Oblivion

Crítica – Oblivion

Filme novo do Tom Cruise! Mais: filme novo de Joseph Kosinski, o diretor de Tron – O Legado!

Décadas depois de uma guerra contra alienígenas, o planeta Terra está devastado. Quase toda a população foi transferida para uma lua de Saturno, os poucos que ficaram trabalham cuidando da exploração dos últimos recursos do planeta. Neste ambiente, o técnico de reparos Jack é assombrado por misteriosos sonhos.

Joseph Kosinski tem uma carreira curta – este é apenas seu segundo longa. Por enquanto, o cara tá bem: mais uma vez, ele apresenta um filme acima da média. Oblivion tem uma trama que foge do óbvio, um bom elenco, excelentes efeitos especiais, uma boa trilha sonora e efeitos sonoros que faziam tremer as poltronas do cinema.

Tom Cruise, como de costume, lidera bem o elenco. É impressionante como Cruise sabe administrar bem sua carreira, com muitos blockbusters e poucos fracassos no currículo. Sua interpretação não foge ao habitual, é o mesmo feijão com arroz de quase sempre – mas ninguém pode negar que ele faz muito bem este feijão com arroz. Ainda no elenco, Olga Kurilenko, Andrea Riseborough, Morgan Freeman, Melissa Leo, Nicolaj Coster-Waldau e Zoe Bell.

O visual do filme chama a atenção, os cenários pós apocalípticos são extremamente bem feitos. Foram usadas locações na Islândia, fiquei imaginando o que era real e o que era computador. São belíssimas paisagens, a Nova York destruída de 2070 é impressionante.

Um parágrafo para falar da trilha sonora. Kosinski chamou o grupo eletrônico Daft Punk para a trilha de Tron O Legado e o resultado ficou excelente. Agora, outro grupo eletrônico foi chamado, o M83 (confesso que nunca tinha ouvido falar), e mais uma vez a trilha é um dos destaques do filme. Trilha sonora forte e presente, com bons temas ao longo de todo o filme. E além da trilha sonora, outra coisa que chama a atenção são os efeitos sonoros. O ruído dos drones se destaca, um ruído grave e forte que chega a dar medo.

O roteiro é bom, com uns toques de Matrix, 2001, Prometheus, Moon e pelo menos uma referência explícita a Guerra nas Estrelas (impossível não nos lembrarmos da cena do ataque à Estrela da Morte e da “manobra Millenium Falcon”). As reviravoltas estão bem colocadas no roteiro, mas este não é perfeito – algumas coisas soam forçadas, principalmente na parte final (certa cena me lembrou de ID4). O fim do filme é hollywoodiano, deve agradar a maioria dos espectadores. Heu preferia que tomassem outro caminho, mas não é nada tão grave que atrapalhe o bom conjunto do filme.

Enfim, bom filme. Sr. Kosinski, mantenha o bom trabalho!

Festim Diabólico

Crítica – Festim Diabólico

Em primeiro lugar, pra quem não sabe: estou mudando de status, de “atirador de pedras” para “telhado de vidro”. Escrevi o roteiro de um longa metragem musical, e estou procurando caminhos para realizar o meu filme. Por enquanto, já fiz um curta ligado ao filme, que está aqui, e outro, também musical, que está na pós produção.

Agora estou envolvido na produção de outro curta ligado ao longa. A novidade é que quero fazer um plano sequência. E, para isso, achei uma boa rever o clássico de Alfred Hitchcock Festim Diabólico.

Dois jovens matam um colega apenas para provar a si mesmos que podem cometer o crime perfeito. Para desafiar os amigos e a família, resolvem convidá-los para uma reunião no apartamento deles, e servem a comida em cima de um baú onde está escondido o corpo da vítima.

É complicado falar de um filme desses, lançado em 1949, décadas atrás, que todo mundo já viu e que muita gente boa já criticou. Mas vou tentar dar os meus palpites.

Pra quem não sabe (alguém não sabe?), Festim Diabólico foi concebido para ser apenas uma cena, quase sem cortes. Segundo a wikipedia, são vários planos-sequência de 4 a 10 minutos, e um total de apenas oito cortes. Em alguns momentos, a câmera precisava trocar o rolo de filme, então passava pela parede ou pelas costas de um ator, e o plano-sequência seguia como se não houvesse corte.

A ideia do filme pode dar a impressão de que seria um filme um tanto cansativo – é quase como estarmos diante de um único ato de peça teatral filmada. Nada disso, o resultado é bem interessante. Não é à toa que Hitchcock é considerado até hoje como um dos maiores nomes da história do cinema, o cara sabia direitinho onde posicionar e por onde mover a sua câmera. Alguns momentos são ótimos – e tensos – como quando a empregada começa a guardar as coisas em cima do baú, sem saber o que está dentro.

Hoje a tecnologia é diferente, mais fácil de se trabalhar, e mesmo assim existem poucos filmes com longos planos-sequência – recentemente um uruguaio filmou La Casa Muda, um longa de terror num único plano-sequência, mas é um caso isolado. Historicamente falando, o formato de Festim Diabólico é tão importante que este é o único filme que me lembro de ter passado sem intervalos comerciais na TV Globo dos anos 80!

Uma última curiosidade sobre: todos sabem que Hitchcock sempre fazia uma aparição cameo em seus filmes. Festim Diabólico se passa todo dentro de um apartamento – e agora, como fazer? Bem, diz a lenda que ele é uma das pessoas passando pela rua, na cena inicial (a rua é mostrada, vista da janela). Assim como diz outra lenda que sua silhueta é visível em cima de um dos prédios ao fundo, mas este não consegui ver nem sabendo qual era o momento exato…

Agora preciso tomar vergonha na cara e ver mais filmes do Hitchcock. Corrigir esta falha no meu currículo como cinéfilo…

O Resgate

Crítica – O Resgate

Um ladrão de banco, depois de passar oito anos na prisão, resolve levar uma vida correta. Mas sua filha é sequestrada e ele é forçado a voltar ao mundo do crime.

As expectativas com este O Resgate (Stolen, no original) eram bem baixas – a crítica falou muito mal na época da estreia, e Nicolas Cage tem acumulado vários filmes de qualidade duvidosa nos últimos tempos (Caça Às Bruxas, Reféns). Mas, o diretor era o mesmo do segundo Mercenários, ok, vamos ver qualé.

O Resgate nem é muito ruim. Mas tem um problema gravíssimo: um roteiro preguiçoso, com tem tantos furos que, se heu começar a enumerá-los, o post não acaba hoje. É computador sem senha e elevador sem câmera dentro do prédio do FBI, é barra de ouro derretendo e solidificando rapidinho, é um que consegue criar uma morte falsa apenas arrancando uns dedos, é outro que quebra o próprio polegar pra sair de uma algema e depois agir como se nada tivesse acontecido… A lista é interminável…

O diretor Simon West fez melhor com o recente Os Mercenários 2 e também com os mais antigos Con Air e Lara Croft. Mas eram roteiros melhores, né?

No elenco, Nicolas Cage faz o mesmo papel de sempre. Além dele, Malin Akerman, Josh Lucas, Danny Huston e Sami Gayle. Ninguém está bem, mas ninguém está tão mal a ponto de atrapalhar.

Não recomendo O Resgate. A não ser que você esteja procurando um filme de ação meia bomba, e que você não se preocupe com “detalhes” como o roteiro.

Mama

Crítica – Mama

Um tempo atrás, surgiu pela internet Mama, um curta de terror que construía uma tensão maior do que muito longa por aí, apesar de ter apenas uns três minutos. Pessoas influentes na indústria cinematográfica viram o curta e agora o mesmo diretor Andrés Muschietti nos apresenta o longa Mama, desta vez produzido por Guillermo del Toro. E a melhor notícia é: temos um dos melhores filmes de fantasma dos últimos tempos!

Annabel e Lucas resolvem encarar um grande desafio: criar as duas sobrinhas dele, órfãs, e abandonadas sozinhas numa cabana na floresta por cinco anos. Mas – será que elas estavam sozinhas mesmo?

Não gosto de julgar diretores estreantes. Antes de elogiar a carreira de Andrés Muschietti, prefiro esperar por outro filme dele. Mas posso afirmar que seu longa de estreia é excelente!

Mama consegue uma coisa básica, mas que nem todos os filmes de terror conseguem: causa medo. O filme tem um excelente clima tenso, e traz várias cenas de sustos, quase sempre feitas com truques de câmera e usando efeitos sonoros. Lembrei de Sobrenatural, que passou nos cinemas daqui uns dois anos atrás.

Alguns vão dizer que Mama tem muitos clichês. É verdade, a gente já viu outros filmes que mostram um quarto escuro iluminado apenas com flashes de uma câmera fotográfica, ou que mostram seres sinistros que aparecem quando as luzes se acendem. Mas isso não me incomodou, os clichês são bem utilizados aqui.

Os efeitos especiais são discretos e muito bem usados. A cena que mostra as meninas sendo encontradas, ainda se locomovendo como animais, é sensacional. E o personagem Mama é assustador na dose certa.

Sobre o elenco, esqueça a menina de nome impronunciável Quvenzhané Wallis, de Indomável Sonhadora. A pequena Isabelle Nélisse está sensacional como a irmã mais nova. Megan Charpentier, a irmã mais velha, também está muito bem, mas Isabelle impressiona mais como a menina que conhece pouco sobre as regras sociais e age meio como um bicho. Se a Academia fosse justa, Isabelle teria uma indicação ao Oscar ano que vem – o que infelizmente nunca vai acontecer por um filme deste estilo…

Outro comentário sobre o elenco: na minha humilde opinião, um dos pontos negativos do filme foi a escalação de uma atriz de 35 anos para o papel de Annabel. Acho que seria mais coerente se Annabel tivesse uns vinte e poucos anos. Por sorte, Jessica Chastain é uma excelente atriz e convence como a jovem baixista de uma banda que nem pensa em ser mãe e “ganha” duas filhas. Nicolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de Game of Thrones, também está bem como Lucas (e como Jeffrey, o irmão de Lucas).

Cabe mais um comentário sobre o elenco? Javier Botet, que interpretou a Menina Medeiros em REC, aqui ganhou o papel da Mama. Dei uma pesquisada no google, o cara é magrelo e tem os braços muito compridos. Deve ser um sujeito esquisitão. Ou seja, serve perfeitamente para papeis esquisitos assim.

Enfim, chega de escrever. Fica a recomendação: vá ao cinema ver Mama – o filme estreia nesta sexta, e merece ser visto na sala escura.

E parabéns ao diretor Andrés Muschietti. Continue no bom caminho!

p.s.: Pra quem não sabe, meu nome é Helvecio. Pra mim, o filme ainda tem um atrativo extra: a cabana onde as meninas ficaram se chama “Helvetia”. 🙂

Oz: Mágico e Poderoso

Crítica – Oz: Mágico e Poderoso

Sou fã do Sam Raimi desde a época dos Evil Dead. Claro que não ia deixar de ver sua versão para a origem do Mágico de Oz, né?

Fugindo de uma briga, o mágico de circo Oscar Diggs acaba chegando na Terra de Oz. Lá, ele conhece as bruxas Theodora, Evanora e Glinda, e, com a ajuda de um macaco alado e de uma boneca de porcelana, precisa descobrir quem é do bem e quem é do mal.

Sim, é isso mesmo, esqueça a Dorothy, o Totó, o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata. Trata-se de um prequel, mostrando como o Mágico chegou em Oz.

Li que a produção deste Oz: Mágico e Poderoso teve problemas com direitos autorais. O livro de L Frank Baum, de onde saiu a história, está em domínio público, mas o filme de 1939 O Mágico de Oz não está, e os donos dos direitos não liberaram. Então, tudo aqui teve que ser minuciosamente pensado. As citações ao filme original não podiam ser diretas. Um exemplo disso é o início do filme em preto e branco – as cores aparecem quando ele chega a Oz, como acontece no filme clássico.

Claro que os saudosistas vão dizer que este Oz: Mágico e Poderoso não chega aos pés do filme de 39. Mas acho que isso já era previsto: qualquer um que for “cutucar” um dos maiores clássicos da história do cinema vai encontrar uma legião de “haters”. Faz parte.

Na minha humilde opinião, o resultado ficou bem interessante, uma fantasia a la Tim Burton – diferente do último filme de Raimi, o bom terror Arraste-me Para o Inferno. Raimi consegue desenvolver bem uma nova fábula no mundo de Oz.

A produção é Disney, o que pode ser uma boa e ao mesmo tempo uma má notícia. Por um lado, a produção é de altíssimo nível – a animação dos coadjuvantes (o macaco alado e a boneca) é de uma qualidade impressionante. Por outro, Raimi está mais discreto que o habitual (é só compararmos com o resto da boa filmografia do diretor). Se Raimi estivesse mais “solto”, o resultado provavelmente seria menos comportado.

Sobre os efeitos especiais, eles ficaram meio artificiais, mas isso me pareceu proposital. Alguns cenários são muito coloridos, algumas maquiagens são muito caricatas – os cenários e caracterizações parecem uma mistura de Alice no País das Maravilhas do Tim Burton com O Grinch do Jim Carrey.

No elenco, não vi nenhum destaque. James Franco está canastrão, mas acho que o personagem pedia isso. Não gostei da atuação de Mila Kunis, ela parece artificial demais. Rachel Weisz se sai um pouco melhor com sua bruxa menos caricata. Ainda no elenco, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Cobbs e as tradicionais pontas de Bruce Campbell e Ted Raimi.

Enfim, Oz: Mágico e Poderoso não se tornará um clássico como o filme de 39. Mas é uma boa diversão.

Os Croods

Crítica – Os Croods

Filme novo da Dreamworks!

Após ver sua caverna destruída, uma família de homens das cavernas sai à procura de um novo lar no meio de um estranho mundo novo, com a ajuda de um jovem criativo.

Quando a Dreamworks e a Pixar apareceram, surgiu um novo padrão nos longa metragem em animação. Mas parece que com o passar dos anos a Dreamworks assumiu o posto de segundo lugar. Enquanto a Pixar continua nos surpreendendo quase sempre, a Dreamworks mais uma vez apresenta um filme meia bomba.

Os Croods não é ruim, longe disso. É divertido, com bons personagens, e tecnicamente bem feito. Mas o problema é que hoje em dia estamos mal acostumados, e quando aparece um novo longa de animação, a gente espera ser surpreendido. E Os Croods não surpreende nada. É um bom desenho, e só.

Tem uma outra coisa que me incomodou um pouco: a ambientação do filme no “fim do mundo”. Como é um desenho pra crianças, precisa de um final feliz. Mas aqueles meteoritos caindo pouco antes do fim do filme deixam claro que aquela família não sobreviveria. Além da suspensão de descrença pra ver um bebê correndo rápido como um animal ou pessoas caindo de grandes alturas sem se machucar, precisamos de mais suspensão de descrença pra acreditar que o mundo só acabou pela metade.

Mesmo assim, o filme é bem divertido. Algumas situações são hilárias – a preguiça “Braço” é um excelente alívio cômico. E a parte técnica é de cair o queixo, tanto em cenas de ação (como a perseguição no “café da manhã”), quanto em cenários e bichos estranhos e coloridos. E o 3D é muito bem feito.

(O elenco original é estelar – Nicolas Cage, Emma Stone, Ryan Reynolds, Cloris Leachman, Catherine Keener e Clark Duke. Mas vi a versão dublada, então não posso palpitar aqui.)

Pena que ao fim da projeção fica aquela sensação de que faltou alguma coisa. Espero que Monsters University e Meu Malvado Favorito 2 nos surpreendam!

p.s.: No fim dos créditos rola uma piadinha rápida, mas nada demais.

Top 10: Melhores Bandas Fictícias do Cinema

Top 10: Melhores Bandas Fictícias do Cinema

Seguindo a sugestão do meu amigo (e crítico de cinema) Oswaldo Lopes Jr., que tal um Top 10 com melhores bandas fictícias do cinema?

A regra é simples: bandas que só existiram no(s) filme(s). Por isso, logo de cara não podemos citar os Blues Brothers, excelente banda criada no programa de tv Saturday Night Live pelos atores John Belushi e Dan Aykroyd (e mais um monte de músicos bons), e que depois geraram o sensacional longa Os Irmãos Cara de Pau. A banda fez diversos shows e gravou vários discos.

Situação parecida aconteceu com os Commitments. Foi uma banda criada para o filme The Commitments – Loucos Pela Fama, com atores / músicos desconhecidos. Mas depois a banda saiu em turnê – tocou até no Brasil, se não me engano.

Já The Rutles, divertida paródia dos Beatles criada pelo Monty Python Eric Idle, não entra. É uma banda fictícia, mas não teve um filme, só mockumentários, The Rutles: All You Need Is Cash (1978) e The Rutles 2: Can’t Buy Me Lunch (2004). Pena, porque o filme conta com um elenco excepcional.

Pensei em citar os Soggy Bottom Boys, do filme Aí, Meu Irmão, Cadê Você, mas seu estilo destoa um pouco do resto do Top 10. Fica como menção honrosa, ao lado do divertidíssimo videoclipe oitentista da banda Pop (Letra e Música).

Vamos aos 10?

10. Sex Bob-ombScott Pilgrim Contra o Mundo (2010)

A banda do protagonista Scott Pilgrim. No filme, são os atores tocando, o próprio Michael Cera assumiu o baixo. A banda não é lá grandes coisas, mas o filme é bem divertido.

httpv://www.youtube.com/watch?v=wGZFwU-SHNc

9. Strange FruitStill Crazy – Ainda Muito Loucos (1998)

O filme Still Crazy, que mostra a volta de uma banda que fez sucesso nos anos 70, é pouco conhecido por estas bandas. Mas a gente não pode ignorar uma banda que tem Bill Nighy no vocal, Stephen Rea no teclado, Timothy Spall na bateria e Billy Connolly como roadie!

httpv://www.youtube.com/watch?v=pqkynltPB4Q

8. Steel DragonRock Star (2001)

A banda de hard rock que contratou um fã, vocalista de uma banda cover, para assumir o posto do vocalista oficial. A banda no palco é bastante convincente, para isso foram chamados três músicos “de verdade”, Zakk Wylde, Jason Bonham e Jeff Pilson, que contracenam com Mark Wahlberg e Dominic West.

p.s.: Parece que o Timothy Spall largou o posto de baterista do Strange Fruit pra assumir o de empresário do Steel Dragon…

httpv://www.youtube.com/watch?v=xMtkVYvq-hg

7. School of RockEscola de Rock (2003)

Atores mirins que tocam instrumentos foram contratados pra contracenam com um Jack Black exagerado como sempre. A postura de palco parece digna de um sarau de escola. Mas se a gente lembrar que a garotada da banda tinha entre 10 e 15 anos, tá valendo, né?

httpv://www.youtube.com/watch?v=dTkVxwVn6-E

6. ArsenalRock Of Ages (2012)

Tive sérias dúvidas sobre a inclusão da banda Arsenal neste Top 10. Afinal, a banda pouco aparece no filme, o foco é o vocalista Stacee Jaxx, o personagem de Tom Cruise. Mas a banda merece lugar aqui, nem que seja por ter nos mostrado Cruise cantando Bon Jovi e Guns’n’Roses.

httpv://www.youtube.com/watch?v=wxvNC8oe0W8

5. Marvin Berry & The StarlightersDe Volta Para o Futuro (1985)

Uma banda que tem duas coisas invejáveis no currículo: fizeram uma gig com Marty McFly, e ensinaram Chuck Berry a tocar Johnny B. Goode. Nuff said!

httpv://www.youtube.com/watch?v=uE9_2vIlAmU

4. Dr Teeth and The Electric MayhemMuppets – O Filme (1979)

A banda do tecladista Dr. Teeth, presente em vários filmes e programas de TV dos Muppets. Seu membro mais famoso é o baterista Animal, grande influência para inúmeros bateristas “de verdade”.

httpv://www.youtube.com/watch?v=XoKFBjd5-F8

3. Spinal TapThis Is Spinal Tap (1984)

Talvez o melhor “mockumentário” da história do cinema, This Is Spinal Tap é perfeito ao mostrar uma banda dos anos 70 e todos os seus exageros, com direito a “imagens de arquivo” de apresentações antigas da banda. Filme obrigatório para quem curte rock.

httpv://www.youtube.com/watch?v=qAXzzHM8zLw

2.StillwaterQuase Famosos (2000)

Não só o filme Quase Famosos é um dos melhores filmes de rock da história, como a banda Stillwater é uma personificação perfeita de uma banda de rock dos anos 70. Por mais que você saiba que lá estão Jason Lee (Dogma) e Billy Crudup (Watchmen), na tela você só vê a banda.

httpv://www.youtube.com/watch?v=vD9D6CoYh1I

1.The WondersThe Wonders – O Sonho Não Acabou (1996)

E o primeiro lugar não vai nem para o melhor filme, nem para a melhor banda, e sim para a banda fictícia que criou um hit que toca até hoje em 9 entre 10 festas por aí – a ponto de ter gente que acredita que a banda existiu de verdade. That Thing You Do agita qualquer pista de dança!

httpv://www.youtube.com/watch?v=bYgz8Qb56xM

The Room

Crítica – The Room

Quando vi Birdemic, li no imdb algumas comparações com este The Room, que seria um filme tão ruim quanto. Poucos dias depois, estive com o diretor curitibano Paulo Biscaia Filho (Morgue Story, Nervo Craniano Zero), que coincidentemente comentou sobre o mesmo filme. Os sinais estavam claros: heu precisava ver The Room!

Johnny é um bem sucedido executivo de um banco. Mas sua noiva manipuladora está tendo um caso com o seu melhor amigo.

The Room é ruim, muito ruim. Mas é um ruim diferente de Birdemic ou Cinderela Baiana. The Room é ruim porque tenta ser sério.

The Room é quase uma aula de cinema ao inverso. Se você quiser fazer cinema, veja tudo aqui e faça o oposto, é um bom ponto de partida. São muitos exemplos de erros.

Aqui é fácil vermos quem é o culpado: Tommy Wiseau, o diretor, roteirista, produtor e protagonista de The Room. O cara é muito ruim, é difícil saber em qual função ele é pior. Acho que a única tarefa que Tommy Wiseau fez direito foi a produção. Afinal, ele conseguiu realizar seu sonho – seu filme ficou pronto, diferente de muita gente por aí que não consegue isso. Mas…

– Tommy Wiseau é um péssimo roteirista. The Room traz alguns pontos no roteiro que seriam importantes, mas são ignorados logo depois – como a sogra de Johnny declarar que está com câncer, ou o envolvimento de Denny com o traficante de drogas. E olha que não estou falando da cena onde os personagens vão jogar futebol americano de fraque, nem do personagem do psicólogo, que aparece do nada e desaparece também do nada, nem das duas cenas de sexo com imagens repetidas, nem do jovem Denny querendo assistir o “pai adotivo” fazer sexo, nem…

– Tommy Wiseau é um péssimo diretor. Um exemplo: perto do fim do filme, seu personagem precisa pegar uma caixa e abri-la. Mas a caixa já estava aberta. Sem problemas: Johnny pega a caixa, a fecha e logo depois a abre.

– Mas acho que o pior de tudo é a atuação. Tommy Wiseau é um péééssimo ator. Olha, arrisco a dizer que nunca vi um ator tão ruim. A gente vê atores fracos aqui e ali, inclusive aqui em The Room, mas ele é muito pior do que se pode imaginar. Pra piorar, ele é feio, tem um físico horroroso e um sotaque bizarro. Uma frase sua virou meme de internet – procurem no google a expressão “you are tearing me apart, Lisa!”.

A trilha sonora também é muito ruim, mas não sei se teve dedo de Wiseau. Só sei que os temas não combinam e parecem encaixados à força.

Como falei lá no início, o pior de tudo é que estamos diante de um filme sério. Aparentemente, Wiseau acha que fez um bom filme. Por isso, dependendo do ponto de vista, The Room é ainda pior que um Birdemic ou um Cinderela Baiana, já que os risos aqui são de vergonha alheia.

Acho que a única coisa boa deste filme é a nudez gratuita da personagem principal feminina, que gosta de tirar a roupa sem motivo. Mas, mesmo assim, ainda preferia que fosse uma atriz mais bonita.

A recomendação para o público “leigo” é simples: evite ao máximo e seja feliz. Mas, para aqueles iniciados no mundo trash, recomendo ir com cautela. The Room não é para qualquer um!

Linha de Ação

Crítica – Linha de Ação

Desconfiado da traição de sua mulher, o prefeito de Nova York, às vésperas da eleição, contrata um ex-policial para investigá-la. Mas logo o suposto amante é assassinado, e todas as provas apontam para o prefeito, candidato à reeleição.

Dirigido por Allen Hughes (O Livro de Eli, Do Inferno), Linha de Ação é um filme “correto”. Não chega a ser ruim, mas também está longe de ser um bom filme.

Não sei exatamente qual foi o problema, o fato é que o filme não “engrena”. Talvez seja porque Linha de Ação não tem nenhum personagem com quem a gente possa se identificar; talvez seja porque hoje temos várias opções muito boas – já vi episódios de séries policiais de tv melhores do que este filme.

O roteiro tem falhas. Temos personagens mal construídos e situações previsíveis. E teve uma coisa que me incomodou: o debate entre os candidatos a prefeito. Vem cá, lá nos EUA os debates são bagunçados assim, com um interrompendo o outro o tempo todo? Outra coisa: qual o propósito da personagem Natalie? Pode tirar o personagem que o filme não perde nada.

O elenco nem é ruim. Gosto do Mark Wahlberg – apesar de saber das suas limitações, ele funciona em papeis assim. Russell Crowe faz o feijão com arroz de sempre; Catherine Zeta-Jones pouco aparece, e também faz o básico. Ainda no elenco, Jeffrey Wright, Barry Pepper, Alona Tal e Natalie Martinez.

Enfim, Linha de Ação não é nem bom nem ruim. Se fosse lançado uns 15 anos atrás, seria um caso de “filme de apoio”, filmes que eram lançados em vendas casadas com os “filmes de ponta”…

The ABCs Of Death

Crítica – The ABCs Of Death

Um projeto ousado: 26 diretores diferentes teriam total liberdade para fazer um curta baseado em cada uma das 26 letras do alfabeto. Ideia interessante, mas que dificilmente daria certo…

Em primeiro lugar, fazer um curta é mole, mas fazer um bom curta não é tarefa das mais fáceis. O cara tem poucos minutos para apresentar, desenvolver e concluir uma história completa. Por isso, várias das 26 historinhas ficaram devendo.

Na minha humilde opinião, outra falha foi a tal “total liberdade” dada a cada curta. Isso tirou qualquer possibilidade de identidade do filme como um longa, já que cada autor pensou num conceito distinto. E ainda gerou algumas forçações de barra – um dos curtas é sobre um vampiro, mas não está na letra “V”, e sim na “U”, de “Unearthed“; ou, “W” podia ser uma história de lobisomem (werewolf), mas resolveram juntar várias imagens aleatórias e chamar de “WTF”. Acho que o resultado poderia ser melhor se cada autor tivesse um tema, em vez de uma letra.

O resultado final é beeem irregular. Algumas historinhas são boas, mas são poucas – a maior parte ficou devendo. Quase todos os diretores são pouco conhecidos do grande público, mas já foram mencionados aqui no heuvi. Vou comentar alguns dos curtas, citando os diretores:

– Nacho Vigalondo, que fez o bom Los Cronocrímenes, faz um filminho bobo, com o “A” de “Apocalypse“. Aliás, é bom falar, não tem nada apocalíptico no filme.

– Marcel Sarmiento, que fez o bom Deadgirl, conseguiu belas imagens num filme de luta entre um homem e um cachorro. Pena que a história em si é besta.

– Noburu Iguchi, do divertido Machine Girl, fez uma bizarrice com o “F” de “Fart“. É um dos que ficaram devendo…

– Ti West, nome maomeno badalado, mas que fez um dos piores segmentos de V/H/S, tem um momento de mau gosto aqui com o seu péssimo “M” de “Miscarriage“.

– Banjong Pisanthanakun, que fez o bom terror tailandês Espiritos – A Morte Está ao Seu Lado, fez o divertido “N” de “Nuptials“.

– Adam Wingard e Simon Barrett, responsáveis pelo pior segmento de V/H/S, fizeram um dos melhores aqui, o “Q” de “Quack“.

– Srdjan Spasojevic, do polêmico A Serbian Film, fez um filmete sem sentido, o “R” de “Removed“.

– Jake West, dos divertidos Doghouse e Evil Aliens, fez um bom trabalho no “S” de “Speed“.

– O desconhecido Lee Hardcastle ganhou um concurso pra entrar no filme, e fez o divertido “T” de “Toilet“, em animação stop motion.

– Ben Wheatley, de Kill List e Sightseers fez um dos melhores curtas, o “U” de “Unearthed“.

– Kaare Andrews, do irregular Altitude, fez o “V” de “Vagitus“, tecnicamente bem feito, mas com uma história sem sentido.

– Xavier Gens, de Frontier(s) e The Divide, fez o bom curta “X” de “XXL“.

– Yoshihiro Nishimura, do bizarro Tokyo Gore Police, fecha o filme com o mais bizarro ainda “Z” de “Zetsumetsu“.

Como destaque negativo, acho que podemos citar o “L” de “Libido“, como algo de extremo mau gosto, além de alguns curtas bobos, como “O” de “Orgasm“, “K” de “Klutz” e “G” de “Gravity“. E o “W” de “WTF” além de não ter sentido, tem alguns dos piores efeitos especiais que já vi na minha vida.

Enfim, um programa extremamente irregular. Só pros muito curiosos.