Crítica – O Conde de Monte Cristo
Sinopse (imdb): Alvo de uma armadilha, Edmond Dantès é preso no dia do casamento por um crime que não cometeu. Após quatorze anos na prisão, ele consegue fugir. Agora rico, ele assume a identidade do Conde de Monte Cristo e se vinga de seus traidores.
Nunca li o livro O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas (o mesmo de Os Três Mosqueteiros), lançado originalmente como folhetim entre agosto de 1844 e janeiro de 1846. Vi duas das versões cinematográficas, a de 1975, estrelada por Richard Chamberlain; e a de 2002, estrelada por Jim Caviezel e Guy Pierce. Também teve uma minissérie em 1998, estrelada por Gérard Depardieu e Ornella Muti, e acabei de ver no imdb que mês que vem estreia uma nova série, com Sam Claflin – não vi nenhuma dessas duas versões.
Mas, preciso confessar que me lembrava de pouca coisa. O que não foi ruim, entrei no cinema para ver uma “nova história”.
Escrito e dirigido por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière (mesmos roteiristas dos dois recentes filmes d’Os Três Mosqueteiros), O Conde de Monte Cristo (Le Comte de Monte-Cristo, no original) é o filme mais caro feito na França em 2024 (custou 42,9 milhões de euros). E a gente vê isso na tela: O Conde de Monte Cristo é uma superprodução que não deixa nada a dever para o milionário cinema hollywoodiano.
(O filme francês mais caro da história é Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, de Luc Besson, com um custo de produção de 197,47 milhões de euros. Mas, diferente de O Conde de Monte Cristo, é um filme com “cara de Hollywood”.)
O Conde de Monte Cristo é um “filmão”. Acompanhamos a saga de Edmond Dantès, preso injustamente, e que quando consegue sair da prisão tem um elaborado plano de vingança. Tudo isso em uma reconstituição de época impecável, com figurinos e cenários que enchem os olhos. A fotografia ainda usa várias vezes takes aéreos (provavelmente usando drones) e consegue captar imagens belíssimas!
O Conde de Monte Cristo é longo, são quase três horas de projeção. Mas a história é envolvente e bem contada, em nenhum momento o filme é cansativo. A trilha sonora épica de Jérôme Rebotier também é muito boa. E não posso deixar de mencionar a perfeita maquiagem usada pra envelhecer os personagens, afinal, passam-se 20 anos ao longo do filme.
Se tem uma coisa que não gostei muito foram as máscaras usadas pelo protagonista. Ele não pode ser reconhecido, então usa algumas máscaras para interagir com as pessoas. Mas, numa história que se passa no início do século 19, fiquei me questionando se aquelas máscaras seriam tão perfeitas, ou se em algum momento alguém ia desconfiar de alguma falha na sua maquiagem. Felizmente nada que atrapalhe o filme.
O elenco é bom, mas preciso reconhecer que não conhecia quase ninguém, só reconheci Anamaria Vartolomei, de O Império. Pierre Niney manda bem como Edmond Dantès, um papel complexo, tanto na parte física (ele emagrece muito na época da prisão) quanto na parte de interpretação (quando ele usa máscaras e desenvolve outras personalidades).
Por fim, uma coisa que achei curiosa: o filme quase todo é em francês, mas me parece que alguns dos diálogos entre Edmond e Haydée são em outra língua. Não sei se era outra língua, porque a personagem vem de outro país, ou se é algum sotaque forte, porque a atriz nasceu na Romênia.
Filmão.