Furiosa: Uma Saga Mad Max

Crítica – Furiosa: Uma Saga Mad Max

Sinopse (imdb): Após ser sequestrada do Vale Verde de Muitas Mães, enquanto os tiranos Dementos e Immortan Joe lutam por poder e controle, a jovem Furiosa terá que sobreviver a muitos desafios para encontrar e trilhar o caminho de volta para casa.

Bora pro quinto filme da saga Mad Max, desta vez sem o Max!

Antes, uma pequena recapitulação. Tivemos três Mad Max, todos dirigidos por George Miller e estrelados por Mel Gibson. O primeiro, de 1979, é bom; o segundo, de 1981, é muito bom; o terceiro, de 1985, é muito ruim. Trinta anos se passaram e Miller fez um novo filme, Mad Max Estrada da Fúria, com Tom Hardy no lugar de Mel Gibson. Este quarto filme tinha uma personagem secundária, Furiosa, que era melhor que o protagonista Max. E acho que não fui o único a pensar assim, porque agora temos um prequel contando a história da Furiosa.

Mais uma vez dirigido por George Miller, Furiosa: Uma Saga Mad Max (Furiosa: A Mad Max Saga, no original) começa com a Furiosa ainda criança morando no Vale Verde, até que é sequestrada por um novo vilão, Dementos.

(Sabe quando a gente vê nomes como “lord Sifo Dyas” ou “conde Dooku” e acha que tem algum brasileiro de sacanagem na Lucas Film? Poizé, os nomes aqui fazem a gente pensar algo parecido. Furiosa, Dementos, Scrotus, Erectus…)

Assim como fez nove anos atrás em Estrada da Fúria, mais uma vez George Miller entrega um espetáculo visual impressionante. O cara acabou de completar 80 anos de idade, dois meses atrás, e dirige um filme com muitas cenas de tirar o fôlego. São diversas cenas de perseguições de carros, todas muito bem filmadas, a câmera sempre bem posicionada. Não sei o que foi efeito pratico e o que foi cgi, mas digo que, pelo menos pra mim, os efeitos funcionaram muito bem.

George Miller é tão detalhista que uma das cenas de ação, que dura 15 minutos na tela, demorou 78 dias para ser filmada, envolvendo perto de 200 profissionais diariamente, com Miller apresentando storyboards sobre cada detalhe a ser filmado!

A fotografia é um espetáculo. Quase todo o filme se passa no deserto, e temos inúmeras cenas belíssimas, daquelas que dá pra tirar um frame e fazer um quadro. A cenografia e os figurinos também enchem os olhos. Mad Max sempre teve personagens exóticos e veículos exóticos. Aqui continua com a tradição – inclusive alguns dos veículos dá até pena de aparecerem tão pouco, como uma “Kombi com carreta” que só aparece por poucos segundos. E vemos cenários com riqueza de detalhes, tanto na Citadel quanto nos outros dois locais que não lembro se aparecem no filme de nove anos atrás, a Bullet Farm e o Gas Town (além de vermos algo do Verde Vale). Também gostei da trilha sonora que usa o didgeridoo, instrumento aborígene.

Uma coisa curiosa sobre o elenco. O filme é da Furiosa, a atriz principal é a Anya Taylor-Joy, mas ela só aparece em cena com 61 minutos de filme. A primeira hora de filme mostra Furiosa criança, interpretada por Alyla Browne, ótima atriz mirim que heu não conhecia (apesar de ver no imdb que ela estava em Era uma vez um Gênio, último filme dirigido por George Miller antes de Furiosa). Alyla Browne manda bem, Anya Taylor-Joy idem. Detalhe: Anya quase não fala no filme, segundo o imdb são apenas 30 linhas de diálogo.

O novo vilão é interpretado por Chris Hemsworth, com uma maquiagem que deixou ele mais parecido com o Charlie Hunnam do que com ele próprio. Conversei com alguns amigos que não gostaram dele, mas heu discordo, gostei de ter um vilão fanfarrão e caricato. Só achei que alguns elementos de cenografia deveriam ser pensados, porque é impossível não lembrar do Thor quando vemos Chris Hemsworth com uma capa, ao lado de um cara com chifres.

Cabe um mimimi? Charlize Theron tinha 40 anos quando Estrada da Fúria foi lançado; Anya Taylor-Joy tem 28 agora, no lançamento de Furiosa. Ok, é uma Furiosa mais nova, coerente ter uma atriz mais nova. Mas… O fim do filme conecta diretamente ao outro filme. É que nem Rogue One, que termina momentos antes de começar Guerra nas Estrelas. Furiosa termina momentos antes de começar Mad Max Estrada da Fúria. Precisava de uns anos pra personagem envelhecer…

Alguns dos atores do filme de nove anos atrás reaparecem aqui, então tem espaço pra outro mimimi. O filme se passa antes, os personagens estão mais novos. Nathan Jones, que faz Rictus Erectus, não parece mais novo… Mais uma curiosidade sobre o elenco: Angus Sampson, que está nos dois filmes como “Organic Mechanic”, tem um papel recorrente na franquia Sobrenatural.

São duas horas e vinte e oito minutos de filme, mas achei um ritmo ótimo, não cansou. Se tenho uma única crítica é que no finzinho tem uma cena entre a Furiosa e o Dementos que se estende demais. É um diálogo que achei desnecessário. Na minha humilde opinião, se tirasse aquele longo diálogo, seria melhor.

Claro, temos referências ao filme de 2015. Max aparece rapidinho,numa cena que se você piscar, perde – mas dá pra ver claramente que é ele. E durante os créditos vemos cenas do filme anterior.

Furiosa: Uma Saga Mad Max estreia esta semana nos cinemas, e é daqueles filmes que vale ser visto no cinema, com uma tela grande e um som alto.

Resgate 2

Critica – Resgate 2

Sinopse (imdb): Depois de escapar da morte por um triz, o mercenário Tyler Rake encara mais uma missão perigosa: resgatar a família de um criminoso implacável.

Novo lançamento da Netflix, Resgate 2 parecia ser apenas mais um filme de ação genérico desses que aparecem de vez em quando no streaming, como o recente Ghosted. Mas existe um plano sequência de 21 minutos que coloca Resgate 2 em um patamar um pouco acima da média.

Resgate 2, claro, é continuação de Resgate, de 2020, ambos dirigidos por Sam Hargrave e estrelados por Chris Hemsworth. Vi o primeiro filme no meio da pandemia, tempos meio confusos, heu tinha dado um tempo das críticas aqui no heuvi (acho que foi a única época que fiquei sem escrever em quase 15 anos de site). Mas não esqueci do filme no top 10 de 2020. E digo mais: ele entrou no top 10 por causa de um bom plano sequência de tiro porrada e bomba durante vários minutos.

E sabe aquela coisa que falam sobre continuações em Hollywood? A continuação tem que ser maior, mais intensa? Então, aqui tem um plano sequência absurdo! São 21 minutos que começam com uma perseguição nos corredores de uma prisão, briga mano a mano, briga generalizada (com dezenas, talvez centenas de extras), tiros, explosões, fogo, depois perseguição de carro, depois fuga num trem sendo perseguido por helicópteros – tudo isso sem cortes!

Ok, a gente sabe que teve cortes. Vários. Toda vez que a câmera faz um pan, ou um close, ou passa alguma coisa na frente, pode cortar. Mesmo assim, o plano seguinte tem que seguir o mesmo ritmo do anterior, ou seja, a concepção da parada tem que ser uma coisa só. Respeito alguém que concebeu algo deste porte – segundo o imdb, demoraram de 4 a 5 meses ensaiando, e 29 dias filmando a sequência!

(Se tenho uma crítica a esse plano sequência é que começa no fim da madrugada, ainda escuro, e começa a amanhecer. E amanhece muito rápido.)

Quando acabou essa sequência, fiquei com pena de não estar vendo isso num cinema, numa tela grande, apreciando uma cena dessas como deveria ser apreciada. Mas depois fiquei feliz por estar no streaming, porque pude voltar e rever… 🙂

Agora, o problema de ter uma sequência dessas na primeira metade do filme é que depois o filme fica sem graça. O plano sequência começa em 26:17 e termina em 47:24, e os créditos começam em 1:51:05. Ou seja, ainda tem mais de uma hora de filme onde vemos sequências genéricas de ação. E a comparação fica na cabeça. E não estamos falando de comparar com outros grande filmes de ação como John Wick, The Raid ou Atômica; estamos comparando com a primeira metade do filme!

A segunda metade do filme é inferior, mas ainda tem uma boa sequência de ação. Porém, na minha humilde opinião, Resgate 2 ia fluir melhor se o grande plano sequência fosse mais pro final do filme.

Ok, chega de plano sequência. E o resto? Bem, Resgate 2 tem um roteiro bem simples, que se baseia num problema de maniqueísmo onde o vilão é malvado, muito malvado. Podiam ter dado alguma profundidade ao antagonista, ficou caricato.

O elenco se baseia na figura de Chris Hemsworth, que é bom ator, carismático e funciona muito bem nas cenas de ação. O resto do elenco principal é de nomes desconhecidos. Olga Kurilenko tem um papel menor, como a ex esposa do protagonista; Idris Elba aparece pouco, seu personagem está apenas querendo direcionar uma nova franquia.

A história se fecha, mas abre espaço pra um terceiro filme. Será que teremos outro plano sequência de explodir cabeças?

Thor: Amor e Trovão

Crítica – Thor: Amor e Trovão

Sinopse (imdb): A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Valquíria, do Korg e da sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como Poderoso Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais.

E a Marvel continua desenvolvendo o seu cada vez mais complexo universo cinematográfico. A boa notícia aqui é que, se Doutor Fantástico precisava de pré requisitos (quem não viu a série Wandavision deve ter ficado um pouco perdido), este Thor: Amor e Trovão (Thor Love and Thunder, no original) funciona como filme solto – o que o espectador não lembra, aparece o Korg (interpretado pelo diretor Taika) contando.

A direção mais uma vez ficou nas mãos de Taika Waititi, o mesmo do anterior Thor Ragnarok. Taika tem uma pegada forte no humor, todos sabiam que este quarto filme do Thor seria mais uma comédia. Mas a comédia é intercalada por momentos sérios. A história tem algo de drama, temos alguns temas sérios, temos personagem de luto porque perdeu filho, temos personagem com câncer. Conversei com alguns críticos que não gostaram da mistura, mas, na minha humilde opinião, o filme tem um bom equilíbrio entre o drama e a comédia escrachada.

Falei humor escrachado, né? Assim como Ragnarok, Thor: Amor e Trovão é muito engraçado. Traz umas cenas hilárias com o Stormbreaker, o machado do Thor, com ciúmes do Mjolnir. E tem uns bodes que são o alívio cômico perfeito, e que protagonizam a melhor piada do ano no cinema até agora.

Uma coisa me intrigava, que era a Jane Foster como Thor. O roteiro explica o que aconteceu. Se é uma boa explicação, aí não sei. Achei forçada. Mas, pelo menos explica.

Sobre a trilha sonora, queria fazer uma crítica. A trilha sonora é do quase onipresente Michael Giacchino (só este ano, ele já esteve em Batman, Jurassic World e Lightyear), mas nenhum tema dele me chamou a atenção. O que chama a atenção são as músicas de hard rock usadas em algumas cenas impactantes. Todas são boas músicas, todas engrandecem a cena, mas… São QUATRO músicas do Guns’n’Roses! Ok, entendo usar o Guns, tem uma piada envolvendo um dos personagens, mas me pareceu um exagero. Taika não conhece outras bandas de rock? Rainbow in the Dark, do Dio, aparece só nos créditos…

O visual do filme é fantástico, como era de se esperar. Mas teve um detalhe que achei genial. Em um filme muito colorido, determinado momento o filme perde a cor. Fica quase tudo preto e branco, com exceção de alguns detalhes aqui e ali.

Temos um novo vilão, Gorr, o Carniceiro dos Deuses. É um bom vilão, com uma boa motivação, interpretado por um grande ator, Christian Bale (sim, o Batman). Mas, achei ele mal aproveitado, e não gostei do fim que deram a ele. Me pareceu uma oportunidade desperdiçada.

Já que falamos do Christian Bale, bora falar do elenco. Chris Hemsworth parece muito à vontade com o personagem, até perdi a conta de quantos filmes ele já fez como Thor. Temos a volta de Natalie Portman como Jane Foster e Tessa Thompson como Valquíria, mas ambas parecem estar no piloto automático – sorte que o filme não pede muito delas. O diretor Taika Waititi faz a voz do Korg, personagem que tem uma importância grande (afinal, é direção e roteiro dele, né?). Temos participação da galera dos Guardiões da Galáxia: Chris Pratt, Dave Bautista, Karen Gillan, Pom Klementieff e Sean Gunn, e as vozes de Vin Diesel e Bradley Cooper. Russel Crowe faz um Zeus engraçado. Matt Damon, Luke Hemsworth e Sam Neill estavam no Thor Ragnarok, como atores teatrais interpretando Loki, Thor e Odin. Aqui eles voltam, e também temos Melissa Macarthy como Hela. E Elsa Pataky, esposa do Chris Hemsworth, aparece muito rápido como a mulher loba.

Por fim, o tradicional da Marvel: duas cena pós créditos, uma com um gancho para uma provável continuação, outra com uma homenagem bonitinha.

MIB: Homens de Preto – Internacional

Crítica – MIB: Homens de Preto – Internacional

Sinopse (imdb): Os Homens de Preto sempre protegeram a Terra da escória do universo. Nesta nova aventura, eles enfrentam sua maior ameaça até hoje: um espião na organização Men in Black.

O primeiro MIB foi uma divertida mistura de ação, ficção científica e comédia lançada em 1997. Claro, ganhou uma continuação pouco tempo depois, em 2002, e uma outra “temporã” em 2012. As continuações são divertidas, mas inferiores ao primeiro filme. O mesmo acontece aqui.

Dirigido por F. Gary Grey (Velozes & Furiosos 8), MIB: Homens de Preto – Internacional (Men in Black: International, no original) tem seus bons momentos, mas o resultado final é bobo e não empolga.

Os efeitos especiais, parte essencial para um projeto desses, são convincentes. Se os vilões gêmeos são personagens rasos, pelo menos o visual das suas habilidades é bem legal.

Outra coisa boas do filme é a química entre os dois protagonistas, Chris Hemsworth e Tessa Thompson – sim, o Thor e a Valquíria. Ambos são carismáticos, e já estiveram juntos no MCU. Também no elenco, Emma Thompson, Liam Neeson, Rebecca Ferguson, Rafe Spall e a voz de Kumail Nanjiani.

(Rola uma participação especial do Sergio Mallandro, mas me pareceu um daqueles casos onde adaptam o filme para o país, deve ter outras participações em versões de outros países.)

Mas no geral o resultado é meia boca. Não chega a ser ruim, mas o primeiro filme é sem dúvida muito melhor.

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Crítica – Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Falei aqui o texto sem spoilers. Mas tenho alguns comentários a mais. Bora pra um texto com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Vamos a alguns pontos:

– Genial a ideia de matar o Thanos logo no início do filme!

– Achei que 5 anos é muito tempo para o luto do planeta. Ok, entendo que todo mundo perdeu gente importante, e que um tempo de luto é necessário. Mas em 5 anos acho que boa parte das pessoas já teria seguido em frente. E isso causaria problemas para muitas famílias no fim do filme. Imagina uma pessoa que perdeu seu parceiro(a), e, depois de, sei lá, dois ou três anos, seguiu em frente e encontrou um novo par. Aí passa mais um tempo e o seu antigo cônjuge volta… Sei lá, acho que se fosse um ano, seria melhor para o roteiro do filme.

– Um ponto que tem gerado muitas discussões é a viagem no tempo. No cinema, estamos acostumados a dois formatos de viagem no tempo: De Volta para o Futuro, onde algo alterado no passado altera também o presente; ou Exterminador do Futuro, onde a linha temporal é imutável. Aqui a proposta é outra, viagem no tempo usando universos paralelos. Acho que esse foi o tema da maior parte das conversas nerds dos últimos dias…

– Rever alguns trechos icônicos de filmes sob outro ângulo foi um belo presente para os fãs!

– O Thor Lebowski é um excelente personagem!

– Claro que fiquei triste com a morte da Viúva Negra. Mas entendo a opção por ela no roteiro. E achei a morte do Homem de Ferro emocionante.

– Pra mim, o Capitão América voltou no tempo, entregou todas as jóias e o Mjolnir, e depois foi viver uma vida anônima com a Peggy Carter, pra envelhecer ao lado dela. Assim: ele nasceu lááá atrás, virou um super soldado, ficou 70 anos congelado, voltou, viveu uns 10 anos como super herói, e depois voltou pra viver uma vida normal – enquanto tinha outro dele congelado. De qualquer maneira, que fim bonito que ele teve!

– Não sei de onde veio o escudo que o Capitão entregou pro Falcão no fim do filme. O escudo dele quebrou na briga com o Thanos. Achei um furo de roteiro, mas nada grave.

Agora vamos aguardar o que vem por aí. In Marvel we trust!

Vingadores: Ultimato (sem spoilers)

Crítica – Vingadores: Ultimato

Sinopse (imdb): Depois dos eventos devastadores de Vingadores: Guerra Infinita (2018), o universo está em ruínas. Com a ajuda de aliados remanescentes, os Vingadores se reúnem novamente para desfazer as ações de Thanos e restaurar a ordem no universo.

E finalmente chega aos cinemas o fim de uma das mais impressionantes sagas cinematográficas da história!

Falei no texto sobre Vingadores Guerra Infinita, repito aqui. o plano da Marvel será estudado no futuro em escolas de marketing como um case de sucesso. E Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, no original) encerra este ciclo com chave de ouro.

Goste ou não do nicho “filme de super heróis”, é preciso tirar o chapéu. Não me lembro de outro caso onde um filme fecha de maneira tão brilhante uma saga tão longa e tão rica (foram vinte e dois filmes ao longo de onze anos). Vingadores: Ultimato demora um pouco pra engrenar, mas é porque se preocupa com cada um dos personagens principais. Outro detalhe bacana para quem acompanhou: ao longo da projeção, vários dos outros filmes são citados.

Mais uma vez dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (Capitão América Soldado Invernal, Guerra Civil e Vingadores Guerra Infinita), Vingadores: Ultimato é recheado de momentos memoráveis e emocionantes, e vai arrancar lágrimas dos espectadores mais envolvidos com o MCU. A esperada batalha final é sensacional!

Nem sei se preciso mencionar aqui, mas os efeitos especiais são absurdos. Efeitos de ponta não são exatamente uma novidade num filme deste porte. Alcançamos a perfeição?

O elenco é um absurdo. Não tem nenhuma novidade, todo mundo já esteve em outro(s) filme(s). Mas, convenhamos, não é todo dia que temos um filme com tanta gente relevante. Claro que temos Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Bradley Cooper, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Tessa Thompson, Gwyneth Paltrow e Josh Brolin. E claro que temos a volta de Tom Holland, Zoe Saldana, Evangeline Lilly, Chris Pratt, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Danai Gurira, Dave Bautista, Benedict Wong, Pom Klementieff, Letitia Wright, Cobie Smulders e Vin Diesel. Agora, é muito legal ter coadjuvantes de luxo do porte de Tom Hiddleston, Rene Russo, Angela Bassett, Michael Douglas, William Hurt, Robert Redford, John Slattery, Tilda Swinton, Jon Favreau e Hayley Atwell. Digo mais: não é um filme qualquer que convoca Natalie Portman, Marisa Tomei e Michelle Pfeiffer para uma simples figuração!

Claro, tem participação do Stan Lee. A novidade é não ter cena pós créditos.

Vai ter gente falando que este não é o melhor dos vinte e dois filmes do MCU. Talvez não seja mesmo. Mas não imagino um encerramento mais bem construído que este. Vingadores: Ultimato é o final perfeito para uma saga impressionante.

Por fim, queria falar do trailer. Diferente da maioria dos trailers, que traz pontos chave dos filmes (tipo mostrar o Homem Aranha no trailer de Guerra Civil), o trailer oficial de Vingadores: Ultimato traz cenas de outros filmes, e não entrega absolutamente nada do que veremos. Mais uma vez, parabéns à Marvel!

Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

Vingadores Guerra Infinita 2Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

A crítica convencional está aqui. Este segundo texto é porque quero comentar coisas spoilerentas, e não quero estragar o programa de ninguém.

Então, vamos aos avisos de spoilers!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que Vingadores: Guerra Infinita é um filme corajoso. Muito se fala da mania ruim de não se matar personagens em filmes de super heróis. Claro, o personagem tem que voltar para a(s) continuação(ões). Isso gera uma previsibilidade chata.

Felizmente Vingadores: Guerra Infinita tomou outro caminho. Logo na primeira cena, temos a morte de dois personagens importantes, Heimdal e Loki. Sou fã do Loki, e mesmo assim bato palmas pela decisão de sacrificar um personagem para a história seguir em frente.

Essas não são as únicas mortes de personagens importantes, ainda tem a Gamora e o Visão. Esses são eventos dentro da narrativa do filme.

E aí temos aquele fim que deixou os fãs com o coração na boca, com a morte de vários heróis. Sobre isso, tenho dois comentários, um passional, outro racional. O passional é que fiquei muito triste pelo Groot, meu personagem favorito.

Agora, analisando friamente, por todo o plano da Marvel nos últimos dez anos, a gente podia acreditar que isso podia ser pra renovar o elenco. Mas isso se tivessem morrido outros personagens! Já tivemos o Homem de Ferro em oito filmes, e o Capitão América e o Thor em seis cada um. Mas eles ficaram vivos, enquanto personagens mais recentes no MCU se foram – como Pantera Negra e Homem Aranha (três filmes) e Doutor Estranho (dois filmes).

Como mataram os personagens “errados”, isso é quase uma certeza que os personagens vão voltar – e aí questiono aquele “corajoso” que falei no início início do texto. Não vou falar mal antes de ver o filme novo, mas posso dizer que isso desanimou um pouco. Vingadores: Guerra Infinita continua excelente, um dos melhores filmes de super heróis de todos os tempos – mas tô com o pé atrás para a continuação. Espero ser surpreendido positivamente…

Ah, só mais um comentário: o Thor é “o cara”!

Vingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Vingadores Guerra InfinitaVingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Sinopse (imdb): Os Vingadores e seus aliados devem estar dispostos a sacrificar tudo em uma tentativa de derrotar o poderoso Thanos, antes que sua explosão de devastação e ruína ponha fim ao universo.

E a Marvel conseguiu!!!

Vamos a um pequeno resumo para aqueles que estiveram desligados do mundo nos últimos anos. Dez anos atrás, em 2008, a Marvel lançou o primeiro Homem de Ferro, que tinha uma cena pós créditos onde aparecia o Samuel L. Jackson falando da “Iniciativa Vingadores”. A partir daí, tivemos 18 filmes, independentes entre si, mas todos inseridos no mesmo universo cinematográfico. E agora, dez anos depois, temos o início do desfecho da primeira parte deste universo – juntando (quase) todos os personagens até agora.

O plano da Marvel é algo tão impressionante que certamente virará “case” de sucesso a ser estudado no futuro. Vale lembrar que, dez anos atrás, as “marcas” Homem de Ferro e Capitão América eram muito inferiores a Batman e Superman, seus correspondentes na rival DC. Nunca acompanhei esta rivalidade nos quadrinhos, mas posso afirmar que, no audiovisual, a DC estava bem à frente, com as reprises do Batman barrigudo dos anos 60, o desenho animado da Liga da Justiça e os filmes do Superman com o Christopher Reeve. Hoje já não dá pra saber, mas aparentemente os personagens da Marvel valem mais que os da DC.

Isso falando do universo “cultura pop”. Porque, no cinema, A Marvel está léguas à frente. E Vingadores: Guerra Infinita comprova isso.

Vamos ao filme? Dirigido pelos mesmos irmãos Russo de Soldado Invernal e Guerra CivilVingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, no original) consegue algo difícil: supera as expectativas – que já eram altas. Sim, caros leitores, este é possivelmente o melhor de todos os filmes da Marvel até hoje. Quiçá o melhor filme de super heróis já feito!

Vingadores: Guerra Infinita tem um roteiro muito bem escrito. O filme é tenso, e, ao mesmo tempo, muito engraçado. Temos vários personagens “principais”, e o filme consegue dosar bem a importância e o tempo de tela de cada um – e ainda tem espaço para conhecermos um personagem novo. Cada personagem visto antes individualmente consegue manter sua identidade, e a reunião de vários heróis não soou forçada. A trama se divide em várias frentes, e nenhuma é menos interessante que as outras. E todas as lutas são criativas.

A parte técnica é um absurdo, como era de se esperar. O cgi do vilão Thanos é de cair o queixo (com trocadilho, por favor). O filme é colorido, vários mundos exóticos são bem retratados. A trilha sonora de Alan Silvestri consegue pegar a essência de cada herói.

O elenco traz quase todo mundo de volta – só o Gavião Arqueiro e o Homem Formiga não aparecem. Vingadores: Guerra Infinita conta com Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwick Boseman, Zoe Saldana, Karen Gillan, Tom Hiddleston, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Idris Elba, Danai Gurira, Benedict Wong, Pom Klementieff, Dave Bautista, Gwyneth Paltrow, Benicio Del Toro, Josh Brolin, Chris Pratt, William Hurt, Vin Diesel, Bradley Cooper e Peter Dinklage, além, claro, da ponta de Stan Lee.

É complicado falar mais de Vingadores: Guerra Infinita sem entrar em spoilers, por isso vou escrever outro texto com spoilers liberados. Mas fica aqui o meu parabéns aos estúdios Marvel, que mostraram como fazer um universo cinematográfico de qualidade. E, claro, a recomendação: vá ao cinema!

Thor: Ragnarok

ThorCrítica – Thor: Ragnarok

Sinopse (imdb): Aprisionado, o todo-poderoso Thor encontra-se em uma disputa mortal de gladiadores contra o Hulk, seu ex-aliado. Thor deve lutar pela sobrevivência e correr contra o tempo para evitar que a poderosa Hela destrua sua casa e a civilização Asgardiana.

Hoje, em 2017, todo mundo já sabe o modus operandi do MCU (Marvel Cinematic Universe). O espectador sabe que vai encontrar um filme com ação e humor, muito bem feito tecnicamente, e com referências ao universo Marvel. Gostem ou não, a Marvel descobriu uma fórmula eficiente e vai continuar investindo neste formato.

Bem, quem costuma reclamar são os fãs da DC. Heu acho ótimo. Enquanto mantiverem a máxima luisseverianoribeira “cinema é a maior diversão”, continuarei vendo e curtindo os filmes.

Thor: Ragnarok (idem, no original) é muito bom. Parece uma continuação de Guardiões da Galáxia – uma aventura espacial divertida e colorida. Sim, este terceiro filme tem um pé fortemente fincado na comédia, bem mais que os dois primeiros.

Mais uma vez, a Marvel mostra que faz “filmes de produtor” e não “de diretor”. Se o primeiro Thor teve Kenneth Brannagh, a direção aqui coube a Taika Waititi, um neo zelandês com um currículo bem modesto. E, pelo resultado final, parece que a Marvel estava certa.

O visual do filme é muito legal. Planetas diferentes, personagens esquisitos, tudo muito colorido, o visual lembra os filmes dos anos 80 (mas com efeitos especiais de hoje). A trilha sonora de Mark Mothersbaugh (que era do Devo) ajuda a manter o clima oitentista. Detalhe: não é que nem Guardiões, que traz músicas antigas conhecidas – Mothersbaugh compôs temas instrumentais inéditos, mas com cara de anos 80. O visual só pisou na bola em alguns efeitos de maquiagem digital – talvez fosse melhor menos cgi e mais maquiagem “de verdade” em algumas cenas.

Um parágrafo pra falar do trailer spoilerento. Quem me conhece sabe que de um tempo pra cá tenho evitado trailers, mas não consegui escapar desta vez. O trailer é muito bom, super empolgante. Mas traz duas cenas que seriam muito mais empolgantes se vistas direto no filme. Mais um caso de filme que vale mais pra quem não viu o trailer…

O elenco, como sempre, é muito bom – o prestígio e o dinheiro do MCU tornam o casting uma tarefa fácil. Cate Blanchett, com seus dois Oscars, disse que queria fazer um filme da Marvel porque seus filhos são fãs – claro que ela ia mandar bem. Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Mark Ruffalo, Idris Elba, Anthony Hopkins e Benedict Cumberbatch voltam aos seus papeis; Tessa Thompson, Jeff Goldblum e Karl Urban são as novidades do elenco.

Como sempre, cenas pós créditos. Não saia antes do fim!

Férias Frustradas

feriasfrustradasCrítica – Férias Frustradas

A família Griswold está de volta!

Agora adulto, Rusty Griswold leva a própria família em uma viagem de carro para o parque Walley World, com o objetivo de reconquistar sua esposa e reconectar com seus filhos.

Preciso admitir uma coisa aqui. Vivi intensamente os anos 80, sou muito ligado à década, mas, sei lá por que, nunca vi nenhum dos quatro Férias Frustradas, franquia que começou em 1983 e teve continuações em 85, 89 e 97 – quando leio o nome do Chevy Chase, me lembro de FletchTrês Amigos. Não é preconceito, simplesmente nunca vi – e olha que vi quase tudo o que foi feito no cinema pop de toda a década!

Como falei, não tenho preconceitos, e fui ver este novo Férias Frustradas (Vacation, no original) de coração aberto. E digo com sinceridade: me diverti muito! Ok, confesso que a expectativa era baixa, porque o trailer se apoiava em piadas escatológicas – na boa, não acho engraçado ver pessoas se banhando numa fossa. Por sorte, o humor do filme não se baseia só na escatologia, e temos várias boas piadas. Vou te falar que a sessão de críticos teve um monte de gente gargalhando muito ao longo da projeção…

Mas também temos que avisar que o humor do filme é meio bobo. Mas mesmo assim, divertidíssimo – só aquele carro já vale o ingresso!

Filme de estreia da dupla John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein (roteiristas de Quero Matar meu Chefe), este novo Férias Frustradas tem uma peculiaridade: é ao mesmo tempo uma continuação (o personagem principal era criança nos primeiros filmes), um remake (algumas piadas são repetidas) e um reboot (temos um elenco pronto para reiniciar a franquia). Curioso, não?

Falando em elenco, o casal principal é Ed Helms (famoso pela franquia Se Beber Não Case) e Christina Applegate (a eterna Kelly Bundy de Married with Children) – o personagem Rusty, filho do Chevy Chase, tem aqui o seu quinto intérprete – em cada um dos 4 filmes anteriores, era um ator diferente. Gostei do Ed Helms, mas ia ser legal ver um dos ex-atores mirins de volta. Leslie Mann e Chris Hemsworth têm papeis menores – e preciso reconhecer que o personagem do “Thor” é engraçadíssimo! Ainda no elenco, Skyler Gisondo, Steele Stebbins, pontas de Charlie Day, Ron Livingstone, Michael Peña e Norman Reedus, e uma participação especial do casal original, Chevy Chase e Beverly D’Angelo, pra “validar a franquia”.

É, agora preciso “correr atrás do prejuízo” e ver os outros filmes…