X-Men: Fênix Negra

Crítica – X-Men: Fênix Negra

Sinopse (imdb): Jean Grey começa a desenvolver poderes incríveis que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora os X-Men terão que decidir se a vida de um membro da equipe vale mais que toda a humanidade.

Como a Disney comprou a Fox, os próximos filmes dos X-Men devem se inserir no MCU. Mas ainda faltava um filme pela Fox, para encerrar a saga – que já contava com oito filmes (incluindo os dois solo do Wolverine).

Era uma chance de terminar em grande estilo. Mas não foi. Este último filme não chega a ser ruim, mas está bem longe dos pontos altos da série.

Escrito e dirigido por Simon Kinberg, estreante como diretor, mas experiente como roteirista (incluindo três outros X-Men, Confronto Final, Dias de um Futuro EsquecidoApocalipse), X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix, no original) tem seus bons momentos, mas são tantos escorregões que o filme fica devendo.

Vou citar alguns exemplos, sem spoilers:
– Este filme se passa 3 décadas depois do primeiro, X-Men: Primeira Classe, mas, aparentemente, esqueceram de envelhecer os personagens.
– A Raven deveria ter orgulho de ser azul, e não ficar com a cara da Jennifer Lawrence a maior parte do filme. E sua maquiagem azul ficou bem pior que nos filmes anteriores.
– Os vilões são péssimos! Você não entende as suas motivações, o seu objetivo, tudo é muito desleixado.

Etc etc etc…

Outro ponto que me incomodou, mas aí pode ser um head canon meu, é que heu queria ter visto uma “cena do Mercúrio”, como aconteceu nos dois filmes anteriores. O Mercúrio foi jogado para um papel secundário com zero importância na trama.

Sobre o elenco, tenho uma reclamação: foi um desperdício de Jessica Chastain. Ela é muito mais atriz do que o papel pede. Sophie Turner também não está bem, mas ela sempre foi sem graça, então não é surpresa. James McAvoy e Michael Fassbender são grandes atores, mas não conseguem salvar um filme fraco. Também no elenco, Nicholas Hoult, Tye Sheridan, Evan Peters, Kodi Smit-McPhee e Alexandra Shipp, além da já citada Jennifer Lawrence.

Como falei no início, X-Men: Fênix Negra não é ruim. Mas é um bom retrato de uma longa e desorganizada saga, cheia de altos e baixos.

Que venha o MCU!

Hellboy (2019)

Crítica – Hellboy

Sinopse (imdb): Baseado nas graphic novels de Mike Mignola, Hellboy, preso entre os mundos do sobrenatural e do humano, luta contra uma antiga feiticeira empenhada em vingar-se.

Outra adaptação deste anti herói vindo dos quadrinhos. Os filmes anteriores foram dirigidos pelo hoje oscarizado Guillermo del Toro, e foram bem legais (principalmente o primeiro). E agora, será que a nova versão vai superar a já conhecida?

O problema aqui é que a história é uma bagunça. Nazismo, bruxas, monstros, gigantes, inferno, rei Arthur e mago Merlin, sei lá, achei uma bagunça tão grande que fica difícil de acompanhar.

O diretor é Neil Marshall, que tem alguns bons filmes no currículo (Dog Soldiers, Abismo do Medo), e que estava na tv há algum tempo (seu último filme pro cinema fora Centurião, de 2010). Marshall tem boa mão para as cenas de ação, algumas cenas de luta são muito boas, incluindo alguns planos sequência bem bolados (gostei da luta com os gigantes). Mas boas cenas de ação não conseguem salvar um roteiro sem pé nem cabeça.

Mesmo assim, algumas coisas se salvam, além da já citada luta com os gigantes. A bruxa Baba Yaga é um ótimo personagem, tomara que volte em alguma continuação / spin off. As criaturas que aparecem na sequência final são assustadoras, pena que têm pouco tempo de tela. Ah, e é bom avisar: é um filme baseado em HQ de super herói, mas tem muito mais sangue e gore do que os MCUs da vida.

No elenco, David Harbour (de Stranger Things) até manda bem como o personagem título. Já Milla Jovovich decepciona. Ainda no elenco, Sasha Lane, Daniel Dae Kim, Ian McShane e uma divertida ponta de Thomas Haden Church.

Gosto do Neil Marshall. Mas deu saudades do Del Toro…

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Crítica – Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Falei aqui o texto sem spoilers. Mas tenho alguns comentários a mais. Bora pra um texto com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Vamos a alguns pontos:

– Genial a ideia de matar o Thanos logo no início do filme!

– Achei que 5 anos é muito tempo para o luto do planeta. Ok, entendo que todo mundo perdeu gente importante, e que um tempo de luto é necessário. Mas em 5 anos acho que boa parte das pessoas já teria seguido em frente. E isso causaria problemas para muitas famílias no fim do filme. Imagina uma pessoa que perdeu seu parceiro(a), e, depois de, sei lá, dois ou três anos, seguiu em frente e encontrou um novo par. Aí passa mais um tempo e o seu antigo cônjuge volta… Sei lá, acho que se fosse um ano, seria melhor para o roteiro do filme.

– Um ponto que tem gerado muitas discussões é a viagem no tempo. No cinema, estamos acostumados a dois formatos de viagem no tempo: De Volta para o Futuro, onde algo alterado no passado altera também o presente; ou Exterminador do Futuro, onde a linha temporal é imutável. Aqui a proposta é outra, viagem no tempo usando universos paralelos. Acho que esse foi o tema da maior parte das conversas nerds dos últimos dias…

– Rever alguns trechos icônicos de filmes sob outro ângulo foi um belo presente para os fãs!

– O Thor Lebowski é um excelente personagem!

– Claro que fiquei triste com a morte da Viúva Negra. Mas entendo a opção por ela no roteiro. E achei a morte do Homem de Ferro emocionante.

– Pra mim, o Capitão América voltou no tempo, entregou todas as jóias e o Mjolnir, e depois foi viver uma vida anônima com a Peggy Carter, pra envelhecer ao lado dela. Assim: ele nasceu lááá atrás, virou um super soldado, ficou 70 anos congelado, voltou, viveu uns 10 anos como super herói, e depois voltou pra viver uma vida normal – enquanto tinha outro dele congelado. De qualquer maneira, que fim bonito que ele teve!

– Não sei de onde veio o escudo que o Capitão entregou pro Falcão no fim do filme. O escudo dele quebrou na briga com o Thanos. Achei um furo de roteiro, mas nada grave.

Agora vamos aguardar o que vem por aí. In Marvel we trust!

Vingadores: Ultimato (sem spoilers)

Crítica – Vingadores: Ultimato

Sinopse (imdb): Depois dos eventos devastadores de Vingadores: Guerra Infinita (2018), o universo está em ruínas. Com a ajuda de aliados remanescentes, os Vingadores se reúnem novamente para desfazer as ações de Thanos e restaurar a ordem no universo.

E finalmente chega aos cinemas o fim de uma das mais impressionantes sagas cinematográficas da história!

Falei no texto sobre Vingadores Guerra Infinita, repito aqui. o plano da Marvel será estudado no futuro em escolas de marketing como um case de sucesso. E Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, no original) encerra este ciclo com chave de ouro.

Goste ou não do nicho “filme de super heróis”, é preciso tirar o chapéu. Não me lembro de outro caso onde um filme fecha de maneira tão brilhante uma saga tão longa e tão rica (foram vinte e dois filmes ao longo de onze anos). Vingadores: Ultimato demora um pouco pra engrenar, mas é porque se preocupa com cada um dos personagens principais. Outro detalhe bacana para quem acompanhou: ao longo da projeção, vários dos outros filmes são citados.

Mais uma vez dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (Capitão América Soldado Invernal, Guerra Civil e Vingadores Guerra Infinita), Vingadores: Ultimato é recheado de momentos memoráveis e emocionantes, e vai arrancar lágrimas dos espectadores mais envolvidos com o MCU. A esperada batalha final é sensacional!

Nem sei se preciso mencionar aqui, mas os efeitos especiais são absurdos. Efeitos de ponta não são exatamente uma novidade num filme deste porte. Alcançamos a perfeição?

O elenco é um absurdo. Não tem nenhuma novidade, todo mundo já esteve em outro(s) filme(s). Mas, convenhamos, não é todo dia que temos um filme com tanta gente relevante. Claro que temos Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Bradley Cooper, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Tessa Thompson, Gwyneth Paltrow e Josh Brolin. E claro que temos a volta de Tom Holland, Zoe Saldana, Evangeline Lilly, Chris Pratt, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Danai Gurira, Dave Bautista, Benedict Wong, Pom Klementieff, Letitia Wright, Cobie Smulders e Vin Diesel. Agora, é muito legal ter coadjuvantes de luxo do porte de Tom Hiddleston, Rene Russo, Angela Bassett, Michael Douglas, William Hurt, Robert Redford, John Slattery, Tilda Swinton, Jon Favreau e Hayley Atwell. Digo mais: não é um filme qualquer que convoca Natalie Portman, Marisa Tomei e Michelle Pfeiffer para uma simples figuração!

Claro, tem participação do Stan Lee. A novidade é não ter cena pós créditos.

Vai ter gente falando que este não é o melhor dos vinte e dois filmes do MCU. Talvez não seja mesmo. Mas não imagino um encerramento mais bem construído que este. Vingadores: Ultimato é o final perfeito para uma saga impressionante.

Por fim, queria falar do trailer. Diferente da maioria dos trailers, que traz pontos chave dos filmes (tipo mostrar o Homem Aranha no trailer de Guerra Civil), o trailer oficial de Vingadores: Ultimato traz cenas de outros filmes, e não entrega absolutamente nada do que veremos. Mais uma vez, parabéns à Marvel!

Shazam!

Crítica – Shazam!

Sinopse (imdb): Todos nós temos um super-herói dentro de nós, basta um pouco de mágica para trazê-lo para fora. No caso de Billy Batson, gritando uma palavra – SHAZAM! – esse garoto adotado de quatorze anos de idade pode se transformar no super-herói adulto Shazam.

A DC decepcionou quando usou os dois maiores nomes do seu catálogo. Mas, depois de um resultado positivo com Aquaman, agora acerta de novo com outro personagem “lado B”, o Shazam.

Shazam! (idem no original) esquece toda a sisudez de Homem de Aço e Batman V Superman e apresenta uma comédia leve e divertida. O grande mérito do filme é que ele nunca se leva a sério – e ter um protagonista adolescente num corpo de adulto só reforça essa ideia.

(Sim, parece Marvel. E isso não é nada negativo, na minha humilde opinião.)

Shazam! é uma comédia assumida, mas o diretor David F. Sandberg veio do terror (ele dirigiu Quando as Luzes se ApagamAnnabelle 2). Assim, temos uma cena de acidente de carro onde mostra mais sangue que em todo o MCU, e os demônios são assustadores. Aliás não sei se foi coincidência, mas o diretor de Aquaman, James Wan, também tem extenso currículo no terror…

O filme tem um problema no desenvolvimento dos personagens, mas me parece que a culpa é do roteiro e não dos atores. Billy Batson e Shazam são a mesma pessoa mas em corpos diferentes. E a personalidade dos dois é muito diferente. Acho que os atores deveriam ter se estudado, para terem um comportamento semelhante.

Levando em conta o problema citado acima, o elenco é bom. Zachary Levi parece se divertir muito como o adolescente no corpo de um adulto com super poderes. Asher Angel não está mal, apenas destoa da personalidade da sua versão adulta. Por outro lado, Jack Dylan Grazer faz um coadjuvante mais interessante que o protagonista. Mark Strong está no limite da caricatura como o vilão com nome de banda lado B de rock nacional anos 80; Djimon Hounsou, sob pesada maquiagem, faz um mago engraçado. Por fim, queria falar da Faithe Herman, que faz a irmãzinha – a menina é adorável, quero vê-la em mais filmes!

A parte final teve uma coisa que me incomodou um pouco, nada grave, mas não vou falar aqui por causa de spoilers. Mas falarei tudo no Podcrastinadores sobre Shazam!, em breve no ar!

p.s.: Como sempre na Marvel, são duas cenas pós créditos. Não, péra…

Capitã Marvel

Crítica – Capitã Marvel

Sinopse (imdb): Carol Danvers se torna um das heroínas mais poderosas do universo quando a Terra se encontra no meio de uma guerra galáctica entre duas raças alienígenas.

Finalmente é chegada a hora de conhecermos a Capitã Marvel, a grande surpresa da cena pós créditos de Vingadores Guerra Infinita!

Era impossível não criar expectativas. Depois de uma sequência final devastadora, Guerra Infinita terminava com uma cena pós créditos citando uma nova personagem, a Capitã Marvel. Claro que todo espectador “não leitor de HQ” ficou se perguntando quem é ela, e como ela conseguiria se encaixar no MCU.

Mais uma vez, a Marvel / Disney mostra que estamos diante de um filme “de produtor”. A direção ficou a cargo da desconhecida dupla Anna Boden e Ryan Fleck. Mas, como aconteceu outras vezes, isso não afetou a qualidade. Capitã Marvel (Captain Marvel, no original) segue o alto padrão de qualidade MCU.

O filme se passa nos anos 90 (o que gera uma nostalgia boa, a quantidade de elementos “noventistas” é enorme), e isso abre espaço para mais um passo rumo ao “ator digital”. Já vimos antes, inclusive na Marvel, atores rejuvenescidos digitalmente (Robert Downey Jr, Kurt Russell, Michelle Pfeiffer), mas até agora era em algumas cenas rápidas. Aqui vemos Samuel L Jackson como Nick Fury, aparecendo quase tanto quanto a protagonista Brie Larson – ou seja, boa parte do filme. E em momento nenhum parece artificial.

Aliás, é bom falar: os efeitos especiais são ótimos. Não só o rejuvenescimento digital, como toda a ambientação em outros planetas é excelente. O mesmo podemos dizer sobre as batalhas, todas enchem os olhos. Não gostei do visual da Capitã Marvel no “modo ultra badass”, com o cabelo moicano saindo do capacete, mas parece que é assim nos quadrinhos, então deixa pra lá.

O elenco, como era de se esperar, é ótimo. Além dos já citados Samuel L Jackson e Brie Larson, Capitã Marvel ainda conta com Jude Law, Anette Benning, Ben Mendelsohn, Lashana Lynch e Clark Gregg. Djimon Hounsou e Lee Pace voltam a seus papéis apresentados em Guardiões da Galáxia. Claro, tem uma ponta do Stan Lee (aliás, o logo da Marvel faz uma bela homenagem a Stan Lee, vai ter muito nerd chorando antes do filme começar).

Para surpresa de ninguém, são duas cenas pós créditos, uma ligando ao MCU, outra com uma piadinha. Fiquem até o fim dos créditos!

Capitã Marvel é um filme de origem de super herói. É curioso notar que funciona como um filme “solo”, independente dos outros; e ao mesmo tempo se encaixa perfeitamente na linha temporal entre os dois Guerra Infinita (pela cena pós créditos).

Que venha Vingadores Ultimato!

Polar

Crítica – Polar

Sinopse (imdb): O principal assassino do mundo, Duncan Vizla, está se aposentando, mas seu ex-empregador o considera um passivo para a empresa. Contra a sua vontade, ele se encontra de volta ao jogo indo de cabeça a cabeça contra um exército de assassinos mais jovens.

Sabe quando um filme não traz nada de novo, mas mesmo assim é divertido? É o caso aqui.

Dirigido pelo sueco Jonas Åkerlund (que tem um extenso currículo como diretor de videoclipes), Polar (idem, no original) é um “John Wick com edição modernosa” – assassino profissional veterano que é o maior “bad motherf*ucker” do pedaço contra todos. A diferença é que, se John Wick tem um tom sério, aqui temos personagens caricatos, edição cheia de efeitos estilosos (incluindo texto escrito na tela), além de alguma nudez gratuita.

(Sobre a semelhança com John Wick, tem uma participação de um cachorro. Acho que foi proposital, pra dizer que Duncan Vizla não é John Wick!)

Polar é adaptação da graphic novel “Polar: Came from the cold”, de Victor Santos. Talvez por isso os personagens sejam assim – com exceção do protagonista, todos são caricatos ao extremo. Mas, como é uma caricatura exagerada, vira algo divertido, cartunesco. A edição modernosa ajuda isso. Esse filme poderia estar naquele top 10 que fiz de “Quero ser Tarantino”.

No elenco, Mads Mikkelsen funciona bem para o que o papel pede. Vanessa Hudgens está meio apática, mas também serve para o papel. Richard Dreyfuss e Johnny Knoxville fazem divertidas pontas. O resto do elenco é de gente menos conhecida: Katheryn Winnick, Fei Ren, Ruby O. Fee, Robert Mallet, Anthony Grant, Josh Cruddas e Lovina Yavari.

Bobagem divertida.

Homem-Aranha no Aranhaverso

Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso

Sinopse (imdb): O jovem Miles Morales se torna o Homem-Aranha de sua realidade, cruzando seu caminho com cinco colegas de outras dimensões para impedir uma ameaça para todas as realidades.

Acho que já contei aqui do meu hábito: procuro saber pouca coisa sobre os filmes que vou ver. Evito ver trailers, às vezes nem leio sinopse. E isso funcionou muito bem quando fui ver este Homem-Aranha no Aranhaverso. Heu nem sabia que tinha vários Homens Aranha (informação que está na sinopse e no poster). E atesto: foi muito bom ser surpreendido pelo filme desse jeito.

A única coisa que heu sabia sobre Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, no original) era que um dos roteiristas era Phil Lord, um dos diretores de Aventura Lego, além de ter visto a cena pós créditos de Venom. Mas isso não foi nada, e tive uma grata surpresa. Sei que ainda é cedo (segunda semana do ano!), mas arrisco dizer que temos um forte candidato ao top 10 de 2019!

Vi alguns comentários por aí falando que este filme seria “só para fãs dos quadrinhos”. Olha, nunca li quadrinhos do Homem Aranha, e atesto que Homem-Aranha no Aranhaverso é um excelente filme também para espectadores “leigos”. E minha critica será direcionada a este público.

A primeira coisa que chama a atenção no longa dirigido pelo trio Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman é o visual. Parece que literalmente filmaram as páginas das hqs – e não digo isso só pelos eventuais textos escritos na tela. A textura da imagem não se assemelha às animações tradicionais, as imagens imitam as imperfeições da impressão off-set.

Aliado a este espetáculo visual temos uma história empolgante e divertida. E agora é o momento de avisar aos “não leitores de quadrinhos” que o filme se basta, você não precisa saber previamente quem é Miles Morales e como ele se insere na saga do Homem Aranha. Claro que deve ter um monte de detalhes que só os fãs vão entender, mas o público “leigo” (que, afinal, é a maior parte do público pagante) entende todo o filme. E, podemos afirmar, a história é cativante, com personagens muito bem construídos, momentos engraçadíssimos e várias piadas referenciais (outros filmes do Homem Aranha são citados).

Sobre os personagens, a sessão de imprensa foi com o som original. Que elenco! Ok, Shameik Moore, o principal, não é muito conhecido, mas ele está acompanhado de Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Jake Johnson, Liev Schreiber, Lily Tomlin, Kimiko Glenn, John Mulaney e… Nicolas Cage! Sim, acreditem, num elenco cheio de bons atores, interpretando bons personagens, o destaque é justamente Nicolas Cage!

Claro, tem homenagem ao Stan Lee. E, claro, tem duas cenas pós créditos, uma depois dos créditos principais e outra no fim de tudo. Não tem por que ser diferente, né?

Last, but not least, domingo passado Homem-Aranha no Aranhaverso ganhou o Globo de Ouro de melhor longa de animação. Será que também leva o Oscar?

Era uma Vez um Deadpool

Crítica – Era Uma Vez um Deadpool

Sinopse (ingresso.com): Deadpool 2 está de volta aos cinemas em sua versão conto de fadas. Para dar o pontapé inicial da temporada de férias, o público de quase todas as idades poderá desfrutar o Mercenário Boca Suja repaginado através do prisma da inocência infantil.

O Deadpool é um herói diferente dos outros. Seus filmes têm muito mais violência e humor politicamente incorreto que qualquer outro filme de super herói (independente de ser Marvel ou DC). Claro que isso impacta na bilheteria. O que fazer então? Uma nova versão do filme, suavizada.

Não sou muito a favor de uma nova versão (porque não deixa de ser uma forma de censura), mas entendo o propósito – principalmente porque sou pai de um moleque que queria ver o filme do Deadpool. Mas, um aviso importante: este Era uma Vez um Deadpool tem menos sangue, mas as piadas continuam adultas.

Vamos a esta nova versão. De diferente, além das suavizadas no humor e na violência temos uma nova e longa cena, com apenas um cenário e dois atores, que serve como introdução e encerramento, além de vários interlúdios ao longo do filme.

Como estamos falando do Deadpool, claro que os diálogos dessa cena nova são repletos de metalinguagem e humor politicamente incorreto. Inclusive, tem uma piada excelente usando a confusão Disney x Marvel x Fox.

Se isso é o suficiente para pagar um novo ingresso, aí não sei. Porque o filme é basicamente o mesmo. Agora, no finzinho, depois da última cena pós créditos, existe uma homenagem ao recém falecido Stan Lee que vai deixar muitos fãs com lágrimas nos olhos. Se você é muito fã do Stan Lee, aí sim Era uma Vez um Deadpool vale a pena.

Fora isso, vale mais (re)ver o original, com toda a violência e incorreção política que o personagem pede.

Aquaman

Crítica – Aquaman

Sinopse (imdb): Arthur Curry descobre que ele é o herdeiro do reino subaquático de Atlântida e deve dar um passo adiante para liderar seu povo e ser um herói para o mundo.

Finalmente, o aguardado Aquaman! Será que a DC acertou?

Não escondo de ninguém que sou fã do James Wan. Minha expectativa com Aquaman (idem, no original) não era pelo personagem (afinal, não leio HQs), mas para ver como Wan se sairia num grande blockbuster de super heróis. E, olha, o resultado ficou legal. Aquaman é tão bom quanto Mulher Maravilha.

Algumas coisas me incomodaram, tipo toda a parte do deserto (vou comentar com mais detalhes no Podcrastinadores que vai sair em breve). A sequência final também é fraca. Felizmente não é nada muito grave.

Aquaman é colorido e divertido, incluindo piadinhas e frases de efeito aqui e acolá (se o formato dá certo na Marvel, por que a DC não pode repetir?). O visual de Atlântida é bem legal, o clima lembra um pouco Flash Gordon, aquele clássico incompreendido dos anos 80.

O filme é um pouco longo (duas horas e vinte e três minutos). Talvez fosse melhor só ter um vilão e guardar o segundo para a continuação, mas a gente sabe que a DC não pensa muito a longo prazo.

James Wan tem um bom currículo no cinema de terror. A cena com os seres das profundezas (que parecem gremlins grandes) mostra bem essa vocação, aquele trecho tem o maior jeitão de filme de terror.

No papel principal, Jason Momoa é um dos grandes responsáveis pelo sucesso do filme. Carismático, ele nos convence que o Aquaman é um herói cool, bem diferente daquele loirinho bobinho que todos conhecem do desenho animado. Também no elenco, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe, Patrick Wilson, Dolph Lundgren, Temuera Morrison e Yahya Abdul-Mateen II (sim, o Khal Drogo é filho da namorada do Batman com o Jango Fett, e é treinado pelo Duende Verde, que trabalha pro Coruja, amigo do Ivan Drago).

No fim, o saldo é positivo, apesar de alguns escorregões. Que a DC continue assim. O espectador é quem ganha!