O Primeiro Homem

Crítica – O Primeiro Homem

Sinopse (imdb): Um olhar sobre a vida do astronauta Neil Armstrong e a lendária missão espacial que o levou a ser o primeiro homem a caminhar na Lua em 20 de julho de 1969.

Damien Chazelle, de Whiplash e La La Land, dirigindo a cinebiografia do Armstrong… Ei, péra, como assim não é o músico Louis Armstrong? O filme é sobre o astronauta Neil Armstrong?!?!

Poizé. Na minha humilde opinião, Chazelle escolheu o Armstrong “errado”. E fez um filme correto, mas sem graça.

Ok, admito que achei o filme bobo, mas reconheço que ele cumpre os objetivos. O Primeiro Homem (First Man, no original) é um “filme pra Oscar”. Produção grandiosa, contando a história real de um herói norte americano, com nomes badalados na produção e no elenco. É, visto por esse ângulo, Chazelle mandou bem. E deve conseguir algumas indicações ao prêmio da Academia em 2019.

A reconstituição de época é bem cuidada, e os efeitos especiais são discretos e eficientes. O pouso na lua – momento chave no filme (e na História) – é uma sequência belíssima, com toques de jazz na trilha sonora. O público geral vai curtir.

O problema é que tudo é muito linear e sem graça. Apolo XIII contava uma história semelhante mas era muito mais emocionante. Estrelas Além do Tempo se passa na mesma época e local, e tem personagens muito mais cativantes. E a longa duração (duas horas e vinte e um minutos) torna tudo cansativo.

No elenco, Chazelle repete a parceria com Ryan Gosling, que faz cara de paisagem o tempo todo (como sempre, aliás), mas funciona porque o papel pede – será que vem outra indicação ao Oscar? Claire Foy faz sua esposa, num papel provavelmente adaptado para os dias de hoje – sua Janet Armstrong é uma mulher forte e desafiadora, diferente do que era comum nos anos 60 – mas coerente com a onda de mulheres fortes do cinema atual. Também no elenco, Jason Clarke, Kyle Chandler, Ciarán Hinds, Ethan Embry, Corey Stoll, Shea Whigham, Patrick Fugit e Lukas Haas.

O Primeiro Homem vai agradar muita gente (principalmente nos EUA). Mas ainda acho que que Chazelle faria melhor se escolhesse o outro Armstrong…

p.s.: Aposto como vai ter gente dizendo que é um filme de ficção científica…

Papillon (2017)

Crítica – Papillon (2017)

Sinopse (imdb): Erradamente condenado por assassinato, Henri Charriere forma uma improvável amizade com o colega falsificador Louis Dega, na tentativa de escapar da notória colônia penal na Ilha do Diabo.

Ninguém pediu, mas, olha lá, refilmagem do filme homônimo de 1973, estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman.

A refilmagem é quase igual ao filme original. Aí fica a pergunta: precisa? O caso é parecido com o recente Assassinato no Expresso do Oriente. A refilmagem não traz nenhuma novidade com relação ao original. Mas por outro lado, dificilmente uma pessoa mais nova vai procurar um filme feito nos anos 70. E é aí que a refilmagem tem o seu espaço: mostrar um filme velho para uma nova geração.

Visto sob este ângulo, Papillon (idem, no original) cumpre o seu propósito. O filme dirigido por Michael Noer é um filme correto, com uma produção até muito bem feita (as locações na Sérvia e em Montenegro foram bem escolhidas).

No elenco, não tem como não pensar que a dupla principal foi escolhida pela semelhança física com os dois do filme de 73. Charlie Hunnam (Rei Arthur) está a cara do Steve McQueen. E, apesar de me lembrar do Freddy Mercury toda vez que aparecia o Rami Malek (desde que vi o trailer de Bohemian Rhapsody, não consigo vê-lo e não pensar no vocalista do Queen), ok, vamulá, ele tá parecido com o Dustin Hoffman.

Enfim, o original é melhor. Mas, na falta, a refilmagem quebra um galho.

Tully

Crítica – Tully

Sinopse (imdb): Uma mãe de três filhos contrata uma babá para ajudar com o recém-nascido.

Nova parceria entre o diretor Jason Reitman e a roteirista Diablo Cody, que já rendeu Juno (2009) e Jovens Adultos (2011). Vamos ver qual é.

Juno mostrava problemas de uma mulher jovem que engravidava prematuramente; Jovens Adultos, uma mulher adulta recém separada que procura um ex-namorado. Vendo por este ângulo, Tully poderia formar uma trilogia com os dois – agora temos problemas de uma mulher em crise, que engravida pela terceira vez depois dos 40.

Tully (idem, no original) segue o mesmo estilo de “dramédia” dos outros filmes da dupla. Uma trama envolvente e bem conduzida, com alguns leves toques de humor.

Logo de cara uma coisa chama a atenção: Charlize Theron, que estava em forma “anteontem” quando fez Atômica, engordou 25 quilos pra interpretar a mãe castigada pela vida. Ela é, sem dúvida, o ponto alto do filme. Não me surpreenderei com indicações a prêmios. Mackenzie Davis também brilha, e mostra boa química com Charlize. Também no elenco, Ron Livingston, Mark Duplass, Elaine Tan, Asher Miles Fallica e Lia Frankland.

Agora, Tully tem um problema grave: um “plot twist” tão óbvio e tão repetido que, quando aconteceu, fiquei pensando “sério mesmo?” Só não falo mais por causa de spoilers, mas, gente, o espectador já viu isso, várias vezes!

Vale pela Charlize Theron. Será que vem outro Oscar?

7 Dias em Entebbe

7 dias em entebbeCrítica – 7 Dias em Entebbe

Sinopse (imdb): Inspirado pelos verdadeiros eventos do sequestro em 1976 de um voo da Air France em rota de Tel Aviv para Paris, e a mais ousada missão de resgate já tentada.

Filme novo do José Padilha sempre merece ser visto. Mesmo que isso traga um problema implícito: a inevitável comparação com os dois Tropa de Elite.

E, claro, 7 Dias em Entebbe (Entebbe, no original) é inferior aos Tropa

Uma coisa boa aqui é a visão “do outro lado”. Os dois protagonistas são terroristas, o que acaba levando o espectador a ver os lados opostos do conflito. Mas por outro lado, o filme demora a engrenar. E achei que falta carisma aos personagens. Gosto do Daniel Bruhl, mas aqui ele está burocrático; e Rosamund Pike faz cara de paisagem o filme inteiro.

O ponto alto do filme é o resgate. Não gosto de dança contemporânea, mas reconheço que a edição da ação militar intercalada com a dança ficou muito boa. Taí uma cena que vale o ingresso.

Mas, no geral, é um filme apenas morno. Vale mais rever os Tropa.

Operação Red Sparrow

Operação Red SparrowCrítica – Operação Red Sparrow

Sinopse (imdb): A bailarina Dominika Egorova é recrutada para a “Sparrow School”, um serviço de inteligência russo onde é obrigada a usar seu corpo como arma. Sua primeira missão, visando um agente da C.I.A., ameaça desvendar a segurança de ambas as nações.

Atômica, um dos melhores filmes do ano passado, mostrava uma espiã na Europa em cenas de ação de tirar o fôlego. Este Operação Red Sparrow (Red Sparrow, no original) também traz uma espiã europeia, mas é outro estilo de filme, totalmente diferente.

Dirigido por Francis Lawrence (que não é parente, mas que já dirigiu Jennifer Lawrence em três filmes da franquia Jogos Vorazes), Operação Red Sparrow é um filme lento, que foca mais no “jogo de xadrez” político do que na ação. Vai ter gente decepcionada.

(Depois da sessão de imprensa, ouvi alguns críticos reclamando que o trailer dava sinais de que a Jennifer Lawrence de Operação Red Sparrow seria quase uma Natasha Romanoff. Sorte que não vi o trailer…)

Baseado num livro escrito por Jason Matthews, um ex-agente da CIA, Operação Red Sparrow tem pouca ação, é um filme de espionagem à moda antiga, com uma trama complexa e algumas reviravoltas no roteiro. É um bom filme, mas tem problemas de ritmo, e a longa duração atrapalha. Se dessem uma enxugada o resultado seria melhor.

A parte do treinamento dos sparrows é uma das melhores coisas do filme – sedução se mistura com humilhação (física e psicológica). A gente sempre vê espiões no cinema usando sexo e sedução, aqui eles aprendem a usar isso – e de maneira fria. Taí, acho que heu veria um filme inteiro só com os sparrows – primeiro os treinamentos, depois a prática.

Retrato dos dias atuais: temos uma mudança da visão do comportamento sexual dos personagens. Décadas atrás, o sexo era muito presente nos filmes do James Bond, mas a gente tinha uma visão romântica disso. Dominika Egorova usa o sexo sem emoções, somente para conseguir seus objetivos.

As cenas de nudez da Jennifer Lawrence são um reflexo disso. Nas cenas de sexo, ela não mostra nada. Só mostra em cenas onde o “assunto” é poder e dominação.

O elenco é muito bom. Jennifer Lawrence é um dos maiores nomes do cinema contemporâneo, apesar de muita gente não gostar dela. E ela está acompanhada de um elenco de primeira linha, que inclui Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker, Jeremy Irons, Ciarán Hinds e Joely Richardson. Mas teve uma coisa que achei mal feita. Boa parte dos personagens são russos, e a produção decidiu deixá-los falando inglês, com sotaque. Ficou tosco…

Pelo hype, muita gente vai ver Operação Red Sparrow, mas tenho minhas dúvidas se muita gente vai gostar.

Roda Gigante

Roda GiganteCrítica – Roda Gigante

Sinopse (imdb): Em Coney Island na década de 1950, um salva-vidas conta a história de um operador de carrossel de meia-idade e sua esposa oprimida.

Costumo dizer que um Woody Allen mediano é melhor que muito filme por aí. Roda Gigante (Wonder Wheel, no original) é um exemplo disso. O filme não tem nada demais, mas acho difícil alguém sair do cinema descontente.

Já faz um tempo que não vemos um grande Woody Allen (arriscaria dizer que desde Meia Noite em Paris). Roda Gigante tem seus méritos, como a belíssima fotografia do veterano Vittorio Storaro, ou a inspirada atuação de Kate Winslet. Também gostei de alguns takes longos – não sei se podemos chamá-los de planos sequência, parecem mais com teatro filmado, são sempre no mesmo ambiente e com os mesmos personagens.

Mas o filme se passa e não empolga nunca… Ficamos com a impressão de que o filme não acrescenta nada…

No elenco, o destaque é pra já citada Winslet – curiosamente, temos uma mulher mais velha se relacionando com um homem mais novo, coisa incomum na filmografia alleniana. Também no elenco, Justin Timberlake, Jim Belushi e Juno Temple.

Enfim, nada de mais. Mas os fãs de Woody Allen vão curtir.

Detroit em Rebelião

detroitCrítica – Detroit em Rebelião

Sinopse (catálogo do Festival do Rio): No verão de 1967, os EUA enfrentavam uma profunda inquietação social, com a Guerra do Vietnã e um número cada vez maior de casos de repressão racial. Durante os protestos em Detroit, a polícia local é chamada para investigar uma denúncia de tiros no Motel Algiers. Ignorando a lei, os policiais interrogam e torturam um grupo de afro-americanos, em um jogo mortal de intimidação. Ao fim da noite, três homens desarmados foram mortos e outros ficaram gravemente feridos. Baseado em uma chocante história real.

Acho que já comentei aqui. Preferia a diretora Kathryn Bigelow dos anos 80/90, quando ela fazia filmes divertidos (Caçadores de Emoções, Quando Chega a Escuridão, Estranhos Prazeres). Mas depois que ela mudou de estilo e passou a fazer filmes “sérios” (Guerra ao terror, A hora mais escura) ela passou a ser mais respeitada e ganhar prêmios (incluindo o Oscar).​ Então ninguém pode reclamar.

Bem, pelo menos ela continua muito boa no que se propõe. Detroit em Rebelião (Detroit, no original) é muito bem conduzido, por uma câmera nervosa, que coloca o espectador lá dentro da ação. A duração do filme é um pouco longa (2 horas e 23 minutos), mas, assim como aconteceu nos filmes anteriores, o filme nunca fica monótono. Bigelow sabe como filmar este tipo de filme!

O elenco é bom. O pouco conhecido Algee Smith manda bem não só interpretando como também cantando. Will Poulter tem cara de mau, e aproveita isso no seu policial mau caráter. Jack Reynor está completamente diferente do papel que fez em Sing Street. John Boyega, do novo Star Wars, está apenas burocrático. Ainda no elenco, Anthony Mackie, Hannah Murray e Kaitlyn Dever.

Detroit em Rebelião vai entrar no circuito. Boa opção para quem gosta do estilo!

p.s.: Com este Detroit, encerro minha participação no Festival do Rio 2017, voltarei aos filmes em cartaz no circuito. É, foram poucos, só 11 filmes este ano. Mas ano que vem tem mais…

Quadrophenia

QuadropheniaCrítica – Quadrophenia

Sinopse: Na Londres dos anos 1960, Jimmy, como tantos outros jovens, odeia seus pais e seu emprego. Ele só se sente livre na companhia de seus amigos, ouvindo rock, se drogando e andando de lambreta. Ele acaba surtando e sua vida piora.

Sábado passado teve The Who no Rock in Rio. Aqui é um espaço para comentar filmes e, eventualmente, séries, e não shows. Então fui catar um filme baseado em The Who. Heu já tinha o dvd do filme Quadrophenia há anos, mas, sei lá por que, ainda estava lacrado. Agora era o momento certo de abrir!

Dirigido por Franc Roddam, Quadrophenia é baseado no disco homônimo, lançado em 1973 (o filme é de 79). Esse conceito de “ópera rock” já tinha sido usado com Tommy (disco de 69, filme de 75). Mas Roddam quis fazer diferente aqui – enquanto Tommy é um musical no formato clássico, onde personagens cantam as músicas; Quadrophenia é um filme onde ouvimos as músicas originais, e não cantadas pelo elenco.

O curioso de se ver Quadrophenia hoje em dia, no Brasil, é constatar como a cultura mod era algo importante naquele contexto, apesar de ser algo completamente fora da nossa realidade. Diferente, por exemplo, do movimento punk, os mods passaram quase desapercebidos por aqui (lembro de ter lido algo sobre mods na época do início da banda Ira!). Pelo que o filme passa, a cultura mod foi algo bem forte, assim como a sua rivalidade com os rockers. Acho que a comparação aqui no Brasil seria a rivalidade entre os punks e os metaleiros, mas isso aconteceu nos anos 80… Falando nisso, a cena da briga em Brighton é impressionante, mesmo vista hoje, quase 40 anos depois.

Algumas curiosidades sobre o elenco. Sting está creditado como um dos principais, mas seu personagem é secundário – importante na trama, mas só aparece na parte final. Aliás, a produção do filme deu sorte, o Police já existia na época das filmagens, mas ainda era uma banda desconhecida. Mas a banda estourou antes do filme ser lançado, por isso capitalizaram em cima do nome do baixista / vocalista. Ray Winstone tem um papel pequeno; Timothy Spall tem um papel menor ainda. O ator principal, Phil Daniels, está na ativa até hoje, mas nunca mais fez nada relevante – acho que seu segundo papel mais conhecido foi dublando Fuga das Galinhas.

Agora, posso falar do show? Sou fã de The Who desde os anos 90. Quando abri a minha videolocadora, comprei uns VHS musicais aleatórios, e um deles era o show do The Who na Ilha de Wight, em 1970. Um dia, estava arrumando as fitas nas prateleiras, e resolvi colocar um som pra me distrair. Coloquei esse The Who – e pouco depois, me vi parado, estático, vendo aquele show pela tv da locadora. Virei fã na hora! E desde aquela época torcia para o dia que eles viriam ao Brasil.
Vi MUITOS shows ao longo da minha vida. Vi muitos shows memoráveis, shows históricos, mas ainda faltava o Who. Agora não falta mais! Feliz e realizado, vi os dois septuagenários sobreviventes (Roger Daltrey tem 73 anos, Pete Townshend, 72), cheios de energia, no palco, em mais um show memorável no meu currículo.
Quando for velhinho, quero ser daquele jeito!

Esta é a Sua Morte

Esta e a sua morteCrítica – Esta é a Sua Morte

Um olhar inquietante sobre os reality shows onde um programa perturbador tem seus concorrentes terminando suas vidas pelo prazer do público.

De um tempo pra cá, tenho evitado ver trailers. Muitas vezes eles trazem spoilers; muitas vezes eles passam a impressão errada sobre o filme. Aqui é um exemplo do segundo caso. O trailer vende um filme que seria uma mistura de O Sobrevivente com Jogos Mortais. E Esta é a Sua Morte (This Is Your Death, no original) é um drama, que não tem nada a ver com isso.

A premissa do filme dirigido pelo ator Giancarlo Esposito é boa: um reality show que explora suicidas e o sensacionalismo da mídia em cima disso. E a história até começa bem. Mas o roteiro pega caminhos errados e o filme escorrega, principalmente na parte final.

Leve spoiler abaixo!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Entendo que Esposito, sendo o diretor, quisesse dar uma importância maior ao seu personagem. Mas não funcionou. Não só o desenvolvimento foi fraco, como transformá-lo em herói foi uma ideia ruim – o que ele tinha de diferente dos outros participantes do programa?

FIM DOS SPOILERS!

Mas este não é o único problema. Os personagens são mal construídos e não cativam ninguém, e assim o filme começa a ficar cansativo. Na minha humilde opinião, o filme tinha que ter uma pegada mais sensacionalista. Menos foco nos dramas pessoais, mais foco em como a mídia consome as mortes.

O elenco até é bom (Josh Duhamel, Famke Janssen, Sarah Wayne Callies, Giancarlo Esposito, Caitlin FitzGerald e uma ponta de James Franco), mas como o roteiro não ajuda, o resultado final fica devendo.

O Círculo

O CírculoCrítica – O Círculo

Uma jovem consegue um trabalho de sonho em uma poderosa empresa de tecnologia chamada Círculo, e acaba descobrindo uma ferramenta que afetará a vida de toda a humanidade.

Sabe quando um filme parte de uma premissa boa, mas o resultado final é maomeno? É o caso aqui.

A ideia inicial é meio Black Mirror, um mundo onde uma rede social tipo o Facebook domina a maior parte da sociedade. Conhecemos as entranhas da empresa, incluindo as reuniões dos cabeças para que a empresa cresça no seu plano megalomaníaco de conquistar o mundo meio Pinky e Cérebro. Essa é a parte interessante do filme, porque acredito que empresas como o Google e o próprio Facebook devem testar estratégias parecidas.

Mas durante o filme o roteiro pega alguns caminhos que atrapalham tudo. O foco deixa de ser o Círculo e passa a ser a mocinha. E aí aparecem situações mal desenvolvidas, como todo o relacionamento entre a protagonista e o personagem do John Boyega; ou a repentina mudança de atitude da personagem de Karen Gillan. Isso sem falar do final do filme, tão inocente que parece tirado de um desenho animado pra tv.

O elenco se baseia em dois grandes nomes: Tom Hanks e Emma Watson. Hanks está bem como sempre, mas nada que lhe renda mais uma indicação ao Oscar; gostei de ver Emma sem o sotaque britânico de sempre, mas também nada de mais. Também no elenco, além do já citados John Boyega e Karen Gillan, Patton Oswalt e Ellar Coltrane. A nota triste é que Glenne Headly e Bill Paxton – os pais – faleceram pouco depois deste filme.

Não chega a ser ruim, mas fica aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor…