecida 2 vale pela dupla.

Mas, o filme tem problemas. O principal é que este filme é igual ao primeiro. Fiquei me perguntando qual seria o público alvo de O Auto da Compadecida 2. Porque se for o cara que gostou do primeiro filme, não seria melhor rever o primeiro filme?

Tem outra coisa que me incomodou, mas não diria que é uma falha, porque faz parte da proposta. Toda a estética é teatral, parece que estamos vendo uma peça de teatro filmada. Chega a ter uma igreja com a janela torta, emulando um cenário teatral. O Auto da Compadecida 2 foi dirigido por Guel Arraes, e lembro que esta mesma característica estilística me incomodou em Grande Sertão, filme dele lançado na primeira metade do ano. Acho isso ruim, linguagem teatral nem sempre funciona no cinema, precisa de uma adaptação…

Voltando ao elenco, queria destacar Humberto Martins e Eduardo Sterblitch como os políticos rivais. São ótimos personagens, e os atores estão muito bem – e ainda abrem espaço pra uma discussão sobre como políticos dominam a massa com motivos eleitoreiros. Infelizmente não posso dizer o mesmo sobre as duas principais personagens femininas. Clarabela (Fabiula Nascimento) está caricata e Rosinha (Virginia Cavendish) pouco aparece. Achei que o roteiro não soube valoriza-las, e ainda tem um problema: elas fazem um triângulo amoroso mal construído com o Chicó do Selton Mello – a princípio parece que Chicó gosta da Clarabela, mas em um estalo de dedos ele se mostra super apaixonado pela Rosinha. Outro problema é o personagem de Luis Miranda, que entra bem, como um malandro carioca que era parceiro de João Grilo, mas que parece que queriam esticar sua presença e inventam que ele vira um padre, e o roteiro não sabe mais o que fazer com o personagem.

Pelo menos O Auto da Compadecida 2 não é de todo ruim. Vale pelo João Grilo e pelo Chicó.

Clichês Sonoros no Cinema

Clichês Sonoros no Cinema

Sempre que, em algum filme ou série, alguém pega um microfone pra falar, começa uma microfonia que logo para. Isso sempre me incomodou, porque a vida real isso não acontece, a microfonia só para se o técnico de som mexe na mesa, ou se a pessoa muda a posição do microfone!

Inspirado nisso, resolvi fazer uma listinha de 6 clichês sonoros do cinema. Vamulá?

1 – Microfonia quando alguém pega um microfone. Como falei,se começa uma microfonia, ela continuaria, até alguém fazer algo pra parar.

2 – Pneus sempre “cantam” em curvas ou quando o carro para. Se fosse assim na vida real, as ruas seriam muito mais barulhentas.

3 – Qualquer lâmina empunhada faz um som, mesmo quando não encosta em nada. Se onde vem esse som?

4 – Golpes de artes marciais sempre fazem barulho “de vento”. Ok, deve ser pra dizer que os golpes são rápidos…

5 – Não existe som no espaço. Mas sempre quando aparece alguma cena no espaço, ouvimos um som grave.

6 – Por fim, um som que não está errado, mas o tempo está. Som e luz têm velocidades diferentes. Vemos a luz de um raio, e pouco depois ouvimos o som do trovão. Mas no cinema, sempre raio e trovão e raio estão mesmo tempo

MadS

Crítica – MadS

Sinopse (imdb): Um adolescente para na casa do seu traficante para testar uma nova droga antes de ir para uma festa. No caminho, ele encontra uma mulher machucada e a noite se torna algo surreal.

Quando ouvi falar de um filme francês de zumbi, em plano sequência, lembrei de Coupez!, refilmagem do japonês One Shot of the Dead, que traz um filme trash de zumbi em um divertido plano sequência, e que tem um plot twist no meio que deixa tudo ainda mais interessante. Mas não, MadS tem outra proposta.

Não sei se MadS chega a ser um “filme de zumbi”. Vemos o início de uma infecção, mas parece mais algo na linha do filme Extermínio, onde pessoas são infectadas e passam a agir como zumbis, mas não são mortos vivos. Enfim, a história em si não tem nada demais. O grande lance é ser um filme inteiro sem cortes.

Escrito e dirigido por David Moreau, a proposta é ser um longo plano sequência de 90 minutos. Li uma entrevista do diretor num site português, ele falou que realmente não tem cortes. Ele disse que filmou tudo cinco vezes, em cinco dias seguidos, e que nos dois primeiros dias deu tudo errado, mas que depois acertaram, e que a quinta filmagem é o filme que estamos vendo.

Se é verdade ou não, não sei. Existem vários pontos onde a câmera passa por uma parede, ou pilastra, ou lugar escuro, pontos onde poderiam haver cortes – normalmente usam esses pontos pra fazer os cortes e depois emendar digitalmente. Heu particularmente não acredito que ele tenha conseguido tudo em um único take.

Mas, isso pouco importa. Valorizo mesmo quando o plano sequência tem essas emendas, porque a concepção do story board precisa pensar em um todo. Por isso, bato palmas pro resultado alcançado, tenha emendas ou não.

Digo isso porque acontece MUITA coisa durante este plano sequência. Tem câmera acompanhando carro, moto, bicicleta, tem festa com dezenas de pessoas, tem cenas com policiais, tem brigas, tiros, sangue… E em defesa da declaração do diretor, a trama começa ao entardecer e segue de noite. E filmar nesse horário é complicado por causa da continuidade.

Outra coisa que heu queria destacar são os efeitos de maquiagem “em tempo real”. Talvez tenha tido algo inserido digitalmente na pós produção, mas em alguns momentos provavelmente o ator estava com algum truque de maquiagem para usar na hora, com a câmera rolando. Independente de como foi feito, o resultado ficou bem legal.

MadS é um filme do streaming Shudder, que infelizmente não existe oficialmente no Brasil…

Alice: Subservience

Crítica – Alice: Subservience

Sinopse (prime vídeo): Com sua esposa no hospital (Madeline Zima), um pai em dificuldades (Michael Morrone) compra uma Inteligência Artificial para ajudá-lo em casa. Mas à medida que o robô (Megan Fox) se afeiçoa ao se novo dono, os limites começam a se cruzar. Logo ela está determinada a eliminar o que considera ser a verdadeira ameaça à sua felicidades: sua família.

Nos meus tempos de videolocadora, lembro que dividiam os lançamento em duas categorias: filme de ponta, que era aquele filme com atores famosos, que estava no cinema meses atrás; e o filme de apoio, que eram filmes menos conhecidos, normalmente com menor qualidade, que estavam lá pra quando o cliente não conseguia o filme de ponta e queria levar algo novo pra casa. Anos depois, esses “filmes de apoio” passaram a ir direto pra tv a cabo. Hoje, é o grosso das produções feitas pelos streamings. Com atores fracos e roteiro preguiçoso, este Alice: Subservience tem esse perfil.

Mas antes de tudo, um elogio à escolha da Megan Fox como robô. Megan Fox tem duas características muito marcantes: ela é muito bonita, e não é muito expressiva (sim, é uma atriz ruim). Escalá-la como um robô foi perfeito! Michele Morrone faz o pai que compra a robô, ele é conhecido pelos filmes 365 Dias, que não vi mas ouvi falar que são todos muito ruins, mas aqui posso dizer que ele é tão ruim quanto a Megan Fox. O outro nome importante no elenco é Madeline Zima, que me lembro de Californication, e que aqui não atrapalha, mas o filme é mais focado nos outros dois.

Comentei que parecia um filme de apoio, ou filme de tv a cabo. A produção segura a onda na nudez e violência, coisa típica daquele tipo de produção. Alice: Subservience tinha justificativa pra mostrar nudez e violência, mas segura a mão e não mostra quase nada. Vejam bem, um filme não precisa ter nudez e violência, mas se tivesse aqui, eram grandes as chances do resultado final ser melhor. A gente vê cenas de sexo, com as duas atrizes, mas nada de nudez – não me lembro da Megan Fox nua em nenhum filme, ela sempre faz o papel de mulher sexy, mas nunca mostra nada; Madeline Zima teve cenas de nudez em Californication, mas aqui me pareceu que sua nudez foi borrada digitalmente. Já pela violência, vemos a robô matando pessoas. Mostrar um pouco mais de sangue e gore agregaria valor…

O que sobra é um roteiro previsível e preguiçoso. E se a gente parar pra pensar, tem algumas falhas estranhas. Tipo, estamos em uma sociedade no futuro onde temos robôs super evoluídos, mas onde ninguém pensou em criar um coração artificial?

Ok, vamos dizer que uma tecnologia evoluiu mas a outra não. Mas então a gente pode pensar em várias coisinhas ao longo do filme que não fazem muita lógica. Tipo, trocam funcionários de uma obra por robôs. E por que os robôs precisam “descansar” em vez de trabalhar à noite? Ou ainda quando a Megan Fox quer arrancar o coração da outra mas antes precisa atirá-la longe. Pra que??? Ou um robô que não ouve humanos logo ao lado. Ou uma ala de pediatria no hospital onde não tem nenhum funcionário. Ou…

Alice: Subservience ainda tem outro problema, mas talvez seja uma espécie de head canon, porque é algo que estava na minha cabeça e não no filme. Mas é que o filme não entra na discussão filosófica sobre o uso da IA. Tinha espaço pra levantar questões sobre o quanto a IA pode entrar ou não na nossa vida, e ainda tinha espaço pra questão delicada: sexo com robô seria traição? (Lembrei de Ex Machina, quando levantam a questão de se um humano pode se apaixonar por uma IA.) Mas, nada. Nenhuma discussão. Tudo raso…

No fim, Alice: Subservience nem é ruim. Mas fica a sensação de que estamos vendo só porque o “filme de ponta” estava alugado pra outra pessoa.