Blade Runner 2049

BladeRunner2049Crítica – Blade Runner 2049

Sinopse (imdb): Um novo Blade Runner descobre um segredo escondido que o leva a rastrear o ex-Blade Runner Rick Deckard, que está há trinta anos desaparecido.

Ok, admito, estava com muito pé atrás com este Blade Runner 2049 (idem, no original). Sou muito fã do original de 1982. E quando li que o diretor ia ser Denis Villeneuve, me lembrei de O Homem Duplicado, um filme cabeça muito ruim, e a preocupação aumentou. Mas aí vi A Chegada, infinitamente melhor que o outro, e relaxei. Ok, Villeneuve, você agora tinha o meu aval. Vamos “pagar pra ver”.

Felizmente, Villeneuve fez um bom trabalho. Blade Runner 2049 é um espetáculo visual belíssimo, e toda a mitologia do primeiro filme é respeitada. Só acho que não precisava de mais de duas horas e quarenta minutos…

Existem três curtas feitos para situar o espectador sobre o que está acontecendo: uma animação com estilo de anime contando o blecaute; e dois filminhos apresentando os personagens de Dave Bautista e Jared Leto. Não rolam spoilers, quem quiser ver antes pode ser uma boa, tem no youtube.

Sobre spoilers: Harrison Ford está no cartaz do filme, então todos sabem da sua presença no filme. Mas posso dizer que era melhor que a sua participação fosse guardada – como foi com o Wolverine em X-Men Apocalipse. Seria uma agradável surpresa vê-lo sem ser anunciado.

O elenco é bom. Ryan Gosling normalmente tem cara de paisagem, mas pra este papel funcionou bem – afinal, ele é um androide (e não há dubiedade sobre isso). Com um enorme carisma, Ford mais uma vez volta a um papel icônico (como fizera antes com Indiana Jones e Han Solo); Leto e Bautista pouco aparecem. Gostei da personagem de Ana de Armas, e aquela cena de sexo entre humano, androide e holograma ficou muito boa. Também no elenco, Robin Wright, Sylvia Hoeks, Mackenzie Davis, e uma participação especial de Edward James Olmos

A trilha sonora de Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch às vezes tenta emular a trilha clássica do Vangelis, mas no resto do filme lembra mais as notas graves de A Chegada. Ficou ok. Mas Blade Runner é sintetizador, e não monges tibetanos. Senti falta do Vangelis…

Pelo menos o visual compensa. A fotografia de Roger Deakins é fenomenal. Alguns cenários lembram o filme original (como os gigantescos painéis de neon); enquanto os cenários novos chamam a atenção pela beleza e grandiosidade (como o prédio de Niander Wallace, ou os cenários em Las Vegas).

Findo o filme, fica a dúvida: será que vai virar franquia e vão fazer um terceiro (e um quarto, um quinto…), ou será que para por aí? Denis Villeneuve não me parece ser um diretor que combina com franquias. Mas, por outro lado, ainda dá pra aproveitar elementos que foram pouco usados.

Por fim, queria registrar que finalmente li o livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, escrito por Philip K. Dick nos anos 60, e que deu origem ao primeiro filme. É curioso ver que o livro tem uma história bem diferente do filme. Me lembrei de fãs do livro “O Senhor dos Anéis” reclamando porque o personagem Tom Bombadil foi cortado do filme. Se a adaptação do “Ovelhas Elétricas” fosse hoje em dia, ia ter “muito mimimi pelas internetes” reclamando que “o filme não respeitou o livro”…

Dose Dupla

Crítica – Dose Dupla

Robert “Bobby” Trench (Denzel Washington) e Michael “Stig” Stigman (Mark Wahlberg) trabalham juntos há dez meses. Quando não conesguem fazer negócios com um poderoso traficante mexicano, resolvem então é roubar um banco que, supostamente, receberia o faturamento deixado toda semana por capangas do traficante.

Adaptação dos quadrinhos “2 Guns”, escritos por Steven Grant e ilustrados pelo brasileiro Mateus Santolouco, Dose Dupla (2 Guns, no original) segue a fórmula dos “buddy movies” – filmes onde dois personagens bem diferentes têm que se aturar para um objetivo comum. A fórmula é batida, mas ainda pode render bons filmes, como este.

Boa parte dos méritos está com a dupla de protagonistas. Denzel Washington é um grande ator e está muito bem, mas o melhor papel é o marrento Stig de Mark Wahlberg, que tem vários ótimos momentos ao longo do filme (adorei a cena das galinhas). E o elenco ainda conta com vários outros bons nomes, como Edward James Olmos, Paula Patton, Bill Paxton, James Marsden e Fred Ward.

A direção ficou a cargo do pouco conhecido Baltasar Kormákur (que já tinha trabalhado com Wahlberg em Contrabando), que fez aqui um bom trabalho. Dose Dupla não é lá muito original, segue a linha “tarantineana” – personagens marginais, violência, diálogos afiados e edição ágil – mas nada que impeça de ser um filme divertido. Se bem que, pelos cenários mexicanos, lembra mais a trilogia “mariachi” de Robert Rodriguez…

Um coisa interessante em Dose Dupla é que os mocinhos e bandidos não estão onde se espera – temos algumas surpresas neste assunto. O espectador precisa ficar atento às viradas no roteiro! Outros destaques são a boa trilha sonora e uma bem cuidada fotografia, que ainda inclui alguns bem colocados efeitos de câmera lenta.

Como destaque negativo, o roteiro de Dose Dupla exige muita suspensão de descrença. Se o roteiro é bem escrito no que diz respeito a personagens bem construídos, por outro lado temos várias situações forçadas – como por exemplo toda a sequência dentro da base naval – aquilo nunca daria certo…

Enfim, boa opção despretensiosa em cartaz nos cinemas!

O Besouro Verde

O Besouro Verde

Estreou o aguardado O Besouro Verde, que traz a grande dúvida: como é um filme de super-heroi “lado B”, dirigido pelo cult Michel Gondry, e escrito eestrelado por Seth Rogen?

O playboy Britt Reid (Seth Rogen) só quer saber de farra, quando de repente seu pai morre e ele vira o dono do jornal “The Daily Sentinel”. Aí ele resolve virar um super-heroi mascarado, com a ajuda de Kato, motorista de seu pai.

Vou explicar a dúvida citada no primeiro parágrafo:

– O Besouro Verde na verdade surgiu no rádio, nos anos 30. Mas o filme foi baseado na série de tv feita em 66, famosa por trazer Bruce Lee como o coadjuvante Kato. Acredito que o seriado seja mais falado do que visto – sou admirador de seriados antigos, mas admito que não lembro desta série, só me lembro do tema musical. O Besouro Verde não é um heroi tão popular quanto um Super Homem ou um Homem Aranha…

– O diretor Michel Gondry é cultuadíssimo pelo seu excelente Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. E como seria Gondry à frente de uma super-produção hollywoodiana?

– Por fim, Seth Rogen já está familiarizado com a “máquina” de Hollywood. Mas ele tem cara de comédia. Será que ele funciona como protagonista de filme de super-heroi?

Respondendo tudo de um modo geral, não funcionou. O filme tem alguns acertos, alguns bons momentos. Mas tem muito mais defeitos do que virtudes. Roteiro cheio de falhas, direção fraca, atores inapropriados, o resultado final ficou devendo.

O roteiro de O Besouro Verde tem alguns sérios problemas. Todo super-heroi tem alguma motivação para os seus atos – menos Britt Reid, que era um playboy irresponsável e, do nada, resolve combater crimes, e ainda por cima fingindo que é bandido. Não faz o menor sentido! Tem mais: Kato era um motorista e mecânico que gostava de inventar coisas. Mas daí pra criar carros que são tanques de guerra equipados com muitas armas falta um pouco, não? Isso porque não estou lembrando que Reid precisava chegar ao jornal para fazer um upload para a internet – com todo aquele dinheiro, não dava pra ter um celular com acesso à internet, ou algum acessório no carro?

Um dos acertos do filme foi a escolha de dois dos atores, o antagonista Christoph Waltz e o coadjuvante Jay Chou. Waltz (Bastardos Inglórios) brilha com seu vilão Chudnofsky, caricato no ponto exato; e Chou, excelente lutador, faz um Kato muito mais interessante que o próprio Besouro. Mas, por outro lado, o elo mais fraco do elenco é logo o protagonista. Seth Rogen é um cara legal, cheio de bons filmes no currículo, mas aqui ele está muito mal. Não sei se a culpa é do ator ou do roteiro, mas como Rogen foi responsável pelas duas coisas, a culpa é dele… Ainda no elenco, Cameron Diaz e Edward James Olmos estão desperdiçados, ambos poderiam oferecer muito mais se o filme fosse melhor. Tom Wilkinson pouco aparece; e James Franco tem uma divertida ponta na cena inicial.

Preciso ver mais filmes do Michel Gondry. Seu Brilho Eterno é realmente muito bom, mas os outros filmes que vi dele deixam a desejar (Rebobine Por Favor, Tokyo! e este O Besouro Verde). Espero que não seja um caso parecido com M. Night Shyamalan, autor de uma obra prima e de vários filmes que variam entre o “mais ou menos” e o “pavorosamente ruim”.

O Besouro Verde não chega a ser um dos piores filmes de super-herois da história, como Mulher Gato ou Elektra. Mas está vários degraus abaixo de bons exemplos recentes, como Batman ou Homem de Ferro.

Blade Runner – O Caçador de Andróides

Blade Runner – O Caçador de Andróides

Aproveitei o domingo sem filhos em casa (filha na casa da mãe, filho passeando com os avós) pra fazer algo que heu me prometia há tempos: rever Blade Runner – O Caçador de Andróides, clássico de Ridley Scott. Mais de uma versão!

Los Angeles, novembro de 2019. Rick Deckard é um Blade Runner, um policial especialista em “aposentar” replicantes – perfeitos andróides usados para trabalho braçais em outros planetas. Quando seis replicantes fogem para a Terra, Deckard é chamado para encontrá-los.

Foi lançado aqui no Brasil um dvd triplo com QUATRO diferentes versões do filme, além de um monte de extras. Pesquisei na internet, na verdade, não precisava de tanta. Duas são do ano original de 1982, quase idênticas, a única diferença é que a “versão de cinema” tem algumas cenas violentas censuradas (por exemplo, a morte de Tyrell; ou o prego atravessando a mão de Roy), enquanto a “versão internacional” está completa. Já a “versão final”, de 2007, é quase igual à “versão do diretor”, de 1992, teve uma cena refilmada e a imagem remasterizada. Resumindo: um dvd com duas versões (a “internacional de 82” e a “final de 07”) seria suficiente…

(Heu particularmente não curto esse negócio de versões diferentes do mesmo filme. Um filme é uma obra pronta, finalizada, não precisa ser refeito – principalmente quando estamos falando de uma obra prima, um dos melhores filmes da década de 80. Mas parece que Ridley Scott gosta de novas versões, li na internet sobre uma nova versão de Alien…)

Voltando ao filme…

Blade Runner foi inspirado no livro “Do Androids Dream of Electric Sheep”, de Philip K. Dick, escritor de ficção científica que escreveu obras que geraram alguns filmes legais, como O Vingador do Futuro, Minority Report, O Pagamento, O Homem Duplo e O Vidente. Blade Runner foi o primeiro longa metragem baseado em K. Dick, e, na minha humilde opinião, um dos dois melhores (ao lado de O Vingador do Futuro).

O conceito do futuro criado por K. Dick e por Ridley Scott é muito interessante. Tudo escuro, muita sujeira, muita poluição visual. Chove o tempo todo, e as pessoas usam pesados casacos. Várias propagandas convidam as pessoas para uma vida melhor fora do planeta. É, muito antes de “aquecimento global” entrar na moda, Blade Runner já falava disso…

O visual do filme é fantástico. Parece que Ridley Scott tratou cada cena, cada plano, cada ângulo, para ter uma imagem visualmente bonita. Muito contra-luz, muita fumaça, muito neon, muita água. Fotogramas do filme fariam uma bela exposição de fotografias.

(Aliás, detalhe curioso: os cenários são cheios de propagandas publicitárias. Logomarcas famosas como Coca Cola e Budweiser dividem espaço com marcas falidas, como Pan Am; e marcas ligadas diretamente aos anos 80, como Atari e TDK…)

É curioso falar sobre o elenco do filme quase trinta anos depois. Harrison Ford, o protagonista Rick Deckard, era “o cara” na época, ele era o Han Solo de Guerra nas Estrelas e o Indiana Jones de Caçadores da Arca Perdida! E ele está aí até hoje. Falem o que quiser das suas habilidades como ator, mas o star power do cara é inegável. O grande vilão Roy foi interpretado por Rutger Hauer, recém chegado da Holanda, também estava com a carreira em alta na época – curiosamente, se especializou em filmes vagabundos dez anos depois. Outra que sumiu foi Sean Young, que fez Rachael, a protagonista feminina – não tenho nada contra ela, mas acho que outra atriz melhor poderia ter o papel. Daryl Hannah, a replicante Pris, era feinha, ela melhorou nos anos seguintes. E é curioso ver Edward James Olmos, o almirante Adama de BSG, parecendo um oriental de lentes de contato claras. Ainda no elenco, M. Emmet Walsh, William Sanderson, Brion James e Joanna Cassidy.

Outro ponto alto do filme é a inspirada trilha sonora do tecladista grego Vangelis. As músicas são muito boas, até hoje ouço o cd com os temas. Curiosidade: na época, Vangelis não liberou os fonogramas para o disco da trilha sonora. As músicas foram então regravadas por uma orquestra. Os fonogramas originais só foram disponibilizados anos depois.

Agora vou falar sobre as diferentes versões. Li na internet que a cena da morte de Zhora, a replicante que atravessa várias vitrines, foi refilmada. Olha, sinceramente, não vi necessidade. A suposta cena refilmada é tão igual à original que não descobri o que mudou! A não ser que o meu dvd não tenha esta cena refilmada…

Sendo assim, repito o que disse lá no começo: só duas versões valem ser vistas. E digo mais: as diferenças entre ambos não são tão grandes como nos fazem acreditar. Sinceramente, acho que não precisava de mais de uma versão…

Blade Runner é um filme tão bom, e tão importante pra história do cinema, que heu poderia continuar falando dele aqui. Mas chega, o post tá ficando grande demais. Terminarei com uma história pessoal minha envolvendo este filme:

Quando Blade Runner passou, não me lembro se era censura 16 anos ou 18 anos. Mas lembro que heu não tinha idade para ver – nasci em 71, o filme é de 82. Ou seja, não vi na época, mas ouvi falar muito. Principalmente porque heu já era fã de Guerra nas Estrelas e de ficção científica. Então, na minha cabeça, Blade Runner deveria ser mais uma ficção científica de naves espaciais, perseguições intergaláticas e tiros com armas laser, com o mesmo ator que fez o Han Solo. Consegui finalmente ver o filme numa reprise na segunda metade dos anos 80, e… achei uma porcaria! Que filme chato! Que filme ruim! Aí, anos depois, resolvi dar uma segunda chance ao filme, já despido de pré-concepções, e consegui ver o filme que toda a crítica idolatrava… Concluindo: nunca crie expectativas sobre um filme antes de assistí-lo!

Battlestar Galactica: The Plan

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Battlestar Galactica: The Plan

Está disponível para download um novo filme ligado ao universo do seriado Battlestar Galactica: Battlestar Galactica: The Plan.

Heu particularmente fiquei curioso para ver este filme, porque uma das dúvidas que tive quando acabou a série era exatamente qual era o “plano”. Explico: durante um bom tempo, a introdução do programa era algo como “homens criaram os cylons, eles evoluíram, eles se rebelaram, e eles têm um ‘plano’.” Mas aí a série acabou, depois de quatro temporadas, muito boas, aliás, e ninguém veio esclarecer qual era o tal plano…

Battlestar Galactica: The Plan, dirigido por Edward James Olmos (o almirante Adama), explica qual é o plano, pelo menos na visão de Cavil (Dean Stockwell), o “número um”.

Aqui tem que rolar um aviso de spoiler! Este filme é para quem viu a série! Quem ainda não viu a série vai ver um monte de coisas fora da ordem!

SPOILER!

SPOILER!

SPOILER!

Como heu dizia, o filme conta o plano do Cavil, um plano bem simples, afinal. O que o filme traz de interessante é outro ângulo sobre várias das cenas já mostradas ao longo da série. Ficamos sabendo que Cavil estava por trás de várias das ações dos cylons infiltrados, como Boomer, Simon e Leoben. Além disso, ele sempre esteve por perto dos “cinco últimos”. Sim, do lado dos cylons, aparentemente, Cavil era “o cara”.

O elenco foca mais nos cylons, tanto os que já conhecíamos desde o início, quanto os “cinco últimos”. Até aparecem outros personagens, como o próprio Adama, Lee, Starbuck, mas são coadjuvantes agora.

Este filme tem uma coisa que não teve ao longo dos quatro anos de série: nudez e sexo! Não sei se será cortado quando passar na tv… Além disso, temos algumas cenas bem interessante mostrando os ataques dos cylons às colônias.

Enfim, pelo menos para mim, a série ainda tem coisa para contar – até hoje não explicaram direito “o que é” a Starbuck! Mas este novo filme é um bom complemento para uma das melhores séries de ficção científica da história.

BSG – Battlestar Galactica – a série completa

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BSG – Battlestar Galactica – a série completa

Não gosto muito de falar de seriados, apesar de acompanhar vários deles. O problema é que gosto de escrever sobre uma obra fechada, e um seriado está em episódios. E muitas vezes um episódio é muito bom, e o seguinte é fraco, ou vice-versa. Por isso é que acho difícil falar de séries!

O máximo que heu já tinha feito era escrever sobre uma minissérie, a sensacional Band of Brothers. Mas, depois de ter visto de uma só vez todas as quatro temporadas da fantástica Battlestar Galactica, me senti inspirado para inaugurar as séries aqui no meu blog.

Esta Battlestar Galactica é na verdade uma segunda versão. A primeira é de quando heu era criança, lembro de ter visto no cinema “o filme que deu origem à série” e de depois ter acompanhado a série na tv, no início dos anos 80, numa época pré tv a cabo (eram três os seriados de ficção científica de então, Galactica, Fuga do Século 23 e Buck Rogers).

Humanos criaram os cylons, robôs que resolvem se rebelar e exterminar a raça humana. Galactica, a única astronave de guerra que sobrou, reúne os sobreviventes em naves civis para juntos lutarem contra os cylons.

Quase todos os elementos da série clássica estão novamente presentes. Até alguns dos personagens principais da série antiga estão aqui, como Apollo, Starbuck, Adama e Baltar. Como fã da antiga série, admito que achei estranho ter uma Starbuck mulher. Por outro lado, gostei muito da outra grande mudança: cylons de carne e osso, semelhantes aos humanos!

Um grande problema que rola em quase todas as séries é a chamada “barriga”, que é quando a história tem que ser esticada ao longo dar uma temporada. Bem, podemos dizer que BSG é uma série “com dieta balanceada”. Ao longo das quatro temporadas, só senti enrolaçao em alguns poucos episódios do meio da terceira temporada. O resto da série é num pique tão acelerado que mal dá tempo de respirar!

O elenco também foi muito bem escolhido. O veterano Edward James Olmos faz Adama, a maior autoridade militar sobrevivente. Seus principais pilotos, seu filho Apollo e a rebelde Starbuck são interpretados pelos novatos Jamie Bamber e Katee Sackhoff. Mas, na minha humilde opinião, os destaques do elenco são James Callis e Tricia Helfer. Callis faz um Baltar no ponto exato entre a loucura e o desespero, enquanto Helfer, lindíssima, consegue ser sexy e provocante e logo depois ter uma aparência doce e cândida. A bola fora do elenco para mim foi Mary McDonnell como a presidente, um papel importante nas mãos de uma atriz sem carisma.

Um detalhe técnico ajuda o ritmo frenético da série: quase sempre a filmagem é com a câmera na mão, o que traz um clima nervoso constante. Às vezes parece documentário!

A trilha sonora, quase sempre discreta, também é muito eficiente, crescendo e aparecendo nos momentos certos.

Resumindo: a série é muito boa. Para quem não viu, vale a pena investir o tempo para acompanhar todas as temporadas.