Corra Lola Corra

Crítica – Corra Lola Corra

Há tempos que heu tinha vontade de rever este bom filme alemão de 1998. Aproveitei uma promoção na Amazon e comprei baratinho o blu-ray gringo com legendas em português.

O melhor de Corra Lola Corra é o roteiro, mais inteligente do que a maioria que vemos por aí. Porque a história é simples: o namorado de Lola (Franka Potente) se meteu em uma encrenca e por isso ela precisa conseguir 100 mil marcos. O mesmo fiapo de história é contado três vezes, com alguns detalhes diferentes entre cada uma das vezes – e é nesses detalhes que o roteiro é genial. Detalhes importantes para a trama (como a trava da arma); detalhes irrelevantes porém divertidos (as suposições sobre o futuro das pessoas em volta).

A estética do filme é bem legal. Diferentes texturas de imagem (rola até uma sequência em desenho animado), edição frenética e música techno hipnotizante. O ritmo do filme é acelerado, coerente com a correria de Lola – que passa quase o filme inteiro literalmente correndo.

O filme foi escrito e dirigido por Tom Tykwer (Perfume – A História de um Assassino), diretor alemão sem muitos títulos famosos no currículo. Liderando o elenco, temos Franka Potente, que depois foi pra Hollywood e ficou mais conhecida quando estrelou os dois primeiros filmes da trilogia Bourne. Ainda no elenco, Moritz Bleibtreu, Herbert Knaup e Nina Petri.

Queria aproveitar pra relatar algo curioso. Comprei o blu-ray americano. Ao colocar no aparelho, algo avisou ao disco que meu player é brasileiro. As mensagens sobre direitos autorais e o menu já vieram direto em português!

Corra Lola Corra não é um grande filme nem fez muito sucesso. Mas não vai decepcionar quem curte roteiros bem escritos.

La Chispa De La Vida

Crítica – La Chispa De La Vida

Oba! Filme novo do Álex de la Iglesia!

Um publicitário desempregado sofre um acidente durante a badalada inauguração de um teatro, e tenta vender seus direitos de imagem para providenciar dinheiro para sua família.

Sei que Álex de la Iglesia não é um nome muito conhecido por aqui. Mesmo assim, conheço bem sua carreira – já vi oito dos seus filmes. Admito, sou fã do cara.

Meu primeiro contato com este peculiar diretor espanhol foi com Ação Mutante, uma ficção científica com um pé no trash – pessoas deformadas criam um grupo que pratica atentados terroristas contra academias de ginástica ou qualquer coisa a favor da “ditadura da beleza”. Pouco tempo depois, participei de uma rara sessão teste, do filme O Dia da Besta – com direito a questionário no final da sessão (acho que não respondi as respostas certas, o filme não foi lançado comercialmente). Depois veio Perdita Durango, produção hollywoodiana com sinopse bizarra. A Comunidade heu comprei o dvd; Crime Ferpeito foi lançado nos cinemas; The Oxford Murders só apareceu via download; e Balada do Amor e do Ódio passou no Rio Fan ano passado. E chegamos a este La Chispa de La Vida – oito filmes de um diretor pouco conhecido, nada mal, né?

(Ainda tem mais um, 800 Balas, que tá na minha prateleira de dvds esperando na interminável “fila” de filmes a serem vistos…)

Escrevi tudo isso aí em cima pra falar que achei La Chispa de La Vida um filme discreto e comportado, comparado à filmografia do diretor. Às vezes nem parece que é o mesmo Álex de la Iglesia… (The Oxford Murders também é “bem comportado”.) Pelo menos achei melhor que o seu último, Balada do Amor e do Ódio, que mantém o estilo esquisito tradicional do diretor, mas na minha humilde opinião, um pouco acima do tom.

O filme é bem comportado, mas pelo menos traz bons personagens de moral duvidosa. Achei isso o melhor de La Chispa de La Vida: quase todos os personagens são fdps! Até o fim do filme ficamos na dúvida sobre qual vai ser o comportamento de certos tipos.

Os personagens são bem construídos e bem interpretados. No elenco, só um nome conhecido por aqui, Salma Hayek. Não sei se o resto do elenco é famoso na Espanha, só sei que aqui fizeram um bom trabalho: José Mota, Blanca Portillo, Carolina Bang, Manuel Tallafé, Fernando Tejero, Juan Luis Galiardo e Antonio Garrido.

O filme é curto (pouco mais de uma hora e meia), e tem um roteiro bem amarrado, mantendo toda a ação no período de um dia e uma noite. E apesar do tema delicado do acidente, La Chispa de La Vida não tem cenas fortes, visualmente falando.

La Chispa de La Vida não é o melhor dos filmes de Álex de la Iglesia, mas mesmo assim não vai decepcionar seus fãs.

Claustrofobia

Crítica – Claustrofobia

Depois de A Espiã, mais um filme holandês! Desta vez, um mais recente, e sem nenhum nome conhecido envolvido.

Claustrofobia é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber, melhor. Simplificando em uma frase: “A estudante de veterinária Eva acorda e se vê algemada a uma cama, sozinha num porão.”

Claustrofobia é uma agradável surpresa. Um filme simples com uma trama interessante, um suspense não tem nada de sobrenatural – o filme trata de um cara desequilibrado, que pode ser o seu vizinho. E com um roteiro eficiente em construir reviravoltas – quando você acha que “matou” a história, logo alguma coisa te direciona para outro caminho.

Li na internet que Bobby Boermans, o diretor de Claustrofobia, estreante em longas, optou por não lançar seu filme nos cinemas, e liberar o download gratuito. Por um lado é uma pena, já que o filme tem qualidades e é melhor que alguns títulos que são lançados no circuito. Por outro lado, isso deu uma visibilidade maior ao filme e ao seu realizador. Acho que ainda veremos o seu nome por aí.

(Tem mais: um filme de suspense holandês, sem nenhum nome conhecido, NUNCA ia ser lançado por aqui. Então, pra gente, tanto faz…)

O elenco, claro, não tem nenhum nome famoso. Alison Carroll e Dragan Bakema, os principais nomes na trama, cumprem bem seus papeis.

Fica a dica: uma boa opção off-Hollywood. E esse pode baixar que não é pirataria!

p.s.: Não entendi o poster. Até rola uma breve nudez, mas nada como sugere o poster…

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Tomboy

Crítica – Tomboy

Laure é uma menina de dez anos que acabou de se mudar com a família para um novo condomínio. Ao sair para conhecer as crianças da vizinhança, ela se apresenta como Michael, e todos acreditam que ela é um menino.

O filme francês Tomboy passou há pouco nos cinemas, e foi muito elogiado pela crítica. Mas, sinceramente, não concordo com todos os elogios.

Escrito e dirigido por Céline Sciamma, Tomboy tem uma grande virtude: aborda um tema delicado sem ser panfletário. O assunto é polêmico, mas o filme não levanta nenhuma bandeira.

O trabalho da atriz mirim Zoé Héran é realmente muito bom, de longe a melhor coisa do filme. Ela passa uma naturalidade impressionante, e merece todos os elogios que a crítica fez – mesmo para um adulto, não deve ser fácil interpretar um papel de tamanha ambivalência sexual, e estamos falando de uma criança! O resto do elenco também está bem, mas nada que chame tanto a atenção quanto Zoé.

Mas tudo é tão leeento. Quase nada acontece – e olha que o filme é curtinho, menos de uma hora e vinte. Acho que Tomboy poderia ser um curta metragem, sem prejuízo para a narrativa…

(Me pareceu que Tomboy não tem trilha sonora, apenas uma música que a menina Lisa coloca no som. Isso ajudou a sensação de que muito pouco acontece durante a projeção.)

O resultado final decepciona. Um tema difícil, mostrado de uma maneira leve e sem levantar polêmicas, mas tão mal desenvolvido que acaba rápido demais, e deixa o espectador esperando por algo a mais.

Iron Sky

Crítica – Iron Sky

O que? Nazistas no lado escuro da Lua??? Pára tudo, quero ver!

Secretamente, nazistas construíram uma base no lado escuro da Lua no fim da Segunda Guerra Mundial, onde, isolados do mundo (literalmente!), estão construindo uma gigantesca máquina de guerra para conquistar o planeta. Descobertos 70 anos depois, eles seguem com o plano de invadir a Terra.

Produção finlandesa, alemã e australiana, Iron Sky não é tão bom quanto parecia ser. A premissa é muito boa, e o filme acerta em alguns aspectos, como as cenas no espaço e os cenários e naves nazistas. Mas um roteiro fraco e personagens idem tornam o resultado mediano.

Na verdade, tudo em Iron Sky remete aos clássicos filmes B: sinopse absurda, produção barata e atores pouco conhecidos (Julia Dietze, Peta Sergeant, Stephanie Paul, Christopher Kirby e Udo Kier). A diferença para os filmes B de antigamente é que aqui os efeitos especiais são bem feitos, mas isso se deve pela evolução da tecnologia – hoje é muito mais fácil se fazer bons efeitos especiais (o filme Monstros é uma produção independente quase caseira que custou 15 mil dólares, e que traz monstros alienígenas bem convincentes). Mas, na essência, estamos diante de um legítimo filme B.

A ideia era muito boa, nazistas isolados da tecnologia atual, invadindo o planeta com discos voadores e zeppelins – e com toda a pompa que sempre acompanha o nazismo no cinema. Não é uma invasão perfeita? Em vez de alienígenas, são nazistas herdeiros da Segunda Guerra. Vilões perfeitos!

Mas o roteiro é fraco demais. O filme dirigido pelo finlandês Timo Vuorensola (que é vocalista de uma banda de black metal industrial!) é previsível e bobo, a piada inicial não se sustenta por muito tempo. E tem uma coisa que achei estranha: quando mostra a reunião das Nações Unidas, não reparei se tinha um representante da Alemanha. A Alemanha de hoje não tem nada a ver com os nazistas da Lua, mas acho que questionariam isso numa reunião da ONU. E cadê os alemães contemporâneos?

Mesmo assim, gostei do resultado final. Pelo menos é diferente do óbvio que infesta o mercado. E como o filme é curtinho, passa rapidinho enquanto a gente aprecia o visual dos aparatos nazistas com cara de steampunk… Ah, e gostei do fim do filme! (E claro que não vou contar aqui quem ganha a guerra…)

Não tenho ideia se o filme será lançado. Consegui uma versão com o som original – quando os diálogos são em inglês, fica sem legendas; quando são em alemão, temos legendas em inglês…

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Mientras Duermes

Crítica – Mientras Duermes

Uêba! Filme novo do Jaume Balagueró, um dos diretores dos dois primeiros REC!

César (Luis Tosar) é o porteiro de um pequeno prédio de apartamentos. Simpático e prestativo, ele guarda segredos sinistros.

REC foi um dos melhores filmes de terror da década passado. Terrorzão, com direito a violência gráfica e uma boa dose de gore. Já Mientras Duermes segue outro caminho. Trata-se de um bom suspense à moda antiga, sem nada de gore – a não ser talvez para quem tem fobia de baratas. E mesmo assim, tenso como poucas vezes no cinema contemporâneo.

Mientras Duermes consegue criar um excelente clima de tensão, graças ao bem amarrado roteiro de Alberto Marini e à direção inspirada de Balagueró – que, mais uma vez, constroi quase todo o filme dentro de um velho prédio de apartamentos, como fez nos dois REC.

O filme tem um grande trunfo: César, um personagem desagradável e genial, interpretado de maneira magistral por Luis Tosar. O personagem é tão bem construído que, em determinada cena, ele tenta fugir de um apartamento sem ninguém ver. E a gente torce por ele, mesmo sabendo que ele é um ser repugnante.

E assim o filme segue, acompanhando o porteiro César e suas atitudes altamente questionáveis….

O fim do filme não explica muita coisa, na verdade o motivo de César ser daquele jeito não fica claro. Mas isso não torna o filme ruim. Mientras Duermes é um bom filme de suspense. Pena que a gente não sabe se vai ser lançado por aqui…

Em breve teremos as continuações de REC. Paco Plaza está desenvolvendo o terceiro filme, que será um “prequel”; enquanto Balagueró fará sozinho o quarto filme, que teoricamente vai dar um fim à série. E, no seu “tempo livre”, Balagueró mostra que está em forma!

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O Artista

Crítica – O Artista

O que? Um filme mudo e preto e branco concorrendo a vários Oscar em pelo 2012? Sim! E não é que o filme é bom?

Hollywood, 1927. A estrela do cinema mudo George Valentin testemunha o início do som no cinema, e começa a cair no ostracismo, enquanto assiste a ascenção da jovem estrela Peppy Miller, ajudada por ele no início da carreira.

Quando apareceu o cinema falado, muitas das estrelas do cinema tiveram problemas e não conseguiram se adaptar – uns tinham a voz feia, outros tinham sotaques fortes… O Artista fala sobre esta transição – George Valentin não se adapta ao “novo cinema” e fica para trás.

Confesso que fiquei com o pé atrás quando li sobre O Artista. Como seria um filme mudo hoje em dia? O único filme mudo que me lembro nas últimas décadas é A Última Loucura de Mel Brooks, de 1976, que é mudo mas não tem cara de filme velho – a ausência de diálogos é usada como parte da piada no filme.

Escrito e dirigido pelo francês Michel Hazanavicius, O Artista não é comédia. E foi feito para parecer um filme da época do cinema mudo – a fotografia do filme, figurinos e maquiagem dos atores, intertítulos com os diálogos… Na verdade, acho que só duas cenas têm som (o pesadelo e a cena final), o resto filme poderia ter sido feito nos anos 20.

Neste aspecto, o roteiro e, principalmente a trilha sonora, fazem um excelente trabalho. O filme não tem falas – ação e tensão, drama e comédia, tudo é guiado pela música. E tudo flui normalmente. Os atores usam gestos exagerados – os intertítulos só aparecem em diálogos importantes, muita coisa fica subentendida pelos gestos e expressões faciais do elenco.

Nisso, achei importante os dois protagonistas serem rostos menos conhecidos do grande público. O francês Jean Dujardin e a argentina Bérénice Bejo parecem saídos diretamente dos tempos do cinema mudo. Têm papeis coadjuvantes atores mais famosos, como John Goodman, Penelope Ann Miller, James Cromwell, Missi Pyle e Malcom McDowell numa rápida ponta.

(Um papel importantíssimo é interpretado pelo cachorrinho Uggy, mas não sei se entra como “elenco”. De qualquer maneira, o cão é sensacional!)

Não entendo muito de cinema clássico, então não reparei em citações a filmes antigos. Mas acredito que elas devem estar lá. Já li que o casal protagonista foi inspirado em atores reais, assim como a trilha sonora também tem citações a filmes clássicos.

O Artista está concorrendo a 10 Oscars: filme, diretor, ator, atriz coadjuvante (por que coadjuvante?), roteiro original, trilha sonora, direção de arte, figurino, edição e fotografia. Ainda não vi os outros pra saber como está a concorrência. Mas digo que se ganhar, não será surpresa. Aliás, será surpresa sim: O Artista tem a chance de ser o primeiro filme francês a ganhar o Oscar principal, de melhor filme!

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Os Homens Que Não Amavam As Mulheres

Crítica – Os Homens Que Não Amavam As Mulheres

Quando vi que a refilmagem americana de Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (Män som hatar kvinnor em sueco ou The Girl With The Dragon Tatoo em inglês) estava prestes a estrear, procurei o original sueco para ver antes.

O jornalista Mikael Blomkvist, prestes a ser preso, é contratado para tentar descobrir o paradeiro da sobrinha de um milionário, desaparecida 40 anos antes. A hacker esquisitona Lisbeth Salander acaba ajudando-o.

Este é o primeiro filme da falada trilogia Millenium, baseada nos livros do escritor sueco Stieg Larsson. Dei uma checada no imdb, a produção sueca foi rápida: os outros dois filmes vieram logo em seguida, ainda no mesmo ano de 2009, e ainda rolou uma série de tv no ano seguinte. E, agora, a refilmagem hollywoodiana (e pelo sucesso que este primeiro filme está fazendo, aposto que teremos os outros dois nos próximos anos).

Para um filme europeu, sem a grana e os recursos de Hollywood, Os Homens Que Não Amavam As Mulheres funciona direitinho. A produção é bem cuidada e o trabalho dos atores está muito bem, principalmente Noomi Rapace, a Lisbeth Salander. O filme é um pouco longo (pouco mais de duas horas e meia), mas o ritmo é bem equilibrado e não chega a cansar.

Mas admito que não entendi todo esse frisson em torno do filme. Refilmagem americana dois anos depois do original (foi lançado lá fora no fim de 2011), livros nas vitrines de todas as livrarias… Me pareceu um certo exagero. Os Homens Que Não Amavam As Mulheres é bom, mas nada impressionante – principalmente porque segue a cartilha hollywoodiana de “como fazer um thriller”.

Acho que o único destaque é mesmo a já citada Noomi Rapace. Não sei como era a Lisbeth Salander do livro, mas esta aqui é um personagem excelente – estranha e fascinante na medida certa – e completamente diferente do que imaginamos sobre o padrão de beleza sueco. Tanto que Noomi já está em Hollywood, onde fez o segundo Sherlock Holmes e está no elenco do esperado Prometheus (filme que traz Ridley Scott de volta ao univrso Alien). (O protagonista Michael Nyqvist também foi pra Hollywood, onde fez o novo Missão Impossível)

Agora tenho que ver os outros dois filmes, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar. Mas antes, falarei aqui sobre a refilmagem – no post de amanhã.

Zwart Water

Crítica – Zwart Water

Um filme de terror holandês!

Uma menina de nove anos de idade se muda com os pais para um velho casarão que era de sua recém falecida avó, e começa a conviver com o fantasma da irmã gêmea da sua mãe, que morreu ainda criança.

Zwart Water (Two Eyes Staring, em inglês; Água Negra, em português) esteve na programação do último Rio Fan. Me chamou a atenção por ser um filme de terror feito na Holanda. Não consegui ver na época, mas consegui baixar. Não existiam legendas em português, baixei em inglês mesmo e comecei a ver – até descobrir que as legendas estavam incompletas. Esperei, alguns meses depois apareceram as legendas em português e finalmente consegui ver o filme!

Acho que a expectativa foi ruim. Heu esperava mais – Zwart Water é apenas mediano.

Zwart Water segue a cartilha hollywoodiana de filmes de terror. Talvez fosse mais interessante o filme ser mais “europeu” (se o idioma falado fosse inglês, o filme passava por americano tranquilamente). Pelo menos, Zwart Water é bem feito, tecnicamente falando. Boa ambientação, bons cenários, bons personagens.

Rola um susto aqui, outro ali, mas nisso o filme não é muito forte. A trama não traz muitos sustos, mas Zwart Water tem uma reviravolta de roteiro interessante perto do final.

Zwart Water não é ruim, mas a gente fica com a sensação que falta alguma coisa. A Holanda já deu ao mundo do cinema pelo menos um grande diretor, Paul Verhoeven. Vamos acompanhar a carreira do diretor e roteirista Elbert van Strien, ver se sua carreira terá boa continuidade.

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A Última Sessão

Crítica – A Última Sessão

Ver filmes em festivais traz um grande risco. Como muitas vezes o filme ainda não foi lançado, existem boas chances deste filme ser ruim. Infelizmente é o caso aqui, com este suposto terror francês.

A Última Sessão mostra Sylvain, o único funcionário de um cinema decadente de uma cidade do interior, que acumula as funções de gerente, programador, caixa e projecionista. Solitário, ele vive no porão do local e saúda os mesmos frequentadores de sempre do cinema. E, todas as noites, após as sessões, ele sai às ruas para matar mulheres – e roubar orelhas.

O problema é que o filme, escrito e dirigido por Laurent Achard, é leeento… Muito pouca coisa acontece, e sempre devagar quase parando. Muitas cenas contemplativas, com câmera parada. E olha que era pra ser um filme de terror.

A trama também não traz nada de novo. Maluquinho vai lá, mata e traz a orelha. Dia seguinte normal no cinema, à noite vai lá de novo, mata de novo e traz outra orelha. Chaaato. E a falta de carisma do protagonista Pascal Cervo é outro fator que atrapalha.

Enfim, dispensável. Nem precisa ser lançado por aqui.