Anticristo

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Anticristo

Mais uma picaretagem assinada pelo diretor dinamarquês Lars von Trier. Poucas vezes na minha vida vi um filme tão picareta!

O fiapo de história: um casal que acabou de perder o filho vai para uma cabana no meio de uma floresta para tentar recuperar o casamento em crise.

Ok, nem tudo no filme vai direto para o lixo. Algumas imagens são realmente muito bonitas, e o casal de atores Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg manda bem. Mas isso não atenua o fato: o filme é muito ruim!

Logo no início, na primeira cena, von Trier mostra que seu único objetivo é chamar atenção. O casal está transando no chuveiro, numa bela cena em câmera lenta e fotografada em preto e branco – muito bonita a cena, de verdade, não é ironia. Aí, do nada, um close de sexo explícito! Completamente gratuito! Tem gente cabeça que gosta de enxergar mensagens subliminares em filmes também cabeça, né? Bem, para mim, a mensagem aqui está clara. O diretor está dizendo: “por favor, preste atenção em mim, já que meu filme não tem qualidades, vou inserir uma polêmica gratuita!”

Falei “mais uma picaretagem” lá em cima, não falei? Nos anos 90, Lars von Trier lançou o manifesto anti-Hollywood “Dogma 95”, lembra? E fez um filme segundo as regras do manifesto, Os Idiotas. E, tchã-rã! Lá estava outro sexo explícito sem propósito…

Anticristo está cheio destas “polêmicas gratuitas”. Será que a famosa cena de mutilação vaginal tem algum sentido? Vejamos, a mulher está passando por um grande sofrimento, então pega uma tesoura e mete nas partes íntimas… Bem, para mim não faz sentido. Tampouco faz sentido o cara ter a pena perfurada e não acordar de dor!

Realmente, o filme só vale a pena para quem quiser ver a Charlotte Gainsbourg nua. Isso acontece várias vezes…

O Clone Volta Para Casa

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O Clone Volta Para Casa

Um novo e revolucionário sistema de clonagem está sendo testado com astronautas: se a pessoa morre, uma cópia exata é feita, inclusive com a mesma idade e as mesmas memórias.

A clonagem ainda está em teste, e dá errado da primeira vez. Não só traz lembranças ruins que foram apagadas com o tempo, como ainda faz o personagem se sentir de volta a uma época traumática de sua infância, quando o seu irmão gêmeo morreu.

O Clone Volta Para Casa, dirigido por Kanji Nakajima e com produção executiva de Wim Wenders, é uma ficção científica atípica. Segue a linha de 2001, do Kubrick, e de Solaris, do Tarkovsky: muitos planos longos, câmera parada, imagens contemplativas… Ou seja, é leeento…

O Clone Volta Para Casa está na mostra Midnight Movies do Festival do Rio. O filme é interessante, tem belíssimas imagens, mas não podemos nos esquecer de que trata-se de um filme cabeça, e ainda por cima um pouco longo. Resumindo: não é recomendado para quem está com sono!

New Rose Hotel

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New Rose Hotel

Um dia ainda vou aprender e desistir de certos diretores. E de repente posso começar pelo Abel Ferrara.

No Festival do Rio de 2007 vi um de seus filmes, Go Go Tales, e posso dizer que foi um dos piores filmes que já vi na vida. O filme rola e nada, nada acontece…

Mas me recomendaram esse New Rose Hotel, numa comunidade sobre cinema do orkut. Então, vamos lá. Paciente, baixei o filme (não existe em dvd por aqui), peguei legendas em inglês (não existem legendas em português pra esse filme) e, munido de muita boa vontade, fui encarar um novo Ferrara. Pelo menos o elenco é legal, com os bons atores Willem Dafoe e Christopher Walken e a musa underground Asia Argento.

Baseado num conto do cultuado William Gibson (um dos fundadores do gênero cyberpunk), New Rose Hotel mostra os bastidores da espionagem industrial entre grandes corporações.

Mas sabe qual é o problema aqui? Falta roteiro. É tudo muito estilizado, mas história que é bom, nada. Tudo parece amador demais, são várias as cenas e diálogos desnecessários… O filme é tão monótono que dá sono!

O pior é que me falaram no orkut que o fim desse filme é genial. Olha, heu gostaria que alguém me explicasse então. Porque pra mim, a única coisa boa do fim do filme foi justamente “o fim” do filme…

Sim, como heu disse lá em cima, isso tudo é coerente com Go Go Tales. Falta de história, bons atores desperdiçados, tudo muito chato…

Se salvam a interpretação dos dois atores e as cenas desinibidas com a tatuada Asia, filha do mestre do terror italiano Dario Argento…

O Pornógrafo

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O Pornógrafo

Houve um tempo em que heu via muito mais filmes cabeça. Hoje em dia tenho sido mais seletivo, minha paciência pra esse estilo não tem andado boa…

Mas a história desse aqui me chamou a atenção. Um ex-diretor de filmes pornô quer voltar a filmar, para fazer o filme que sempre quis: uma caçada, onde quem seria caçado seria uma mulher. E então vemos os bastidores disso. Inclusive, com algum sexo explícito rolando na tela.

Um bom roteirista aliado a um bom diretor poderia usar esse argumento e fazer um filme bem legal. Mas não é o caso. É um filme cabeça. E chaaato…

Em vez de termos uma história interessante, vemos longos planos de paisagens, em silêncio. E também longos planos da cara do ator Jean Pierre Leaud, o diretor, pensativo, também em silêncio. Planos longos em silêncio é algo cabeça…

O pior é que tem espaço pra coisas interessantes. Existe um conflito entre o diretor e outro cara, aparentemente é o produtor, e que quer palpitar no estilo de filmagem. Mas esse conflito é deixado de lado. Assim como também são deixados de lado detalhes de problemas com o elenco.

Em vez disso, o enfoque cai para uma desinteressante sub trama do relacionamento do diretor com o seu filho, que se afastou quando descobriu que o pai trabalhava com a indústria pornô…

Ah, sim, tem o sexo explícito! O povo cabeça gosta de um sexo explícito, né? Bem, são apenas duas cenas. A segunda nem sei se conta como sexo explícito, é lááá longe, não dá pra ver muita coisa. Já a primeira, com a atriz pornô Ovidie, é realmente explícita e importante para a trama. Ou melhor, seria importante se a trama desse bola pro conflito diretor vs produtor. Sem o conflito, ficou apenas uma cena jogada… Ficou parecendo jogada de marketing, tipo “ei, vejam o meu filme, ele tem sexo explícito!”. Afinal, cena de sexo por cena de sexo, existem filmes específicos pra isso que funcionam bem melhor!

Aliás, é curioso ver um filme cabeça, cheio de situações cabeça, e, que, ao recriar um diálogo de filme pornô, usa todos os clichês de sempre. Quando a mulher fala pros vaqueiros que quer ver a “pistola deles”, bem, heu já vi diálogos melhores em filmes pornôs de verdade!

Chaaato…

A Concepção

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A Concepção

Às vezes falam que a gente tem implicância com o cinema nacional. Ai a gente se enche de boa vontade e vai ver um filme nacional. E então vê uma bomba como este A Concepção. E me pergunto se é preconceito ou conceito mesmo…

Tenho uma grande boa vontade e ao mesmo tempo uma grande implicância com o cinema nacional, desde que sou moleque e existia a Embrafilme. Parece que, na época da Embrafilme, era assim: alguns membros de uma seleta panelinha pegavam dinheiro público e faziam qualquer porcaria. Pra vender, em vez de qualidade, tinha mulher pelada. E como não existia um compromisso com o retorno financeiro do mercado, era porcaria atrás de porcaria. São poucos os filmes que se salvam no meio de tanto lixo.

A Embrafilme acabou, o cinema voltou a ser algo comercial. Tem que vender, ué, senão não se paga! E algo vendável não precisa necessariamente ser ruim!

Mas ao que parece, ainda tem gente que pensa como naquela época. Este A Concepção é exatamente isso: um fiapo de história ruim regado a muita nudez, sexo e drogas.

Um grupo de jovens ricos mora em Brasilia. Os pais de todos estão sempre longe, apenas pagando as contas. Ninguém trabalha, estuda ou tem qualquer objetivo. Guiados por um guru sem nome, X (Matheus Nachtergaele), criam o “movimento concepcionista”, pregando a “morte do ego”: queimam os documentos e vivem um cotidiano de sexo e drogas o tempo todo.

O diretor José Eduardo Belmonte nos lembra como é a picaretagem: tire as drogas, a nudez e o sexo (hetero e homo), não vai sobrar quase nada, apenas uma história fraca e mal contada, com personagens mal construídos. Mas, é claro, sexo vende. E polêmica também…

E assim segue o cinema nacional. Sorte a nossa que de vez em quando aparece alguém com talento e faz bons filmes. Pena que eles serão colocados nas prateleiras ao lado dessas bombas…

p.s.: a atriz Gabrielle Lopez poderia interpretar uma irmã da Kate Hudson. A semelhança é impressionante!

Go Go Tales

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Go Go Tales

Sem dúvida, um dos piores filmes que já vi na minha vida.

Não adianta ser dirigido pelo diretor cult Abel Ferrara e ter nomes legais no elenco como Asia Argento, Willem Dafoe, Bob Hoskins e Mathew Modine, se você não tem algo básico: uma história pra contar.

Uma hora e quarenta minutos esperando acontecer algo. E o filme acaba, e nada acontece. Parece que queriam falar sobre um bilhete de loteria perdido, e, em vez de um curta metragem, resolveram gastar rolos de filme pra fazer um longa.

Dispensável…