Blue Jasmine

BLUE-JASMINECrítica – Blue Jasmine

Um pouco atrasado, vi o novo Woody Allen.

Uma socialite de Nova York, falida, tem que se mudar para a casa da irmã de criação, que é pobre e mora em São Francisco.

Na crítica de Clube de Compras Dallas, falei que Matthew McConaughey fez um bom trabalho, mas nada excepcional. E citei este Blue Jasmine como um trabalho de ator que realmente se destaca. Cate Blanchett está excepcional aqui! Ela consegue construir um personagem difícil, a socialite decadente que a gente sente ao mesmo tempo pena e desprezo por ela.

Não só Cate, mas o elenco todo, de um modo geral, está bem nesta mistura de drama com comédia. O elenco conta com inspiradas atuações de Sally Hawkins, Alec Baldwin, Bobby Canavale, Louis C.K, Peter Sarsgaard e Michael Stuhlbarg.

O roteiro (também de Woody Allen) faz bom uso de flashbacks e valoriza os atores. Blue Jasmine é um filme “menor” na filmografia de Allen, não é tão bom quanto Meia Noite Em Paris, por exemplo. Mas “meio Woody Allen” ainda é melhor que muito cineasta “inteiro”…

(Li em algum lugar que a história é muito parecida com Um Bonde Chamado Desejo, mas como nunca vi a peça nem vi o filme, não posso palpitar aqui.)

Enfim, um filme leve, despretensioso e simpático. E essencial para os fãs de Cate Blanchett.

Clube de Compras Dallas

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Crítica – Clube de Compras Dallas

O filme que deu o Oscar a Matthew McConaughey!

Dallas, 1985. O eletricista texano Ron Woodroof é diagnosticado com AIDS e logo começa uma batalha contra a indústria farmacêutica, que passa por uma fase de testes atrás de algum remédio eficiente. Procurando tratamentos alternativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México, e acaba criando um grande grupo de consumidores de remédios não aprovados pelo FDA: o Clube de Compras Dallas.

Dirigido pelo pouco conhecido Jean-Marc Vallée, Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club, no orginal) concorreu a seis Oscars em 2014 – inclusive melhor filme – mas achei um certo exagero. Não se trata de um filme ruim, longe disso, mas também não tem nada demais. É apenas um filme “correto”.

Ah, mas ganhou Oscars de melhor ator e ator coadjuvante! Verdade. Concordo em “gelo no mingau” com Jared Leto como ator coadjuvante. Mas será que Matthew McConaughey merecia? Ele está bem, mas não achei uma interpretação tão impressionante (diferente da Cate Blanchet em Blue Jasmine, onde realmente arrebenta).

O lance é que a Academia gosta de premiar atores que perdem ou ganham muito peso por um papel. Foi assim com Christian Bale em O Vencedor, Anne Hathaway em Os Miseráveis e Charlize Theron em Monster. E McConaughey perdeu 17 kg para interpretar Ron Woodroof! Só que, diferente do Robert de Niro (que engorda ao longo de Touro Indomável) e do Tom Hanks (que emagrece ao longo de Filadelfia), McConaughey emagreceu antes do filme. Quem não conhecia o ator vai achar que ele já era magro…

Ainda no elenco, precisamos falar de Griffin Dunne, irreconhecível como o médico no México. E Jennifer Garner faz o principal papel feminino.

Bem, fora os atores magros, Clube de Compras Dallas não tem muitos atrativos. A história é interessante, mas tudo é mostrado de modo muito convencional. O que salva é a gente saber que é baseado em uma história real, e que existiu um Ron de verdade, que comprou a briga e revolucionou o tratamento da aids.

Interessante. Mas nada essencial. A não ser para fãs do Matthew McConaughey e do Jared Leto.

Até o Fim

0-Ate o FimCrítica – Até o Fim

Um filme quase sem diálogos e com apenas um ator em cena? Pode ser interessante, mas também pode ser um sonífero. Vamos ver qualé.

Depois de ver o seu barco danificado por um container à deriva no Oceano Índico, um homem, sozinho, tem que enfrentar diversos problemas para ficar vivo.

Até o Fim (All Is Lost, no original) era um projeto arriscado, porque a chance de termos um resultado maçante era grande. Só um personagem, e sem diálogos? Bem, Até o Fim pode não ser um novo Náufrago, mas é um bom filme. O pouco conhecido diretor e roteirista J.C. Chandor (que só fez um filme antes desse, Margin Call – O Dia Antes do Fim) tem boa mão, e Robert Redford, seu ator, tem um grande carisma. O filme é lento, mas não chega a ser chato.

Robert Redford, aos 77 anos, interpreta o único personagem que aparece em cena, mencionado nos créditos como “nosso homem”. Não há narrações em off, nem monólogos – nem um “Wilson” (a bola usada por Tom Hanks em Náufrago). Toda a história é contada através dos atos solitários e silenciosos do “nosso homem” – rola uma breve narração no início do filme, fora isso, apenas algumas interjeições e frases soltas aqui e acolá (Segundo o imdb, o roteiro tinha apenas 32 páginas).

Acompanhamos o passo a passo do que chamei de “o marinheiro mais azarado do mundo”. Não vou dar spoilers, só digo que tudo de errado acontece pro “nosso homem”. Chandor consegue ângulos criativos em espaços pequenos e a edição com cortes curtos ajuda o ritmo.

Até o Fim foi comparado com Gravidade por algumas pessoas, porque são filmes com poucos personagens, onde existe uma busca individual pela sobrevivência enquanto se enfrenta grandes adversidades. Mas a forma é completamente diferente. Se Gravidade é tenso do início ao fim e tem efeitos especiais alucinantes, Até o Fim é contemplativo e seus efeitos especiais são discretos.

O fim do filme permite mais de uma interpretação, depende se você é otimista ou pessimista…

p.s.: Tenho uma pequena experiência com veleiros, fui escoteiro do mar e fiz alguns cruzeiros a vela pela Baía de Guanabara. Na minha humilde opinião, o “nosso homem” deveria ter recolhido as velas antes da tempestade. Não entendi por que ele insistiu em manter a vela içada…

Walt nos Bastidores de Mary Poppins

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Crítica – Walt nos Bastidores de Mary Poppins

A escritora P.L. Travers reflete sobre sua infância, enquanto negocia com Walt Disney os direitos para adaptar seu livro Mary Poppins para o cinema.

O título nacional “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” é ruim. Não só é grande demais, como é um título mentiroso. Em primeiro lugar, Walt Disney é um personagem secundário, o filme é focado na escritora P.L. Travers, personagem de Emma Thompson. E em segundo lugar, não vemos exatamente os bastidores do filme. Tudo se passa na concepção do roteiro e das músicas, bem antes das filmagens.

Dito isso, Walt nos Bastidores de Mary Poppins (Saving Mr. Banks, no original) é bem interessante. Já faz anos desde a última vez que vi Mary Poppins, e mesmo assim me lembrei de várias músicas. É legal ver como surgiram algumas dessas músicas.

Emma Thompson está ótima como a escritora P. L. Travers. Não sei o quanto Travers era rabugenta na vida real, mas aqui ela virou um personagem que é um prato cheio para uma grande atriz como Thompson. Tom Hanks, como era esperado, também está bem como Walt Disney, mas é Emma Thompson quem rouba a cena. Ainda no elenco, Colin Farrell, Jason Schwartzman, Paul Giamatti, Ruth Wilson e Rachel Griffiths.

O ponto fraco do filme dirigido pelo pouco conhecido John Lee Hancock (diretor de Um Sonho Possível e roteirista de Branca de Neve e o Caçador) são os longos flashbacks mostrando a infância de Travers. Sim, os flashbacks são essenciais para a história. Mas podiam ser beeem mais curtos.

Walt nos Bastidores de Mary Poppins não é um filme essencial. Mas é divertido, principalmente para os fãs de Mary Poppins.

Trapaça

Crítica – Trapaça

Mais um dos favoritos ao Oscar 2014!

Dois vigaristas são forçados a ajudar um agente do FBI em uma operação para prender políticos corruptos.

Sabe quando um filme tem um monte de coisas legais, mas simplesmente não funciona? Tem a Amy Adams linda e com decotes generosíssimos, bons atores com boas caracterizações, figurinos bem cuidados, Amy Adams com decotes sensacionais, boa ambientação de época, boa trilha sonora, já falei dos decotes da Amy Adams? Mas, apesar de tudo isso, parece que o filme não “dá liga”.

O melhor de Trapaça (American Hustle no original) é o elenco – o quarteto principal está concorrendo a Oscars. Christian Bale, gordo e careca, quase irreconhecível, está muito bem, assim como Bradley Cooper de rolinhos no cabelo. Jennifer Lawrence aparece menos, mas tem um papel ótimo. Ah, e tem a Amy Adams, linda linda linda, e com decotes sensacionais, mostrando que, aos 39 anos, ainda está com “tudo em cima”. Ainda no elenco, Jeremy Renner, Louis C. K., e uma divertida ponta de Robert de Niro.

Também gostei muito da ambientação setentista do filme. Fotografia, figurinos, penteados, trilha sonora, tudo somado dá um clima ótimo a Trapaça.

Mas, apesar de tudo isso, o filme não engrena. Não sei se o problema está no roteiro, na direção ou na edição, mas o ritmo é tão ruim que o filme cansa com menos da metade da projeção. E, pra piorar, Trapaça tem mais de duas horas de duração.

A época do lançamento também foi infeliz. O Lobo de Wall Street tem temática parecida, e é muito melhor…

Fui ler o que escrevi um ano atrás sobre O Lado Bom da Vida, filme anterior do mesmo diretor e roteirista David O. Russell. Olha que coisa curiosa, quase dá pra usar o mesmo parágrafo: Sem as atuações inspiradas, acho que O Lado Bom da Vida ia passar desapercebido. A história nem é ruim, mas é bem bobinha. A estrutura parece a de uma comédia romântica, e o filme é tão previsível quanto uma. E, pra piorar, o filme é mais longo do que deveria. Precisava de mais de duas horas?

Mas O. Russell deve ter amigos influentes na indústria. O cara já tinha sido indicado ao Oscar de diretor em 2011 por O Vencedor, e diretor e roteirista em 2013 pelo mediano O Lado Bom da Vida. E agora está concorrendo de novo a melhor diretor e melhor roteirista – Trapaça teve dez indicações. Entendo as indicações para os quatro atores principais e para o figurino e direção de arte. Mas, na boa, melhor filme, direção, roteiro e edição é uma piada. Só se explica com pistolão…

Ou seja, com o perdão do trocadilho, Trapaça é uma enganação. A não ser para os fãs radicais da Amy Adams. Já falei dos decotes dela nesse filme?

p.s.: Tem uma cena que um personagem fala para outro mais ou menos assim: “Você é mentiroso. Imagine se pessoas como você governassem alguma coisa? Aqui não é a Guatemala!” Ah, como heu queria ser tradutor… Heu ia trocar “Guatemala” por “Brasil”…

Os Suspeitos (2013)

Crítica – Os Suspeitos

Tardiamente, vi o elogiado Os Suspeitos.

Duas meninas são sequestradas. Como a polícia se mostra ineficiente, Keller Dover, um dos pais, decide que ele não tem escolha a não ser tomar o assunto em suas próprias mãos. Mas até onde esse pai desesperado vai para proteger a sua família?

O diretor canadense Denis Villeneuve chamou a atenção do resto do mundo com Incêndios, seu filme anterior – outro que ainda preciso ver. Aqui, em sua estreia hollywoodiana, Villeneuve consegue um bom equilíbrio entre o drama e o suspense, com altas doses de religiosidade através do protagonista Keller Dover.

Um dos pontos fortes de Os Suseitos (Prisioners, no original) é o elenco. Hugh Jackman prova (mais uma vez) que é um dos maiores astros da Hollywood contemporânea. O seu Keller, impulsivo e violento, parece uma versão real do Wolverine, seu personagem mais famoso – não sei por que não foi indicado ao Oscar este ano. Paul Dano e Melissa Leo também estão excelentes como uma família nada convencional, filho adulto com QI baixo e sua mãe (ou tia?). Na minha humilde opinião, o ponto fraco está com o Jake Gyllenhaal – algumas atitudes do seu personagem fogem do tom do filme (como o incidente no interrogatório ou a demora em reconhecer o labirinto na foto) – mas nada muito grave. Ainda no elenco, Maria Bello, Viola Davis e Terrence Howard

Os Suspeitos tem pouco mais de duas horas e meia. O ritmo é bom, não chega a ser cansativo – mas talvez pudesse ser um pouco mais curto.

Por fim, preciso falar do nome dado pelos distribuidores brasileiros. Qual o problema com “Prisioneiros”? Por que usar o mesmo nome de um filme de sucesso de público e crítica, aquele Os Suspeitos que ganhou Oscar de melhor roteiro e melhor ator coadjuvante em 1996?

Questão de Tempo

Crítica – Questão de Tempo

Sabe quando uma boa ideia é desperdiçada?

Ao completar 21 anos, Tim descobre que os homens de sua família são capazes de de viajar no tempo e mudar coisas do próprio passado. Ao descobrir o dom, o jovem tenta usá-lo para conquistar uma namorada.

Gosto de filmes com viagens no tempo. Gosto de me imaginar nas situações apresentadas. E a viagem no tempo aqui tinha uma proposta diferente e interessante: você só pode alterar a sua própria linha temporal. Ok, não podemos conhecer outras épocas, mas poderíamos apagar vários momentos constrangedores e decisões erradas. Legal, não?

O problema de Questão de Tempo (About Time, no original) é que aqui a viagem no tempo é algo secundário. O mais importante é o lado romântico e meloso – e chato… Não tenho nada contra filmes românticos. O problema é que a trama se arrasta – o roteirista (e diretor) Richard Curtis tinha muitas opções legais para explorar, mas sempre escolhe o lado “açucarado”. E o fato do filme ter mais de duas horas ainda piora a situação.

Alguém pode dizer “ah, mas você deveria esperar isso de um filme do Richard Curtis!”. Bem, ele foi o roteirista de Um Lugar Chamado Notting Hill e de O Diário de Bridget Jones. Mas… Dentre os poucos filmes que ele dirigiu (este é o seu terceiro), está Simplesmente Amor, que é um filme romântico que não tem nada de chato.

No elenco, uma coisa curiosa. É “um filme romântico de viagem no tempo estrelado pela Rachel McAdams” – mas não estamos falando de Te Amarei Para Sempre (The Time Traveler’s Wife)! Sei lá, sei que são histórias diferentes, mas achei estranho a mesma atriz em dois filmes com argumentos tão parecidos. É como se chamassem o Michael J. Fox pra outra trilogia de viagem no tempo…

Ainda sobre o elenco: muita gente vai ficar se perguntando “onde já vi esse cara ruivo?”. É Domhnall Gleeson, um dos irmãos Weasley de Harry Potter… Bill Nighy é o terceiro (e último) nome conhecido do elenco.

Enfim, Questão de Tempo vai agradar os românticos. Mas vai decepcionar aqueles que curtem viagens no tempo. Pode levar a namorada ao cinema, mas vá com expectativa baixa.

Capitão Phillips

Crítica – Capitão Phillips

Esqueça Jack Sparrow! É hora de falar de piratas de verdade!

A história real do Capitão Richard Phillips e o sequestro do navio americano MV Maersk Alabama por piratas somalianos em 2009, o primeiro navio de carga norte americano sequestrado em duzentos anos.

Capitão Phillips é baseado em uma história real. Se por um lado, isso é um spoiler do fim (a gente sabe que o cara não morreu), por outro, proporciona um drama maior à história.

O filme foi dirigido por Paul Greengrass, o mesmo do segundo e do terceiro Bourne. O cara é eficiente em criar climas tensos – algo essencial para um filme desses. Mas, por outro lado, ele é adepto da câmera “documental”, sempre na mão, sempre tremendo. Enche o saco, cansa a vista. Vou propor uma vaquinha pra comprarmos uns tripés pra emprestar pra ele.

Pelo menos a tensão é bem construída, e o fime tem um bom ritmo – são pouco mais de duas horas de duração, mas nem parece. E Capitão Phillips ainda tem uma vantagem: acompanhamos a situação sob os dois pontos de vista, tanto dos americanos sequestrados quanto dos piratas somalianos. O filme consegue fazer um bom retrato político sem ser panfletário.

O grande destaque aqui é o elenco. Curiosamente, Capitão Phillips só tem um ator conhecido, Tom Hanks, não reconheci mais ninguém no elenco (só uma ponta rápida da Catherine Keener como a sra. Phillips no início do filme). Hanks está ótimo, como era de se esperar. O outro destaque é que é uma surpresa: Barkhad Abdi, ator somaliano que morava nos EUA (onde trabalhava como motorista) em seu primeiro trabalho como ator. Abdi (que é bem parecido com o Ronaldinho Gaúcho) arrebenta, e tem vários bons momentos ao lado de Hanks.

(Hanks está muito bem, mas achei a cena final over. Parece que a cena só está lá para gerar mais uma indicação ao Oscar para ele…)

Quem conseguir aguentar a “câmera com mal de Parkinson” terá um bom programa.

Aposta Máxima

Crítica – Aposta Máxima

Com problemas financeiros, um universitário que costuma jogar cartas pela internet viaja até a Costa Rica, onde vai tentar encarar uma espécie de mafioso de cassino online.

Sabe quando um filme não chega a ser ruim, mas está bem longe de ser bom? É o caso de Aposta Máxima (Runner Runner, no original).

A história é simples e besta. Não chega a ser mal desenvolvida, mas é previsível e cheia de clichês. E os personagens são muito mal desenvolvidos.

Parece que o diretor Brad Furman queria se basear no star power de Ben Affleck e Justin Timberlake. Affleck é um caso raro (talvez o único) de ator notadamente limitado que tem dois Oscars no currículo – nenhum dois dois é de ator, diga-se de passagem (ele ganhou Oscar de roteiro por Gênio Indomável e de melhor filme como produtor de Argo). Timberlake até fez alguns filmes legais (A Rede Social, O Preço do Amanhã), mas ainda está na categoria “cantor que faz filmes”. Ou seja, nenhum dos dois está mal (dentro do esperado pelos seus currículos), mas também nenhum dos dois chama a atenção. Ah, também tem a Gemma Arterton. Mas… seu personagem é muito mal construído, de longe o pior persinagem do filme, e, pra piorar, ela nem está bonita.

O que se salva no filme são algumas belas imagens na Costa Rica. A fotografia do filme é bonita.

Pouco, muito pouco. Aposta Máxima não chega a ser ruim, mas fica devendo. Se estivesse na escola, não passaria direto, ficaria de recuperação.

Fading Gigolo

Crítica – Fading Gigolo

Um dono de livraria de meia-idade em sérios problemas financeiros resolve transformar um velho amigo em garoto de programa para belas mulheres endinheiradas.

John Turturro é um excelente ator, ninguém duvida disso, mas também é muito feio. Mas ele não é um cara bobo – escreveu um roteiro e dirigiu o filme onde ele faz um ménage a trois com a Sharon Stone e a Sofia Vergara…

A presença das duas musas balzaquianas não é o único atrativo do filme. Fading Gigolo também traz uma rara participação de Woody Allen como ator em um filme que não foi nem escrito nem dirigido por ele.

No fundo, Fading Gigolo até parece um “filme de Woody Allen” – meio comédia, meio drama, baseado em atores e não em efeitos especiais ou cenas de ação ou tensão.

E, na minha humilde opinião, é justamente na separação entre comédia e drama que está o problema de Fading Gigolo. A parte comédia é muito melhor que a parte drama! Allen está inspiradíssimo, quase todos os seus diálogos são geniais – e muito engraçados. Já as cenas da Avigal (Vanessa Paradis) são bem menos empolgantes…

Mesmo assim, o bom elenco segura a qualidade do filme. Além dos já citados Turturro, Allen, Sofia, Sharon e Vanessa, Fading Gigolo ainda conta com Liev Schreiber – todos estão bem.

Curiosamente, Fading Gigolo ainda não tem exibição garantida aqui no Brasil. Estranho, porque o filme tem potencial de bilheteria, na minha humilde opinião.