Aliados

AliadosCrítica – Aliados

Em 1942, um oficial de inteligência canadense conhece uma espiã da resistência francesa em uma missão em Casablanca, e os dois acabam se apaixonando. Depois, em Londres, seu relacionamento é testado quando desconfiam que ela pode ser uma espiã dupla.

Sabe quando um filme promete muito e entrega pouco? Poizé. Com Robert Zemeckis na direção e Brad Pitt e Marion Cotillard no elenco, Aliados (Allied, no original) prometia ser um grande filme. Mas o que vemos é apenas um filme ok.

Me lembrei da época que heu tinha uma vídeo locadora. Os grandes sucessos do cinema eram os “filmes de ponta”, outros lançamentos menos badalados eram os “filmes de apoio”. Filmes menos conhecidos, que eram lançados direto em vhs/dvd. Muitas vezes o cliente queria levar mais um filme novo, então os filmes de apoio serviam para isso. Filmes ok, mas nada demais. Aliados parece um filme de apoio…

Muita coisa não funciona direito. Uma coisa dá raiva são os efeitos espeiciais, principalmente quando vemos que o diretor Zemeckis é o mesmo que revolucionou os efeitos na época do Forrest Gump. Os efeitos aqui parecem bem fracos, logo na cena inicial vemos um paraquedista que parece saído de um vídeo game antigo. Pô, Zemeckis, você já foi melhor!

O mesmo acontece com o elenco. Brad Pitt na Segunda Guerra Mundial? Ficava imaginando quando ele iria se enrolar tentando falar italiano, mas aí lembrava que infelizmente não estava (re)vendo Bastardos Inglórios…

Mas acho que o pior mesmo é o roteiro. Nada de interessante acontece, a história se arrasta – dá pra contar a história toda do filme em duas ou três linhas. Além disso, tudo é previsível demais.

Vejam bem, o filme não chega a ser ruim. O espectador pouco exigente vai se divertir. Mas Aliados está bem longe de ser um filme memorável.

Capitão Fantástico

Capitão FantasticoCrítica – Capitão Fantástico

Nas florestas do Noroeste do Pacífico, um pai, dedicado a criar seus seis filhos com uma educação física e intelectual rigorosa, é forçado a deixar seu paraíso e entrar no “mundo real”, desafiando sua ideia do que significa ser pai.

O nome parece de filme de super herói, né? Mas Capitão Fantástico é exatamente o oposto disso.

Escrito e dirigido por Matt Ross (que tem uma vasta carreira como ator, apesar de nunca ter emplacado um grande papel), Capitão Fantástico (Captain Fantastic, no original) é um daqueles filmes que, quando termina, a gente fica pensando se estamos vivendo da maneira certa.

É difícil ver um filme como esse e não se imaginar vivendo como Ben, livre, no meio do mato. Uma vida saudável e independente, e criando filhos inteligentes e fortes. Mas preciso falar que não concordo com a filosofia proposta por ele. Acho que viver em sociedade é algo importante para as crianças, e não tenho nada contra tecnologia. Mesmo assim, admiro e respeito o que ele conquistou.

(Aconteceu algo parecido comigo quando vi Na Natureza Selvagem, outro filme onde o protagonista se rebela contra o sistema e vai pro meio do mato. Não consegui gostar do filme por discordar da sua filosofia).

No elenco, o grande nome é Viggo Mortensen,  inspirado, em uma das melhores atuações da sua carreira. Ele consegue passar credibilidade ao pai que se rebelou contra o sistema e cria sozinho seis filhos no meio do mato.

O resto do elenco traz seis desconhecidos como os filhos, e alguns atores mais ou menos conhecidos em papéis menores (Frank Langella, Kathryn Hahn, Steve Zahn, Missi Pyle, Erin Moriarty). Mas o filme é de Mortensen.

Filosofias à parte, o resultado final de Capitão Fantástico fica bem acima da média. O filme é leve, divertido e envolvente. Boa opção!

Sully: O Herói do Rio Hudson

SullyCrítica – Sully: O Herói do Rio Hudson

A história real do piloto Chesley Sullenberger, que virou um herói quando conseguiu pousar um avião nas águas do rio Hudson, salvando as vidas de todos os passageiros e tripulação.

Com Clint Eastwood na direção e Tom Hanks no papel principal, nenhum filme passa desapercebido, não é mesmo? Sendo assim, vamos a Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully, no original), dirigido pelo primeiro e estrelado pelo segundo.

Sully é daqueles filmes que não têm muito o que inventar. A história é simples (o piloto perdeu os motores e executou um arriscado pouso no rio) – e todo mundo já sabe o final. O que este filme traz de interessante é que, antes de ser chamado de herói, o piloto Sully estava sendo julgado, porque a companhia aérea, baseada em simulações de computador, achou que dava pra ele chegar até o aeroporto – e neste caso, ele teria colocado em risco as vidas dos passageiros. (E além disso, existe a pressão das seguradoras com o prejuízo financeiro).

No elenco, Aaron Eckhart manda bem como o coadjuvante de um Tom Hanks inspirado (como sempre, aliás). Laura Linney, o terceiro nome do elenco, me pareceu desperdiçada.

(Por uma triste coincidência, Sully estava previsto para estrear na mesma época do acidente que matou o time da Chapecoense. Por isso, o lançamento foi adiado por algumas semanas…)

Mas é só isso, Sully é apenas um filme correto. Tecnicamente bem feito, além de ser uma história real interessante. Mas é um filme morno.

Raw / Grave

rawCrítica – Raw / Grave

Sinopse tirada do site do Festival do Rio: “A jovem Justine nasceu no seio de uma família de veterinários. Aos 16 anos, a aplicada e talentosa adolescente está prestes a ingressar na faculdade, seguindo os passos de seus familiares na mesma universidade onde sua irmã mais velha faz sua graduação. Os trotes promovidos por veteranos começam já nos primeiros dias de aula e, em um dos desafios promovidos, Justine é forçada a comer carne crua pela primeira vez em sua vida. As consequências desse ato são inesperadas e logo Justine descobre sua verdadeira natureza. Prêmio FIPRESCI na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2016.​

A sinopse do site do festival não fala duas coisas importantes. Um é que a família é de vegetarianos radicais; outra é que o filme fala de canibalismo!

Raw (Grave, em francês) chamou a atenção quando espectadores passaram mal durante um festival. Claro que um filme desses entrou no meu radar. Principalmente quando veio direto pra Midnight Movies…

Dirigido pela quase estreante Julia Ducournau, Raw mostra a transformação de uma mulher, que descobre segredos sobre ela mesma que ela nem tinha ideia. Ducournou teve uma grande ajuda com a sua protagonista. A desconhecida Garance Marillier consegue passar um ar inocente, mas não foge de cenas pesadas – Raw tem sexo, tem sangue, tem nudez, tem gore – e olha que não é um filme de terror! Aliás, é bom frisar: apesar do tema, Raw é um drama. O foco está na personagem e suas descobertas.

Sobre a “cena do dedo” – a cena que fez a galera passar mal: realmente é uma cena desconfortável. Claro que o pessoal acostumado com o torture porn dos Jogos Mortais da vida vai pensar “já vi coisa pior”, mas, dentro do contexto proposto neste filme, a cena é até mais incômoda que os filmes de terror.

Raw tem bom elenco, boa fotografia, boa trilha sonora, mas confesso que achei lento demais. Tudo demora demais pra acontecer. Pelo menos o final explica o comportamento da protagonista, o espectador não fica sem saber o motivo.

Acho difícil este filme chegar um dia no circuito brasileiro. Quem não viu, a saída será catar um dvd/blu-ray importado…

A Nona Vida de Louis Drax

Nona Vida de Louis DraxCrítica – A Nona Vida de Louis Drax

Sinopse tirada do site do Festival do Rio: “Louis Drax é um garoto brilhante, mas com sérias dificuldades sociais. Os colegas o consideram estranho e vários acidentes sombrios acontecem a seu redor. Eletrocussão, picadas de aranha e afogamento são apenas alguns dos episódios de risco vivenciados em sua ainda curta vida. Quando completa nove anos, Louis sofre uma queda violenta que o deixa em coma. Ninguém sabe explicar o motivo do acidente, até que o médico Allan Pascal começar a suspeitar que os eventos associados a Louis são mais do que uma simples coincidência. Do diretor Alejandro Aja (Alta tensão, Amaldiçoado).​

O diretor francês Alexandre Aja chamou a atenção do mundo com o ultra violento (e bom) Alta Tensão, de 2003. Depois disso, foi pra Hollywood e ficou no terror com um pé no filme B (mas admito que gosto de Piranha). A Nona Vida de Louis Drax (The 9th Life of Louis Drax, no original) tenta mudar um pouco este cenário.

Baseado no livro homônimo escrito por Liz Jensen, A Nona Vida de Louis Drax começa como uma fantasia infantojuvenil – me lembrei do menino T.S. Spivet de Uma Viagem Extraordinária, dirigido por Jean Pierre Jeunet. Mas o filme logo cai numa arrastada mistura entre drama e suspense. A parte do meio do filme, quando o foco é o insosso romance do médico com a mãe, é interminável. O casal de atores não tem nenhuma química, o romance não convence ninguém – o roteiro deveria incluir algo para mostrar por que o médico se interessou pela mãe do menino, já que a sua esposa era muito mais bonita e interessante.

Pra piorar, o mistério sobre quem é o “monstro” fica óbvio a partir da metade do filme. Pelo menos admito que gostei do plot twist final, heu não esperava aquele fim.

O elenco também não ajuda. O menino Aiden Longworth nem é ruim, mas quando a narrativa acompanha o casal Jamie Dornan (50 Tons de Cinza) e Sarah Gadon (Drácula: A História Nunca Contada), o filme perde muito. Aaron Paul, Oliver Platt, Molly Parker e Barbara Hershey têm papeis menores.

No fim, fica a impressão de que Aja estava perdido. Talvez fosse melhor deixar o romance de lado e ficar só na fantasia. Ou então permanecer no terror B e deixar o filme nas mãos de um diretor que sabe dosar estilos diferentes.

Jovens, Loucos e Mais Rebeldes

Jovens, Loucos e Mais RebeldesCrítica – Jovens Loucos e Mais Rebeldes

Filme novo do Richard Linklater!

Sinopse tirada do site do Festival do Rio: “Durante a primeira semana de aula, o calouro Jake chega a sua nova faculdade no Texas e se muda para a casa reservada à equipe de beisebol. Durante o primeiro fim de semana no novo lar, ele e seus novos colegas de casa serão tomados por um turbilhão de álcool, drogas, festas e paqueras. Em seu novo filme, Richard Linklater (o diretor de Boyhood, Antes do amanhecer, Antes do pôr-do-sol e Antes da meia-noite) se contagia mais uma vez pelo clima oitentista e universitário de Jovens, loucos e rebeldes, um dos primeiros clássicos cult de sua carreira. South by Southwest 2016.​

Aqui no Brasil, “Everybody wants some!!” ganhou o nome “Jovens Loucos e Mais Rebeldes”. Nada a ver, certo? Bem, pela primeira vez gosto do título brasileiro nada a ver. Afinal, em 1993 o mesmo Richard Linklater escreveu e dirigiu Dazed and Confused, que aqui ganhou o título Jovens Loucos e Rebeldes. Boa! Este novo filme segue o mesmo formato do filme anterior, heu sabia exatamente o que ia ver.

Assim como o filme dos anos 90, Jovens Loucos e Mais Rebeldes parece um piloto de seriado. Conhecemos vários personagens e a dinâmica entre eles. Por um lado, a construção destes personagens é extremamente bem feita e muito cativante. Por outro lado, não existe uma história a ser contada.

O elenco, apesar de não ter nenhum nome conhecido, é um dos pontos fortes do filme. Eles realmente passam a impressão de que são bons amigos e que estão curtindo muito esses momentos pré “vida adulta”. E sobre não ter ninguém famoso, não sei se no início dos anos 90 aqueles atores já eram conhecidos – mas olhem quem estava no meio dos jovens daquele filme: Ben Affleck, Mathew McConaughey, Mila Jovovich, Joey Lauren Adams, Adam Goldberg, Parker Posey, Jason London…

O filme se passa em 1980, mas não pensem em referências “festa Ploc” como cores berrantes e gel no cabelo. O visual lembra mais os anos 70. E vale dizer que a ambientação é perfeita! E a trilha sonora é outro ponto forte. Várias boas músicas que fogem da obviedade recheiam o filme. E o momento “Rapper’s Delight” deve ter sido uma grande curtição entre o elenco, tanto que virou cena pós créditos.

Além de não existir uma narrativa “sydfieldiana” (uma história com introdução, desenvolvimento e conclusão), outra coisa que atrapalha o filme é que aqui no Brasil não temos essa cultura de fraternidades universitárias. Mas quem deixar esses detalhes de lado e entrar na onda saudosista do Linklater vai descobrir um filme sobre universidades americanas muito superior aos Porky’s da vida.

Joy: O Nome do Sucesso

JoyCrítica – Joy: O Nome do Sucesso

Mais um filme meia boca do superestimado David O. Russell…

Inspirado em uma história real, o filme mostra a jornada de uma mulher determinada a manter sua excêntrica e disfuncional família unida em face da aparentemente insuperável probabilidade. Motivada pela necessidade, engenhosidade e pelo sonho de uma vida, Joy triunfa como a fundadora e matriarca de um bilionário império, transformando sua vida e a de sua família.

A história de uma mulher que inventou um esfregão daria um bom filme? Talvez. Mas precisaria de um bom roteiro, já que a história em si é besta. E isso não acontece aqui.

Joy: O Nome do Sucesso (Joy, no original) tem uma cena boa aqui, outra acolá. Mas no geral, é um filme bobo. Uma história desinteressante sobre uma personagem desinteressante. O filme acaba e a gente fica com aquela sensação de “pra que alguém fez um filme sobre uma mulher que inventou um esfregão?” E o pior é que mais uma vez o filme foi elogiado.

Sobre a Jennifer Lawrence: acho que é uma grande atriz, uma das melhores de sua geração, sabe escolher bons filmes, mas vamos combinar que ela está um pouco supervalorizada. Mais uma vez ela concorre ao Oscar por um filme de O. Russell – ela ganhou por O Lado Bom da Vida e concorreu por Trapaça. Nada contra ela concorrer, mas ela não está tão bem assim. E o pior é a gente sentir que ela está no papel errado – a Joy deveria ser uma atriz mais velha, Jennifer tem 25 anos, ficou forçado imaginá-la como uma mulher separada, mãe de duas crianças.

O elenco tem bons atores, mas nenhum está bem. O. Russell deve gostar dos mesmos atores, mais uma vez temos Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e Robert De Niro (os 3 estavam em O Lado Bom da Vida; os dois primeiros em Trapaça). Mas o destaque negativo fica com Isabella Rosselini, grande atriz, mas que está péssima aqui. Também no elenco, Edgar Ramirez, Diane Ladd, Virginia Madsen e Dascha Polanco.

Enfim, dispensável.

O Quarto de Jack

O Quarto de JackCrítica – O Quarto de Jack

Um menino de 5 anos vive com sua mãe em um pequeno quarto, de onde nunca saiu, e por isso nunca teve contato com o mundo exterior.

Depois de contar uma história esquisita sobre um cara esquisito em Frank, o diretor Lenny Abrahamson resolveu contar uma história sobre um garoto que vive uma realidade esquisita no seu filme novo, O Quarto de Jack (Room, no original). E Abrahamson conseguiu mostrar um universo rico, mesmo confinado dentro de um pequeno quarto de poucos metros quadrados. O personagem Jack é ótimo!

Assim como em Frank, o forte aqui são as atuações. Brie Larson ganhou o Globo de Ouro e está concorrendo ao Oscar de melhor atriz (o filme concorre a outras três estatuetas, melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado), mas quem chama a atenção é Jacob Trembley, que interpreta o pequeno Jack, de 5 anos recém completados. Trembley entrega um personagem mais sólido que muito ator adulto por aí. Seu Jack vale o ingresso! William H. Macy e Joan Allen também estão bem, em papeis secundários.

O roteiro de O Quarto de Jack foi escrito por Emma Donoghue, autora do livro onde o filme se baseia. Não li o livro, não sei qual a sua estrutura, mas podemos dizer que o filme se divide claramente em duas partes. No meio da trama acontece um grande plot twist, que muda o rumo da história. E aí reside um problema: a segunda parte não é tão boa quanto a primeira. Nada que estrague o resultado final, mas o ritmo do filme nitidamente cai.

Mesmo assim, vale ver o pequeno Trembley.

O Regresso

O RegressoCrítica – O Regresso

Início do século XIX. Um comerciante de peles luta pela sobrevivência depois de ser atacado por um urso e deixado como morto por membros de sua própria equipe. Baseado numa história real.

Um ano depois de Birdman, Alejandro González Iñárritu apresenta mais um projeto impressionante. Se Birdman chamava a atenção por ser basicamente um único plano-sequência, todo passado num teatro (ou em volta dele), O Regresso (The Revenant, no original) traz vários planos-sequência, desta vez em sequências de ação ao ar livre – muitas delas violentíssimas!

A fotografia de Emmanuel Lubezki é um dos destaques. Lubezki ganhou os dois últimos Oscar de melhor fotografia (Gravidade em 2014 e Birdman em 2015), e não será surpresa se levar o terceiro seguido. Com exceção de uma única cena noturna ao lado de uma fogueira, tudo foi filmado usando luz natural. Isso somado às paisagens naturais dá um resultado visual belíssimo.

A opção de se usar apenas luz natural claro que atrasou a produção, afinal, eram poucas horas de filmagem por dia. A ideia era filmar durante o inverno canadense, mas quando o clima lá começou a esquentar, a equipe se mudou para o sul da Argentina para terminar as filmagens.

(É impressionante notar que esse projeto grandioso veio um ano depois do Birdman. Os fãs do cinema-espetáculo agradecem o fato de Iñárritu ser workaholic…)

Também não podemos deixar de falar da atuação de Leonardo DiCaprio. Ele está mais uma vez indicado ao Oscar, e a piada que rola é que se ele não ganhar desta vez, é melhor desistir. DiCaprio se entrega ao papel de uma maneira poucas vezes vista no cinema contemporâneo. Só pra citar um exemplo: em determinada cena, o personagem come um fígado de bisão. O ator é vegetariano, então arranjaram uma panqueca pra ele comer em cena. DiCaprio disse que ia ficar muito artificial, e resolveu comer um fígado de bisão de verdade! E isso porque não estou falando de outros “detalhes” como ter que aprender línguas indígenas ou carregar uma pele real de urso que pesava 50 kg. DiCaprio nunca mereceu tanto esse Oscar!

O resto do pequeno elenco também está bem. Tom Hardy, o Mad Max, também ganhou sua indicação ao Oscar. Domhnall Gleeson mostra que tem um ótimo agente, porque depois de ser um Weasel secundário na saga Harry Potter, ele está aqui, além de ser o General Hux do novo Star Wars. Ainda no elenco, Will Poulter, Forrest Goodluck e Lukas Haas.

O visual do filme é belíssimo, mas temos que reconhecer que o ritmo é arrastado. O início é bom, o fim é bom, mas o meio é interminável. Com quase duas horas e quarenta, O Regresso é longo demais, algumas cenas poderiam facilmente ser cortadas. Alguma sequências “terrencemallikianas” estão sobrando…

Mesmo assim, é um grande espetáculo. Tanto que é o favorito ao Oscar 2016…

Steve Jobs

steve jobsCrítica – Steve Jobs

Um retrato do inventor e empresário co-fundador da Apple. A história se desenrola nos bastidores de três lançamentos de produtos icônicos.

Com roteiro de Aaron Sorkin (A Rede Social), a narrativa de Steve Jobs (idem, no original) é interessante. Em vez de uma cinebiografia clássica, onde acompanhamos a vida do biografado, o filme se divide em três momentos: os bastidores dos momentos antes dos lançamentos do Macintosh, em 84, do NeXT, em 88 e do iMac, em 98.

O elenco é muito bom – Kate Winslet acabou de ganhar o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante e ser indicada ao Oscar; Michael Fassbender também concorre à estatueta pelo filme. Também no elenco, Seth Rogen, Jeff Daniels, Michael Stuhlbarg e Katherine Waterston.

Steve Jobs tem alguns problemas. Michael Fassbender é um grande ator, é sempre um prazer vê-lo atuando, mas… Quando vi o filme, não vi o personagem Jobs na tela, só vi o ator Fassbender. Ok, o cara é bom, mas talvez fosse melhor ter um ator menos famoso, pra gente entrar mais facilmente no personagem.

Outro problema é que, como a narrativa só mostra três momentos distintos da carreira de Jobs, algumas coisas ficam sem explicação para quem nunca acompanhou o desenvolvimento da Apple – saí do cinema e fui catar no google mais informações sobre Apple II e NeXT…

Além disso, são muitos diálogos. Cansa ficar duas horas vendo um cara arrogante brigar com um monte de gente. Pelo menos o estilo pop de Danny Boyle ajuda no ritmo, com cortes rápidos, música alta e até projeções nas paredes do cenário.

Mas, no geral, acho que Boyle ainda nos deve algo mais semelhante ao seu início de carreira…