Blindado

Crítica – Blindado

Sinopse (imdb): Um pai e um filho que trabalham como guardas de segurança de uma empresa de caminhões blindados encontram uma equipe de possíveis ladrões em uma ponte. Eles ficam presos e precisam bolar um plano para escapar e garantir sua sobrevivência.

Heu costumo ser positivo, e sempre procuro pontos positivos nos filmes que assisto. Mas de vez em quando aparece um filme onde essa tarefa é árdua…

Blindado (Armor, no original) foi dirigido por Justin Routt, mas o nome que a gente deve prestar atenção nos bastidores é o do produtor Randall Emmett, que tem uma fórmula meio picareta: oferece um bom cachê pra um nome grande de Hollywood, que vai até o set e trabalha por poucos dias, apenas em algumas cenas, e o filme é lançado com o nome da estrela no cartaz. Um filme vagabundo, aparentemente todo o orçamento é pra bancar esse cachê caro. Seu método ficou famoso com a série de filmes feitos com o Bruce Willis, cheguei a comentar um deles aqui no heuvi, Out of Death. Naquele caso, pelo menos tinha uma justificativa: Willis estava doente e estava fazendo alguns filmes baratos pra fazer um pé de meia. Mas depois descobri que Emmett já fez isso com outros nomes importantes.

Pelo que li no imdb, Sylvester Stallone teria recebido 3 milhões e meio de dólares por um dia de filmagem. Caramba, quem recusaria um cachê desses? Stallone foi, filmou suas cenas, e a equipe continuou fazendo o filme. Se é que podemos chamar isso de filme…

Blindado não tem uma história para ser um longa. Me parece que caberia em um seriado de 40 minutos, e que resolveram esticar pra fazer um longa metragem – o filme tem uma hora e vinte e nove minutos no total, e é arrastaaado. Chega ao ponto de termos cenas repetidas – vemos o mesmo take do braço do Jason Patrick em três momentos do filme.

Porque aí está o pior problema de Blindado, na minha humilde opinião: o roteiro, que tem erros básicos. Um exemplo é um longo flashback colocado no meio da construção do clímax do filme. O espectador pensando “como eles vão conseguir sair dessa?”, e pára tudo porque agora vamos ver um flashback detalhado sobre um acidente que impactou pai e filho.

Mas não é só isso. São diversos furos de roteiro, como um carro forte carregando valores não ser acompanhado remotamente por um gps. Ou um cara que diz que está há seis anos sóbrio, mas carrega sempre uma garrafinha de vodca e NINGUÉM sente o cheiro da vodca!

A maior parte do filme se passa numa ponte, onde derrubam o carro forte, e tem bandidos atirando tanto pela frente quanto por trás. Já vejo um problema aí, porque certamente alguém erraria o carro forte e o tiro iria atingir o coleguinha do outro lado. Mas até aí, ok, vamos acreditar que todos são exímios atiradores. Mas então por que quando o cara sai de dentro do carro forte e joga um coquetel molotov em um dos bandidos, ninguém atira nele??? E ainda esperam ele voltar e fechar a portinha!!!

E, não posso deixar de citar: POR QUE DIABOS NÃO ARREBENTARAM A PORCARIA DA PORTA TRASEIRA DO CAMINHÃO???

A edição é tão tosca quanto o roteiro: o filme abre com o time do Stallone se preparando para o ataque, mas este ataque só acontece no dia seguinte. Pra que abrir o filme com aquelas imagens? (Claro, é pra aproveitar melhor a estrela contratada e esticar o filme um pouco mais.)

Heu podia ficar aqui mais um tempão falando mal de Blindado, mas acho que chega, né? Não vou nem entrar nos efeitos especiais vagabundos, isso me incomoda menos do que os vários problemas mencionados.

Só posso dizer que tenho pena de quem for ao cinema ver esse lixo. Que provavelmente voltará aqui no fim do ano na minha lista de piores filmes de 2025.

Os Garotos Perdidos

Crítica – Os Garotos Perdidos

Hora de rever mais um clássico oitentista!

Uma mãe recém separada se muda com seus filhos para Santa Clara, uma cidade que tem muitos jovens desaparecidos. Logo os irmãos descobrem que uma gangue de vampiros age na cidade, e Michael, o irmão mais velho, gradualmente começa a se tornar um deles.

É estranho rever Os Garotos Perdidos (Lost Boys, no original) hoje em dia. Por um lado, mesmo tendo momentos e personagens caricatos, é um filme que leva a sério o mito dos vampiros e não inventa modas – diferente de boa parte dos filmes atuais. Mas, por outro lado, o visual é tão datado que às vezes fica difícil de acompanhar sem rir do visual.

Os Garotos Perdidos é muito datado. Figurinos, cabelos, trilha sonora, tudo tem muita cara de anos 80. Mas, se a gente conseguir “comprar” a ideia, o filme é bem legal, e consegue um bom equilíbrio entre os momentos assustadores e os momentos bem humorados. Como se fazia muito naquela década, o filme é repleto de frases de efeito, e consegue ter trechos engraçados sem virar uma comédia.

A direção é de Joel Schumacher, num tempo em que ele ainda acertava. Preciso admitir que já fui fui fã do cara, por filmes como O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (1985), Linha Mortal (90) e Um Dia de Fúria (93) – mas hoje é impossível a gente não lembrar de seus dois filmes com o “Batman carnavalesco” (95 e 97). Enfim, apesar dos Batman, Schumacher tem talento (ou pelo menos tinha), e mostra isso aqui.

Ainda precisamos citar a fotografia, muito bem trabalhada, apesar de parecer oitentista demais. A trilha sonora também é muito boa. E os efeitos especiais são simples e eficientes.

O elenco é muito bom. Jason Patric, projeto de galã que nunca decolou alto, faz um dos irmãos; o outro, Corey Haim, também nunca foi um grande nome, apesar de alguns filmes legais no currículo. Kiefer Sutherland, o Jack Bauer em pessoa, faz o líder dos vampiros; Corey Feldman anda sumido, mas esteve em vários filmes importantes da época (Os Goonies, Gremlins, Conta Comigo). Jami Gertz parecia que ia virar uma estrela – ela também estava em Abaixo de Zero, A Encruzilhada e A Primeira Transa de Jonathan – mas sua carreira nunca vingou; Jamison Newlander tem uma carreira curiosa: só fez cinco filmes, sendo que três são da franquia Garotos Perdidos. Ainda no elenco, Dianne Wiest, Edward Herrman e Barnard Hughes.

Os Garotos Perdidos teve duas continuações, mas que curiosamente, só vieram mais de vinte anos depois do primeiro filme: Lost Boys 2 – The Tribe, de 2008, e Lost Boys 3 – The Thirst, de 2010. Existia um gancho para um quarto filme, mas até agora, nada.

Ao lado de A Hora do EspantoOs Garotos Perdidos continua sendo um dos meus filmes favoritos de vampiros dos anos 80!

The Losers

The Losers

Um grupo de soldados de elite é mandado para a Bolívia para uma missão que dá errado e eles são dados como mortos, e se vêem sem dinheiro e sem documentos. Uma misteriosa mulher aparece para ajudá-los a voltar.

Dirigido pelo desconhecido Sylvain White, The Losers é mais uma adaptação de quadrinhos, desta vez um quadrinho menos famoso da DC.

O filme é aquilo que a gente espera. Tiros, explosões, correria… A história é meio óbvia e o filme é cheio de clichês, mas, como disse, isso tudo era esperado. O que me chamou a atenção aqui foi o elenco, com Jeffrey Dean Morgan (o Comediante de Watchmen), Zoe Saldana (a Uhura do novo Star Trek), Chris Evans (o Tocha Humana do Quarteto Fantástico) e Jason Patrick (do primeiro Lost Boys). É um bom time para um filme desconhecido… (O elenco também conta com Idris Elba, Óscar Jaenada e Columbus Short).

Jeffrey Dean Morgan está ok no papel principal. Gosto dele, fico feliz de vê-lo como protagonista. Zoe Saldana também está bem, a fotografia do filme mostra bem sua beleza. Chris Evans soma mais um filme baseado em quadrinhos no currículo – além do Tocha Humana, o cara será o Capitão América em breve – será que existe um limite de personagens de quadrinhos que um mesmo ator pode representar? O ponto fraco do elenco é Jason Patrick, bom ator, mas que está excessivamente caricato com o seu vilão mau, muito mau…

The Losers não é bom, mas também não é ruim. Pode agradar os fãs do gênero.