Mama

Crítica – Mama

Um tempo atrás, surgiu pela internet Mama, um curta de terror que construía uma tensão maior do que muito longa por aí, apesar de ter apenas uns três minutos. Pessoas influentes na indústria cinematográfica viram o curta e agora o mesmo diretor Andrés Muschietti nos apresenta o longa Mama, desta vez produzido por Guillermo del Toro. E a melhor notícia é: temos um dos melhores filmes de fantasma dos últimos tempos!

Annabel e Lucas resolvem encarar um grande desafio: criar as duas sobrinhas dele, órfãs, e abandonadas sozinhas numa cabana na floresta por cinco anos. Mas – será que elas estavam sozinhas mesmo?

Não gosto de julgar diretores estreantes. Antes de elogiar a carreira de Andrés Muschietti, prefiro esperar por outro filme dele. Mas posso afirmar que seu longa de estreia é excelente!

Mama consegue uma coisa básica, mas que nem todos os filmes de terror conseguem: causa medo. O filme tem um excelente clima tenso, e traz várias cenas de sustos, quase sempre feitas com truques de câmera e usando efeitos sonoros. Lembrei de Sobrenatural, que passou nos cinemas daqui uns dois anos atrás.

Alguns vão dizer que Mama tem muitos clichês. É verdade, a gente já viu outros filmes que mostram um quarto escuro iluminado apenas com flashes de uma câmera fotográfica, ou que mostram seres sinistros que aparecem quando as luzes se acendem. Mas isso não me incomodou, os clichês são bem utilizados aqui.

Os efeitos especiais são discretos e muito bem usados. A cena que mostra as meninas sendo encontradas, ainda se locomovendo como animais, é sensacional. E o personagem Mama é assustador na dose certa.

Sobre o elenco, esqueça a menina de nome impronunciável Quvenzhané Wallis, de Indomável Sonhadora. A pequena Isabelle Nélisse está sensacional como a irmã mais nova. Megan Charpentier, a irmã mais velha, também está muito bem, mas Isabelle impressiona mais como a menina que conhece pouco sobre as regras sociais e age meio como um bicho. Se a Academia fosse justa, Isabelle teria uma indicação ao Oscar ano que vem – o que infelizmente nunca vai acontecer por um filme deste estilo…

Outro comentário sobre o elenco: na minha humilde opinião, um dos pontos negativos do filme foi a escalação de uma atriz de 35 anos para o papel de Annabel. Acho que seria mais coerente se Annabel tivesse uns vinte e poucos anos. Por sorte, Jessica Chastain é uma excelente atriz e convence como a jovem baixista de uma banda que nem pensa em ser mãe e “ganha” duas filhas. Nicolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de Game of Thrones, também está bem como Lucas (e como Jeffrey, o irmão de Lucas).

Cabe mais um comentário sobre o elenco? Javier Botet, que interpretou a Menina Medeiros em REC, aqui ganhou o papel da Mama. Dei uma pesquisada no google, o cara é magrelo e tem os braços muito compridos. Deve ser um sujeito esquisitão. Ou seja, serve perfeitamente para papeis esquisitos assim.

Enfim, chega de escrever. Fica a recomendação: vá ao cinema ver Mama – o filme estreia nesta sexta, e merece ser visto na sala escura.

E parabéns ao diretor Andrés Muschietti. Continue no bom caminho!

p.s.: Pra quem não sabe, meu nome é Helvecio. Pra mim, o filme ainda tem um atrativo extra: a cabana onde as meninas ficaram se chama “Helvetia”. 🙂

Não Tenha Medo do Escuro

Crítica – Não Tenha Medo do Escuro

Novo terror com a grife Guillermo del Toro! Será que é bom?

A jovem Sally vai morar com seu pai e a namorada numa velha mansão que pertenceu a um famoso pintor que desapareceu décadas antes, e que o casal está reformando. Quando encontram um porão escondido, Sally descobre algo que não deveria ser descoberto.

A direção de Não Tenha Medo do Escuro (Don’t Be Afraid Of The Dark, no original) foi do estreante Troy Nixey; a Guillermo Del Toro coube a produção e o roteiro – curiosamente, um dos pontos fracos aqui. A ambientação na velha mansão é eficiente (algumas cenas lembram O Labirinto do Fauno), a boa trilha sonora evoca filmes de terror clássicos dos anos 70, e os monstrinhos convencem. Mas o roteiro tem algumas situações forçadas demais!

Algumas coisas no roteiro são clichê demais, como os desenhos secretos do artista serem iguais aos da menininha; ou o bibliotecário que é a única pessoa que conhece a fase misteriosa do artista. Quantas vezes a gente já viu isso, caro Del Toro?

E aí a gente começa a listar os furos no roteiro. Como é que a polícia não investigou o violento ataque sofrido pelo caseiro? Cadê as dezenas de fotos de polaroide? Se as criaturas tinham medo da luz, como aparecem na festa? Por que diabos a menina não mostrou a criatura esmagada na biblioteca? E por aí vai, a lista é longa. E isso sem mencionar outro problema: Não Tenha Medo do Escuro é um filme de terror sem sustos. E ainda desperdiçou uma boa oportunidade de usar a lenda da Fada dos Dentes…

No elenco, a boa surpresa é a menina Bailee Madison, eficiente no papel introspectivo. Os outros dois atores principais, Guy Pearce e Katie Holmes, não estão mal, mas também não fazem nada demais.

Enfim, Não Tenha Medo do Escuro tem coisas que se salvam. Mas o resultado final fica devendo.

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Megamente

Crítica – Megamente

Finalmente, mesmo que tardiamente, vi Megamente! (chega de trocadilhos horríveis!!!)

O novo desenho da Dreamworks traz o super-vilão Megamente, que, quando finalmente derrota seu arquirrival Metro Man, fica entediado e resolve criar um novo heroi, Titan.

A primeira coisa que a gente lembra quando vê a sinopse de Megamente é Os Incríveis, desenho da concorrente Pixar. Mas aí a gente se lembra da principal diferença entre a Dreamworks e a Pixar: a primeira tem um humor mais irônico, mais cínico, mais adulto que a segunda (comparem Shrek com Monstros S.A.; Formiguinhaz com Vida de Inseto; Espanta Tubarões com Procurando Nemo). Megamente não parece Os Incríveis, parece uma sátira da história do Super-Homem! E é por aí mesmo, a premissa básica é: “e se fosse o Lex Luthor a cair na Terra no lugar do Super-Homem?”. Tanto que aparece um personagem homenageando o Marlon Brando, que fez o pai do Super-Homem no filme de 1978.

O roteiro, que teve palpites de Guillermo Del Toro e Justin Theroux (creditados como “consultores criativos”), às vezes é um pouco previsível, mas traz boas piadas. As citações a Super-Homem e a outros filmes (acho que vi o sr. Myagi!) acontecem abundantemente, como, aliás, é normal nas animações hoje em dia. Adultos podem curtir tanto quanto as crianças. Tem mais: a trilha sonora traz várias músicas de pop rock da época dos pais que vão levar os filhos. Aqui rola AC-DC, Guns’n’Roses, Ozzy Osbourne, Elvis Presley e Michael Jackson, entre outros.

As animações chegaram a uma qualidade técnica absurdamente bem feita nos últimos anos. E Megamente não fica atrás – as sequências da briga final são impressionantes! Pena que vi na tv, em casa, não pude nem ver os efeitos em 3D… Por outro lado, aproveitei pra ver a versão legendada – normalmente vejo os desenhos dublados com minha filha. No legendado, as vozes são de Will Ferrell, Tina Fey, Jonah Hill, Brad Pitt, David Cross e Ben Stiller. Com boa vontade, dá pra ver os atores através dos desenhos!

Megamente não é uma obra prima, mas não vai decepcionar quem curte desenhos animados. Nem quem curte boas comédias!

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Los Ojos de Julia

Crítica – Los Ojos de Julia

Mais um bom filme de suspense / terror espanhol produzido por Guillermo Del Toro, assim como O Orfanato.

Julia e Sara são gêmeas, e ambas têm um problema genético na vista que pode levar à cegueira. Quando Sara (que já está cega) é encontrada enforcada no porão de sua casa, Julia desconfia que não foi suicídio e resolve procurar o assassino, ao mesmo tempo que começa a perder a própria visão.

O nome de Guillermo Del Toro está aqui só para vender o filme. O filme foi co-escrito e dirigido pelo ainda desconhecido Guillem Morales, que fez um bom trabalho tanto no roteiro quanto na direção. A trama é original e interessante – a cegueira vai crescendo junto com a tensão. O roteiro não é perfeito, a motivação do assassino não me convenceu. Mas ainda é melhor que muito roteiro clichê hollywoodiano.

Gosto muito do clima desses filmes de terror e suspense feitos na Espanha. Os caras sabem como construir a tensão, e Los Ojos de Julia é mais uma prova disso, com seus momentos de ficar quase de pé na poltrona. Mais: Los Ojos de Julia quase não usa efeitos especiais, e tem pouco gore, apesar de ter uma cena TENSA envolvendo um olho e uma agulha!

O grande nome do elenco é Belén Rueda, também protagonista de O Orfanato. Com 45 anos, ainda bonita, ela está mais uma vez excelente no papel de “balzaquiana assombrada”. O resto do elenco está ali para acompanhar Belén…

Los Ojos de Julia não é uma obra prima, mas vale o download – infelizmante, não vi em lugar algum indicação de se vai ser lançado ou não por aqui no Brasil.

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O Orfanato

[Rec]
Hellboy

Hellboy

Hellboy

Hellboy 2 tá vindo aí, já rolam traileres bem legais, já estreou lá fora… Inclusive, dá uma coceira de ir ao torrent pra baixar! Mas não, esse filme vale esperar pra ver na tela grande!

Enquanto o 2 não vem, aproveitei pra rever o primeiro…

Este poderia ser “mais um filme baseado em quadrinhos”, e desta vez um quadrinho menos conhecido… Mas não, o projeto foi tocado pelo sempre eficiente Guillermo del Toro (que depois desse fez O Labirinto do Fauno). Gosto de diretores estrangeiros trabalhando em Hollywood: eles têm o dinheiro necessário para uma grande produção mas às vezes não caem no óbvio…

É o caso aqui. Ron Perlman faz um herói diferente: na verdade ele é uma espécie de diabo que veio de outra dimensão, ainda filhote, e cresceu escondido num laboratório do FBI, criado como filho adotivo pelo cientista que o descobriu, Trevor Broom (John Hurt).

O que é diferente do óbvio? Hellboy é politicamente incorreto! Fuma charuto, come quantidades absurdas de comida, desrespeita ordens – chega a quebrar as paredes do laboratório para ir atrás de sua amada Liz (Selma Blair)!

Boa “diversão descerebrada com um pouco de cérebro”!