A Lenda de Oz

0-a-lenda-de-ozCrítica – A Lenda de Oz

Sabe aqueles dvds vagabundos que são vendidos a 10 reais na Lojas Americanas, com desenhos inéditos, mas de qualidade bem baixa? Poizé, lançaram um desses nos cinemas…

A garota Dorothy é levada de volta ao mundo mágico de Oz, onde reencontra os velhos amigos Homem de Lata, Espantalho e Leão. Entretanto, logo ela descobre que todos os habitantes do reino estão correndo sério risco graças aos atos do malvado Bufão.

A Lenda de Oz (Legends of Oz: Dorothy’s Return, no original) é uma tentativa de continuação do clássico O Mágico de Oz, de 1939. Mas é uma continuação que falha miseravelmente em todos os aspectos. A qualidade da animação é tão pobre, e o roteiro é tão ingênuo e previsível, que o resultado final fica devendo, e muito. E, pra piorar, o desenho ainda tem momentos musicais fraaacos…

O que dá pena é ver o elenco que fez o filme original e saber que aqui no Brasil só tive oportunidade de ver a versão dublada. Afinal, um elenco que conta com Lea Michele, Dan Aykroyd, James Belushi, Kelsey Grammer, Martin Short, Oliver Platt e Patrick Stewart não é de se jogar fora. A versão com som original talvez até valha a pena.

Mas a versão dublada é dispensável.

Festa no Céu

0-Festa no ceu-posterCrítica – Festa no Céu

Um desenho animado pode falar de morte e continuar sendo amigável para crianças? Festa no Céu prova que sim!

Um jovem tem dúvidas entre cumprir as expectativas impostas por sua família de toureiros ou seguir a vontade de seu coração de músico. Tentando se decidir, ele embarca em uma viagem por três diferentes mundos: o dos Vivos, o dos Lembrados e o dos Esquecidos.

Antes de tudo, uma eplicação para quem não conhece as tradições mexicanas. Lá no México, o Dia dos Mortos é uma grande e tradicional festa, de origem indígena (já acontecia antes da chegada dos espanhóis), que honra os falecidos no dia 2 de novembro. É uma das festas mexicanas mais animadas, pois, segundo dizem, os mortos vêm visitar seus parentes. Ela é festejada – nos cemitérios – com comida, bolos, festa, música e doces preferidos dos mortos – e, para as crianças, temos caveirinhas de açúcar. A parada é tão influente que o primeiro jogo de computador feito em 3D pela LucasArts, em 1998, foi o “Grim Fandango”, baseado no folclore Asteca, com estética derivada do Día de los Muertos mexicano.

Um dos grandes trunfos de Festa no Céu (The Book of Life, no original) é tratar a morte de maneira leve e tranquila, diferente do tom dark de um Tim Burton, por exemplo. Enquanto os mortos forem lembrados por familiares e conhecidos, eles estarão num lugar bom e festivo. Legal, gostei deste jeito de encarar a morte!

Festa no Céu é uma produção americana, mas tem cara de filme mexicano – afinal, foi produzido por Guillermo Del Toro e escrito e dirigido por Jorge R. Gutierrez, ambos mexicanos. Determinado momento do filme, aprendemos que “o México é o centro do mundo”…

A história é meio clichê – um triângulo amoroso que todo mundo sabe como vai terminar – mas pelo menos é bem contada, e temos alguns personagens que fogem do maniqueísmo (Chibalba não é 100% vilão, apesar de estar bem longe de ser um “mocinho”). E a mensagem final é boa. O filme tem muitas cores e boas sacadas no uso de músicas pop na trilha sonora. Ah, e gostei dos personagens parecerem bonecos marionetes.

Pena que não deu pra ver a versão legendada – o original traz vozes de Zoe Saldana, Channing Tatum, Diego Luna, Christina Applegate, Ron Perlman, Ice Cube, Hector Elizondo e Danny Trejo. Pelo menos a dublagem brasileira é bem feita.

Por fim, queria fazer uma homenagem. A sessão de imprensa de Festa no Céu foi um dia depois que soube do falecimento de um grande amigo, Oswaldo Lopes Jr., o Oz, roteirista e crítico de cinema, com quem tive oportunidade de trabalhar em alguns curta-metragens. Se depender da minha lembrança, o Oz estará num lugar bonito por um longo período!

O Que Será de Nozes?

0-O que será de nozes - posterCrítica – O Que Será de Nozes?

Mais uma animação com cara de início de franquia…

Um incorrigível esquilo egoísta é expulso do parque onde morava, com vários outros animais, no meio de uma crise de falta de comida. Mas ele planeja sua volta ao parque quando descobre uma loja de nozes.

Há pouco falei aqui de Khumba, um desenho com cara de Hollywood, mas feito na África do Sul, e que parece uma mistura de Madagascar com O Rei Leão. O Que Será de Nozes tem algumas semelhanças: parece Os Sem Floresta, mas com o Remy de Ratatouille; tem cara de Hollywood, mas é uma produção sul-coreana (co-produção, junto com EUA e Canadá). Outra semelhança: ambos são bonitinhos – e fraquinhos.

Dirigido por Peter Lepeniotis (Toy Story2), O Que Será de Nozes (The Nut Job, no original) é simpático e bem feito. Mas só, muito pouco para hoje em dia, quando a Pixar, a Disney, a Dreamworks e a Blue Sky elevaram a qualidade das animações a um patamar bem alto.

Alguns personagens são muito bons – Mano, o rato que parece irmão do Remy, consegue ser um coadjuvante excelente sem dizer nenhuma palavra. A parte técnica é bem cuidada, temos ângulos criativos ao longo de todo o filme. Mas a trama é bobinha e previsível, e o ritmo é tão lento que parece até que o filme dura bem mais do que os 85 minutos de projeção.

Teve uma coisa que me incomodou um pouco na tradução, mas não sei se aconteceu na transição entre o coreano e o inglês, ou entre o inglês e o português. É que durante todo o filme os personagens só falam em “nozes”, quando vemos claramente outros alimentos na tela. Alguns até parecem amendoins. Será que a palavra “nut” é tão abrangente?

A sessão para a imprensa foi dublada em português, não sei se teremos versões legendadas em cartaz. Tomara que sim, a versão em inglês tem vários nomes legais no elenco: Liam Neeson, Katherine Heigl, Will Arnett, Brendan Fraser e Maya Rudolph.

Ah, sim, tem o “fator Coreia do Sul”. Qual foi o último grande sucesso mundial vindo daquele país? O popstar gordinho Psy e o seu Gangnam Style. Bem, não só a música está na trilha sonora, como vemos uma versão desenhada do Psy dançando com todo o elenco durante os créditos. É, concordo, não precisava…

Por fim, um lembrete: tem uma cena extra no fim dos créditos, curtinha e muito mais engraçada do que o Gangnam Style.

Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988)

roger rabbitCrítica – Uma Cilada Para Roger Rabbit

Hora de rever o genial Roger Rabbit!

Um detetive alcoólatra que odeia desenhos é a única esperança de um coelho quando este é acusado de assassinato.

Lançado em 1988, Uma Cilada Para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit, no original) foi um filme revolucionário. Misturar atores “live action” com desenhos animados não era novidade, mas isso sempre acontecia com a câmera parada, e o desenho em apenas duas dimensões – era um ator e uma “folha de papel”. Aqui, os desenhos tinham volume, e a câmera não era estática. Pela primeira vez tínhamos desenhos “sólidos” contracenando com atores! E precisamos nos lembrar que não existia cgi – foi tudo desenhado na mão!

Uma Cilada Para Roger Rabbit tinha outra característica incomum. Devido a uma série de acordos entre diferentes estúdios, nós temos personagens de universos diferentes interagindo. Em uma cena, Patolino e Pato Donald tocam piano; em outra, Mickey e Pernalonga pulam de paraquedas. São vários os personagens da Disney e da Warner, além de outros como Betty Boop, Droopy e Pica-Pau. Não me lembro, na história do cinema, de um “crossover” de personagens tão expressivo como este.

Tudo isso seria pouco importante se o filme fosse fraco – o que felizmente não é. Uma Cilada Para Roger Rabbit é divertidíssimo, traz uma boa homenagem aos filmes noir, no personagem Eddie Valiant, e ao mesmo tempo ao humor de desenhos animados antigos. O humor presente no filme é genial! A sequência inicial – o curta do bebê procurando os biscoitos – é de rolar de rir. E ao longo do filme vemos várias cenas com este estilo de humor absurdo, sempre com um pé no humor negro – como nos bons tempos dos desenhos do Pernalonga, do Pica Pau e do Tom & Jerry (que não estão no filme, infelizmente).

Uma Cilada Para Roger Rabbit foi produzido pela Disney e pela Amblin, produtora de Steven Spielberg. A direção ficou a cargo de Robert Zemeckis, que estava em ótima fase – Roger Rabbit foi feito entre De Volta Para o Futuro (1985) e as suas continuações (lançadas em 89 e 90). Não sei se a experiência em Roger Rabbit teve alguma influência nisso, mas anos depois Zemeckis voltaria ao universo das animações, com os longas Expresso Polar (2004), Beowulf (07) e Os Fantasmas de Scrooge (09).

No elenco, o pouco conhecido Charles Fleischer tem o destaque: é dele a voz do Roger Rabbit, e, de quebra, ele ainda faz as vozes do Benny The Cab e de duas doninhas. Mas não podemos menosprezar o trabalho de Bob Hoskins, que teve que contracenar boa parte do tempo com um personagem inexistente (diz a lenda que Fleischer teria vestido uma fantasia de coelho para ajudar Hoskins durante as filmagens). Outra voz importante é a de Kathleen Turner, no papel de Jessica Rabbit (quando ela canta, é dublada pela Amy Irving, então sra. Spielberg). Curioso notar que, nesta época, Turner e sua voz grave eram símbolos sexuais – mas poucos anos depois, ela interpretaria um travesti na série Friends. E, claro, não podemos deixar de citar Christopher Lloyd, ótimo como o vilão. Ah, de curiosidade: o próprio Mel Blanc, que fazia as vozes de todos os personagens da turma do Pernalonga nos desenhos clássicos, trabalhou na dublagem aqui, repetindo seus personagens famosos – é dele as vozes do Pernalonga, do Patolino, do Gaguinho, do Frajola e do Piu Piu.

Uma Cilada Para Roger Rabbit ganhou 4 Oscars – efeitos visuais, edição, som e efeitos sonoros. Também foi indicado para fotografia e direção de arte. Mas o que chama a atenção são os efeitos visuais – se bem que, para os nossos olhos atuais, acostumados com cgis perfeitos, alguns efeitos já não são tão impressionantes.

Entre os extras do dvd e do blu-ray, têm os três engraçadíssimos curtas que fizeram com o Roger Rabbit e o Baby Herman na época. Lembro que um deles, o da montanha russa, passou nos cinemas brasileiros na época, antes de algum filme – não me lembro qual. Os outros dois, só vi quando comprei o dvd.

Por fim, uma coisa curiosa. Tenho o dvd e o blu-ray nacionais. Como vi com meus filhos, procurei a versão dublada. E tive que ver o dvd, porque no blu-ray nacional, edição especial de 25 anos, não tem dublado em português – além do original em inglês, só tem dublado em francês e em russo…

Khumba

khumba-posterCrítica – Khumba

Animação feita na África do Sul!

Rejeitada pelo seu supersticioso rebanho, uma zebra que só tem listras em metade do corpo sai em uma missão para tentar encontrar um lago mágico que supostamente poderia completar suas listras.

Khumba é bem feito e bonitinho, mas tem um problema básico: parece uma cópia de Rei Leão usando os personagens de Madagascar. E, na comparação, claro que Khumba sai perdendo.

Produção do estúdio Triggerfish (que lançou Zambézia em 2012), pelo menos animação é de alto nível técnico, nem parece algo off-Hollywood. Conseguimos até ver a textura dos pelos das zebras! E a história, apesar de não ser nenhuma novidade, traz uma boa mensagem para os pequenos – o verdadeiro público do filme.

Pena que o humor do filme é fraco. São poucos os momentos engraçados. E o alívio cômico feito pelo avestruz é tão bobo que chega a ser constrangedor.

Sobre a dublagem brasileira: Sabrina Sato usa o seu sotaque de sempre para fazer a búfala Mama V. Ela deveria ter feito o que Fabio Porchat fez com o Olaf, de Frozen. Porchat interpretou um personagem; Sabrina interpretou ela mesma. Não funcionou, ficou cansativo ouvir aquele sotaque carregado por todo o filme.

Khumba é de 2013, mas ainda não tinha sido lançado. De repente estavam esperando a Copa do Mundo, já que o filme abre e fecha com partidas de futebol (entre zebras, claro). Só acho que podia ter vindo uma semana antes, afinal boa parte das escolas adiantou as férias (meus filhos voltam às aulas segunda que vem…).

Um Time Show de Bola

Um Time Show de BolaCrítica – Um Time Show de Bola

Hoje tem jogo do Brasil na Copa do Mundo! Que tal um desenho animado sobre futebol?

O jovem Amadeo, apaixonado por totó, é desafiado por Grosso, seu antigo rival de infância, para uma partida de futebol. O problema é que, hoje, Grosso é uma das maiores estrelas do futebol mundial. Como num passe de mágica, os jogadores de totó ganham vida para ajudar Amadeo.

Quatro anos depois de ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro por O Segredo dos Seus Olhos, o diretor argentino Juan José Campanella nos brinda com outra bola dentro. Desta vez, um longa em animação, que já estava sendo produzido desde antes do filme premiado.

Campanella declarou que não dá bola pra futebol. Curiosamente, uma das melhores sequências de O Segredo dos Seus Olhos envolve uma partida de futebol, e o seu filme seguinte, este Um Time Show de Bola (Metegol, no original), é todo centrado no velho esporte bretão…

Tecnicamente falando, a animação é impressionante e não deve nada aos primos ricos de Hollywood. Digo mais: temos alguns ângulos e planos sequência bem criativos ao longo das duas partidas de futebol, tanto a partida de totó quanto o futebol “real”. E, também como acontece com seus semelhantes americanos, Um Time Show de Bola é uma divertida comédia. Alguns lances são hilários!

A bola fora: o desenho argentino sofre um pouco pela comparação óbvia com Toy Story, principalmente o 3. Nada grave, felizmente. Ainda assim, Um Time Show de Bola é uma das melhores animações da história do cinema sul-americano.

Por fim, um detalhe curioso que chama a atenção aqui é que o time “do bem” veste verde e amarelo – num filme argentino! Em uma entrevista, Campanella disse que não queria que o uniforme lembrasse nenhum time existente. Um animador brasileiro de sua equipe sugeriu aquele uniforme, falando que o Brasil não usa listras verticais (como acontece no uniforme argentino). Sei não, mas acho que Campanella foi trollado por esse animador…

Como Treinar o Seu Dragão 2

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Crítica – Como Treinar o Seu Dragão 2

Este ano não terá nenhum longa da Pixar. Em compensação, chega aos cinemas o segundo dos três Dreamworks de 2014*!

Cinco anos depois dos acontecimentos de Como Treinar Seu Dragão, a aldeia de Berk vive em harmonia com os dragões. Agora com 20 anos, Soluço, sempre acompanhado do dragão Banguela, enfrenta novos obstáculos na busca pela paz.

Continuação do longa de 2010, Como Treinar o Seu Dragão 2 (How To Train Your Dragon 2, no original) consegue ser uma boa diversão tanto pra criançada quanto para os adultos que vão ao cinema acompanhar os pequenos. Baseada na série de livros da escritora inglesa Cressida Cowell, a trama não é uma repetição do primeiro filme – temos um novo personagem importante para a trama, um novo vilão e dragões gigantescos.

E além do humor característico dos longas da Dreamworks, Como Treinar o Seu Dragão 2 traz um forte momento dramático que vai trazer lágrimas ao cinema.

A parte técnica é um assombro de tão bem feita. As paisagens, a água, o fogo e a fumaça são tão perfeitas que parecem filmadas em vez de desenhadas. E tem mais: vemos dezenas de espécies de novos dragões, num espetáculo de cores que lembrou a franquia Rio.

Ah, claro, desenho animado, tem em 3D. Mas não precisa, né?

Enfim, boa opção em cartaz nos cinemas. Até agora, uma das melhores animações do ano.

* Em fevereiro tivemos As Aventuras de Peabody & Sherman; no fim do ano estreia Os Pinguins de Madagascar

Rio 2

0-Rio1Crítica – Rio 2

Não, não estou falando daquele condomínio entre a Barra e Jacarepaguá, e sim da continuação do desenho quase brasileiro Rio!

Blu e Jade vivem felizes no Rio de Janeiro, levando uma vida urbana ao lado de seus três filhotes. Mas ao descobrir que talvez não sejam os últimos da espécie, partem para a Amazônia para tentar encontrar outras araras azuis.

Admiro muito o diretor brasileiro Carlos Saldanha. Depois de conseguir reconhecimento internacional dirigindo os três primeiros A Era do Gelo, ele conseguiu fazer, através de um estúdio gringo, um longa de animação que se passa no Rio de Janeiro, repleto de personagens e paisagens cariocas.

Este segundo Rio é aquilo que a gente espera. Leve, divertido e com todos os clichês esperados – clichês bem utilizados, é bom dizer. Temos os problemas de adaptação, o conflito entre o heroi e o sogro, a rivalidade com o ex namorado… Mas o roteiro sabe aproveitar os elementos de modo que o filme fica leve e divertido.

Certas cenas parecem propagandas da Embratur – pelo filme, parece que no Rio só existe samba, e que o carnaval é uma unanimidade (conheço muitos cariocas que não dão bola pro carnaval…). Mesmo assim, prefiro ver o Brasil retratado por um brasileiro, pelo menos a geografia está correta. E o Rio só aparece no início do filme, depois os pássaros passam rapidamente por algumas cidades, para enfim chegarem ao cenário onde se passa quase todo o segundo filme: a floresta amazônica.

Rio 2 tem muitos números musicais, e, claro, uma partida estilizada de futebol. O filme é muito colorido e tem belas imagens – a qualidade técnica da animação é impressionante – mas, na minha humilde opinião, a parte “broadway” chega a cansar. A parte musical que funciona são as “audições”, responsáveis pelos momentos mais engraçados do filme – as tartarugas capoeiristas são sensacionais!

Nem tudo funcionou na versão dublada – Nigel cantando I Will Survive no original deve ser bem melhor. É, as dublagens brasileiras atingiram um nível excelente, mas não conseguem acertar sempre…

Achei curioso não ter o nome de nenhum ator nem nos créditos iniciais, nem nos finais. Pra descobrir o elenco tive que checar no imdb: Rodrigo Santoro, Anne Hathaway, Leslie Mann, Jesse Eisenberg, Jamie Foxx, John Leguizamo, Andy Garcia e Bruno Mars, entre outros.

Por fim, o 3D. Sim, tem 3D. Não, não precisava. 😉

As Aventuras de Peabody & Sherman

0-Peabody2Crítica – As Aventuras de Peabody & Sherman

O novo Dreamworks!

O sr. Peabody é um cachorro super inteligente, ganhador do prêmio Nobel, medalhista olímpico, etc, e que resolve adotar Sherman, uma criança abandonada. No seu primeiro dia de escola, Sherman se envolve num caso de bullying, e agora o sr. Peabody precisa resolver o problema para não perder a guarda do filho.

As Aventuras de Peabody & Sherman (Mr. Peabody & Sherman, no original) é uma adaptação do desenho televisivo “Peabody’s Improbable History” do fim dos anos 50 e início dos anos 60, que fazia parte do desenho As Aventuras de Rocky e Bullwinkle, ou Alceu e Dentinho (The Rocky and Bullwinkle Show). Nos anos 90, fizeram um longa metragem “As Aventuras de Alceu e Dentinho”, que não fez muito sucesso. E, até agora, sr. Peabody e Sherman continuavam quase desconhecidos.

Dirigido por Rob Minkoff (O Rei Leão), As Aventuras de Peabody & Sherman tem um problema básico: é um filme para crianças onde as melhores piadas não são para as crianças. O filme trata de viagem no tempo, passa pela Revolução Francesa, pelo Egito dos faraós, pela renascença italiana, pela guerra de Troia – uma criança pequena que não conhece os fatos históricos vai ficar que nem o Sherman quando fala “não entendi”…

Pelo menos o roteiro é leve e o ritmo é rápido, e uma criança pode “passar batido” pelas piadas históricas e se divertir. E a mensagem do filme – amor paterno maior que qualquer coisa – funciona em qualquer idade.

A parte técnica do filme é muito bem feita, claro, é um filme da Dreamworks. Mas nada que impressione – hoje estamos acostumados à qualidade altíssima, um filme precisa se esforçar pra se destacar, o “bem feito” já não chama mais a atenção.

Para os fãs da série Modern Family: vejam o filme com o som original! Ty Burrell faz a voz do sr. Peabody. Em vários momentos o diálogo entre pai e filho é bem parecido com Phil Dunphy conversando com Luke – o cachorro faz até trocadilhos infames! Sei que a primeira opção do estúdio era Robert Downey Jr. – também seria legal, mas seria outra onda. Posso dizer que Ty Burrell se encaixou perfeitamente no papel.

E quem escolher a versão com o áudio original ainda ganha alguns bônus, como Leslie Mann, Allison Janney, Dennis Haysbert, Stanley Tucci, Lake Bell, Stephen Colbert, Patrick Warburton, Stephen Tobolowsky – e Mel Brooks como Einstein! E quem faz a voz da Penny é Ariel Winter, a Alex Dunphy de Modern Family.

Ah, tem em versão 3D. Blé. 3D hoje em dia é tudo igual. Bem feito, mas nada que justifique o ingresso mais caro.

Uma Aventura Lego

Crítica – Uma Aventura Lego

Emmet, um boneco Lego comum, é confundido como sendo o construtor mestre, o único que pode salvar o universo Lego. Com a ajuda de um velho místico, de uma mulher durona – e do Batman, Emmet vai lutar para derrotar o mal.

Dirigido pela dupla Phil Lord e Christopher Miller (Tá Chovendo Hamburger, Anjos da Lei), Uma Aventura Lego (The Lego Movie, no original) é uma boa diversão para os pequenos, e também para os grandes que os acompanham. Se por um lado a história é bobinha e traz uma lição de moral óbvia, por outro lado a trama tem umas soluções divertidas (como usar revomedor de esmalte para apagar um rosto de um boneco), e é cheia de referências à cultura pop.

O grande barato de Uma Aventura Lego é que a animação mista de cgi com stop motion, mas pensada pra tudo parecer um stop motion feito com peças reais de Lego. Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos, como Lego Star Wars e os desenhos da Barbie, que usam os personagens, mas com movimentos flexíveis. Até quando vemos efeitos de tiros, de fogo ou de água, são em forma de peças de Lego.

Outra coisa interessante foi que a produção resolveu usar vários personagens com direitos autorais. Temos super herois da DC, tartarugas ninja, personagens de Star Wars, Harry Potter, Senhor dos Aneis, temos até personalidades como Abraham Lincoln e Shaquille O’Neal. Provavelmente existem Legos de todos eles.

(Aliás, não tem como não pensar em Uma Aventura Lego como um grande comercial do brinquedo. Com certeza veremos nas lojas vários sets baseados no filme. Mas pelo menos é um comercial muito divertido.)

Gostei muito do humor usado no filme. Algumas cenas parecem comédias rasgadas de nonsense! Toda a sociedade construída (trocadilho intencional) na primeira parte do filme é muito bem feita, uma grande crítica a pessoas que seguem a vida “no piloto automático”. E a musiquinha “Tudo é incrível” gruda na cabeça ao fim da sessão.

Vi a versão dublada. A dublagem é muito boa, mas fiquei com pena de não ouvir as vozes de Morgan Freeman, Liam Neeson, Elizabeth Banks, Chris Pratt, Alison Brie, Cobie Smulders e Will Ferrell, além de Channing Tatum e Jonah Hill, repetindo a parceria de Anjos da Lei, aqui interpretando Superman e Lanterna Verde. E isso porque não estou falando das pontas de Anthony Daniels e Billy Dee Williams interpretando C3P0 e Lando Calrissian!

Ah, tem versão 3D. Como acontece frequentemente, não precisa. Nada no filme pede 3D.