A Cidade dos Piratas

Crítica – A Cidade dos Piratas

Sinopse (filmeB): Inspirado nos famosos quadrinhos da cartunista Laerte. A história mescla a jornada de transição da artista e do diretor, que encara a morte após ser diagnosticado com câncer. Cria-se, então, um abismo caótico entre ficção e realidade na animação mais louca de todos os tempos.

Sou muito fã da obra do Laerte. Tenho várias revistas e livros, incluindo aí todas as 14 revistas dos Piratas do Tietê, compradas nas bancas na época que foram lançadas; e uma coletânea de três volumes em capa dura lançada nos anos 2000. Gosto muito do humor politicamente incorreto que permeia as HQs

O meu pé atrás com A Cidade dos Piratas era porque a gente sabe que hoje o Laerte é um ícone da cultura trans. E essa postura social não parece combinar muito com o estilo de humor presente nos quadrinhos.

Mas, tiro o meu chapéu: misturando filme e animação, misturando ficção com documentário, A Cidade dos Piratas consegue falar de cultura trans e ao mesmo tempo ter humor politicamente incorreto!

A cena inicial é maravilhosa, parece um trecho saído das revistas dos anos 80/90. Mas logo o próprio Laerte aparece dizendo que hoje ele não quer mais fazer aquilo. E, mesmo assim, ele consegue dar o seu recado atual sem renegar o seu passado (inclusive temos trechos de histórias clássicas, como aquela onde Fernando Pessoa está no rio Tietê).

A direção é de Otto Guerra (Rocky e Hudson: os caubóis gays, Wood & Stock: sexo, orégano e rock’n’roll), que também é um personagem, e também traz características da vida pessoal para o roteiro (Laerte aparece filmado; Otto Guerra, desenhado). A técnica da animação é simples, mas quem vai ver um filme destes não está procurando “o novo Pixar”.

Se tem uma coisa que acho que não vai funcionar, é que A Cidade dos Piratas não vai agradar muita gente. Hoje, em 2019, não sei quem ainda se lembra dos quadrinhos. E quem curte animações tradicionais não deve gostar. O público alvo é muito específico.

A Cidade dos Piratas usa muito a metáfora do labirinto – acho que nem Laerte nem Otto Guerra sabiam ao certo qual caminho tomar com o filme. Mas, arrisco a dizer que eles acertaram.

Pelo menos posso dizer que saí do cinema ainda mais fã do Laerte.

O Rei Leão (2019)

Crítica – O Rei Leão (2019)

Sinopse (imdb): Após o assassinato de seu pai, um jovem príncipe leão foge de seu reino apenas para aprender o verdadeiro significado de responsabilidade e bravura.

A Disney descobriu uma nova fonte de bilheterias milionárias: versões live action dos seus desenhos clássicos. Só este ano já tivemos Dumbo e Aladdin (e parece que o próximo vai ser A Dama e o Vagabundo). Apesar de não ser exatamente live action, O Rei Leão é mais um dessa lista.

(Uma produção live action deveria ter atores. Este Rei Leão é todo em cgi. É outro tipo de animação, tem cara de real, mas continua sendo animação.)

Dirigido por Jon Favreau (que, além de ser uma pessoa importante para o MCU, já tinha dirigido um outro live action, o Mogli), O Rei Leão (The Lion King, no original) tem um problema óbvio: é igual ao desenho.

Ok, a gente entende que a garotada de hoje não vai querer ver um desenho animado feito 25 anos atrás, então esta nova versão sem dúvida vai vender muitos ingressos. Mas, para quem viu o original recentemente, o filme novo é muito sem graça.

(E ainda tem outra coisa que me incomodou (apesar de não ter lido nada sobre isso por aí). Ter um filme com o visual mais “national geographic” atrapalha a suspensão de descrença. Por exemplo, é mais fácil ver um desenho animado onde um filhote de leão só come insetos e larvas e apesar disso cresce saudável, do que ver a mesma coisa com um leão que parece de verdade.)

Bem, pelo menos temos que reconhecer que a qualidade da animação é um absurdo. Fica difícil imaginar se existe algo mais perfeito que isso. Ouvi gente reclamando que os animais têm poucas expressões, mas, justamente, são animais, e animais têm poucas expressões. E a piada com a referência a A Bela e a Fera foi muito boa.

O elenco tem um monte de gente legal, como Chiwetel Ejiofor, Donald Glover, Beyoncé, Seth Rogen e Alfre Woodard. Mas a maioria do público vai ver dublado, então tanto faz. Acho que James Earl Jones é a única voz do desenho que volta, ele dublou o Mufasa nos anos 90 e repete aqui. Pena que não chamaram Matthew Broderick pra ser o Simba de novo…

O Rei Leão vai ter uma grande bilheteria. Mas, continua sendo um filme desnecessário.

Toy Story 4

Crítica – Toy Story 4

Sinopse (imdb): Quando um novo brinquedo chamado “Garfinho” se junta a Woody e à turma, uma viagem ao lado de velhos e novos amigos revela o quão grande o mundo pode ser para um brinquedo.

A grande pergunta de todos era: “se Toy Story 3 fechou tão bem, será que precisa de um quarto filme?”

Verdade. Precisar não precisava. Mas, mais uma vez, a Pixar não nos decepcionou, e temos um quarto filme coerente com a saga, e – importante – tão bom quanto o resto da franquia.

A Pixar sabe fazer filmes complexos, com camadas, que agradam crianças e adultos ao mesmo tempo. Vemos isso aqui, com os dilemas do Woody sobre a “sua” criança, com o questionamento sobre liberdade, com a dúvida existencial do novo personagem Garfinho, com a redenção da vilã, etc.

Temos algumas boas adições à excelente galeria de personagens. O Garfinho é ótimo! E a dupla Coelhinho / Patinho é responsável pelos momentos mais engraçados do filme.

A saga Toy Story sempre tem momentos carregados de emoções. Aqui não tem nenhuma cena tão forte quanto a cena do incinerador do filme anterior, mas vai ter adulto saindo da sala do cinema com a cara inchada de choro.

A qualidade da animação é absurda, isso a gente já sabe há tempos. Mas aqui chega a ter um gato que parece filmado em vez de desenhado!

Sobre a dublagem, confesso que queria ver com o som original – Keanu Reeves faz o Duke Caboom! Mas, como de costume, a dublagem é muito boa. Gostei muito da dinâmica entre o Coelhinho e o Patinho.

Por fim, fiquem até o fim. O fim mesmo, tem uma piada muito boa no fim da vinheta de encerramento!

A história fechou – de novo. Mas se a Pixar anunciar um quinto filme no futuro, vou ficar empolgado. De novo.

Aladdin (2019)

Crítica – Aladdin

Sinopse (imdb): Um moleque de rua de bom coração e um famigerado Grão-Vizir disputam uma lâmpada mágica que tem o poder de realizar seus mais profundos desejos.

E vamos a mais uma adaptação live action de um desenho clássico da Disney.

Quando surgiram imagens de Will Smith como o gênio, muita gente chiou “pelas internetes”, reclamando da caracterização do novo gênio. Não fiz coro, isso não me incomodou. Na minha humilde opinião, o problema não era a caracterização, e sim, o desafio de se fazer um gênio tão bom quanto o gênio do desenho, que trazia uma interpretação sensacional e muito marcante do Robin Williams. Bem, Will Smith pode não ser tão bom quanto Robin Williams, mas pelo menos seu gênio ficou muito bom.

Aladdin (idem, no original) segue os passos da animação de 1992. Alguns pontos da trama foram atualizados para se encaixarem melhor nos dias de hoje, tipo um Jafar com ambições políticas e uma Jasmine empoderada – mas basicamente, a história é a mesma.

Às vezes a gente nem se dá conta, mas boa parte das animações da Disney são musicais. No live action isso fica mais claro, é um musical assumido. As músicas que todo mundo conhece estão lá, além, claro, de algumas novidades para o Oscar ano que vem (para ser indicada ao Oscar de melhor canção, a música precisa ser composta para o filme – arrisco a dizer que aquela música da Jasmine cantando “ninguém me cala” será a bola da vez no Oscar do ano que vem).

Preciso falar sobre a direção. Não, não vou falar mal, o filme é bem dirigido. Mas… O diretor é Guy Ritchie!!! Sim, o mesmo de Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes, Snatch, RocknRolla, O Agente da UNCLE – quase toda a sua filmografia tem violência e personagens de moral duvidosa. Por que diabos ele foi escolhido para Aladdin??? Bem, ele está bem, mas não vemos nada do seu estilo neste filme.

Sobre o elenco, o único nome a ser citado é Will Smith, que, como falei lá em cima, está bem. Já Marwan Kenzari, que faz o Jafar, está caricato – no mau sentido. Também no elenco, Mena Massoud, Naomi Scott, Nasim Pedrad e Navid Negahban.

No fim fica aquele mesmo comentário das outras vezes: não precisava de uma versão live action tão parecida com o desenho original. Mas pelo menos o trabalho foi bem feito.

Dumbo (2019)

Crítica – Dumbo (2019)

Sinopse (imdb): Um elefante jovem, cujas orelhas exageradas lhe permitem voar, ajuda a salvar um circo em dificuldades, mas quando o circo planeja um novo empreendimento, Dumbo e seus amigos descobrem segredos obscuros sob sua brilhante fachada.

E continuamos com as versões live action dos clássicos da Disney. Depois de Cinderela, Mogli e A Bela e a Fera, é a hora de Dumbo.

Dumbo (idem no original) foi dirigido por Tim Burton (que já tinha um Disney live action no currículo, Alice). Mas o resultado ficou mais próximo da mais Disney do que do Tim Burton, vemos pouco do tradicional estilo dark do diretor.

Comecemos pelos pontos fracos. O conceito inicial de Dumbo não funciona mais nos dias de hoje. Dumbo é “feio”, e era pra ser ridicularizado por isso. Mas, na boa, hoje em dia quem acharia feio um filhote de elefante? “Ah, mas ele tem orelhas grandes!” Ora, é um FILHOTE DE ELEFANTE!!! Duvido que exista algum cinema no Brasil onde a plateia não faça um “ohhh…” quando aparecer o Dumbo a primeira vez.

Mas aceito esse lance do Dumbo ser “feio” porque isso está na premissa básica do desenho original. Agora, o filme segue com inconsistências. Cito um exemplo: na primeira noite no grande circo, Dumbo voa por cima da plateia, e depois foge. Por que a plateia reclamou? Pagaram pra ver um elefante voando, o elefante voou. Se o dono do circo queria mais, isso é um problema interno, a plateia nunca ficaria sabendo.

Dumbo segue acumulando essas inconsistências, principalmente na parte final – detestei o ataque caricato do vilão na torre. Some a isso o fato que o Dumbo é um coadjuvante no seu próprio filme, o foco principal é a família.

Por outro lado, o cgi do elefante é impressionante. Chegamos a um estágio onde a animação é tão perfeita que se colocarem um animal real ao lado do cgi a gente não vai saber qual é qual. Além disso, Dumbo é um filme para crianças, e estas não vão reparar nas inconsistências citadas acima.

O elenco está ok. Colin Farrell, Eva Green, Michael Keaton, Danny DeVito e Alan Arker, nenhum destaque positivo, nenhum destaque negativo.

Agora aguardemos Aladdin e Rei Leão

Uma Aventura Lego 2

Crítica – Uma Aventura Lego 2

Sinopse (imdb): Já faz cinco anos desde que tudo foi incrível e os cidadãos estão enfrentando uma nova e enorme ameaça: Lego Duplo invade o espaço, destruindo tudo mais rápido do que eles podem reconstruir.

Continuação do ótimo Uma Aventura Lego, este Uma Aventura Lego 2 (The Lego Movie 2: The Second Part, no original) sofre de um problema básico: a gente já sabe o plot twist do final do primeiro filme, e essa ideia não tem como repetir.

Dito isso, posso afirmar: Uma Aventura Lego 2 é tão divertido quanto o primeiro filme!

Vamos por parte – ou por blocos ( 😛 ). O estilo de animação, que simula um stop motion com peças, é repetido aqui. Como falei no texto do outro filme, “Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos“. Com isso, o visual do filme fica muito mais interessante do que qualquer animação tradicional.

O humor também repete o estilo do outro filme. É uma enxurrada de piadas referenciais, dá vontade de rever o filme porque não dá pra pegar todas as piadas. Vou além: são tantas piadas com referências a outros filmes e elementos da cultura pop que me questiono se o público alvo ainda são as crianças (meu filho com 9 anos não entendeu várias das piadas).

Ah, preciso falar da trilha sonora de Mark Mothersbaugh (sim, o cara do Devo). Mais de uma vez ao longo do filme, temos músicas que fazem piadas com metalinguagem. E a música dos créditos – que fala sobre os créditos – é uma piada genial.

Diretores do primeiro filme, Phil Lord e Christopher Miller aqui estão só no roteiro. A direção ficou com Mike Mitchell (Trolls), que segurou bem a onda. O elenco original continua cheio de gente legal (Chris Pratt, Elizabeth Banks, Will Arnett, Alison Brie, Charlie Day, Maya Rudolph, Will Ferrell, Channing Tatum, Jonah Hill, Jason Momoa, Cobie Smulders, Ralph Fiennes, Bruce Willis), mas aqui só dublado – pelo menos a dublagem é muito bem feita.

Claro, alguns vão reclamar que o segundo filme é uma repetição do primeiro. Mas, na minha humilde opinião, quando o primeiro é muito bom e o segundo mantém o nível, isso é motivo para ir feliz ao cinema.

Como Treinar Seu Dragão 3

Crítica – Como Treinar Seu Dragão 3

Sinopse (imdb): Quando Soluço descobre que Banguela não é o único Fúria da Noite, ele deve procurar “O Mundo Oculto”, uma secreta Utopia de Dragões, antes que um tirano contratado chamado Grimmel a encontre primeiro.

Depois dos filmes de 2010 e 2014, vamos à conclusão da boa trilogia.

Escrito e dirigido pelo mesmo Dean DeBlois dos dois primeiros filmes, Como Treinar seu Dragão 3 (How to Train Your Dragon: The Hidden World, no original) traz mais uma vez os habitantes de Berk, vikings que aprenderam a viver em paz com os dragões em vez de caçá-los. Agora adulto, Soluço precisa aprender a ser líder, e também aprender a deixar que Banguela siga o seu caminho.

Como Treinar seu Dragão 3 usa bom humor e personagens carismáticos para mostrar uma história de amadurecimento. Não gostei do vilão, achei que faltou um background para ele (como ele consegue dominar dragões daquele jeito? por que ele odeia os Fúrias da Noite?), mas nada que atrapalhe muito.

O visual dos filmes da saga Como Treinar seu Dragão sempre chamou a atenção, e aqui podemos falar o mesmo. A animação é de cair o queixo. Tem uma cena numa praia onde a textura da areia é tão perfeita que parece que alguém filmou. E a sequência do santuário dos dragões é digna de entrar num ranking de melhores visuais fantásticos.

O elenco gringo repete os nomes dos filmes anteriores (Gerard Butler, Cate Blanchett, Jonah Hill, Kit Harington, Kristen Wiig, Jay Baruchel, Christopher Mintz-Plasse e America Ferrera), e ainda traz F. Murray Abraham como o vilão. Mas, por aqui, acho que só dublado mesmo. Pelo menos a dublagem é boa.

Com este terceiro filme, a saga ganha uma boa conclusão. Não termina com um gancho para um quarto filme, mas os gananciosos executivos de Hollywood sempre podem inventar uma nova continuação. Tomara que não. Que a trilogia termine assim, mantendo a qualidade.

Homem-Aranha no Aranhaverso

Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso

Sinopse (imdb): O jovem Miles Morales se torna o Homem-Aranha de sua realidade, cruzando seu caminho com cinco colegas de outras dimensões para impedir uma ameaça para todas as realidades.

Acho que já contei aqui do meu hábito: procuro saber pouca coisa sobre os filmes que vou ver. Evito ver trailers, às vezes nem leio sinopse. E isso funcionou muito bem quando fui ver este Homem-Aranha no Aranhaverso. Heu nem sabia que tinha vários Homens Aranha (informação que está na sinopse e no poster). E atesto: foi muito bom ser surpreendido pelo filme desse jeito.

A única coisa que heu sabia sobre Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, no original) era que um dos roteiristas era Phil Lord, um dos diretores de Aventura Lego, além de ter visto a cena pós créditos de Venom. Mas isso não foi nada, e tive uma grata surpresa. Sei que ainda é cedo (segunda semana do ano!), mas arrisco dizer que temos um forte candidato ao top 10 de 2019!

Vi alguns comentários por aí falando que este filme seria “só para fãs dos quadrinhos”. Olha, nunca li quadrinhos do Homem Aranha, e atesto que Homem-Aranha no Aranhaverso é um excelente filme também para espectadores “leigos”. E minha critica será direcionada a este público.

A primeira coisa que chama a atenção no longa dirigido pelo trio Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman é o visual. Parece que literalmente filmaram as páginas das hqs – e não digo isso só pelos eventuais textos escritos na tela. A textura da imagem não se assemelha às animações tradicionais, as imagens imitam as imperfeições da impressão off-set.

Aliado a este espetáculo visual temos uma história empolgante e divertida. E agora é o momento de avisar aos “não leitores de quadrinhos” que o filme se basta, você não precisa saber previamente quem é Miles Morales e como ele se insere na saga do Homem Aranha. Claro que deve ter um monte de detalhes que só os fãs vão entender, mas o público “leigo” (que, afinal, é a maior parte do público pagante) entende todo o filme. E, podemos afirmar, a história é cativante, com personagens muito bem construídos, momentos engraçadíssimos e várias piadas referenciais (outros filmes do Homem Aranha são citados).

Sobre os personagens, a sessão de imprensa foi com o som original. Que elenco! Ok, Shameik Moore, o principal, não é muito conhecido, mas ele está acompanhado de Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Jake Johnson, Liev Schreiber, Lily Tomlin, Kimiko Glenn, John Mulaney e… Nicolas Cage! Sim, acreditem, num elenco cheio de bons atores, interpretando bons personagens, o destaque é justamente Nicolas Cage!

Claro, tem homenagem ao Stan Lee. E, claro, tem duas cenas pós créditos, uma depois dos créditos principais e outra no fim de tudo. Não tem por que ser diferente, né?

Last, but not least, domingo passado Homem-Aranha no Aranhaverso ganhou o Globo de Ouro de melhor longa de animação. Será que também leva o Oscar?

WiFi Ralph: Quebrando a Internet

Crítica – WiFi Ralph: Quebrando a Internet

Sinopse (imdb): Seis anos após os eventos de Detona Ralph, Ralph e Vanellope, agora amigos, descobrem um roteador wi-fi em seu fliperama, levando-os a uma nova aventura.

Gosto muito de Detona Ralph, um desenho cheio de referências que mostra um outro lado dos videogames, e além disso é muito engraçado. E foi uma guinada pra cima da Disney, que nos anos anteriores tinha lançado A Princesa e o Sapo, EnroladosUrsinho Pooh – de lá pra cá, a Disney só acertou: Frozen, Operação Big Hero, ZootopiaMoana.

Agora vem a continuação. A boa notícia é que é tão bom quanto o primeiro!

Detona Ralph inovou ao mostrar os “bastidores” de um videogame numa loja de arcades. WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet, no original) resolve mostrar os “bastidores” da internet. E as ideias apresentadas são ótimas! Vemos soluções criativas, como uma árvore do Twitter, janelas popup com propagandas, o google tentando adivinhar o que você vai digitar, um site igual ao youtube com vídeos bobos viralizando – tem até a deep web! Também gostei muito de como os usuários – pessoas normais – são mostrados dentro da internet (e ri muito quando “cai a conexão”).

Claro que temos muitas referências – não chega a ser um Jogador N° 1, mas dá vontade de rever pausando em algumas cenas. E, como é Disney, vemos referências a Star Wars, Marvel, Pixar e às princesas – que protagonizam alguns dos melhores momentos do filme (uma das cenas mais engraçadas está no trailer, mas tem bem mais!). E o momento musical é sensacional!

Não gostei muito do final, mas não vou entrar em detalhes por causa de spoilers. Mas digo que achei a ameaça final ruim, assim como achei a solução para a ameaça igualmente ruim. Sorte que não chegou a estragar a boa experiência que tive até lá.

Vi a versão dublada, onde a dupla principal é interpretada por Tiago Abravanel e MariMoon. John C. Reilly e Sarah Silverman voltam ao elenco original, que traz Gal Gadot e Taraji P. Henson como novidades.

Por fim, são duas cenas pós créditos, uma no meio, outra lá no fim. Não saia da sala de cinema antes do fim!

p.s.: Esta crítica deveria estar aqui no heuvi na quinta, dia da estreia. Mas a Disney resolveu não fazer sessão de imprensa aqui no Rio, então houve este atraso. Peço desculpas aos leitores…

 

O Grinch (2018)

Crítica – O Grinch

Sinopse (imdb): Um Grinch rabugento planeja arruinar o Natal na aldeia dos Quem.

Dr. Seuss é um escritor infantil muito famoso nos EUA, mas pouco conhecido por aqui. Mesmo assim, quase todo mundo conhece um dos seus personagens mais conhecidos: o Grinch, graças ao filme de 2000, aquele estrelado por Jim Carrey.

Cono estamos na era dos reboots, remakes e releituras, a Illumination resolveu fazer um novo Grinch, desta vez em desenho animado.

Dirigido por Yarrow Cheney e Scott Mosier, O Grinch (The Grinch, no original) segue o padrão da Illumination (Meu Malvado Favorito, Minions, Pets, Sing). O filme é muito engraçado, e a animação é de encher os olhos pelos detalhes técnicos. A narração é sempre feita em rimas, isso incomoda um pouco, mas o livro é assim, então não tem como reclamar.

A dublagem brasileira está ótima (como quase sempre), mas fiquei curioso com o som original. Se na versão dublada o Grinch é o Lázaro Ramos, na gringa temos Benedict Cumberbatch. Taí, quando tiver oportunidade, vou rever com o som original.

O resultado final é um pouco infantil, mas vai agradar os adultos que estiverem no espírito do Natal.