Fúria de Titãs 2

Crítica – Fúria de Titãs 2

Ninguém pediu, mas, olha lá, tem continuação de Fúria de Titãs em cartaz nos cinemas…

Dez anos depois de derrotar o Kraken, Perseu virou um pescador e leva uma vida pacata ao lado do filho pequeno. Até que ele é chamado para salvar seu pai, Zeus, aprisionado por Hades e Ares, que pretendem libertar Kronos, o terrível pai dos deuses.

Parece que o único objetivo desta continuação, desta vez com Jonathan Liebesman na cadeira de diretor, era mostrar efeitos especiais. Rolam quimeras, cíclopes e um minotauro, além do grande vilão, um gigantesco monstro de fogo do tamanho de uma montanha. Só não gostei do minotauro (que só aparece direito depois de terminada a luta), o resto é muito bem feito. Ah, sim, também gostei da concepção do labirinto, ficou bem legal a cena.

Mas, por outro lado, achei os personagens rasos demais. Sam Worthington volta ao papel principal. Na época do primeiro filme, achei que ele seria uma grande promessa, já que estrelara dois grandes blockbusters, Avatar e o novo Exterminador do Futuro, mas hoje revejo os meus conceitos. Ralph Fiennes e Liam Neeson, grandes atores, voltam aos seus papeis de Hades e Zeus, mas estão meio perdidos – Hades mudar de ideia tão rapidamente não me convenceu. Andromeda, interpretada pela bela Rosamund Pike, passa quase o filme inteiro com um sorriso bobo no rosto. E o grande Bill Nighy está completamente desperdiçado num papel minúsculo. E ainda tentaram arranjar um alívio cômico com o Agenor de Toby Kebbell, mas o seu “sub Jack Sparrow” ficou caricato e não funcionou.

Some o roteiro fraco aos personagens rasos, e o resultado é um filme que só empolga nas cenas de ação – parece que foi a única coisa bem cuidada no filme.

Fúria de Titãs 2 nem é ruim. Mas passa longe de ser bom. Prefira o primeirão, lá de 1981!

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Harry Potter e as Reliquias da Morte Parte 2


Crítica – Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2

E chega ao fim a bem sucedida saga do bruxinho Harry Potter!

Na segunda parte do final, finalmente a ação começa. A batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos. O confronto final entre Harry Potter e Lorde Valdemort se aproxima.

Diferente da enrolação que aconteceu nos dois últimos filmes (O Enigma do Príncipe e As Reliquias da Morte Parte 1), aqui tudo funciona direitinho, a trama é bem amarrada e o filme, mais uma vez dirigido por David Yates, é muito bom.

Uma coisa que sempre gostei na saga foi o “amadurecimento”. Assim como o público cresceu e amadureceu, o mesmo aconteceu com os personagens e com o clima dos filmes. Este oitavo filme é sério, sombrio, nem de longe lembra o clima leve e infantil dos primeiros filmes.

A onda agora é resolver todas as pontas soltas. Gostei da solução que deram para Snape (Alan Rickman), um personagem que sempre foi dúbio – achei coerente o seu motivo para ser como era. Por outro lado, achei que Neville (Mathew Lewis) ganhou espaço demais, e com isso Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) foram meio que deixados de lado – nem rola direito o tradicional alívio cômico de Grint. Até entendi o maior foco em Neville, mas heu preferiria se mantivesse nos dois de sempre.

O elenco é um dos pontos fortes de toda a saga. Enquanto todo o elenco juvenil foi mantido ao longo dos dez anos, vários grandes atores ingleses passaram por Hogwarts. Aqui não tem nenhuma novidade, Maggie Smith, Alan Rickman, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Michael Gambon, John Hurt e David Thewlis, entre outros, voltam aos seus papeis. (Só um ator foi trocado ao longo da saga, mas por motivos de força maior – Richard Harris, o primeiro Dumbledore, morreu depois do segundo filme…)

Sobreo elenco juvenil, agora que acabou a saga, espero rever em outros filmes atores que despontaram aqui, como Tom Felton (Draco Malfoy), que teve participação discreta aqui, e, claro, Emma Watson, a Hermione, que cresceu e virou uma bela mulher.

A parte técnica é muito boa, como era de se esperar. Rola uma cena onde um grande dragão tenta levantar vôo e sai quebrando telhados, com um detalhamento impressionante. A batalha dentro de Hogwarts também enche os olhos.

Uma coisa importante foi que a história realmente acabou. Numa época de histórias prolongadas demais por ganância (principalmente com seriados de tv que não sabem a hora de parar), deve ter sido uma decisão difícil para todos os envolvidos na produção, já que Harry Potter é uma das sagas mais lucrativas da história do cinema.

Outra coisa boa foi a manutenção do nível ao longo dos oito filmes. Ok, nem tudo foi perfeito, mas, entre altos e baixos, o saldo foi positivo. Harry Potter pode figurar entre as maiores sagas do cinema.

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Harry Potter e As Relíquias da Morte parte 1

Harry Potter e As Relíquias da Morte parte 1

E, finalmente, a saga Harry Potter chega ao fim! Quer dizer, quase…

Neste novo e incompleto filme, enquanto Harry foge de Voldemort e procura as Horcruxes, ele descobre a existência dos três objetos mais poderosos do mundo da magia: as Relíquias da Morte.

Vou explicar o “quase” do primeiro parágrafo. Todos sabem que o sétimo e último livro da saga foi dividido em dois filmes. Então, esta é só a primeira parte do último filme. O fim mesmo, só ano que vem. Entendo esta decisão dos produtores, afinal, a franquia Harry Potter é muito lucrativa. Então, a ideia é esticar a arrecadação por mais um ano. E o espectador é que saiu perdendo aqui, afinal, o sexto filme já é uma grande enrolação!

Mas, vamos ao filme, que, apesar disso tudo, não é ruim.

Como falei na crítica do sexto filme, uma das grandes vantagens da saga é a manutenção do elenco, que envelhece quase ao mesmo tempo que os personagens do livro. Assim, o clima do filme é mais sombrio, mais adulto. A saga infanto juvenil está cada vez menos infantil. Inclusive, parte do filme mostra uma política totalitarista – o novo Ministério lembra, acredito que intencionalmente, o nazismo de Hitler.

(Aliás, este “quase ao mesmo tempo” é um ponto negativo aqui neste filme, já que Harry precisava ter 17 anos, e Daniel Radcliff, com 21, está velho demais para isso. Deveriam ter feito os sete filmes em sete anos!).

Como já é quase uma tradição nos filmes da série, grandes atores britânicos marcam presença. O filme anterior trouxe Jim Broadbent, este traz Bill Nighy num pequeno mas importante papel. Além de, claro, Alan Rickman, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, John Hurt, David Thewlis, Imelda Staunton e Timothy Spall, entre outros.

Também gostei da trama ter saído de Hogwarts. Ver a galera em Londres é interessante! E outro ponto positivo são os efeitos especiais. Um filme como Harry Potter sem os efeitos ia ser bem mais fraco. E aqui eles são bem usados. Inclusive, o filme traz uma interessante sequência em animação para contar a história das tais Relíquias da Morte.

O elenco cresceu, as meninas estão mais velhas. Hermione já é adulta, e virou uma mulher bonita. E Harry Potter tem bom gosto: tem uma namorada ruiva… 😉

No fim, como disse antes, só fica aquele gostinho de enganação. O filme é bom, não precisava de enrolação, principalmente porque cada filme tem duas horas e meia… Agora, só em 2011!

Fúria de Titãs (2010)

Fúria de Titãs (2010)

Depois de rever o Fúria de Titãs original, fui ao cinema checar a refilmagem!

A história não é exatamente igual à do primeiro filme, mas é bem parecida. O semi-deus Perseu, filho de Zeus com uma humana, luta contra monstros mitológicos como a Medusa e o Kraken, para salvar a cidade de Argos.

Bem, é claro que precisamos fazer uma comparação entre o original e a refilmagem, né? Pois bem, a nova versão tem méritos e defeitos.

Tem algumas coisas que não entendo. Por que desprezaram Bubo, a corujinha robô? Ela aparece, rapidamente, para dizerem que ela não será necessária. Outra coisa deixada de lado foi o romance com a princesa Andromeda. Devem ter pensado que o filme ficaria mais “mulherzinha”. Mas achei isso bem nada a ver, principalmente porque acaba rolando outro interesse romântico para Perseu. Mais uma coisa: Pegasus negro? Como assim? Pegasus sempre foi branco! Este foi um dos piores exemplos de politicamente correto da história!

Tem outras coisinhas. Algumas coisas foram alteradas, mas não ficaram nem melhores, nem piores, apenas diferentes. Mesmo assim, me pergunto: por que mudar coisas como a origem dos escorpiões gigantes e a história de Calibos?

O filme tem outro problema, infelizmente comum em filmes de ação dos dias de hoje. As lutas parecem filmadas por câmeras com problemas epiléticos. Tudo treme demais! Sabe a cena dos escorpiões gigantes? Não consegui contar quantos são os escorpiões!

Mas nem tudo piorou. Gostei muito do personagem Hades, que não existia na primeira versão. Gostei também de alguns cenários, como o lugar onde as bruxas moram. E o que pedia melhores efeitos, claro, também ficou melhor. Sou fã do stop motion de Ray Harryhausen, mas admito que aquilo era tosco. O Kraken, a Medusa, o vôo do Pegasus, tudo isso ficou muito legal.

A direção desta refilmagem ficou a cargo de Louis Leterrier, diretor francês que tem bom currículo com filmes de ação – ele fez os dois primeiros Carga Explosiva e O Incrível Hulk com o Edward Norton (o filme do Hulk com o Eric Bana é do Ang Lee!).

O elenco traz no papel principal um dos nomes mais badalados do momento, Sam Worthington, protagonista de Avatar e do novo Exterminador do Futuro. E temos alguns grandes atores em papéis secundários, como Liam Neesson e Ralph Fiennes como Zeus e Hades – será que rolou uma lembrança da época de A Lista de Schindler? E também tem Pete Postlethwaite como o pai de Perseu. Ainda no elenco: Gemma Arterton (que também está em Príncipe da Persia), Elizabeth McGovern, Jason Flemyng, Alexa Davalos e Mads Mikkelsen.

Enfim, bom filme-pipoca para ser visto nos cinemas, na tela grande. Mas o original ainda é melhor…

Guerra Ao Terror

Guerra Ao Terror

No Iraque, durante a guerra, uma equipe especializada em desarmar bombas vive o dia-a-dia no limite da tensão, pois a cada esquina pode haver uma bomba, e cada habitante local é um potencial inimigo. E o sargento William James (Jeremy Renner) se sente à vontade e parece que gosta disso.

Dirigido por Kathryn Bigelow (Caçadores de Emoções, Quando Chega a Escuridão), Guerra Ao Terror é bastante eficiente ao mostrar toda esta tensão da guerra. A câmera parece documental, é nervosa, na mão o tempo todo.

O que é interessante aqui é que o filme foca nos soldados, e não na guerra. O filme não tem muita história, temos uma contagem regressiva dizendo quantos dias faltam para estes soldados voltarem para casa, e acompanhamos as suas missões. Mas o filme não é chato, cada missão é teeensa, temos várias cenas daquelas de se virar na poltrona e roer as unhas.

O elenco é curioso. O personagem principal é Jeremy Renner, um nome não muito conhecido. Talvez por isso, outros três nomes estejam no cartaz: David Morse, Ralph Fiennes e Guy Pearce. Mas, não se deixe enganar, os três têm papéis pequenos!

Aliás, falando em fatos curiosos, este é um raro exemplo de filme que foi lançado nos cinemas depois de já estar disponível em dvd nas locadoras. A distribuidora brasileira achou melhor lançar direto em dvd. Mas com o hype que aconteceu com as indicações ao Oscar 2010, voltaram atrás e o filme foi parar nas telas.

Guerra Ao Terror foi o grande ganhador do Oscar de 2010, levando seis prêmios, entre eles, melhor filme, melhor diretora e melhor roteiro. Olha, o filme é bom, mas, na minha humilde opinião, não é isso tudo. Acho que Avatar merecia mais…