O Hobbit 3: A Batalha dos Cinco Exércitos

0-Hobit3-posterCrítica – O Hobbit 3: A Batalha dos Cinco Exércitos

Chega ao fim a trilogia d’O Hobbit!

Ao recuperar sua montanha do dragão Smaug, Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia de Anões involuntariamente despertaram uma força mortal para o mundo. Enfurecido, Smaug espalha sua ira sobre homens, mulheres e crianças indefesas da Cidade do Lago.

A expectativa era grande. Os dois primeiros filmes baseados no livro “O Hobbit” ficaram devendo. Mas quando o mesmo diretor Peter Jackson fez a trilogia O Senhor dos Aneis, o terceiro filme foi o melhor da série, e agora a gente esperava que acontecesse o mesmo com a trilogia do prequel.

Pena, desta vez Peter Jackson falhou. O Hobbit 3: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, no original) é o mais fraco dos seis filmes dirigidos por ele baseados em J.R.R. Tolkien.

Vejam bem, o filme não é exatamente ruim. Tecnicamente perfeito, traz bons atores, bons personagens, batalhas bem filmadas, etc. Mas O Hobbit 3 perde – e muito – na comparação com a trilogia anterior, principalmente com o terceiro filme: depois uma batalha sensacional, O Retorno do Rei termina com Aragorn virando rei e dizendo aos Hobbits “you bow to no one”, num momento que arrepia até o nerd mais insensível. E agora, no fim do sexto filme, bem… Nada memorável acontece…

Aliás, mesmo os outros filmes da nova trilogia têm sequências memoráveis. Tem alguma aqui? A batalha que dá título ao filme é deixada de lado enquanto acompanhamos algumas lutas em particular. E o fim da batalha é besta…

Se fosse um filme “independente”, O Hobbit 3 seria um filme razoável, apenas com o mesmo defeito dos outros dois filmes do prequel: a lentidão – foi um erro grave transformar um único livro em três filmes de quase três horas cada, os três filmes têm muita encheção de linguiça. Mas, por ser mais um filme do Peter Jackson, baseado em Tolkien, repetindo atores e personagens, a comparação entre as duas trilogias é inevitável.

Se salvam alguns detalhes, como falei lá em cima. A parte técnica é fantástica, Jackson e a Weta conseguem perfeição nos efeitos especiais, o dragão mais uma vez enche os olhos, assim como as grandiosas batalhas. Existem versões em 48 quadros por segundo, mas não posso julgar isso, a sessão de imprensa foi nos tradicionais 24 qps.

O elenco também está bem, felizmente Jackson conseguiu manter os mesmos atores durante toda a saga. Martin Freeman mais uma vez faz um bom trabalho liderando o elenco, que conta com Ian McKellen, Richard Armitage, Evangeline Lilly, Luke Evans, Orlando Bloom, Lee Pace, Billy Connolly e Manu Bennett. Só achei que alguns atores aparecem pouco – Cate Blanchett e Benedict Cumberbatch (que não mostra a cara mas dá a voz para dois vilões) deveriam ter participações maiores, seus personagens foram sub-aproveitados. Ian Holm, Christopher Lee e Hugo Weaving fazem pontas nos papeis esperados.

No fim, fica a certeza: o livro “O Hobbit” não tinha como virar uma trilogia de quase 9 horas (na sua versão curta, porque existe uma versão estendida). Se fosse apenas um filme, ou, no máximo, dois, seria beeem melhor.

p.s.: Será que Jackson agora pensa na trilogia do Silmarillion? Ou será que a Disney vai comprar tudo e inventar episódios 7, 8 e 9? 😛

Labirinto – A Magia do Tempo

labirintoCrítica – Labirinto – A Magia do Tempo

Pro podcast de bonecos, fui rever Labirinto, filme que heu não via desde a época do lançamento nos cinemas.

A adolescente de 15 anos Sarah acidentalmente deseja que seu meio irmão bebê seja levado por Jareth, rei dos duendes, que ficará com o bebê e o transformará em um duende se Sarah não terminar o labirinto em 13 horas.

Lançado em 1986, Labirinto – A Magia do Tempo (Labyrinth, no original) foi o último filme dirigido por Jim Henson, o criador dos Muppets, que viria a falecer em 1990. Baseado num roteiro de Terry Jones (ele mesmo, do Monty Python), e com George Lucas como um dos produtores, Henson fez um dos melhores filmes de fantasia da década de 80.

Os bonecos são muito bem feitos, tanto os marionetes e fantoches, quanto os maiores, com gente dentro da fantasia. Jim Henson não ia dar mole na área onde é especialista, né? E a maior parte dos efeitos especiais continua convincente – a primeira entrada de Sarah no labirinto ainda impressiona!

O elenco tem basicamente três atores – outros aparecem, mas muito rapidamente. David Bowie já era um nome bem famoso na música, e ainda era um ator bissexto. Mas o nome a ser citado é Jennifer Connelly, então com 15 anos, em um de seus primeiros sucessos (ela tinha feito um papel pequeno em Era Uma Vez na América em 1985, e estrelado o underground Phenomena, do Dario Argento, em 86). E chega a dar pena do bebê Toby Froud – que depois, adulto, trabalharia nos efeitos especiais de Crônicas de NárniaParanorman. O menino chora boa parte do filme.

(Dentro dos bonecos, tem algumas pessoas conhecidas, como Frank Oz, Kenny Baker, Warwick Davis, Jack Purvis, Brian Henson e Ron Mueck – hoje conhecido como escultor. Mas não dá pra ver…)

Como ponto fraco, a parte musical de David Bowie perdeu a validade. Nada contra o som ser datado por ter muita cara de anos 80, mas, na boa, não rola um vilão que fica cantando e dançando. Pelo menos a cena com o labirinto “escheriano”, com gravidades em ângulos diferentes, ficou bem legal, apesar da música.

Existem pela internet alguns estudos psicológicos sobre o filme. Pode até existir um fundo psicológico, mas prefiro ver Labirinto como uma fábula. E uma fábula que continua gostosa de se ver.

Malévola

Malévola-posterCrítica – Malévola

Mais uma adaptação de conto infantil!

Desta vez, revemos a história da Bela Adormecida, desta vez, sob a ótica da antagonista Malévola, uma bela e ingênua jovem fada que acaba sendo vítima de uma traição, o que transforma seu coração em pedra e a torna numa vilã vingativa.

Diferente de outras adaptações recentes(João e Maria – Caçadores de Bruxas, Branca de Neve e o Caçador), Malévola é bastante fiel à versão mais conhecida – não estou falando da versão original, e sim o desenho animado de 1959 também da Disney.

Malévola (Maleficent, no original) tem seus pontos altos e baixos. Vamos primeiro ao que funciona.

O filme foi dirigido pelo estreante Robert Stromberg. Bem, estreante na cadeira de diretor, mas experiente na área de efeitos especiais – trabalhou nos efeitos de dezenas de filmes, e ganhou dois Oscars de Direção de Arte, por Alice no País das Maravilhas e Avatar. Ou seja, esteticamente, Malévola é um belo filme, e os efeitos especiais enchem os olhos – apesar de alguns personagens da floresta serem meio bobos e lembrarem Muppets mal feitos, alguns efeitos, como a Aurora flutuando, são impressionantes.

Mas o melhor de Malévola é a personagem título. Angelina Jolie e seus olhos brilhantes encarnam uma Malévola perfeita, que lembra a vilã da versão animada (que, convenhamos, era a melhor coisa do desenho). A cena em que ela amaldiçoa a Aurora é bem legal!

Agora vamos ao que “derrubou” o filme pra mim. Mas, antes, avisos de spoilers violentos!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Uma das coisas mais furadas que existe na história clássica é o lance da Aurora ser acordada por um “beijo de amor verdadeiro”. No desenho, um príncipe a vê dormindo e a beija. Na boa, isso não é amor verdadeiro. Digo mais: este príncipe é pervertido e tem um pé na necrofilia – quem se apaixona perdidamente por uma pessoa dormindo?

Malévola conserta isso. O “beijo de amor verdadeiro” aqui é muito mais coerente com o mundo real. Legal. Mas… A gente acabou de ver exatamente isso em Frozen!

FIM DOS SPOILERS!

Além disso, o filme traz algumas coisas que não têm muita lógica, tipo, por que o nome dela é “Malévola” se ela não é má? E por que o rei mandou Aurora passar mais de uma década longe, sob a guarda de três fadas atrapalhadas, se a maldição era só para o dia que ela completasse dezesseis anos? Aliás, o rei se preparou por dezesseis anos e aquilo foi tudo o que ele conseguiu?

Falando das fadas, há tempos não vejo personagens tão irritantes. Nada funciona. E olha que gosto da Imelda Staunton e da Juno Temple (a terceira fada é interpretada por Lesley Manville).

Ah, quase esqueço de falar do resto do elenco. O quase sempre bom Sharlto Copley aqui tem o pior papel de sua carreira (o rei burro e incompetente); Elle Fanning esbanja simpatia com seu belo sorriso; Sam Riley está bem como “escada” para Angelina Jolie.

Resumindo: mais uma boa releitura contemporânea de contos clássicos. Pena que tropeça às vezes.

Imaginaerum

Crítica – Imaginaerum

Um musical baseado nas músicas da banda finlandesa Nightwish? Ok, vamos ver qualé.

Um velho compositor, em coma, precisa visitar o sinistro mundo de fantasia da sua infância, onde ele precisa recuperar suas memórias antes que seja tarde demais.

Imaginaerum tem boas músicas e um belo visual. Mas não é um bom filme. O problema é que parece um longo videoclipe: música rolando enquanto vemos belas imagens – que nem sempre fazem sentido, mas sempre carregam vários simbolismos. Funciona em um videoclipe de quatro ou cinco minutos. Mas, como filme de longa metragem, cansa.

Me parece que o diretor Stobe Harju quis fazer um novo Pink Floyd – The Wall. Só que ele não tem a experiência do Alan Parker, e o Nightwish não tem nenhum disco conceitual do nível do The Wall. Imaginaerum tem bons momentos e algumas boas músicas, mas falta consistência ao filme.

Talvez os fãs de Nightwish curtam. Mas, para quem não é fã, tem coisa melhor por aí.

O Hobbit 2: A Desolação de Smaug

Crítica – O Hobbit 2: A Desolação de Smaug

Dezembro de 2013, hora de ver a segunda parte da “trilogia de um livro só”!

Bilbo Bolseiro continua sua jornada ao lado de Gandalf e dos doze anões, que querem reconquistar Erebor, sua terra, hoje tomada pelo dragão Smaug.

Existe um problema previsível aqui – O Hobbit 2: A Desolação de Smaug é um filme lento. Anos atrás, Peter Jackson pegou três livros e fez a excelente trilogia O Senhor dos Anéis. Agora, pegou apenas um livro, mas resolveu esticar a história para fazer outra trilogia. E o pior é que são filmes longos, este segundo tem duas horas e quarenta e um minutos. Ou seja: é inevitável que o filme fique cansativo. Se fosse um filme de uma hora e quarenta, acho que tudo fluiria melhor.

O Hobbit 2: A Desolação de Smaug tem outro problema, mas a culpa não é do filme, e sim do livro. Na outra trilogia tínhamos nove personagens (quatro hobbits, dois homens, um elfo, um anão e um mago), e já era difícil acompanhar todos – quem nunca confundiu Merry e Pippin, mesmo sabendo que um fica em Gondor enquanto o outro acompanha os Cavaleiros de Rohan? Aqui fica impossível acompanhar cada personagem em uma troupe de quatorze, onde doze são anões. A gente reconhece Thorin, Balin… Kili tem uma trama paralela, e… o resto poderia ser condensado em uns dois ou três personagens. A trama ia ser mais fácil de acompanhar com cinco anões em vez de doze.

(Outro problema menor, mas precisa ser citado: parece que o centro de treinamento dos orcs é junto com o dos stormtroopers. Os orcs erram TUDO!)

Pelo menos Jackson tem talento naquilo que se propõe a fazer. O Hobbit 2: A Desolação de Smaug tem seus momentos sonolentos, mas por outro lado, são várias as sequências eletrizantes ao longo do filme. Jackson consegue tomadas excelentes, com a câmera em movimento, no meio de batalhas épicas.

Aliás, os efeitos especiais, como era de esperar, são excelentes. A sequência dos anões nos barris impressiona pela nitidez que acompanhamos cada gesto e cada golpe, enquanto elfos, anões e orcs brigam entre si. E o dragão é um assombro de tão bem feito. Fico me imaginando o quanto do filme foi realmente filmado e o quanto é cgi.

O elenco repete todos que estavam no primeiro filme, e ainda traz algumas novidades, como Stephen Fry, Luke Evans e Evangeline Lilly, que faz Tauriel, uma elfa que não estava no livro, uma espécie de Arwen mais ativa. Martin Freeman mais uma vez está muito bem no papel título; Ian McKellen repete a competência de sempre no quinto filme como Gandalf. Cate Blanchet pouco aparece com sua Galadriel; Orlando Bloom volta com seu Legolas, aqui num papel menor. Benedict Cumberbatch não aparece, mas sua voz está bem presente – o cara empresta a voz para dois vilões: tanto o Necromante, quanto o dragão Smaug. Aliás, fico me questionando como deve ter sido a gravação de uma cena onde os atores já trabalharam juntos como Sherlock Holmes e Watson…

(O Gollum de Andy Serkis não aparece aqui. Mas Serkis estava por perto, ele foi o diretor de segunda unidade…)

A sessão pra imprensa (que quase não aconteceu por problemas técnicos) foi no tradicional 24 quadros por segundo. Mas parece que algumas salas têm exibições em 48 qps. Pretendo rever no outro formato para comparar. Ah, claro, tem o 3D. Muito bem feito, mas, sei lá, cansei. E achei algumas cenas escuras, não sei se foi por causa dos óculos. E os óculos começam a incomodar depois de mais de duas horas.

O Hobbit 2: A Desolação de Smaug, como era de se esperar, não tem fim. Agora temos que esperar dezembro de 2014 pra ver a conclusão…

Brazil – O Filme

Crítica – Brazil – O Filme

Hora de rever uma obra prima de Terry Gilliam!

Sam Lowry é um burocrata que tem sonhos onde consegue voar para longe da tecnologia e da burocracia. Mas quando tenta corrigir um erro administrativo, se torna um inimigo do estado.

Na minha humilde opinião, este é um dos dois melhores filmes do ex Monty Python Terry Gilliam (ao lado de 12 Macacos). Sou fã do cara, acho que já vi todos os filmes que ele fez.

Uma das coisas que mais chama a atenção em Brazil – O Filme é o apuro visual. Toda a cenografia e os figurinos criam um mundo ao mesmo tempo retrô e futurista – é um mundo moderno, mas as telas de computador são grandes lentes de aumento em cima de teclados de máquinas de escrever! Um detalhe importante: como o filme é de 1985, não existia CGI. Todos os efeitos e cenários são “reais”. E tudo é meticulosamente bem feito. Visualmente, o filme é sensacional!

A trama também é bem orquestrada. Acompanhamos a saga de Sam Lowry, ao mesmo tempo que vemos os seus delírios, tudo isso pontuado com vários momentos hilariantes – Brazil – O Filme não é exatamente uma comédia, mas mesmo assim o filme é muito engraçado.

O elenco também está bem. Já vi Jonathan Pryce em vários outros filmes, mas pra mim, ele será o eterno Sam Lowry. Por outro lado, não me lembro de outros filmes com a “mocinha” Kim Greist. Brazil – O Filme ainda tem Michael Palin, Ian Holm, Bob Hoskins, Jim Broadbent, e uma genial participação especial de Robert De Niro.

E por que o nome “Brazil”? Diz a lenda que um dia Terry Gilliam estava ouvindo Aquarela do Brasil, quando teve a ideia para o filme. Aliás, a música toca insistentemente ao longo de todo o filme. Mas é só isso, o resto do filme não tem nada a ver com o Brasil. Se bem que… Toda a excessiva burocracia mostrada no filme pode muito bem ter sido criada por um brasileiro…

Por fim, vou contar um “causo”. Segunda metade dos anos 80. Era comum termos sessões duplas no então cineclube Estação Botafogo. Programaram uma sessão dupla com Brazil e 1984. Heu já era fã do primeiro, mas nunca tinha visto o segundo. Fui na sessão dupla e descobri que os dois filmes são muito parecidos, apesar de propostas completamente diferentes. Recomendo a sessão dupla!

Ah, para os fãs de Terry Gilliam: The Zero Theorem, seu filme novo, passou no Festival do Rio. Em breve falo dele aqui no heuvi!

Percy Jackson e o Mar de Monstros

Crítica – Percy Jackson e o Mar de Monstros

Novo filme do Percy Jackson!

Para restaurar a segurança do Acampamento Meio-Sangue, o filho de Poseidon e seus amigos embarcam em uma aventura até o Mar de Monstros para encontrar o lendário Velocino de Ouro, ao mesmo tempo que tentam impedir a ascenção de um antigo mal.

Gostei do primeiro filme, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, mas, sei lá por quais motivos, ele não foi muito bem de bilheteria. Mesmo assim, me pareceu uma boa opção de franquia de aventura infanto-juvenil. A comparação óbvia seria com Harry Potter – ambos são adaptações de séries de livros de sucesso e que tratam de temas fantásticos, onde um jovem descobre que tem poderes e é levado para treinar entre pessoas como ele – mas enquanto os filmes do bruxinho são mais lentos e dramáticos, Percy Jackson é mais aventura com ritmo acelerado.

Este segundo filme segue a onda do primeiro. Como não precisamos mais apresentar personagens, tem mais espaço para a ação. Alguns efeitos especiais são muito bons – gostei do touro robô e de como Cronos foi mostrado. Também gostei da sequência que mostra um flashback em animação. Mas… Outros efeitos ficaram devendo. O barco descendo nas ondas na entrada do tal Mar dos Monstros é tão tosco que parece que voltamos aos anos 80…

Algumas coisas ficaram estranhas, como por exemplo Annabeth, que era morena no primeiro filme, agora está loura – parece que no livro ela sempre foi loura, mas a mudança aqui foi sem dar satisfações. Outra coisa que ficou mal explicada foi por que Luke atacou o acampamento, se o seu objetivo não tinha nada a ver com isso.

Sobre o elenco: os três atores principais – Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T Jackson – voltaram aos seus papeis. Leven Rambin aparece com um novo personagem importante na saga, que deve voltar nos próximos filmes (parece que sua personagem estava desde o primeiro livro, mas sei lá por que não entrou no filme). Mas, por outro lado, vários atores famosos que estavam no primeiro filme não voltaram. Se Percy Jackson e o Ladrão de Raios tinha Pierce Brosnam, Uma Thurman, Sean Bean, Rosario Dawson, Catherine Keener, Melina Kanakaredes, Joe Pantoliano e Kevin McKidd, Percy Jackson e o Mar de Monstros só tem Stanley Tucci e Nathan Fillion de nomes mais conhecidos. Pelo menos Fillion tem a mais divertida fala do filme, quando comenta que determinado seriado era muito bom “e não deveria ter sido cancelado” – até hoje os fãs reclamam do cancelamento da série Firefly, estrelada por Fillion.

A série de livros do Percy Jackson, escritos por Rick Riordan, tem cinco livros. Será que em breve teremos mais um Percy Jackson nos cinemas?

Jack – O Caçador de Gigantes

Crítica – Jack O Caçador de Gigantes

Mais um conto de fadas revisto…

A “fábula da vez” é João e o Pé de Feijão, só que em vez de João, é Jack; e em vez de trocar a vaca da família, troca um cavalo por grãos mágicos, que, ao caírem no chão, brotam um gigantesco pé de feijão que vai até as nuvens, onde moram gigantes.

Impossível não nos lembrarmos do recente João e Maria – Caçadores de Bruxas – dois filmes baseados em fábulas, com nomes parecidos e que estrearam quase juntos nos cinemas (foram lançados com dois meses de intervalo). E, pelo menos para o meu gosto, a comparação não foi boa – gostei muito mais de João e Maria do que de Jack

O que tem de bom aqui é que a história original sofreu poucas alterações – João e Maria é uma história medieval com armas de fogo e roupas apertadas de couro. Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, no original) não inventa moda, pode ser vendida como uma fábula “clássica”. Por outro lado, tudo aqui é meio previsível, meio maçante – meio chato até. E o curioso é que o diretor aqui tem um bom currículo. Jack – O Caçador de Gigantes foi dirigido por Bryan Singer, o mesmo de Os Suspeitos e dos dois primeiros X-Men. Pelo diretor, heu esperava mais… Pelo menos a parte técnica é muito bem feita. Os efeitos especiais são muito bons, os gigantes impressionam pela riqueza de detalhes. Pena que todas as lutas são discretas e ninguém sangra – provavelmente por pressão do estúdio por uma censura mais branda.

No elenco, achei curioso um nome como Ewan McGregor ter um personagem coadjuvante. McGregor tem star power pra estrelar seus filmes! Mas aqui, ele serve de escada para os desconhecidos Nicholas Hoult e Eleanor Tomlinson, casal de protagonistas bonitinhos e pouco expressivos. Ainda no elenco, Stanley Tucci e Ian McShane.

No fim, fica aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor. Jack – O Caçador de Gigantes é melhor que Espelho, Espelho Meu, mas fica bem atrás de Branca de Neve e o Caçador e João e Maria, Caçadores de Bruxas

Highlander – O Guerreiro Imortal

Crítica – Highlander – O Guerreiro Imortal

Hora de revisitar um clássico dos anos 80!

Nascido nas Highlands escocesas em 1518, Connor Macleod é imortal. Quando ele é ferido em uma batalha mas não morre, é banido de sua aldeia. Ele encontra outro imortal, Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez, que lhe ensina a mitologia dos imortais, que deverão se encontrar no mundo novo e lutar até só sobrar um, que receberá o “Prêmio”.

Acho o conceito de Highlander genial. Guerreiros imortais vindos de diferentes partes do mundo, e que vão se encontrar no futuro para duelarem até sobrar apenas um. Isso dá um bom caldo para muitas histórias – não à toa, virou uma série de tv anos depois.

O diretor Russell Mulcahy veio de videoclipes – ele fazia os clipes do Duran Duran antes de fazer longas. Highlander – O Guerreiro Imortal tem muito de videoclipe – visual estilizado, com muito contraluz, muito chão molhado. Esteticamente, o filme é muito bonito, tem várias cenas memoráveis. Gosto muito do visual da luta final entre Macleod e Kurgan, num galpão espaçoso, com janelas enormes ao fundo.

Alguns efeitos especiais continuam bons até hoje. As transições temporais são muito criativas, a cena que começa no aquário e termina no lago ainda é genial, mesmo passados quase 30 anos desde o lançamento (o filme é de 1986). Por outro lado, alguns efeitos “perderam a validade”. Vergonha alheia na cena do duelo entre Kurgan e Ramirez – quando a espada bate na parede de pedra, a pedra explode! E quando Macleod termina a luta final, os efeitos especiais usam desenhos animados. Tosco, tosco, tosco…

Sobre o elenco, Christopher Lambert nunca foi um ator versátil, mas o Connor Macleod é a cara dele. Sean Connery está bem, como sempre. Clancy Brown faz um Kurgan excelente, nunca entendi como o ator teve poucos papeis marcantes na carreira (mesmo tendo feito filmes importantes como Um Sonho de Liberdade, Os Últimos Passos de um Homem, Tropas Estelares e Cowboys & Aliens). Ainda no elenco, Roxanne Hart e Beatie Edney.

Outra coisa que merece ser citada é a boa trilha sonora, a cargo do grupo Queen, com alguns bons temas, como Gimme The Prize e a belíssima Who Wants To Live Forever.

Highlander – O Guerreiro Imortal tem um histórico curioso no que diz respeito a continuações. Em 1991 foi lançado um segundo filme, Highlander II: A Ressureição, dirigido pelo mesmo Russell Mulcahy e estrelado pelos mesmos Christopher Lambert e Sean Connery. Mas toda a mitologia original foi jogada no lixo, inventaram uma história onde os imortais vinham de outro planeta! O resultado ficou muito muito ruim, e na época rolou a piada óbvia “there can be only one”, frase que estava no cartaz original do filme mas que podia ser aplicada a sua continuação. Em 94 veio o terceiro filme, o razoável Highlander 3 – O Feiticeiro, cuja trama ignora o segundo. Houve um seriado entre 92 e 98, e em 2000 tivemos um quarto filme, que trazia o heroi do filme (Lambert) ao lado do heroi do seriado (Adrian Paul). Mas este quarto filme conseguiu algo muito difícil: foi pior que o segundo! Depois disso, nunca mais quis ver nada da série, nem sei se fizeram um quinto filme.

Por fim, quero falar mal do dvd oficial lançado aqui no Brasil. As legendas têm muitos erros, tanto erros de digitação quanto erros de tradução. Vergonha um serviço pago ter qualidade inferior a legendas gratuitas encontradas pela internet…

Oz: Mágico e Poderoso

Crítica – Oz: Mágico e Poderoso

Sou fã do Sam Raimi desde a época dos Evil Dead. Claro que não ia deixar de ver sua versão para a origem do Mágico de Oz, né?

Fugindo de uma briga, o mágico de circo Oscar Diggs acaba chegando na Terra de Oz. Lá, ele conhece as bruxas Theodora, Evanora e Glinda, e, com a ajuda de um macaco alado e de uma boneca de porcelana, precisa descobrir quem é do bem e quem é do mal.

Sim, é isso mesmo, esqueça a Dorothy, o Totó, o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata. Trata-se de um prequel, mostrando como o Mágico chegou em Oz.

Li que a produção deste Oz: Mágico e Poderoso teve problemas com direitos autorais. O livro de L Frank Baum, de onde saiu a história, está em domínio público, mas o filme de 1939 O Mágico de Oz não está, e os donos dos direitos não liberaram. Então, tudo aqui teve que ser minuciosamente pensado. As citações ao filme original não podiam ser diretas. Um exemplo disso é o início do filme em preto e branco – as cores aparecem quando ele chega a Oz, como acontece no filme clássico.

Claro que os saudosistas vão dizer que este Oz: Mágico e Poderoso não chega aos pés do filme de 39. Mas acho que isso já era previsto: qualquer um que for “cutucar” um dos maiores clássicos da história do cinema vai encontrar uma legião de “haters”. Faz parte.

Na minha humilde opinião, o resultado ficou bem interessante, uma fantasia a la Tim Burton – diferente do último filme de Raimi, o bom terror Arraste-me Para o Inferno. Raimi consegue desenvolver bem uma nova fábula no mundo de Oz.

A produção é Disney, o que pode ser uma boa e ao mesmo tempo uma má notícia. Por um lado, a produção é de altíssimo nível – a animação dos coadjuvantes (o macaco alado e a boneca) é de uma qualidade impressionante. Por outro, Raimi está mais discreto que o habitual (é só compararmos com o resto da boa filmografia do diretor). Se Raimi estivesse mais “solto”, o resultado provavelmente seria menos comportado.

Sobre os efeitos especiais, eles ficaram meio artificiais, mas isso me pareceu proposital. Alguns cenários são muito coloridos, algumas maquiagens são muito caricatas – os cenários e caracterizações parecem uma mistura de Alice no País das Maravilhas do Tim Burton com O Grinch do Jim Carrey.

No elenco, não vi nenhum destaque. James Franco está canastrão, mas acho que o personagem pedia isso. Não gostei da atuação de Mila Kunis, ela parece artificial demais. Rachel Weisz se sai um pouco melhor com sua bruxa menos caricata. Ainda no elenco, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Cobbs e as tradicionais pontas de Bruce Campbell e Ted Raimi.

Enfim, Oz: Mágico e Poderoso não se tornará um clássico como o filme de 39. Mas é uma boa diversão.