Assassino Sem Rastro

Crítica – Assassino Sem Rastro / Memory

Sinopse (imdb): Um assassino profissional descobre que se tornou um alvo após se recusar a concluir um trabalho para uma organização criminosa perigosa.

Filme novo do Liam Neeson, o que no passado era indício de filme de qualidade, mas hoje é alerta pra ficar com o pé atrás.

Mas, o início de Assassino Sem Rastro (Memory, no original) dá indícios de que teremos um filme diferente do óbvio pela frente. Logo na cena inicial, vemos que Neeson é um assassino, ou seja, desta vez ele não é o mocinho do filme. Digo mais: o final desta sequência aponta para uma confusão mental do personagem, relativa ao Alzheimer. Isso podia deixar o filme menos linear, e poderíamos ter um resultado bem diferente do óbvio (lembrei de Meu Pai, que deu o Oscar ao Anthony Hopkins, onde a confusão mental do protagonista é compartilhada com o espectador). Mas, não só o filme “esquece” de desenvolver este plot, como deixam isso de lado – acho que a confusão mental só aparece mais uma vez. Pra piorar, o Alzheimer não é importante no resto da trama.

E ainda tem um detalhe que piora. O outro ator principal é Guy Pearce. A tem momentos no filme onde o Liam Neeson escreve coisas no braço, pra não esquecer. Aí a gente pensa “péra, qual outro filme que a gente viu que tinha alguém com problemas de memória e que escrevia coisas no corpo? Ah, é Amnésia, estrelado pelo Guy Pearce!” Era melhor outro ator…

Assassino Sem Rastro é refilmagem do filme belga Alzheimer Case, que por sua vez é adaptação do livro “De Zaak Alzheimer”. Não vi o filme original nem li o livro, não sei se lá o Alzheimer é melhor desenvolvido. A direção é de Martin Campbell, falei dele aqui pouco tempo atrás, quando falei de A Profissional. Campbell tem altos e baixos na carreira. Ele é lembrado por dois 007s de gerações diferentes, Goldeneye (1995) e Cassino Royale (2006). Mas, também é lembrado por Lanterna Verde, aquele com o Ryan Reynolds. Ou seja, tem alguns bons títulos no currículo, mas não dá pra confiar.

No elenco, Neeson está no piloto automático. Guy Pearce está estranho, não sei se é maquiagem ou se ele envelheceu mal. O outro nome grande do elenco é Monica Bellucci, que está péssima.

O filme vai num ritmo morno até chegar num dos piores finais que heu vi nos últimos tempos. Sério, queria comentar aqui mas não vou dar spoilers. Mas o que me parece é que a história terminaria com a vitória do vilão, e resolveram inventar um meio de justiça do bem. Mas ficou completamente inverossímil.

Sem Remorso

Crítica – Sem Remorso

Sinopse (imdb): Um Navy SEAL de elite segue um caminho para vingar o assassinato de sua esposa apenas para se encontrar dentro de uma conspiração maior.

Filmes baseados em Tom Clancy costumam ser bons. Com roteiro do Taylor Sheridan (Sicario, A Qualquer Custo), e com Michael B Jordan (Creed, Pantera Negra) no papel principal, vira um daqueles filmes que prometem ser um filmaço. Bora ver qualé.

Tom Clancy é um autor de best sellers, criou o personagem Jack Ryan, que já rendeu cinco filmes longa metragem e uma série de TV – A Caçada ao Outubro Vermelho (1990), onde é interpretado por Alec Baldwin; Jogos Patrióticos (1992) e Perigo Real e Imediato (1994), por Harrison Ford; A Soma de Todos os Medos (2002), por Ben Affleck; Operação Sombra: Jack Ryan (2014), por Chris Pine; e finalmente a série Jack Ryan (2018), com John Krasinski no papel. Vários filmes, vários atores, mas sempre o mesmo Jack Ryan, e sempre em boas tramas de ação e espionagem.

Dirigido pelo pouco conhecido Stefano Sollima (Sicario 2), Sem Remorso (Without Remorse, no original) não tem o Jack Ryan. O protagonista é John Kelly, e a proposta é que este seja o filme de origem de uma nova franquia, baseada nos livros / games Rainbow 6 (tudo do Tom Clancy). Dei uma pesquisada por alto, existe o livro Rainbow 6, mas me parece que o videogame é bem mais popular. Não li o livro e nem joguei o jogo, mas isso pouco importa pra este filme em particular.

(Jack Ryan não aparece e nem é citado, mas… Jamie Bell faz um personagem chamado Robert Ritter, mesmo nome do personagem de Henry Czerny em Perigo Real e Imediato. Ou seja, a princípio está tudo no mesmo universo.)

Não sei se por culpa do diretor (acredito que não), mas Sem Remorso é um filme genérico. O filme não é ruim, tem algumas boas cenas – gostei da sequência do avião – mas simplesmente não engrena.

Acho que o único destaque positivo está em Michael B Jordan, que realmente convence ao segurar um papel de protagonista de filme de ação. Também no elenco, Jamie Bell (que estava em Quarteto Fantástico junto com o Michael B Jordan), Jodie Turner-Smith e Guy Pearce.

Me lembrei dos meus tempos de videolocadora. Os lançamentos eram divididos em dois grupos: os filmes de ponta e os filmes de apoio. De ponta eram os blockbusters, aqueles que todo mundo queria ver, que tinha fila pra conseguir alugar. Os de apoio eram filmes novos, mas menos badalados, e na maior parte das vezes, de qualidade inferior. Daqueles que, se a gente perder, não perdeu muita coisa (Sempre fui mais de cinema e videolocadora do que de tv aberta, mas sei que tinha uma sessão na Globo onde passavam esses filmes, só não vou lembrar o nome da sessão).

Sem Remorso passa essa sensação. Um filme apenas ok.

Pena, porque tem uma cena pós créditos que traz um gancho pra continuação. Tempos atrás, o que definia uma continuação era a bilheteria. Hoje em dia, só no streaming, como é feita esta decisão se a franquia vai seguir ou não?

Aguardemos…

Bloodshot

Crítica – Bloodshot

Sinopse (imdb): Ray Garrison, um soldado morto, é re-animado com superpoderes.

Vin Diesel é um cara bom pra vender filmes de ação. Enquanto isso continuar acontecendo, vão encontrar novos projetos com ele. Mesmo que a qualidade seja questionável, o importante é que vai vender ingressos.

Assim como a franquia xXx – que foi ressuscitada recentemente só por ter o Vin Diesel como protagonista – Bloodshot (idem, no original) é um filme de ação genérico com um fortão carismático na linha de frente. É um bom filme? Não. Mas vai vender ingressos.

Dirigido por Dave Wilson, estreante na direção de longas, mas com algum currículo em efeitos especiais e videogames. Bloodshot é a adaptação dos quadrinhos homônimos pouco conhecidos da Valiant Comics, e também conta com Eiza González, Toby Kebbell, Lamorne Morris e Guy Pearce no elenco. O roteiro traz alguns plot twists bem colocados, e algumas cenas de ação têm um visual interessante, como a cena do túnel.

Enfim, como dito lá em cima, filme de ação genérico. Tem seu público alvo…

Alien: Covenant

alien covenantCrítica – Alien: Covenant

Os tripulantes da nave colonizadora Covenant encontram um planeta remoto. O que antes parecia ser um paraíso inexplorado, torna-se uma ameaça além da imaginação.

Depois do decepcionante* Prometheus, mais uma vez Ridley Scott volta ao universo dos xenomorfos e face huggers.

Recapitulando: os dois primeiros (Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido por Scott em 1979, e Aliens O Resgate, James Cameron, 86) são clássicos absolutos da ficção científica. O terceiro e o quarto filmes (David Fincher, 92; Jean Pierre Jeunet, 97) têm seus méritos, mas são bem inferiores aos dois primeiros. Na década de 00, tivemos dois Alien vs Predador, uma ideia que no papel parecia boa, mas que gerou dois filmes horríveis. Scott voltou à franquia em 2012 com Prometheus, e disse na época que seria uma trilogia prequel. Alien: Covenant (idem, no original) é o segundo filme desta trilogia.

Ter Scott na direção deveria ser garantia de qualidade, afinal, foi ele quem começou com isso tudo. Mas, mais uma vez, Scott fica devendo.

Alien: Covenant é melhor que Prometheus, mas ainda está bem abaixo dos dois primeiros filmes. Algumas falhas de roteiro presentes no filme anterior se repetem aqui – como é que astronautas entram num planeta desconhecido sem capacete, só porque tem oxigênio e nitrogênio na atmosfera? Ninguém pensou em vírus??? Além disso, a história tem uns papos cabeça desnecessários (pra que aquele prólogo?), e resolve responder perguntas que ninguém perguntou sobre os xenomorfos.

(Dois amigos críticos falaram muito mal, dizendo que Scott queria apagar o Aliens de James Cameron. Não entendi por esse lado.)

No fim, temos mais do mesmo. Li em algum lugar uma comparação com Sexta Feira 13 – vira um filme onde o monstro caça um por um. Ok, divertido, mas a gente já viu isso antes muitas vezes, né?

Se algo merece elogios, é a atuação de Michael Fassbender. O cara interpreta dois androides, e a gente consegue ver direitinho as diferenças entre os personagens. Em compensação, o resto do elenco fica devendo. Katherine Waterstone (Animais Fantásticos e Onde Habitam) falha na tentativa de entregar uma protagonista feminina forte (como Sigourney Weaver na quadrilogia ou Noomi Rapace em Prometheus). E gosto do Billy Crudup pelo Quase Famosos, mas ele tá péssimo aqui. Também no elenco, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo e Callie Hernandez, além de pontas de James Franco e Guy Pearce.

No fim, temos um filme que nem é ruim, vai agradar os menos exigentes. Mas heu gostei mais do Vida, mesmo sabendo que é quase um plágio do primeiro Alien…

* Revi Prometheus antes de ver Covenant, realmente é um filme com mais defeitos do que méritos. Mas preciso admitir que quando escrevi minha crítica logo depois de sair da sessão, falei bem do filme…

Paixão Inocente

breathe_inCrítica – Paixão Inocente

Uma estudante de intercâmbio vai para uma cidade no subúrbio de Nova York e acaba mudando a dinâmica dos relacionamentos da família que a acolhe.

Sabe quando um filme é “correto”, mas está longe de ser bom? Co-escrito e dirigido por Drake Doremus, Paixão Inocente (Breathe In, no original) é assim. A história é simples e previsível (quem não previu o acidente de carro?). A gente já viu esse enredo um monte de vezes…

O elenco também está apenas ok. Guy Pearce é um bom ator, mas o papel não ajuda. Felicity Jones é bonitinha, mas seu papel é bobinho. Completam a família Amy Ryan e Mackenzie Davis. E ainda rola uma participação especial não creditada de Kyle MacLachlan em uma cena.

Se salva a parte musical. A cena que Sophie toca piano é a única cena do filme que me surpreendeu. Mas surpreendeu apenas pela técnica da atriz (ou dublê), porque todo mundo já sabia que a personagem ia revelar que tocava piano.

Enfim, quem for pouco exigente pode gostar. Mas quem quiser algo com mais “substância” pode procurar outra coisa.

 

Homem de Ferro 3

Crítica – Homem de Ferro 3

Estreou o novo Homem de Ferro!

Tony Stark é o brigado a superar suas crises existenciais quando o terrorista Mandarim destroi sua casa e o isola do resto do mundo.

Depois de dois excelentes filmes “solo” e um sensacional filme ao lado de outros super herois, a dúvida era: será que o novo Homem de Ferro vai segurar o nível elevado?

Err… Não, não segurou. Homem de Ferro 3 é bom, mas está abaixo dos outros filmes.

O novo filme resolveu focar mais no homem do que no heroi, temos mais Tony Stark e menos Homem de Ferro. Stark está passando por crises e traumas decorrentes dos eventos ocorridos em Nova York, no filme d’Os Vingadores. (Aliás, tantas referências ao filme anterior revelam um grande furo no roteiro deste Homem de Ferro 3: quando Tony Stark teve sua mansão destruída e se viu sozinho, por que não ligou para Nick Fury e pediu ajuda aos coleguinhas super herois?)

O que salva o filme é que o personagem Tony Stark é muito bom, e o ator Robert Downey Jr tem um carisma enorme, e se encaixa perfeitamente no papel. Só vê-lo como o irônico e sarcástico Stark já vale o ingresso. Mas quem surpreende aqui é Gwyneth Paltrow com sua “Pepper Potts 2.0”. Aos 40 anos, Gwyneth mostra excelente forma física e participa ativamente da ação do filme. E Guy Pearce e Ben Kingsley mandam bem como os novos vilões. Ainda no elenco, Rebecca Hall, Don Cheadle, William Sadler, James Badge Dale e John Favreau (que aqui deixou a direção de lado e ficou só como ator coadjuvante e produtor executivo)

(Li por aí fãs dos quadrinhos falando mal do personagem de Ben Kingsley. Parece que o Mandarim dos quadrinhos não é assim. Bem, como nunca li quadrinhos do Homem de Ferro, achei muito legal o que acontece com o personagem.)

Falando na direção, John Favreau era um ator mediano que se arriscou do outro lado das câmeras e surpreendeu positivamente, virando um diretor de primeira linha (além dos dois Homem de Ferro, ele também dirigiu Cowboys & Aliens). Não sei por que, aqui ele deixou a cadeira de diretor para Shane Black, roteirista experiente (é dele o roteiro do primeiro Máquina Mortífera), mas em seu segundo trabalho como diretor. Não sei o quanto a troca de diretor influenciou no produto final…

Outra coisa: o que aconteceu com a trilha sonora? Cadê o rock’n’roll? Ouvi AC/DC e Black Sabbath nos filmes anteriores, mas aqui, não me lembro de ter ouvido nada de rock. Nem em cenas onde tinha espaço para uma música não orquestrada, como logo no início, quando Stark coloca um disco na vitrola para testar a nova armadura.

Ah, o 3D. Nas duas salas do cinema onde fui, só tinha opção 3D. Paguei mais caro por um artifício desnecessário. Prefira o 2D, se tiver essa opção.

Por fim, nem preciso dizer, né? Tem cena pós créditos, envolvendo o universo Marvel – como todos os outros filmes da “turminha Vingadores”.

Lockout – Sequestro no Espaço

Lockout – Sequestro no Espaço

Produção e roteiro de Luc Besson, nomes famosos no elenco… Mas apesar disso, não se deixe enganar, Lockout – Sequestro no Espaço é mais um filme “B”!

Ano 2079. Um homem acusado de um crime que não cometeu é convocado para resgatar a filha do presidente dos EUA, que está sequestrada em uma cadeia que fica em órbita.

Dirigido pela dupla estreante Stephen St. Leger e James Mather (que escreveram o roteiro junto com Luc Besson) Lockout – Sequestro no Espaço é uma produção B que, se vista no espírito certo, é até divertida. Parece uma versão espacial de Fuga de Nova York – que já tinha cara de filme B (mas era beeem melhor…), com uma pitada de Duro de Matar.

No início do filme rola uma perseguição de carros com cara de videogame. Sério, as ruas não parecem reais, nem os carros, muito menos as pessoas. Achei que seria proposital, um estilo, algo a ser repetido ao longo do filme. Nada, foi só naquela cena. Ficou tosco. As cenas espaciais que acontecem mais pra frente no filme não são nenhuma maravilha, mas pelo menos não têm cara de videogam.

As cenas de ação do resto do filme podem não ter muito sentido em questão de roteiro, mas pelo menos são bem feitas, o ritmo de Lockout – Sequestro no Espaço é o suficiente para chegarmos ao fim do filme sem desistir no meio do caminho.

O elenco tem pelo menos três nomes conhecidos: Guy Pearce, Maggie Grace e Peter Stormare. Não sei se propositalmente ou não, mas Lennie James e Vincent Regan fazem versões genéricas de Don Cheadle e Gerard Butler, respectivamente – James chegou a me enganar, procurei o nome de Cheadle nos créditos…

Resumindo: Lockout – Sequestro no Espaço não é um grande filme, mas acho que nunca almejou tal feito – tem cara de filme que é lançado direto em home video. Mas é divertido pra quem entrar no clima.

 

Prometheus

Crítica – Prometheus

Finalmente, chegou um dos mais aguardados filmes de 2012!

Um grupo de arqueólogos descobre uma pista sobre a origem da humanidade na Terra. Uma grande corporação então organiza uma expedição a um planeta distante, onde vão procurar respostas para questões existenciais.

Antes de começar a falar de Prometheus, preciso avisar que NÃO é um filme da franquia Alien. “Ué, mas esse filme não era um prequel do primeiro Alien? Bem, mais ou menos. Explico.

Prometheus é um prequel sim. Mostra o universo dos filmes Alien, antes do que aconteceu lá longe, no primeiro, Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido pelo mesmo Ridley Scott em 1979. Mas não é um filme sobre a criatura “alien” – os xenomorfos e “face hughers”. Isso pode causar uma grande decepção em boa parte dos espectadores, que vão ao cinema para ver os bicharocos com sangue ácido e uma boca dentro da outra. Então, caro leitor, deixe-me avisá-lo logo: Prometheus NÃO é um filme sobre os aliens!

Dito isso, vamos ao filme. Prometheus não é Alien, mas é muito bom. Ridley Scott está de volta!

Prometheus entrega o “prometido” (desculpem, mas o trocadilho era inevitável…): misto de ficção científica com suspense e pitadas de terror, trama mostrando elementos do universo Alien, efeitos especiais excelentes e uma cenografia com um visual embasbacante – os cenários e alienígenas seguem o traço do pintor H. R. Giger, o criador do xenomorfo original.

O visual de Prometheus é realmente impressionante. Todos aqueles cenários devem ser digitais, mas a qualidade da imagem faz tudo parecer muito real. A fotografia do filme é belíssima!

O elenco é muito bom. Michael Fassbender está excelente como o androide “da vez” (não, não é spoiler). Noomi Rapace, da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, manda bem com a sua “nova Ripley” (personagem de Sigourney Weaver nos quatro filmes da série Alien). Charlize Theron também está ótima com a fria chefe. Só não gostei de Guy Pearce mal maquiado como o idoso Weyland. Por que não contratar um ator veterano? Ou pelo menos fazer uma maquiagem bem feita? Ainda no elenco, Idris Elba, Logan Marshall-Green, Sean Harris, Rafe Spall e uma ponta de Patrick Wilson.

Prometheus é bom, mas não é perfeito. O roteiro tem algumas falhas (como é que logo o geólogo responsável pelo mapeamento do local é o cara que se perde?), e são muitos personagens mal desenvolvidos… E ainda tem outro problema: a responsabilidade de ser “a nova ficção científica dirigida por Ridley Scott”. Scott foi o diretor de dois dos maiores filmes da história da ficção científica: Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner, o Caçador de Androides (1982). Prometheus é bom, mas perde na inevitável comparação.

Mas, na minha humilde opinião, o pior defeito de Prometheus é não ser uma história fechada. O fim do filme deixa claro que teremos uma continuação em breve. E sabendo que um dos roteiristas é Damon Lindelof, que tem Lost no currículo, a gente fica com o pé atrás com relação a pontas soltas…

Mesmo assim, Prometheus é um grande filme, e merece ser visto no cinema – parte do visual deslumbrante vai se perder no lançamento em dvd / blu-ray. Vi a versão em 3D, mas não senti nada essencial, acredito que possa ser visto em 2D sem nenhum prejuízo.

Agora aguardamos a continuação. Que seja tão boa quanto a continuação do primeiro Alien!

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O Pacto

Crítica – O Pacto

Devido ao passado recente de Nicolas Cage, comecei a ver O Pacto (Seeking Justice, no original) com os dois pés atrás. Mas… não é que dessa vez ele acertou?

Um professor tem uma vida tranquila, até que sua esposa é atacada e estuprada. Ainda no hospital, ele é abordado por um desconhecido que se oferece para matar o estuprador. O problema é o tipo de favores que este desconhecido vai cobrar depois.

Não sabemos ainda se O Pacto é uma volta aos bons tempos, quando Cage estrelou, em seguida, A Rocha, Con Air e A Outra Face. Mas é bem melhor que a sua média atual, com bombas como Caça Às Bruxas, Reféns e o trash Fúria Sobre Rodas (e o pior é que tá pra estrear Motoqueiro Fantasma 2, com um grande potencial de ser ruim…).

A trama lembra A Caixa, filme baseado na série Twilight Zone. Mas se A Caixa se perde na parte final, O Pacto consegue segurar a tensão por todo o filme sem deixar a peteca cair.

A direção é de Roger Donaldson, que nunca fez um “filmaço”, mas tem alguns bons títulos no currículo, como A Fuga, O Inferno de Dante e o recente Efeito Dominó. Gosto muito de A Experiência, ficção científica / terror dirigida por ele, na minha humilde opinião o seu melhor trabalho. Mas reconheço que é um diretor de segundo time.

O elenco está ok. Como disse, Nicolas Cage não está mal, e Guy Pearce manda bem, como sempre. Ainda no elenco, January Jones (X-Men Primeira Classe), Jennifer Carpenter (Quarentena), Harold Perrineau (Lost) e Xander Berkeley (24 Horas).

O Pacto não vai mudar a vida de ninguém. Mas é um filme “honesto”.

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Não Tenha Medo do Escuro

Crítica – Não Tenha Medo do Escuro

Novo terror com a grife Guillermo del Toro! Será que é bom?

A jovem Sally vai morar com seu pai e a namorada numa velha mansão que pertenceu a um famoso pintor que desapareceu décadas antes, e que o casal está reformando. Quando encontram um porão escondido, Sally descobre algo que não deveria ser descoberto.

A direção de Não Tenha Medo do Escuro (Don’t Be Afraid Of The Dark, no original) foi do estreante Troy Nixey; a Guillermo Del Toro coube a produção e o roteiro – curiosamente, um dos pontos fracos aqui. A ambientação na velha mansão é eficiente (algumas cenas lembram O Labirinto do Fauno), a boa trilha sonora evoca filmes de terror clássicos dos anos 70, e os monstrinhos convencem. Mas o roteiro tem algumas situações forçadas demais!

Algumas coisas no roteiro são clichê demais, como os desenhos secretos do artista serem iguais aos da menininha; ou o bibliotecário que é a única pessoa que conhece a fase misteriosa do artista. Quantas vezes a gente já viu isso, caro Del Toro?

E aí a gente começa a listar os furos no roteiro. Como é que a polícia não investigou o violento ataque sofrido pelo caseiro? Cadê as dezenas de fotos de polaroide? Se as criaturas tinham medo da luz, como aparecem na festa? Por que diabos a menina não mostrou a criatura esmagada na biblioteca? E por aí vai, a lista é longa. E isso sem mencionar outro problema: Não Tenha Medo do Escuro é um filme de terror sem sustos. E ainda desperdiçou uma boa oportunidade de usar a lenda da Fada dos Dentes…

No elenco, a boa surpresa é a menina Bailee Madison, eficiente no papel introspectivo. Os outros dois atores principais, Guy Pearce e Katie Holmes, não estão mal, mas também não fazem nada demais.

Enfim, Não Tenha Medo do Escuro tem coisas que se salvam. Mas o resultado final fica devendo.

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