Alvo Duplo

Crítica – Alvo Duplo

Sylvester Stallone assumiu que cinema de ação é a sua praia. Mesmo com 67 anos, ele mais uma vez traz um filme de ação acima da média.

Baseado na pouco conhecida graphic novel Du Plomb Dans La Tête, Alvo Duplo mostra a improvável união entre um matador de aluguel e um policial, que procuram vingança pelos assassinatos de seus respectivos parceiros.

Acho que boa parte do mérito de Alvo Duplo está na experiência de seu diretor, o veterano Walter Hill, o mesmo de 48 Horas, Ruas de Fogo e Warriors – Os Selvagens da Noite. Aos 71 anos, Hill mostra boa forma em detalhes do seu filme – logo no início, na cena do bar, ele já mostra talento, com as brigas coregrafadas sob música alta. Aliás, é bom falar: as lutas aqui, além de muito violentas, são muito bem filmadas, não tem nada de câmera trêmula estilo Michael Bay – mesmo em momentos mais frenéticos como na boa luta final com os machados.

Agora, se Alvo Duplo tem boas cenas de ação, tem uma falha básica: o roteiro é bem fraco. A trama é previsível e cheia clichês. E os personagens são todos rasos. Nisso, o filme ficou devendo.

Para quem gosta de brincar com referências, deve ser legal ter um Sylvester Stallone para se fazer um filme. Em determinado momento, vemos fotos de várias vezes que seu personagem foi preso, em épocas diferentes – e reconhecemos fotos reais do Stallone daquelas épocas. Outra coisa: seu personagem se chama Jimmy Bonomo e tem uma filha chamada Lisa. E em Oscar – Minha Filha Quer Casar (de 1991), o personagem de Stallone fala que trabalhou para um cara chamado Jimmy Bonomo, e tinha uma filha chamada Lisa. Além disso, Stallone mostra que a não tem problema com a idade. Não só faz piadas sobre isso como ainda mostra excelente forma física. Outra coisa: a “mocinha” é sua filha, mais compatível com a diferença de idade.

Gostei da escolha de seu oponente, Jason Momoa, o Kal Drogho de Game of Thrones e o novo Conan. Momoa não é um grande ator (talvez um “ator grande” – tá dá tschhh!), mas funciona perfeitamente para o que o papel pede. E ainda temos Sarah Shahi (The L Word) em cenas de nudez gratuita! Ainda no elenco, Christian Slater, Sung Kang, Adewale Akinnuoye-Agbaje e Jon Seda.

Por fim queria mais uma vez falar do título nacional. A tradução original seria “bala na cabeça”, título já usado em outro filme de ação, logo um dos melhores da fase chinesa de John Woo. Ora, então vamos traduzir para outro nome? Que tal “alvo duplo”? Mas será que ninguém se tocou que este era o título de outro filme de ação da fase chinesa de John Woo?

Enfim, recomendado para os que se divertem com filmes de ação, mesmo se seus roteiros sejam um pouco rasos.

Conan, O Bárbaro (2011)

Crítica – Conan, O Bárbaro (2011)

Mais um reboot de franquia dos anos 80…

Baseado nos quadrinhos de “espada e feitiçaria” de Robert E. Howard, Conan, O Bárbaro mostra o guerreiro cimério Conan em suas aventuras pelo continente de Hyboria, em busca de vingança pela morte de seu pai.

Antes de falar do filme, preciso avisar que nunca li os quadrinhos, e não me lembro bem dos dois filmes dos anos 80. Então não tenho como comparar este novo Conan, O Bárbaro com outras produções do personagem. Mesmo assim, posso dizer que o filme tem alguns bons momentos. Mas tem mais momentos ruins do que bons, infelizmente. O saldo final é negativo.

A primeira coisa que vem a cabeça quando lemos “Conan” é o nome de Arnold Schwarzenegger, que interpretou o cimério nos dois filmes dos anos 80. Bem, podemos dizer que um dos (poucos) acertos do novo filme foi a escolha de Jason Momoa como protagonista. A comparação com Schwarza é inevitável, mas Momoa (que fez um papel parecido na série Game of Thrones) não faz feio. Seu Conan consegue equilibrar carisma e brutalidade na dose certa.

Já não podemos dizer o mesmo do roteiro, que parece um amontoado de cenas de ação desordenadas. E o pior é que algumas dessas cenas de ação são muito mal filmadas pelo diretor Marcus Nispel (Sexta Feira 13), como aquela onde Conan luta contra os tentáculos de um polvo gigante (aquilo era um polvo?) – a cena é confusa, ninguém entende o que está acontecendo, e a câmera só mostra o vilão malvadão dando gargalhadas maquiavélicas. Tosco demais!

Mas o roteiro ainda tem coisa pior. Determinado momento, Conan mostra que realmente é um bárbaro, ao mostrar sua “delicadeza” com o sexo oposto (em uma das melhores cenas do filme, quando Conan sequestra Tamara para usá-la de isca). Mas logo depois, ele solta um “eu vivo, eu amo” – pára* tudo! Bárbaros cimérios amam???

O elenco não faz feio. Além de Jason Momoa, o elenco conta com Ron Perlman (Hellboy), Stephen Lang (Avatar), Rose McGowan (Planeta Terror), Rachel Nichols (G.I. Joe) e o garoto Leo Howard (A Pedra Mágica) como o Conan criança.

Nem tudo no filme é de se jogar fora. Algumas cenas até são legais – gostei da cena dos ovos com o Conan moleque. E rola uma boa quantidade de sangue, pra quem gosta…

Conan, O Bárbaro estreia nos cinemas na sexta feira agora. A versão que passou pra imprensa foi em 2D, e pelo que li por aí, é a que vale mais a pena. Mas talvez o que realmente valha a pena seja esperar pelo dvd.

* (Sei que “para”, do verbo “parar”, não tem mais acento. Mas acho que fica tão sem graça…)

.

.

Se você gostou de Conan, O Bárbaro, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
O Príncipe da Persia
Piratas do Caribe 4