Bloodshot

Crítica – Bloodshot

Sinopse (imdb): Ray Garrison, um soldado morto, é re-animado com superpoderes.

Vin Diesel é um cara bom pra vender filmes de ação. Enquanto isso continuar acontecendo, vão encontrar novos projetos com ele. Mesmo que a qualidade seja questionável, o importante é que vai vender ingressos.

Assim como a franquia xXx – que foi ressuscitada recentemente só por ter o Vin Diesel como protagonista – Bloodshot (idem, no original) é um filme de ação genérico com um fortão carismático na linha de frente. É um bom filme? Não. Mas vai vender ingressos.

Dirigido por Dave Wilson, estreante na direção de longas, mas com algum currículo em efeitos especiais e videogames. Bloodshot é a adaptação dos quadrinhos homônimos pouco conhecidos da Valiant Comics, e também conta com Eiza González, Toby Kebbell, Lamorne Morris e Guy Pearce no elenco. O roteiro traz alguns plot twists bem colocados, e algumas cenas de ação têm um visual interessante, como a cena do túnel.

Enfim, como dito lá em cima, filme de ação genérico. Tem seu público alvo…

Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

Crítica – Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

Sinopse (imdb): Depois de se separar do Coringa, Harley Quinn se junta aos super-heróis Canário Negro, Caçadora e Renee Montoya para salvar uma jovem de um senhor do crime.

Pouca coisa se salvava no filme Esquadrão Suicida. Uma dessas coisas era a Arlequina da Margot Robbie. Um filme solo da personagem não era exatamente uma surpresa.

Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn, no original) tem mais acertos do que erros. Focar o filme numa personagem carismática, interpretada por uma atriz carismática, foi uma boa sacada.

Uma coisa boa foi o jeito como lidaram com o Coringa – lembrando que o Coringa aqui é aquele todo errado do Jared Leto, nada a ver com o oscarizado Joaquin Phoenix. O Coringa é citado, mas a trama não pede a sua presença. Boa.

Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa também tem uma edição divertida e uma trilha sonora com músicas pop bem escolhidas – quase todas cantadas por mulheres. Aliás, o empoderamento feminino é um tema constante aqui: todas as personagens femininas são fortes; enquanto todos os masculinos são caricatos. Ah, esqueci de citar: a direção também é de uma mulher, a pouco conhecida Cathy Yan.

Infelizmente nem tudo funciona. As personagens secundárias são mal desenvolvidas, e o roteiro não se decide muito sobre suas características – tipo, uma delas tem super poderes, mas só na hora que o roteiro pede uma solução deus ex-machina.

No elenco, o destaque, claro, é Margot Robbie. Ewan McGregor está caricato, mas acho que é proposital. Também no elenco, Mary Elizabeth Winstead, Rosie Perez, Jurnee Smollett e Ella Jay Basco.

No geral, o resultado é positivo. Só achei o nome errado. O espectador vai ao cinema para ver um filme das Aves de Rapina, e o grupo só aparece quando o filme acaba…

Bad Boys Para Sempre

Crítica – Bad Boys Para Sempre

Sinopse (imdb): Os detetives de Miami Mike Lowrey e Marcus Burnett devem enfrentar uma dupla de mãe e filho traficantes que causam estragos vingativos em sua cidade.

O primeiro Bad Boys, de 1995, foi um grande sucesso. Foi o primeiro longa metragem dirigido por Michael Bay, que nos anos seguintes se firmaria como um dos maiores nomes do “blockbuster com mais explosões que roteiro”. E foi o primeiro sucesso cinematográfico de Will Smith, que emplacaria outros sucessos nos dois verões seguintes (Indepedence Day em 96 e MIB em 97). Não era nada demais, apenas um filme divertido e cheio de cenas de ação bem filmadas. Mas um filme que soube fazer a fórmula direitinho.

(Teve uma continuação em 2003, dirigida pelo mesmo Michael Bay, mas confesso que nem me lembrava da existência do segundo filme.)

Aí anunciaram esse novo filme, desta vez com a desconhecida dupla Adil e Bilall na direção. Me parecia que Will Smith estava querendo dar uma força pra carreira de seu amigo Martin Lawrence (que não tem nada muito expressivo no currículo além de Bad Boys). Claro que a expectativa era perto de zero. E sabe que me surpreendi positivamente?

Não, Bad Boys Para Sempre (Bad Boys for Life, no original) não é um grande filme. Mas é uma diversão honesta. Um filme engraçado, com cenas de ação bem filmadas, e uma boa química entre os protagonistas Smith e Lawrence, dosando bem as piadinhas relativas à idade atual deles. Nada de novo, mas um arroz com feijão bem feito.

Uma coisa curiosa sobre o elenco é que o nome da Vanessa Hudgens está em terceiro lugar, tanto nos créditos na tela, quanto na página do imdb – e seu papel é bem secundário. Ela deve ter mais star power que o resto do elenco – Alexander Ludwig, Charles Melton, Paola Nuñez, Kate del Castillo e Joe Pantoliano (outro que estava nos dois filmes anteriores).

Nada de novo, mas vai agradar quem está atrás de uma diversão leve.

A Divisão

Crítica – A Divisão

Sinopse (google): O Rio de Janeiro se encontra acuado por uma onda de sequestros na década de 1990. As forças de segurança convocam agentes corruptos e um delegado com fama de genocida para salvar a cidade dos bandidos e até da polícia.

Já falei mais de uma vez aqui no heuvi, e vou repetir sempre que necessário: gosto de filmes nacionais de gênero, mesmo que não sejam grandes filmes.

Assim como Carcereiros, A Divisão é a versão cinematográfica de uma série de TV. Não vi a série, não vou comparar. A boa notícia é que não precisa ver a série pra entender o filme.

Dirigido por Vicente Amorim (que também estava no seriado) e estrelado por Erom Cordeiro, Silvio Guindane, Natalia Lage, Marcos Palmeira, Bruce Gomlevsky, Dalton Vigh e Vanessa Gerbelli, A Divisão não é um grande filme, mas ganha pontos por ser tecnicamente bem feito e ser uma trama policial ambientada no Rio de Janeiro, no meio de tantos filmes policiais gringos. Também gostei da fotografia usando tons quentes. Mas achei um pouco longo demais, são duas horas e quatorze minutos de projeção.

Por fim, termino repetindo uma frase que escrevi no post de Carcereiros: “Se os multiplex têm espaço para filmes de ação genéricos gringos, por que não teriam espaço para filmes de ação genéricos nacionais?” O cinema nacional precisa de filmes assim!

Crime Sem Saída

Crítica – Crime Sem Saída

Sinopse (imdb): Pronto para o combate, um detetive da polícia de Nova York é levado a uma caçada em toda a cidade atrás de dois assassinos de policiais, depois de descobrir uma conspiração maciça e inesperada.

E vamos de filme policial genérico…

Crime Sem Saída (21 Bridges, no original) usou a Marvel como marketing. Não só o protagonista é Chadwick Boseman (Pantera Negra), como os irmãos Russo (que dirigiram Soldado Invernal, Guerra Civil, Guerra Infinita e Ultimato) estão entre os produtores – mas, se a gente olhar direito, são 17 produtores no total. Ou seja, a Marvel está só na divulgação.

Crime Sem Saída foi dirigido por Brian Kirk, que tem um currículo razoável na TV, mas irrelevante no cinema. Kirk se apoia nos clichês e entrega um filme tecnicamente bem feito, mas previsível ao extremo.

O elenco até é bom, mas não salva o filme. Além de Boseman, Crime Sem Saída conta com Sienna Miller, J.K. Simmons, Taylor Kitsch e Keith David.

Vai agradar os menos exigentes. E já tá bom.

Carcereiros – O Filme

Critica – Carcereiros – O Filme

Sinopse (google): Adriano é um carcereiro íntegro e avesso à violência, que tenta garantir a tranquilidade no presídio mesmo sofrendo com grandes dilemas familiares. A chegada de Abdel, um perigoso terrorista internacional, aumenta ainda mais a tensão no presídio, que já vive dias de terror por conta da luta entre duas facções criminosas. Agora, Adriano precisa enfrentar uma rebelião além de controlar todos os passos de Abdel.

Filme nacional de gênero!

Baseado na série da Globo, que por sua vez foi baseada no livro de Dráuzio Varela, Carcereiros – O Filme tem seus prós e contras. Vamulá.

Tecnicamente falando, o filme dirigido por José Eduardo Belmonte é bem feito. O clima claustrofóbico dentro da cadeia é bom, e temos bons efeitos especiais práticos de “tiro porrada e bomba”. O elenco (Rodrigo Lombardi, Milton Gonçalves, Kaysar Dadour, Tony Tornado, Rafael Portugal, Dan Stulbach, Jackson Antunes) também é bom. Por fim, achei que a batucada do Chico Science encaixou perfeitamente no clima tenso da trilha sonora.

Agora… O roteiro pedia um apuro melhor. O filme até começa bem, mas rolam uns plot twists meio forçados e a trama dá umas voltas desnecessárias. A segunda metade do filme é uma bagunça!

Mas… Como já falei aqui no heuvi em outras ocasiões, dou valor para o cinema nacional de gênero. Se os multiplex têm espaço para filmes de ação genéricos gringos, por que não teriam espaço para filmes de ação genéricos nacionais? O cinema nacional precisa ter espaço para filmes como Carcereiros!

As Panteras (2019)

Crítica – As Panteras (2019)

Sinopse (imdb): Quando uma jovem engenheira de sistemas alerta sobre uma tecnologia perigosa, as Panteras são acionadas, colocando suas vidas em risco para proteger todos nós.

Lá se vão vinte anos daquele As Panteras com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu. Claro que Hollywood tem espaço pra outro reboot.

E uma coisa legal deste reboot é que não ignoraram o passado. As Panteras (Charlie’s Angels, no original) mostra rapidamente fotos da série de TV dos anos 70 e umas montagens (meio toscas) com as três atrizes da versão cinematográfica dos anos 00 (além de uma rápida participação surpresa numa cena durante os créditos). Prefiro assim, a história é nova, mas respeita o que já foi feito.

O filme em si é aquilo que se espera. Correria, confusão, piadinhas aqui e ali, e muito girl power. Nada de novo, mas pelo menos cumpre o seu papel: diverte o espectador. A não ser que seja um espectador esperando uma obra prima – e alguém precisa avisar pra esse cara que ele está procurando o filme no lugar errado.

O elenco é bom. O trio novo (Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska) tem química, Elizabeth Banks (que também é a diretora do filme) funciona como a chefe, e ainda tem Patrick Stewart, Djimon Hounsou e Sam Claflin. Ah, não sei se fui o único, mas o Jonathan Tucker me pareceu uma versão mais letal do personagem do Crispin Glover no filme de 2000.

Enfim, uma bobagem divertida.

Ford vs Ferrari

Crítica – Ford vs Ferrari

Sinopse (imdb): O projetista de carros Carroll Shelby e o piloto Ken Miles lutam contra a interferência corporativa e as leis da física para construir um carro de corrida revolucionário para a Ford, a fim de derrotar a Ferrari nas 24 horas de Le Mans em 1966.

Tudo aqui lembrava Rush: baseado numa história real, carros de corrida, dois grandes atores liderando o elenco… Será que ficou tão bom quanto aquele?

Dirigido por James Mangold (Logan), Ford vs Ferrari (Ford v Ferrari no original) é um filme que segue uma fórmula batida. Por um lado isso é ruim, porque torna o filme previsível. A gente já viu outras histórias que usam este formato. A gente já sabe o que vai acontecer. Cenas de desafios e superações, momentos de redenção, etc.

Mas, por outro lado, a fórmula é bem administrada. Tudo aqui é muito bem feito, tanto que o filme tem duas horas e meia e passa rapidinho. E as cenas de corrida são realmente empolgantes.

A produção é muito boa. Não sei o quanto de cgi foi usado, mas nada parece artificial – todas as pistas, todos os carros, tudo parece “estar lá”. Se tem um ponto negativo que nada tem a ver com a fórmula, são os clichês mal utilizados, tipo tratar os italianos como vilões caricatos. Não precisava.

O elenco é muito bom. Matt Damon faz o Matt Damon de sempre, mas o cara tem star power suficiente pra segurar o filme. Já Christian Bale dá show, como sempre. Ainda no elenco, John Bernthal, Caitriona Balfe e Josh Lucas.

No fim, Ford vs Ferrari vai agradar a maior parte do público. Nem todo filme precisa ser revolucionário pra ser bom.

(p.s.: Ford vs Ferrari concorreu a quatro Oscars, incluindo Melhor Filme; e ganhou dois: Melhor Edição, e Melhor Edição de Som.)

O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Crítica – O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Sinopse (imdb): Uma humana aprimorada e Sarah Connor devem impedir um Exterminador líquido avançado de caçar uma jovem garota, cujo destino é crítico para a raça humana.

O quinto Exterminador do Futuro foi bem fraco. Mas é uma franquia lucrativa, claro que vão continuar insistindo…

O grande atrativo aqui era a volta da Sarah Connor. A carreira da Linda Hamilton anda meio cambaleante, ela ainda continua presa à Sarah Connor, seu único papel marcante na carreira. Pelo menos temos que admitir que ela está muito bem como a “vovó badass”. Digo mais: num mundo onde o empoderamento feminino é moda, Sarah Connor volta pra avisar que ela já era empoderada quando tudo isso aqui ainda era mato!

(Arnold Schwarzenegger tem uma participação importante, mas acho que seria mais legal se a gente não soubesse que ele está no filme. Mesmo caso da Mulher Maravilha em BvS ou do Homem Aranha em Guerra Civil. Personagens que são colocados no trailer pra ajudar a vender o filme, mas que seria mais legal se fossem surpresas).

A direção é de Tim Miller (do primeiro Deadpool), mas rolam boatos que James Cameron (creditado como roteirista e produtor) estava por perto. Temos algumas sequências que são a cara de Cameron, não duvido que ele estivesse presente.

O roteiro é cheio de forçadas de barra, mas isso é esperado num filme desses. Os efeitos especiais são bons, mas isso sempre foi um destaques da franquia.

De positivo, gostei de Grace, a personagem da Mackenzie Davis. Se o “novo Exterminador” é igual ao T1000 do segundo filme, Grace dela traz alguma novidade à franquia. No elenco, além dos já citados, temos Natalia Reyes, Gabriel Luna e Diego Boneta.

No geral, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio funciona, mas tudo parece meio requentado. A gente já viu essas situações em outros filmes. Por outro lado, pelo menos é bem feito.

Se vem mais um Exterminador por aí? Provavelmente. Se vai ser bom? Não sabemos. Se vamos assistir? Com certeza!

Projeto Gemini

Crítica – Projeto Gemini

Sinopse (imdb): Um assassino de elite enfrenta um clone mais jovem de si mesmo.

Will Smith cinquentão dividindo a tela com Will Smith de vinte anos de idade? Taí, vamos ver qualé.

Dirigido por Ang Lee (As Aventuras de Pi, Hulk, O Tigre e o Dragão), Projeto Gemini (Gemini Man, no original) é um filme de ação genérico. Meu amigo Tom Leão definiu bem: “é um filme do John Woo com o Tom Cruise, mas sem o John Woo e sem o Tom Cruise”. Projeto Gemini tem algumas sequências de ação muito boas, mas, no geral, fica devendo. A gente já viu tudo isso antes, essa trama do “assassino de elite que precisa ser eliminado mas ele é melhor que os que aparecem depois dele” não é exatamente novidade.

Mas, se a história não chama a atenção, pelo menos na parte técnica duas coisas chamam a atenção. Uma delas é o óbvio, que está até no poster: Will Smith rejuvenescido digitalmente. É uma tecnologia que vem evoluindo nos últimos anos – a Marvel já fez isso algumas vezes no MCU. E, claro, como qualquer tecnologia em evolução, os resultados são cada vez melhores. Heu ouvi algumas críticas ao Will Smith rejuvenescido, mas confesso que, pra mim, o resultado ficou convincente. Achei tão bom quanto o Samuel L. Jackson em Capitã Marvel. “Ah, mas na cena X a gente repara que o olhar está um pouco artificial” – sério mesmo? Tem ator de verdade com o olhar mais artificial que aquilo.

O outro detalhe técnico merece uma atenção maior: em algumas salas, Projeto Gemini está sendo exibido em 60 fps. Explico: o cinema tradicional é exibido em 24 quadros por segundo, ou “frames per second” (fps). Alguns anos atrás, Peter Jackson resolveu trazer O Hobbit em 48 fps, mas pelo visto a proposta não foi pra frente. Agora Ang Lee resolveu apresentar seu Projeto Gemini em 60 fps. Por um lado, a textura da imagem às vezes parece novela. Por outro temos uma imagem muito mais nítida que o convencional. O 3D também ficou melhor. Vale catar um cinema que esteja exibindo em 60 fps, nem que seja pela experiência de ver uma inovação nas telas.

No elenco, o filme3 se baseia no sempre eficiente carisma de Will Smith. Ainda funciona. Também no elenco, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen e Benedict Wong.

Vejam nos cinemas. Porque sem a inovação dos 60 fps, Projeto Gemini é um filme bobo.