Zaschitniki / The Guardians

zashchitniki_posterCrítica – Zashchitniki / The Guardians

Durante a Guerra Fria, uma organização chamada “Patriot” criou um esquadrão de super-heróis, que incluía membros de múltiplas repúblicas soviéticas. Durante anos, os heróis tiveram que esconder suas identidades, mas em tempos difíceis eles devem aparecer novamente.

Um tempo atrás, “pelas internetes da vida”, rolou um trailer de um filme russo de super-heróis. Finalmente o filme está pronto e disponível!

É complicado julgar um filme como Zaschitniki (The Guardians, em inglês). A concorrência hollywoodiana é desleal, hoje temos muitas boas opções no estilo. Claro que um filme de um país sem tradição em blockbusters tende a ser inferior.

É o caso aqui. Dirigido por Sarik Andreasyan e estrelado por Sebastien Sisak, Anton Pampuchniy, Sanzhar Madiev, Alina LaNina, Valeria Shkirando e Stanislav Shirin, Zaschitniki tem algumas boas ideias, mas muita coisa parece reciclada de outros filmes de super heróis – tem um “Magneto”, mas que move pedras em vez de metais; um “Noturno”, que tem até as nuvenzinhas que ficam no ar quando se move; além de dois personagens com superpoderes “comuns” – uma mulher que fica invisível e um homem que vira urso. Mas o pior é o vilão, um fortão genérico, com um plano tão confuso que ninguém entendeu o que ele queria. Ah, tem um clone da Brigitte Nielsen da época do Rocky IV.

Sobre os efeitos especiais, alguns realmente não convencem, mas outros estão num nível excelente. Tem uma cena com a “Sue Storm genérica” na chuva que é mais bem feita que o último filme da Sue Storm oficial.

No fim, fica assim: se comparar com o cinema contemporâneo de super-heróis, perde feio. Mas se a gente pensar que é um filme russo, sem dinheiro hollywoodiano e sem atores conhecidos, até vale ser visto.

E quem venham mais filmes de super heróis off Hollywood!

Em Ritmo de Fuga

Em Ritmo de FugaCrítica – Em Ritmo de Fuga

Um jovem piloto de fugas, que devido a um problema no ouvido, ouve música o tempo todo, é coagido a participar de um roubo condenado a falhar.

Fim do ano passado gravamos um podcast sobre as “expectativas para 2017”. Um dos filmes na lista era um tal de “Baby Driver”, e na época não tínhamos nenhuma informação sobre o filme. Mas, quando li que o diretor era Edgar Wright, falei “aguardo ansiosamente”. Riram de mim. Mas agora ninguém mais ri. Caros leitores, estamos diante de um dos melhores filmes do ano!

Edgar Wright fez poucos filmes, mas até agora não errou – pelo menos não segundo o meu julgamento. Sou muito fã da trilogia Cornetto (Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e Heróis de Ressaca), e também gosto de Scott Pilgrim. E digo mais: acho que Wright fez um filme ainda melhor do que os anteriores com este Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, no original). será que finalmente seu nome entrará para o primeiro escalão?

A história em si não tem nada demais. Mas a edição do filme é primorosa. Todos os ruídos em cena são sincronizados com a trilha sonora. O filme não é um musical, mas mesmo assim, tudo é coreografado.

Logo no início do filme temos um plano sequência sensacional quando Baby vai comprar café. Tudo se encaixa neste balé entre a câmera, a música que estamos ouvindo e as movimentações dos atores. Li no imdb que a cena foi repetida vinte e oito vezes! Valeu a pena…

Outro exemplo é a cena que usa Hocus Pocus, da banda holandesa Focus. Essa música já tinha sido bem utilizada no Robocop do José Padilha, mas aqui ficou ainda melhor. Os tiros estão no ritmo da música!

Ah, desconfio que Edgar Wright deve gostar de Queen. Em Todo Mundo Quase Morto, a música Don’t Stop Me Now foi usada numa cena icônica. Agora é a vez de Brighton Rock, que é usada num momento importantíssimo.

Vale lembrar que, apesar do histórico do diretor na comédia (com os três filmes da trilogia Cornetto), Em Ritmo de Fuga é um filme de ação. É um filme bem humorado, com algumas boas piadas, mas não é uma comédia. As cenas de perseguição de carro são muito bem feitas.

O papel principal é do jovem Ansel Elgort (conhecido por A Culpa é das estrelas), que, se não impressiona, pelo menos não atrapalha. Por outro lado, Kevin Spacey e Jamie Foxx estão fenomenais, e Jon Hamm não está atrás. ainda no elenco, Lily James, Eiza González, Jon Bernthal e CJ Jones.

Imperdível. Para ser visto e revisto, e depois ter o dvd / blu-ray na prateleira.

Transformers: O Último Cavaleiro

TransformersCrítica – Transformers: O Último Cavaleiro

Optimus Prime foi embora, mas a Terra continua sendo invadida por robôs. Enquanto acontece uma guerra entre humanos e robôs, uma nova ameaça alienígena resolveu destruir toda a humanidade.

Reli agora minhas críticas ao segundo, ao terceiro e ao quarto Transformers (quando passou o primeiro filme, heu ainda não escrevia críticas). E acho que tudo o que heu poderia falar está lá. Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, no original) segue exatamente a cartilha dos filmes anteriores: bons efeitos especiais, roteiro ruim e duração longa demais. Basicamente isso. Quem gostou dos outros vai curtir este quinto filme; quem não gostou nem vai passar na sala do cinema.

O diretor Michael Bay (o mesmo de todos os filmes da franquia) descobriu uma fórmula que funciona muito bem na bilheteria, e por isso não deve mudar. Tudo é muito intenso, muito dramático, muito exagerado… Os críticos detestam, mas o filme tem o seu público. E a má notícia pros críticos é que termina com um gancho pro sexto filme…

Claro que o roteiro tem vários pontos sem sentido – pra começar, a história começa com o Rei Arthur e o mago Merlin! Mas, pra que roteiro inteligente? Taca mais uma explosão, que o público curte.

Alguns comentários sobre o elenco. Mark Wahlberg faz mais do mesmo. Anthony Hopkins não está mal, mas me pergunto o que um ator como ele está fazendo ali. John Turturro ganhou um cachê fácil, não interage com nenhum outro ator importante, deve ter filmado toda a sua parte no mesmo dia. Stanley Tucci faz um Merlin divertido. Laura Haddock faz a “Megan Fox genérica” da vez, papel que já foi da Rosie Huntington-Whiteley (no 3) e Nicola Peltz (no 4). Por fim, a jovem Isabela Moner é uma tentativa de criar uma heroína adolescente. Mas ela tá longe de ser uma X23…

Ainda queria comentar sobre o “clube do bilhão”, lista que está no site boxofficemojo.com. Hoje, em julho de 2017, trinta filmes já venderam mais de um bilhão de dólares nas bilheterias. Entendo a presença de alguns destes filmes, como aqueles que movimentam grandes fã clubes, como Star Wars (Rogue One, Ep 8, Ep 1), Disney (Zootopia, Bela e a Fera, Frozen, Toy Story 3) ou filmes de super heróis (dois Batman, dois Vingadores, Homem de Ferro, Guerra Civil); assim como entendo os fenômenos Avatar e Titanic. Mas admito que não entendo três presenças na lista: Piratas do Caribe, Velozes e Furiosos e Transformers (dois de cada). Entendo que sejam grandes sucessos de bilheteria, mas, para passar de um bilhão de dólares tem que ser mais do que apenas um sucesso de bilheteria. Enfim, heu não entendo, mas os números não mentem. Michael Bay conhece uma fórmula que vende bem, e tem um bilhão de argumentos para continuar com a mesma fórmula – mesmo com todas as críticas negativas do mundo.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Homem AranhaCrítica – Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Depois de dois breves prólogos onde outros filmes do MCU são citados, acompanhamos o dia a dia monótono de Peter Parker, que, apesar de ter super poderes, sofre problemas comuns a todo adolescente: dificuldade de adaptação, bullying, paixão platônica – e, pra piorar, não pode contar pra ninguém quem ele é.

O Homem Aranha é, talvez, o herói mais popular da Marvel – não à toa, teve uma adaptação para o cinema numa época onde filmes de super heróis ainda não eram comuns. Mas o personagem ainda estava preso à Sony por questões contratuais, por isso ele ainda não tinha entrado no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Ainda…

Não sei os detalhes do acordo para a realização deste Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming, no original), mas os fãs agradecem. Depois de um reboot chocho (2012 e 14), temos um bom filme do Aranha, e, melhor ainda, inserido no MCU.

Como acontece frequentemente nos blockbusters atuais, o diretor é um nome desconhecido: Jon Watts, que antes não fez nada relevante. A falta de experiência não atrapalhou, e ele fez um bom trabalho. Ah, não sei se foi ideia dele, mas temos algumas referências a um quase xará, o John Hughes. Inclusive passa um trecho de Curtindo A Vida Adoidado. E a personagem Michelle lembra a Ally Sheedy de Clube dos Cinco.

Uma coisa que funcionou muito bem neste novo Homem Aranha é a redução da idade do protagonista (o personagem nos quadrinhos ainda é adolescente). Apesar de já ter 21 anos, Tom Holland* tem cara de garoto, e passa bem a intenção de um moleque deslumbrado com o que está acontecendo (Tobey Maguire tinha 27 quando fez o seu primeiro Aranha; Andrew Garfield, 29). Ah, Holland é inglês, mas trabalhou bem o sotaque, em nenhum momento ele parece estrangeiro.

(* Acho que sou o único incomodado com isso, mas preciso falar. Já temos um Tom Holland na história recente do cinema contemporâneo. Tom Holland é o diretor de A Hora do EspantoBrinquedo Assassino!)

Outro ponto positivo é o vilão. Por um lado, temos um personagem com boas motivações – diferente de vilões “que querem conquistar o mundo”, este é um homem de negócios que viu uma boa oportunidade. Por outro lado, temos um bom ator – Michael Keaton está excelente!

Mais uma coisa: o filme é independente dos outros do MCU, mas algumas cenas fazem conexões diretas. Ver a luta do aeroporto de Guerra Civil por outro ângulo foi muito legal.

O roteiro escrito por muitas mãos foi inteligente ao limitar as participações de Robert Downey Jr – é um filme do Homem Aranha, e não do Homem de Ferro! Jon Favreau e Marisa Tomei voltam aos papéis de Happy Hogan e Tia May, e o filme ainda conta com os jovens Zendaya, Jacob Batalon, Laura Harrier e Tony Revolori. Além disso, temos duas participações pontuais de outros personagens, mas não vou dizer quem por causa dos spoilers (apesar de uma delas ser um dos principais nomes do elenco no imdb).

Por fim, são duas cenas pós créditos. Tenha paciência e espere até o fim!

A Múmia

AMumiaCrítica – A Múmia

Um militar que tem o hábito de roubar artefatos históricos para vender no mercado negro acidentalmente encontra uma tumba egípcia no Iraque, e acaba despertando uma antiga princesa de sua cripta, trazendo terrores que desafiam a compreensão humana.

Finalmente começou o “Dark Universe” (ou “Monsterverse”), o universo cinematográfico dos monstros da Universal!

Já ouço esse papo de monsterverse há alguns anos, mas admito que antes a gente não tinha motivo pra se empolgar – afinal, esse papo rolou na época dos fracos Frankenstein Entre Anjos e Demônios e Dracula A História Nunca Contada (ambos de 2014).

Agora a proposta era outra, mais ambiciosa, mas mesmo assim mantive o pé atrás. Em primeiro lugar, o conceito da múmia nunca me convenceu como um monstro assustador. E ter o Tom Cruise como protagonista, por mais que seja garantia de boa bilheteria, podia estragar a ideia, porque podia virar um “filme do Tom Cruise”, e não um filme da Múmia.

Felizmente meu pé atrás foi infundado. A Múmia é uma boa diversão!

Com relação ao conceito: misturaram com o conceito de zumbi (afinal, é tudo morto vivo…), o que criou umas sequências bem interessantes. E Tom Cruise não faz o “Ethan Hunt” de sempre – seu personagem tem falhas e fraquezas.

Dirigido por Alex Kurtzman (que tem um bom currículo como roteirista e produtor, mas dirigiu pouca coisa), A Múmia não tem um roteiro muito inovador. Mas a trama é bem conduzida, e o espectador vai ser levado a uma aventura divertida e assustadora, com excelentes efeitos especiais.

Não li nada sobre o filme, e tive uma agradável surpresa ao ver que outro dos “monstros clássicos” também está presente na trama principal (não chega a ser exatamente um spoiler, é o segundo nome na lista do elenco no imdb). E, para os fãs dos filmes clássicos, tem uma cena cheia de referências aos outros monstros – essa deve ser daquelas cenas que os fãs mais radicais vão pausar para analisar cada item mostrado.

No elenco, como de habitual nos filmes do Tom Cruise, não temos muitos nomes conhecidos (a exceção é Russel Crowe, num papel menor, mas muito importante). Sofia Boutella, a personagem título, é um nome em ascensão (ela mandou bem em Kingsman e no último Star Trek), mas acho que ainda é um nome pouco conhecido. Também no elenco, Annabelle Wallis, Jake Johnson e Courtney B. Vance

Agora aguardemos os outros filmes do Dark Universe – parece que já estão confirmados, além de Cruise e Crowe,  Javier Bardem como Frankenstein e Johnny Depp como o Homem Invisível.

Por fim, preciso falar da nova sala 4DX. O cinema vira uma atração de parque de diversões! A cadeira balança, rolam borrifos de água, pingos na cabeça, vento, fumaça, cutucadas nas costas e nas pernas…

Mulher-Maravilha

Mulher MaravilhaCrítica – Mulher-Maravilha

Antes de ser a Mulher Maravilha, ela era Diana, princesa das amazonas, guerreira treinada. Quando um piloto da Primeira Guerra Mundial cai em sua ilha e fala de conflitos no mundo exterior, ela sai de casa para lutar contra uma guerra para acabar com todas as guerras, descobrindo seus poderes e o verdadeiro destino.

Mulher-Maravilha (Wonder Woman, no original) tinha a responsabilidade de levantar o universo cinematográfico da DC, depois das duas decepções do ano passado (Batman V Superman e Esquadrão Suicida). Fãs da DC, afoitos, estão achando que é o melhor filme de super-heróis desde o Superman de 1978. Menos, gente…

Mulher Maravilha não é ruim, longe disso. Se a gente se desligar dessa responsabilidade, o filme é muito bom. Um bom filme de origem de super-herói, com uma personagem carismática e várias boas sequências de ação. E, diferente dos dois filmes do ano passado, é colorido e engraçado – será que alguém resolveu copiar o estilo do concorrente? 😉

Dirigido por Patty Jenkins (que dirigiu Monster: Desejo Assassino, o filme que deu o Oscar a Charlize Theron), Mulher Maravilha consegue o que todo filme de super herói deveria ser capaz: divertir. O espectador vai se empolgar, vai rir, vai se emocionar. Torçamos para que a Warner / DC tenha encontrado o caminho!

Teve uma coisa que me incomodou muito, mas só posso falar depois dos avisos de spoiler.

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

O roteiro tem uma forçada de barra aqui, outra acolá, quase todas são bobas, coisas comuns em quase todos os filmes de ação. Mas dois detalhes devem ser mencionados:

– A cena da luta na praia é toda errada. Pra começar, tem um navio encalhado, de onde vieram alguns escaleres com soldados, mas depois simplesmente esquecem da existência do navio. E, pra piorar, as amazonas entram na praia e matam TODOS os “soldados homens armados”, mas deixam um – o mocinho. Claro, senão não existiria o filme…

– O final do filme traz muitas semelhanças com o final do primeiro Capitão América – um soldado chamado Steve se despede da sua “amada”, entra no avião inimigo, cheio de armas, e o avião sofre um acidente.

FIM DOS SPOILERS!

Apesar disso, o resultado final é muito bom. Heu ia falar que é melhor que Esquadrão Suicida, mas isso não é difícil. Deixemos o passado no passado, agora os fãs da DC têm motivo pra comemorar! E os fãs de cinema pop de um modo geral idem!

No elenco, Gal Gadot, a protagonista, está dividindo opiniões. Por um lado ela é limitada como atriz; mas por outro lado ela tem um muito carisma. Heu particularmente gostei, pra mim, o carisma compensa o que falta. Chris Pine está bem como o seu par, e digo o mesmo sobre o heterogêneo time que o acompanha (Ewen Bremner, Saïd Taghmaoui e Eugene Brave Rock) – uma das melhores coisas do filme (ao lado do bem colocado alívio cômico feito por Lucy Davis). As amazonas Robin Wright e Connie Nielsen também estão bem; por outro lado, Danny Huston e David Thewlis estão no limite da caricatura. Ia falar o mesmo sobre a Elena Anaya, mas ela está tão apagada que nem sei se dá pra falar mal…

Enfim, finalmente um bom filme baseado em DC. Vamos mandar boas vibrações para o filme da Liga da Justiça que estreia em breve!

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

piratas-do-caribeCrítica – Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Para escapar da vingança do capitão Salazar e seu exército de fantasmas assassinos, Jack Sparrow precisa encontrar o Tridente de Poseidon, que dá ao seu dono o poder de acabar com maldições.

Num mercado com tantas franquias, não chega a ser surpresa mais um Piratas do Caribe. A surpresa é como a Disney consegue ser tão descuidada com um produto original (não custa lembrar que o filme é baseado numa atração do parque). Não revi os outros filmes da franquia antes de ver este quinto filme, então não vou comparar. Mas não lembro de outro Piratas do Caribe com o roteiro tão mal construído.

Vamos direto ao assunto: o ponto fraco de Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales no original) é o roteiro. O início do filme dirigido pela pouco conhecida dupla Joachim Rønning e Espen Sandberg até que flui bem – admito que ri muito na cena da guilhotina. Mas a partir da cena da ilha, começam a aparecer vários furos consecutivos, como cenas desnecessárias (pra que aquele casamento?) ou personagens que entram e saem da trama sem explicação (tipo o resto da tripulação do Jack Sparrow).

Se tem algo a se elogiar são os efeitos especiais. O cabelo do Salazar, sempre “flutuando”, ficou muito bem feito (apesar de a gente já ter visto um efeito parecido em A Espinha do Diabo, do Guillermo del Toro). E o fundo do mar também tem imagens belíssimas.

No elenco, Johnny Depp e Geoffrey Rush parecem estar no piloto automático; Javier Bardem está um pouco melhor como o vilão. Kaya Scodelario e Brenton Thwaites tentam reeditar a dupla Keira Knightley e Orlando Bloom (que aparecem rapidamente). A surpresa do elenco é um cameo de Paul McCartney – se Keith Richards já tinha aparecido como o pai do Jack Sparrow; MacCartney aparece como o seu tio.

Tem uma cena pós créditos, que traz um desnecessário gancho pra uma desnecessária continuação – que espero que não venha…

Rei Arthur: A Lenda da Espada

Rei ArthurCrítica – Rei Arthur: A Lenda da Espada

Roubado de seu direito de nascença, Arthur cresce do jeito difícil, nos becos traseiros da cidade. Mas uma vez que ele puxa a espada da pedra, ele é forçado a reconhecer seu verdadeiro legado – quer ele goste ou não.

Vamos direto ao ponto. Existem dois ângulos pra você ver Rei Arthur: A Lenda da Espada (King Arthur: Legend of the Sword, no original). Se você pensar na história clássica do Rei Arthur, você vai detestar o filme. Mas se você se desligar da história, pode se divertir.

Na verdade, Rei Arthur: A Lenda da Espada parece mais um filme de origem de super heróis do que um filme do Rei Arthur. Em vez de Merlin, Lancelot e Guinevere, temos um personagem que aos poucos descobre seu “superpoder” e precisa aprender a controlá-lo…

Parece que quando Guy Ritchie começou a divulgar seu projeto, ele falou que seria algo como uma mistura de Snatch com O Senhor dos Anéis. Assim, temos uma espécie de Rei Arthur malandro que parece saído dos subúrbios londrinos…

Dito isso, preciso dizer que gostei muito do filme. Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Sherlock Holmes, O Agente da UNCLE) é um excelente contador de histórias, e mais uma vez ele mostra essa habilidade. Vários trechos do filme têm aquela edição entrecortada, não linear, misturando câmera lenta com imagens aceleradas, tudo com uma pitada de bom humor. Ritchie sabe usar esse estilo como poucos. A cena onde Arthur e seus amigos falam do viking é genial!

Junte a isso efeitos especiais de primeira linha, uma trilha sonora empolgante e algumas boas cenas de ação, e temos uma boa opção pra quem curte filmes pop.

No elenco, sem destaques, nem positivos, nem negativos. Charlie Hunnam (Sons of Anarchy) lidera o elenco, que conta com Jude Law, Eric Bana, Astrid Bergès-Frisbey, Djimon Hounsou e Aidan Gillen. Ah David Beckham faz uma ponta, na cena onde Arthur tira a espada da pedra.

Em lugar nenhum li sobre uma nova franquia. Mas isso parece claro quando ao fim do filme Arthur está montando uma mesa redonda… Acredito que em breve teremos uma continuação…

Enfim, se você curte filmes pop, vá sem medo. Mas se você é fã do Rei Arthur, reveja Excalibur, de 1981.

Guardiões da Galáxia vol. 2

Guardiões 2Crítica – Guardiões da Galáxia vol. 2

Enquanto o heterogêneo grupo formado no filme anterior foge de vários inimigos, Peter Quill descobre informações sobre seu pai.

Em 2014, o primeiro Guardiões da Galáxia foi uma boa surpresa. Ninguém esperava nada de um filme onde um dos protagonistas era um guaxinim, e outro, uma árvore. E foi um dos melhores filmes do ano! Claro que agora já existia expectativa. E aí, será que mantiveram a qualidade?

Boa notícia! Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2, no original) é tão bom quanto o primeiro!

Logo de cara já vemos o tom do filme, na melhor sequência de créditos iniciais desde Deadpool. Enquanto o Baby Groot dança em primeiro plano, uma briga violenta acontece ao fundo. Sequência muito bem filmada (plano sequência!) e muito divertida, que dá vontade de rever várias vezes. E que já diz que não é pra levar o filme a sério.

(Parênteses pra falar do Baby Groot. Rolava um certo receio: será que vai funcionar um filhote de Groot, ou vai encher o saco? Respondo com convicção: o Baby Groot é um personagem excelente, que vai ganhar vários fãs a cada exibição do filme!)

Assim como o primeiro filme, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é uma divertida aventura espacial. É Marvel, faz parte do MCU, mas nem parece um filme de super heróis. Aliás, é curioso como a Marvel sabe construir seu universo cinematográfico sem nenhuma pressa. Todo mundo sabe que daqui a alguns anos os Guardiões vão se unir aos outros heróis da Marvel. Mas este segundo filme continua completamente independente dos outros. Palmas para a organização do MCU!

A direção e o roteiro estão novamente com James Gunn, que mais uma vez entrega um filme redondinho. Trama bem amarrada, personagens carismáticos, efeitos especiais de primeira, tudo funciona bem. Ah sobre os efeitos, temos, de novo, um ator “coroa” rejuvenescido digitalmente. Impressionante!

Se no primeiro filme tivemos as apresentações dos personagens, agora temos o aprofundamento de cada personalidade. Conhecemos melhor suas peculiaridades e seus problemas. E vemos que, no fundo, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um filme sobre a família. Não necessariamente uma família careta de pai, mãe e filho; mas qualquer tipo de relação familiar, consanguínea ou não. Steven Spielberg deve ter gostado (ou ficado com inveja, sei lá).

No elenco, temos a volta de todos os atores principais do primeiro filme. Claro que o protagonista é o Peter Quill de Chris Pratt, hoje uma estrela do primeiro time; mas o resto do elenco principal tem maior importância: Zoe Saldana, Dave Bautista e as vozes de Bradley Cooper e Vin Diesel (aliás, é curioso ver como Bautista está muito bem como Drax!). Michael Rooker, Karen Gillan e Sean Gunn têm mais espaço nesta segunda parte; e, de novidades, temos Kurt Russell, Elizabeth Debicki e Pom Klementieff. Também temos pontas de Sylvester Stallone e David Hasselhof, e, claro, Stan Lee. Por fim, cameos de Ving Rhames, Michelle Yeoh e Miley Cyrus me fazem acreditar que teremos um spin off…

Assim como no primeiro filme, a trilha sonora é essencial para a trama. As músicas são boas, e se encaixam perfeitamente na narrativa. Agora, na minha humilde opinião, a seleção musical do primeiro filme é melhor… Ah, além das músicas, temos outras referências à cultura pop, como Pac Man, Mary Poppins e a série Cheers.

Por fim, são cinco cenas pós créditos, além de várias piadinhas inseridas no texto dos créditos. Não saia do cinema antes de acabar tudo!

Velozes e Furiosos 8

Velozes 8Crítica – Velozes e Furiosos 8

Quando uma mulher misteriosa seduz Dom a entrar no mundo do terrorismo e trair aqueles mais próximos a ele, seus amigos enfrentarão desafios que irão testá-los como nunca antes

Preciso confessar que sou fã da franquia Velozes e Furiosos. Sei que tem muita coisa forçada nos roteiros, sei que tem muitos clichês, mas curto as bobagens exageradas na tela. Principalmente porque são bobagens divertidas e muito bem feitas!

Dirigido por F. Gary Gray (Straight Outta Compton) Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, no original) já mostra na cena inicial que não é pra se levar a sério. Num pega de rua, o “carro mais rápido da ilha” perde pra um calhambeque caindo aos pedaços, andando de marcha ré. E o resto do filme segue esta lógica (ou falta de), temos até uma cena que mostra “carros zumbis” que lembra Guerra Mundial Z! Só achei forçado coisas voltarem a funcionar depois de uma bomba de pulso eletromagnético… Forçou, né? 😉

Hoje em dia é comum vermos personagens femininas fortes (que bom!). Em filmes de ação temos visto várias mulheres entrando na porrada. Aqui é ainda melhor: a vilã é uma personagem forte, mas que usa a inteligência e não precisa brigar fisicamente com ninguém para ser temida.

Aliás, é curioso notar que uma franquia considerada “descerebrada” por boa parte da crítica, e que está lançando o seu oitavo filme, ainda tem moral pra incluir duas boas novidades no elenco: duas atrizes ganhadoras do Oscar. Charlize Theron, maravilhosa como sempre, é a grande vilã; Helen Mirren tem um papel pequeno, mas rouba todas as (poucas) cenas que aparece. É muito bom ver uma atriz veterana não se levando a sério!

Sobre o resto do elenco, é mais do mesmo. Velozes e Furiosos 8 reúne os três carecas fortões mais carismáticos de Hollywood. Mas se for pra destacar um, escolho Dwayne Johnson, que está no limite da galhofa o tempo todo, e é responsável por alguns dos melhores momentos do filme (e aí incluo uma partida de futebol feminino infantil!) – Vin Diesel e Jason Statham completam o trio principal. Também no elenco, Michelle Rodríguez, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky, Scott Eastwood e Luke Evans.

Ouvi críticas sobre a entrada de Jason Statham no grupo ao lado dos protagonistas – até o último filme, ele era o inimigo. Ok, realmente a transformação de inimigo para amigo podia ter um desenvolvimento melhor. Mas as justificativas do roteiro foram o suficiente pra mim.

Velozes 9 está previsto pra 2019. Tomara que tenha mais Helen Mirren!