A Camisinha Assassina

camisinha assassinaCrítica – A Camisinha Assassina

Um filme alemão, chamado “Camisinha Assassina”, produzido pela Troma – precisa dizer algo mais?

Em uma Nova York onde todos falam alemão fluente, alguns frequentadores de um motel vagabundo têm o pênis arrancado misteriosamente, quando estão colocando a camisinha.

Claro que A Camisinha Assassina (Kondom des Grauens no original; Killer Condom em inglês), é tosco, não há nenhuma dúvida quanto a isso. A questão é: o filme é divertido?

O problema é que temos uma piada de curta duração. Não dá pra fazer um longa inteiro só com a “camisinha monstro”. Aliás, tem uma falha grave no título do filme: a tal camisinha não mata ninguém – por que chamá-la de “assassina”?

Assim, o filme perde tempo demais nos relacionamentos amorosos do policial Mackeroni. Ah, este é um filme gay – em tempos de polêmica por causa do homossexualismo no filme novo do Wagner Moura, talvez seja bom avisar. Mas duvido que isso incomode o público de filme trash, um pessoal acostumado com temas mais alternativos…

Agora, uma informação importante: as camisinhas foram desenhadas pelo recém falecido HR Giger, aquele mesmo que desenhou as criaturas presentes em Alien e A Experiência. É, por mais talentosa que seja a pessoa, ela pode participar de um projeto tosco.

O fim do filme traz uma teoria absurda para explicar as camisinhas. Achei um pouco over, meio “vilão do Batman dos anos 60 demais”. Mas não acho que chegue ao ponto de estragar o filme.

Afinal, não tem como estragar um filme da Troma chamado “A Camisinha Assassina”, né?

Imaginaerum

Crítica – Imaginaerum

Um musical baseado nas músicas da banda finlandesa Nightwish? Ok, vamos ver qualé.

Um velho compositor, em coma, precisa visitar o sinistro mundo de fantasia da sua infância, onde ele precisa recuperar suas memórias antes que seja tarde demais.

Imaginaerum tem boas músicas e um belo visual. Mas não é um bom filme. O problema é que parece um longo videoclipe: música rolando enquanto vemos belas imagens – que nem sempre fazem sentido, mas sempre carregam vários simbolismos. Funciona em um videoclipe de quatro ou cinco minutos. Mas, como filme de longa metragem, cansa.

Me parece que o diretor Stobe Harju quis fazer um novo Pink Floyd – The Wall. Só que ele não tem a experiência do Alan Parker, e o Nightwish não tem nenhum disco conceitual do nível do The Wall. Imaginaerum tem bons momentos e algumas boas músicas, mas falta consistência ao filme.

Talvez os fãs de Nightwish curtam. Mas, para quem não é fã, tem coisa melhor por aí.

Vertigem

Crítica – Vertigem

Cinco amigos vão escalar em uma montanha na Croácia. Mas nem tudo corre como previsto.

Filme francês, sem ninguém conhecido. Tem a maior cara de “filme pra ser lançado direto em dvd”. A chance de ser um filme fraco era grande, mas resolvi arriscar.

Vertigem (Vertige, no original; High Lane, em inglês) começa bem. Belas paisagens nas montanhas, e um clima tenso muito bem construído enquanto o grupo passa por problemas ligados à trilha. O diretor Abel Ferry consegue alguns planos e ângulos muito bons na primeira metade do filme.

Mas Vertigem tem um problema básico: a primeira metade é muito melhor que a segunda. Na minha humilde opinião, a trama deveria ter focado nos problemas da escalada, porque a segunda metade resolve introduzir um novo elemento, e o filme perde muito a partir daí.

Tem outro problema, desta vez um problema comum a filmes do estilo: precisamos de uma grande dose da tal da suspensão de descrença. Tem muita coisa forçada, como personagem sobrevivendo depois de cair em armadilha cheia de pontas de lança, ou um cabo de aço sendo cortado por uma faquinha. E, na boa, quando a ponte caiu, o mosquetão ia ficar preso na ponta do cabo de aço, né? A sequência da ponte é muito boa, mas fica difícil levar a sério vários cabos se soltando ao mesmo tempo.

O filme é bem violento, mas confesso que heu esperava mais gore – se a gente comparar com alguns filmes franceses recentes, como Martyrs, A l’Interieur e Haute Tension, Vertigem não mostra nada demais.

Enfim, nota 8 pela primeira metade, mas nota 1 pela segunda. É, não deu pra passar…

Os Encontros da Meia-Noite

Crítica – Os Encontros da Meia Noite

Uma das coisas que mais gosto no Festival do Rio é a chance de ver filmes completamente fora do padrão. Vejam esta sinopse:

“Por volta da meia-noite, o jovem casal Ali e Matthias e sua empregada – um travesti – se preparam para uma orgia. Seus convidados serão a vagabunda, a estrela, o garanhão e o adolescente.”

Com uma sinopse dessas, Os Encontros da Meia-Noite (Les rencontres d’après minuit, no original) parecia um programa imperdível. Principalmente porque um filme desses nunca vai ser lançado, né?

Imperdível, mas não necessariamente um filme bom. Aliás, dificilmente seria um filme bom. O grande barato de um filme desses é ser “diferente”, mas quase nunca o filme se revela um filmaço.

Os Encontros da Meia-Noite segue essa previsão. A primeira metade do filme é muito divertida, enquanto vamos aos poucos conhecendo os personagens estranhos e sua histórias bizarras. Mas depois a fórmula cansa, e o filme fica chato.

Mesmo assim, o filme tem seus pontos positivos. Além de uma boa fotografia, que traz algumas belas imagens, Os Encontros da Meia-Noite ainda tem uma coisa interessante: a trilha sonora composta pelo grupo eletrônico M83, o mesmo que fez Oblivion. Ah, esqueci de falar, o diretor e roteirista Yann Gonzalez faz parte da banda, claro que a trilha ia ser caprichada, né?

No elenco, algumas curiosidades. Eric Cantona, famoso e polêmico ex jogador de futebol, faz o garanhão. Alain-Fabien Delon é filho de Alain Delon, que recentemente deu declarações contra o homossexualismo (ele não deve ter visto o filme do filho…). E Beatrice Dalle, que, apesar de feia, foi musa de uma geração, faz uma participação especial.

Vale pela curiosidade. Mas, mesmo tendo apenas uma hora e trinta e dois minutos, podia ser mais curto…

Eterno Amor

Crítica – Eterno Amor

Finalmente, resolvi ver o único filme que faltava da filmografia do francês Jean-Pierre Jeunet!

França, 1920. Mathilde (Audrey Tautou) recebe a notícia de que seu namorado Manech morreu na guerra contra os alemães. Mas ela se recusa a acreditar, porque acha que ela saberia intuitivamente se ele morresse.

Sou fã do diretor Jean-Pierre Jeunet desde os anos 90, quando vi, no cinema, Delicatessen e Ladrão de Sonhos. Gostei (com ressalvas) da sua estreia hollywoodiana no quarto Alien; também gostei (com ressalvas diferentes) do seu mais bem sucedido filme, O Fabuloso Destino de Amelie Poulan. E adorei quando ele voltou ao estilo dos anos 90 com Micmacs, que não foi lançado aqui foi mal lançado por aqui (mas comprei o blu-ray gringo pela Amazon).

E, sei lá por qual motivo, nunca tinha tido vontade de ver este Eterno Amor (Un long dimanche de fiançailles, no original) – e olha que heu já tinha o dvd original há tempos (coisa de colecionador, se tenho todos os outros filmes em dvd / blu-ray, por que não comprar mais um e fechar a coleção?). E parece que o meu “faro” funciona: Eterno Amor é, de longe, o mais fraco dos seus filmes.

A produção é bem cuidada, claro. O visual é caprichado, como acontece em todos os filmes de Jeunet – aliás, Eterno Amor concorreu aos Oscars de Fotografia e Direção de Arte. Mas, se nos outros filmes, o diretor francês flerta com o cinema fantástico com situações estranhas e personagens bizarros, aqui é tudo convencional. E a trama não só é careta e linear, como é previsível – e chata. E o filme ter mais de duas horas só piora tudo.

Me parece que os produtores queriam se basear no rostinho simpático da atriz Audrey Tatou, que conquistou meio mundo com a sua Amelie Poulan. Mas sua Mathilde não tem um décimo do carisma da Amelie. Falha do roteiro, não da atriz. Mas, não importanta de quem é a culpa, simplesmente não funciona.

Além de Tatou, o elenco traz uma surpresa (pelo menos pra mim: Jodie Foster, interpretando num francês aparentemente perfeito. E a “não surpresa” é Dominique Pinon, claro, como em todos os filmes de Jeunet. Ainda no elenco, Gaspard Ulliel, Marion Cotillard e uma ponta de Tchéky Karyo.

Eterno Amor não é ruim. Mas falta muito pra ser bom. Só recomendado aos fãs radicais de Jeunet e/ou Audrey Tatou. Se bem que acho que vale mais a pena rever Amelie Poulan

O Impossível

Crítica – O Impossível

Drama-catástrofe dirigido por Juan Antonio Bayona, o mesmo cara que fez O Orfanato? Taí, quero ver.

Uma família – casal e três meninos pequenos – vai passar o natal num resort luxuoso na Tailândia. Quando chega o tsunami, a família faz de tudo para se reencontrar e sobreviver. Baseado am fatos reais.

A tsunami que destruiu parte da Tailândia no natal de 2004 foi uma das piores catástrofes naturais da história. Mas o cinema até agora ainda não tinha mostrado muito este fenômeno (parece que o recente Além da Vida mostrou a tsunami, mas não vi este filme…). Bem, agora a tsunami está no cinema, e com ricos detalhes.

A primeira parte é o melhor de O Impossível. Logo depois de uma pequena introdução, vemos a tsunami com detalhes impressionantes. O problema não era só a força da água, mas também tudo o que a água carregava. Algumas cenas debaixo d’água são fortes! E o desespero não acaba com a onda: o rastro de destruição deixado pelas ondas que aparece no resto do filme é de dar inveja aos Roland Emmerichs da vida.

Uma coisa interessante é que o filme parece americano, mas é espanhol. Alguns detalhes não são muito comuns em Hollywood, como a nudez acidental de Naomi Watts e o modo como o machucado da sua perna é mostrado.

(Aliás, é bom deixar claro: O Impossível não tem nada de terror nem nada de sobrenatural, apesar do currículo do diretor!)

O filme cai um pouco na segunda parte, quando deixa a catástrofe de lado e o foco vira o dramalhão. Não que seja um drama mal feito, longe disso, mas é que o filme cai nas armadilhas melosas que parece que têm como único objetivo fazer o espectador chorar.

Tem outro problema. O filme é baseado em fatos reais, ok, vemos no fim da projeção uma foto da família que sobreviveu à catástrofe. Mas… Será que foi daquele jeito mesmo? Os encontros e desencontros da família são hollywoodianos demais, chega a dar nervoso…

O elenco está muito bem. Naomi Watts e Ewan McGregor, como esperado, mandam bem. A surpresa é o jovem Tom Holland, que faz o filho mais velho. O garoto passa parte do filme sozinho e arrebenta. Os outros irmãos, interpretados por Samuel Joslin e Oaklee Pendergast, também não decepcionam. O filme ainda tem pequenas participações de Marta Etura (Mientras Duermes) e Geraldine Chaplin (O Orfanato).

Vendo este novo tipo de filme catástrofe, dá vontade de mandar o Roland Emmerich tirar férias. Que venham mais filmes catástrofe neste estilo!

 

Intocáveis

Crítica – Intocáveis

Intocáveis chega aqui com a responsabilidade de ser “uma das maiores bilheterias da história da França”. O que será a causa disso?

Tetraplégico por causa de um acidente, o aristocrata Philippe contrata o improvável e imprevisível Driss para cuidar dele.

Sobre a questão levantada no primeiro parágrafo: Intocáveis (Intoucheables no original em francês) é um filme simples, sem grandes produções ou efeitos especiais. Mas é um filme sensível e engraçado sobre uma fantástica relação de amizade.

Escrito e dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano, Intocáveis é baseado em uma história real. Os “personagens reais” aparecem no fim do filme.

Os dois personagens centrais de Intocáveis são muito bons. E os dois atores protagonistas estão excelentes. François Cluzet está ótimo como o aristocrata tetraplégico Philippe, e Omar Sy está ainda melhor como o malandro politicamente incorreto Driss. Sy está sensacional e não será surpresa se ganhar prêmios por sua interpretação.

(Falando em prêmios, vi no imdb que Intocáveis é o representante francês ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nada mal para o país que ano passado levou a estatueta principal por O Artista…)

Aliás, Intocáveis está sendo vendido como um drama. Sei não, pra mim, trata-se de uma comédia politicamente incorreta de humor negro. E não estou sozinho, na minha sessão, a plateia dava gargalhadas durante toda a projeção.

Independente do gênero, o importante é que Intocáveis mostra que um filme não precisa ser uma super produção para ser um dos melhores filmes do ano. Basta uma boa história, bem contada e com bons atores.

Por fim, preciso falar que só não gostei de uma coisa: do título. Por que “Intocáveis”? Não vi nada na trama que me lembrasse algo assim. E o pior: acho que não fui o único que lembrei de Os Intocáveis do Brian de Palma, com Kevin Costner, Sean Connery e Robert De Niro…

¿Quién Puede Matar A Un Niño?

Crítica – ¿Quién Puede Matar A Un Niño

(Off Festival do Rio)

Há tempos heu tinha curiosidade sobre este semi obscuro filme espanhol de 1976, muito recomendado por aí em fóruns na internet. Quando soube que a refilmagem ia passar no Festival do Rio, resolvi ver logo de uma vez.

Um casal vai passar as férias em uma ilha distante do continente. Ao chegar lá, descobrem que todos os adultos sumiram. E também descobrem que todas as crianças têm atitudes suspeitas.

Hoje o cinema fantástico espanhol está em alta, com nomes consagrados como Alejandro Amenábar (que nasceu no Chile mas se mudou jovem para a Espanha), Álex de la Iglesia e Jaume Balagueró. Mas muitos cosideram que o início do desta fase nasceu com Narciso Ibáñez Serrador e este ¿Quién Puede Matar A Un Niño?. Curiosamente, Serrador teve longa carreira, mas na tv, fez muito pouca coisa para o cinema.

(Falei em “fase” porque se a gente pensar em “cinema fantástico espanhol”, não tem como não lembrar também do genial Luis Buñuel. Buñuel é fantástico tanto pelo talento quanto pela temática. Mas Buñuel é outra época, outro estilo, outra história…)

¿Quién Puede Matar A Un Niño? tem um tema difícil: crianças assassinas. Durante o filme, um personagem chega a falar “quem pode matar uma criança?”, justamente o título. Acho que a coragem de abordar este tema é o que causa tanto falatório em cima do filme.

Tudo é meio tosco. Por um lado é legal, porque a precariedade gera uma crueza interessante no visual do filme, tudo parece mais real. O filme é muito violento, mais pelo tema do que por imagens fortes. E uma trilha sonora simplérrima ajuda o clima de tensão presente ao longo da projeção.

O elenco tem cara de amador. Os atores principais Lewis Fiander e Prunella Ransome fizeram vários outros filmes, mas nada digno de nota. E as crianças não têm cara de atores e atrizes mirins profissionais. Mas, pro que o filme pede, funciona, combina com a crueza citada no parágrafo de cima.

O fato de ser uma produção obscura de quase quarenta anos trás, feita na Espanha, elevou o status de cult de ¿Quién Puede Matar A Un Niño?, hoje considerado um clássico do cinema de terror. Mas, claro, não é pra qualquer um.

Thale

Crítica – Thale

Ano passado vi O Caçador de Trolls, um filme de terror / fantasia baseado em uma lenda escandinava. Chegou a hora de conhecer outra lenda nórdica!

Ao limpar uma cena de crime, os amigos Elvis e Leo encontram uma Huldra – um ser da mitologia escandinava que tem a aparência de uma bela mulher com um rabo de vaca.

O Caçador de Trolls falava de trolls (dããã); Thale fala da huldra, uma espécie de Iara que tem rabo de vaca em vez de rabo de peixe (a lenda é bem parecida com a nossa Iara, ela é conhecida por seduzir jovens homens solteiros e levá-los para as montanhas).

A ideia era muito boa. Mas o resultado final não é grandes coisas. O filme tem apenas uma hora e dezesseis minutos e consegue ter momentos arrastados!

Parece que o orçamento do diretor e roteirista Aleksander Nordaas era limitado. Neste aspecto, ele não decepcionou. Até que, tecnicamente falando, o resultado é muito bom, as criaturas que aparecem no filme são simples e bem feitas. O problema foi outro.

Acho que faltou história pra contar. A apresentação dos dois personagens centrais foi muito boa, num clima meio CSI. A introdução da misteriosa huldra também foi ótima. Mas a partir daí, o filme não desenvolve mais nada.

O elenco está ok. Silje Reinåmo atua com naturalidade, apesar de passar metade do filme sem roupa; Erlend Nervold e Jon Sigve Skard parecem velhos amigos.

Como curiosidade, claro que vale, afinal, não é todo dia que vemos filmes fantásticos noruegueses. Mas não espere muita coisa.

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p.s.: Devido aos horários complicados das sessões do Festival, escolhi a sessão de terça feira às 23:45 – detalhe: acordo às 6 da manhã na quarta. Mas, ok, abro mão de preciosas hora de sono uma vez só durante o Festival, ao sair do cinema a uma da madrugada. Mas… A sessão anterior atrasou, e a sala só foi liberada dezesseis minutos depois! Pelo menos o cara responsável pela projeção foi inteligente e começou as propagandas obrigatórias (as mesmas antes de absolutamente todas as sessões do festival) antes mesmo do público entrar na sala…

A Quinta Estação

Crítica – A Quinta Estação

Mais um filme cabeça…

No fim do inverno, os habitantes de uma pequena cidade belga fazem um ritual para se despedirem da estação. Mas o ritual dá errado, e por isso o inverno não vai embora. Sem colheitas e com os animais doentes, a cidade começa a entrar em colapso.

A Quinta Estação (La cinquieme saison no original), filme belga escrito e dirigido pela dupla Peter Brosens e Jessica Woodworth, tem um problema básico: se a história se passa num mundo contemporâneo (carros, estradas, máquinas, energia elétrica), por que ninguém telefonou ou pegou seu carro e foi para a cidade ao lado? Vou além: uma pequena vila belga pode ser autossuficiente em termos de comida, mas duvido que produzam gasolina. Sendo assim, de onde vem o combustível para os carros? É preciso muita suspensão de descrença para acreditar em uma fábula assim no mundo moderno. Se a trama fosse situada no passado, seria mais fácil de acompanharmós.

A Quinta Estação é um bom exemplo de filme cabeça “desnecessário” – na falta de história pra preencher uma hora e meia de produção, o filme é cheio de cenas longas e arrastadas onde nada acontece.

Ok, o filme tem seus bons momentos. Algumas cenas bonitas aqui, alguns lances engraçados ali. Mas muito pouco para um longa metragem.

Deve ter um monte de simbolismos nas cenas sem sentido. Algum “subtexto meta-qualquer coisa”. Mas, na boa? Me lembrei do lema do distribuidor Luis Severiano Ribeiro: “cinema é a maior diversão”. Se o espectador precisa de um manual de instruções pra entender as mensagens do filme, na minha humilde opinião este filme falhou.

Às vezes, um filme não faz sentido mas mesmo assim é divertido – Buñuel que o diga. Outras vezes ele é só chato.

Dispensável.