Ondine

Ondine

Syracuse (Colin Farrell) é um pescador irlandês pouco acostumado com a sorte. Mas isso muda quando ele encontra uma misteriosa mulher em sua rede de pesca. Ele desconfia que ela possa ser uma sereia, mas sua filha de dez anos – que, por causa de um problema de saúde vive numa cadeira de rodas – acha que ela é uma Selkie, uma espécie de mulher foca da mitologia local.

Colin Farrell voltou à sua Irlanda natal para esta simpática fábula, escrita e dirigida por Neil Jordan, outro irlandês ilustre. O que é mais legal em Ondine é a dúvida que o filme levanta: seria Ondine uma Selkie de verdade?

Além de Farrell, dois nomes se destacam no elenco: a bela e pouco conhecida Alicja Bachleda (mexicana, descendente de poloneses) como Ondine, e Alison Barry como a esperta filha do pescador. Claro, como é um filme do Neil Jordan, Stephen Rea, seu ator favorito, também está lá.

Neil Jordan é um grande diretor e já fez grandes filmes, como Entrevista Com um Vampiro, Traídos Pelo Desejo e Fim de Caso. Aqui, é um filme mais modesto, uma história romântica no formato de um conto de fadas moderno.

O roteiro anda por um caminho perigoso, mas consegue resolver de maneira satisfatória o mistério de Ondine. Pelo menos heu gostei da solução do filme!

Enfim, nada essencial. Mas um filme leve e agradável, quem for assistir não vai se arrepender.

Amor Além da Vida

Amor Além da Vida

Em tempos do sucesso de Nosso Lar e suas histórias sobre o pós morte, resolvi rever Amor Além da Vida, na minha humilde opinião, o melhor filme sobre o assunto.

Chris Nielsen perde os dois filhos num acidente, e, quatro anos depois, quando morre, vai parar num paraíso maravilhoso. Mas está faltando uma coisa: sua esposa, Annie. Quando Annie se suicida e vai para o inferno, Chris resolve arriscar sua permanência no paraíso atrás da redenção de sua alma gêmea.

Este filme, dirigido pelo neo-zelandês Vincent Ward e baseado num livro de Richard Matheson, tem um visual impressionante. Rendeu até o Oscar de Melhores Efeitos Especiais de 1999. Fiquei até com vontade de fazer um Top 10 de visuais deslumbrantes (Terry Gilliam? Tim Burton?).

Chris gosta de quadros. Quando morre, vai parar dentro de um. É um quadro vivo, os cenários são tinta! E este não é o único momento onde a parte visual se destaca. É ao longo de todo o filme. O cuidado com os quadros é tão grande que, nos créditos finais, aparece uma lista de quais obras foram citadas ao longo do filme.

O visual e os efeitos especiais ajudaram o filme a não ser piegas – poucos anos antes, Ghost – Do Outro Lado da Vida trazia uma trama parecida, sobre um casal separado por um falecimento, e virou um marco da pieguice. Aqui, em Amor Além da Vida, não só temos o visual extasiante, como também a história é mais bem construída – não se trata apenas do casal, também tem o amor pelos filhos.

O elenco se baseia na dupla Robin Williams e Cuba Gooding Jr. Ok, hoje, em 2010, ambos não emplacam sucessos há algum tempo (principalmente Cuba, já que Robin Williams continua com papeis menores em comédias de sucesso como os dois Uma Noite no Museu). Mas, em 98, quando Amor Além da Vida estava sendo feito, eram dois nomes em alta – Williams ganhara o Oscar de melhor ator coadjuvante em 1997 por Gênio Indomável; enquanto Cuba ganhara o mesmo prêmio no ano seguinte, por Jerry Maguire. Ainda no elenco, Annabella Sciorra, Max Von Sydow e Rosalind Chao.

Por fim, contarei uma experiência pessoal. Assim como o protagonista, heu também tive uma filha que faleceu, não por acidente, mas por problemas cardíacos. Por isso este filme é tão importante para mim!

Filmaço. Dá pra ver com patroa, pela belíssima história de amor, além de ter cenas de tirar o fôlego de tão bonitas. Até os marmanjos têm permissão para chorar aqui!

O Último Mestre do Ar

O Último Mestre do Ar

Estreou o novo Shyamalan. E aí? É bom como o seu primeiro filme, Sexto Sentido? Ou ruim, muito ruim, como o seu último, Fim dos Tempos?

Trata-se da adaptação do desenho Avatar: The Last Airbender, da Nickelodeon, que conta a história de um lugar onde existem “dobradores”, pessoas pessoa que têm poderes para manipular um dos quatro elementos (ar, água, terra e fogo).  O garoto Aang é o último “dobrador do ar”, e, segundo uma profecia, ele é o Avatar, um ser de habilidades extraordinárias e o único capaz de controlar todos os elementos. Com a ajuda dos irmãos Katara e Sokka, Aang tem de trazer novamente o equilíbrio entre os povos, finalizando assim o conflito iniciado pela Nação do Fogo.

Rola um grande pé atrás com relação ao diretor Shyamalan.Vou copiar aqui o que escrevi no Top 1o de estilos de filmes ruins: “Até hoje, não sei se M Night Shyamalan é um bom diretor passando por uma longa fase ruim; ou um picareta que conseguiu fazer um excelente filme de estreia. Vamos analisar os seus seis filmes até hoje? Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, é muito bom, um dos melhores de 1999. Depois veio Corpo Fechado, bom filme, mas parecido demais com o primeiro. Depois veio Sinais, que começa bem, mas termina mal, muito mal. Aí veio A Vila, ideia interessante, mas que não sustenta um longa, seria um bom episódio de uma série tipo Twilight Zone. Dama na Água veio em seguida, e é ruim, ruim, ruim. Se fosse despretensioso, seria um bom trash. Por fim, veio Fim dos Tempos, que é tão ruim, mas tão ruim, que talvez seja pior que Dama na Água.”

O Último Mestre do Ar não é bom como Sexto Sentido, mas pelo menos não é tão ruim quanto os dois últimos…

De positivo, temos belíssimos cenários e excelentes efeitos especiais. Um filme desses seria impossível de ser feito sem os efeitos digitais de hoje em dia, já que os “dobradores” ignoram as leis da física ao manipularem seus elementos. Além disso, as lutas são bem coreografadas.

Mas isso não é o suficiente para um filme longa metragem. A história é fraca e o roteiro, mal escrito. E olha que foi a primeira vez que Shyamalan filmou um roteiro escrito por outra pessoa! Nunca vi o desenho animado, mas pelo que li na internet, os personagens lá são mais bem construídos. Também li que o desenho tinha humor, coisa que não rola aqui no filme – as poucas situações de alívio cômico são muito bobas.

Pra piorar, o elenco é cheio de nomes desconhecidos que não estão bem (o único nome que heu reconheci é Dev Patel, de Quem Quer Ser Um Milionário). Noah Ringer, que interpreta Aang, foi escolhido porque sabe lutar bem e é parecido com o Aang do desenho, mas é um ator ruinzinho… Os atores estão todos (sem excessão) acima do tom. Aí tudo fica parecendo caricato demais.

E parece que Shyamalan pretende fazer uma trilogia. Logo no início do filme, lemos que este é o “primeiro livro”…

Também preciso falar sobre o trailer. Assim como em Fim dos Tempos, o trailer aqui era empolgante, mostrava Aang praticando suas técnicas, num templo, cercado de velas. Depois a câmera saía do templo onde estava Aang e víamos que ele estava prestes a ser atacado por centenas de inimigos. ESTA CENA NÃO ESTÁ NO FILME!!!

Para finalizar, vou contar uma piada que ouvi. Shyamalan pretendia chamar o filme de “Avatar”, assim como o desenho. Mas o Avatar de James Cameron já estava em produção. Então, deve ter rolado um diálogo mais ou menos assim:
– Oi, eu sou o M Night Shyamalan, fiz um filme muito bom em 99, mas depois nunca mais consegui acertar, e meus dois últimos filmes foram fracassos de bilheteria.
– Oi, eu sou o James Cameron. Meu último filme é a maior bilheteria da história de Hollywood e ganhou 11 Oscars. E também fiz…
– Ok, sr. Cameron, pode ficar com o nome…

Eu e Meu Guarda-Chuva


Eu e Meu Guarda-Chuva

Nova produção infanto-juvenil brasileira. Vamos ver qualé!

A sinopse: em sua última noite de férias, Eugênio, um menino de 11 anos, e seu melhor amigo, Cebola, se metem em aventuras inimagináveis para resgatar Frida, sua paixão e colega de escola, que foi sequestrada pelo fantasma do temível Barão Von Staffen.

Eu e Meu Guarda-Chuva é baseado no livro escrito por Branco Mello, Hugo Possolo e Ciro Pessoa. Sim, é o Branco Mello dos Titãs, e o Ciro Pessoa, o “quase Titã”. Tony Bellotto, autor dos livros do detetive Bellini, não é o único da banda paulista que é autor de livro que vira filme!

O filme, dirigido pelo estreante Tony Vanzolini, é curto e criativo. A história não é nada demais, é até bem simples. Mas pelo menos não insulta o espectador, como alguns filmes infantis que estão por aí.

A parte técnica funciona bem. São poucos e eficientes efeitos especiais, e a fotografia manda bem ao apresentar alguns lugares sombrios.

Falando nisso, Eu e Meu Guarda-Chuva traz boas locações. A escola onde se passa boa parte do filme é o Colégio Sion, em São Paulo, que tem ótimos cenários; e o filme ainda tem cenas gravadas na Suécia e na República Tcheca – foram usadas belas paisagens de Praga.

Ninguém se destaca no elenco. Os três garotos (Lucas Cotrim, Rafaela Victor e Victor Froiman) não atrapalham, mas também não fazem nada além do feijão com arroz. E Daniel Dantas tem o problema comum que assola dez entre dez vilões de filmes nacionais: está caricato demais. Arnaldo Antunes faz uma divertida ponta; Leandro Hassum é desperdiçado em uma ponta sem graça.

Para os pais que quiserem mostrar algo nacional para os seus filhos…

Gremlins 2

Gremlins 2

Depois de anos, consegui rever Gremlins 2!

Billy e Kate agora moram em Nova York, e ambos trabalham num moderníssimo edifício. Por coincidência, Gizmo aparece por lá, e, acidentalmente, tudo recomeça: ele se molha e os outros mogwais comem depois de meia noite. Gremlins então tomam conta do edifício e estão prestes a sair para as ruas!

Se alguém me pedir pra definir Gremlins 2 com uma palavra, heu diria “galhofa”. Lançada em 1990, a continuação do divertido Gremlins, de 1984, é um “filme-galhofa”! Nada aqui é levado a sério. Tudo é exagerado.

Inclusive, o filme traz pelo menos duas cenas se auto-parodiando. Na primeira, o crítico Leonard Maltin fala mal do primeiro filme; na outra, gremlins atacam o próprio cinema, numa das mais geniais cenas de metalinguagem da história do cinema.

(Aproveito aqui para falar mal da versão em dvd desta cena. Nos cinemas, os gremlins atacavam a película do filme; na versão em vhs, o problema foi adaptado à mídia: a fita magnética apresentava problemas. Por que não criaram uma terceira versão para o dvd?)

O diretor é o mesmo Joe Dante do primeiro filme, e o elenco também traz os mesmos Zach Galligan e Phoebe Cates do original. E ainda tem um Christopher Lee caricato!

A animação dos Gremlins continua excelente como no primeiro filme. Bichinhos fofinhos, bichinhos gosmentos, bichinhos engraçados, bichinhos bagunceiros. Nada de computador, são vários bonecos tocando o terror e fazendo uma das maiores algazarras da história do cinema!

Rolam boatos sobre a produção de uma terceira parte. Sei não, hoje em dia, com efeitos especiais digitais, tenho dúvidas se os mogwais e gremlins teriam o mesmo charme…

Esta é uma daquelas inexplicáveis ausências no mercado nacional de dvds… Por sorte consegui comprar meu dvd original gringo!

Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas

Heu já estava na pilha para ver este filme há um tempo, desde que vi a minissérie para tv Alice, do SyFy. Mas tive que esperar para ver junto com a minha filha de nove anos. Afinal, o nome dela é Alice…

No filme, Alice, agora com 19 anos, foge de uma festa onde ela será proposta em casamento, e acaba caindo novamente no buraco do coelho. O problema é que ela não se lembra de nada da sua visita anterior, e seus antigos amigos tampouco têm certeza se é a “Alice certa”. E agora Alice precisa cumprir o seu destino e lutar contra a Rainha Vermelha.

Alice no País das Maravilhas é Tim Burton, né? Burton é um dos poucos cineastas com um trabalho autoral atualmente. E a história de Lewis Carroll da Alice no País das Maravilhas se encaixa perfeitamente no seu estilo viajante. O visual do filme é alucinante. Tudo, cenários, cores, personagens, props (objetos de cena), tudo é muito legal dese ver.

(Em 1989, li o livro original. É uma grande viagem lisérgica. Na época, fiquei imaginando que o único diretor capaz de transpor isso para as telas seria Terry Gilliam. Afinal, na época, Gilliam tinha acabado de fazer As Aventuras do Barão Munchausen, enquanto Burton estava envolvido no primeiro filme do Batman. Mas admito que Burton fez um bom trabalho. Será que existe em Hollywood um terceiro diretor capaz de um fato destes? Que tal uma versão mais dark por Guillermo del Toro?)

A ainda desconhecida australiana Mia Wasikowska interpreta o papel título, num filme onde poucos atores mostram a cara de verdade. Digo isso porque efeitos de maquiagem e de cgi mudaram bastante as feições de Johnny Depp e Helena Bonham Carter (atores que estão em boa parte dos filmes de Burton), e também de Anne Hathaway e Crispin Glover.  Isso porque vi a versão dublada, então nem ouvi as vozes de Stephen Fry, Michael Sheen, Alan Rickman, Timothy Spall e Christopher Lee…

Os efeitos especiais são excelentes. Alice muda de tamanho diversas vezes, animais conversam, um dos exércitos é de cartas enquanto o outro é de peças de xadrez… Os efeitos são tão detalhistas que o Valete de Crispin Glover parece um boneco e não uma pessoa!

De negativo, podemos constatar que o 3D não é lá grandes coisas. Alice no País das Maravilhas não foi filmado em 3D, o efeito foi inserido depois, dividindo o filme em camadas, então não tem profundidade. Não acho certo que o espectador pague mais caro por isso!

Para finalizar, deixo uma pergunta para quem viu o filme: Você sabe qual é semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?

A Montanha Enfeitiçada

A Montanha Enfeitiçada

Com um passado ligado ao crime, o grandalhão Jack Bruno (Dwayne Johnson) trabalha como taxista e tenta ficar longe de problemas. Mas acaba se envolvendo como dois passageiros, um casal de irmãos adolescentes – que não são exatamente o que parecem ser.

A Montanha Enfeitiçada é Disney. Isso tem o seu lado bom e seu lado ruim. Por um lado, a qualidade técnica é indiscutível. Mas, por outro lado, a Disney é famosa por ser previsível e “água com açúcar”…

E aqui o padrão Disney está presente. Os efeitos especiais são excelentes – alguns deles são realmente impressionantes, como, por exemplo, o momento onde um dos adolescentes pára o carro na estrada. Mas, por outro lado, a trama é tão bobinha… Ok, trata-se de um filme para o público infanto-juvenil. Mas precisava ser tudo tão óbvio?

Dirigido por Andy Flickman, A Montanha Enfeitiçada é a refilmagem do filme homônimo, também da Disney, de 1975. Os nomes em português são iguais, mas em inglês o original se chama Escape to Witch Mountain, enquanto  a refilmagem é Race to Witch Mountain. Não vi o original, não posso dizer qual dos dois é melhor…

No elenco, Dwayne Johnson, que antes era chamado de “The Rock”, está eficiente como o “taxista bom de briga”. Ele está naquele momento da carrreira onder quer diversificar e deixar os filmes de ação de lado – Arnold Swarzennegger e Sylvester Stallone percorreram este caminho anos atrás. Além dele, temos Carla Gugino, Ciarán Hinds, Tom Everett Scott, e os jovens AnnaSophia Robb e Alexander Ludwig. E uma ponta de Cheech Marin como o mecânico.

Enfim, um filme correto e bem feito, que vai agradar as crianças e os adultos menos exigentes.

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson acha que é um garoto normal. Até que, de repente, descobre que não só ele é filho do deus grego Poseidon, como ele está sendo acusado de ter roubado o raio de Zeus!

O que é interessante nesta nova aventura infanto juvenil, em cartaz nos cinemas cariocas, é o uso da mitologia grega. Temos os deuses do Olimpo, como Zeus, Poseidon, Hades e Atena, além de várias figuras fantásticas como o Minotauro, a Medusa e a Fúria.

Claro que o visual do filme deu uma modernizada nesta mitologia. O sátiro é negro, o centauro se disfarça no mundo real com uma cadeira de rodas, a entrada do Olimpo é um elevador no Empire State, e por aí vai. Gostei do Hades, deus do inferno, com cara de roqueiro cinquentão, algo entre o Tonni Iommi e o Richie Blackmore!

A história é bobinha, afinal, o público alvo é a garotada. Algumas coisas parecem simples demais – será que seria tão fácil assim roubar o raio de Zeus? Mesmo assim, adultos podem curtir o filme, se estiverem no clima certo.

O elenco principal traz três jovens ainda desconhecidos, Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T Jackson. Mas temos vários nomes famosos entre os coadjuvantes, como Pierce Brosnam, Uma Thurman, Sean Bean, Rosario Dawson, Catherine Keener, Melina Kanakaredes, Joe Pantoliano e Kevin McKidd.

Como era de se esperar num blockbuster deste estilo, os efeitos especiais são de primeira linha. Nada demais para os dias de hoje, quando o cgi chegou ao nível onde se encontra. Apenas ficou fácil mostrar sátiros, centauros e medusas convincentes.

(Na cena da medusa, fiquei me lembrando do clássico Fúria de Titãs, com a animação em stop motion de Ray Harryhausen – a “animação de massinha”. Aquilo era muito legal, mas não convencia ninguém!)

O diretor é Chris Columbus, o mesmo dos primeiros Harry Potter. E, se a gente olhar bem, a estrutura é bem parecida: “jovem descobre que tem poderes especiais e por isso é levado para um lugar isolado, onde outros jovens semelhantes aprendem a usar suas habilidades”. Ah, sim, ainda tem o fato que tanto Harry quanto Percy andam acompanhados de um amigo e uma amiga. Sim, parece um “Harry Potter e o raio de Zeus”…

Percy Jackson tem tudo para virar uma nova franquia cinematográfica. Tomara que mantenham o bom nível deste primeiro filme!

Alice – Minissérie do SyFy Channel

Alice

Enquanto “Alice no País das Maravilhas”, a nova superpodução de Tim Burton, não chega aos cinemas (a data prevista para a estreia é 16 de abril), o canal SyFy resolveu mostrar uma nova versão da clássica história de Lewis Carroll, numa minissérie de apenas dois capítulos, com um total de pouco menos de três horas.

(Heu odiei este novo nome do canal, prefiro o anterior “SciFi Channel”!)

A trama lisérgica: Alice é uma jovem que acidentalmente cai através de um espelho e vai parar num mundo completamente diferente, onde um chapeleiro e um cavaleiro a ajudam num resgate.

A minissérie é baseada em dois livros de Carroll: Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho. Vou confessar que, no distante ano de 1989, heu li esses livros, emprestados de uma biblioteca, pois achava fascinante toda a “viagem” – parecia que o autor tinha tomado um ácido antes de escrever. Mas sou sincero, desde então, nunca mais dei bola, e me esqueci de quase tudo que tinha na história original…

Existe um elemento muito interessante e importante na trama da minissérie, que não sei se já estava na história original: as pessoas do nosso mundo são levadas para o País das Maravilhas, e suas emoções são drenadas e transformadas em chá! Achei isso genial!

O visual da série é bem legal. Alguns cenários são deslumbrantes, e os efeitos são excelentes. Aliás, algumas das cenas são tão legais que nem parece que estamos vendo algo feito direto para a tv. Parabéns, canal SyFy!

No elenco, os principais nomes não são muito conhecidos: Caterian Scorsone como Alice, Andrew Lee Potts como o Chapeleiro, Matt Frewer como o Cavaleiro Branco e Philip Winchester como Jack Chase. Mas temos alguns nomes famosos em papéis menores (e importantes): Kathy Bates e Colm Meaney como a Rainha e o Rei de Copas, Harry Dean Stanton como Lagarta e Tim Curry como Dodô. De um modo geral, todos estão bem. Alguns estão um pouco caricatos, mas isso faz parte do contexto. Gostei dos dois atores que acompanham alice, Potts e Frewer, ficarei de olho nesses nomes.

Tudo funciona muito bem até a parte final, quando Alice entra no cassino. Não sei o que aconteceu a partir daí, parece que houve um apagão com os roteiristas e várias coisas ficaram mal resolvidas e não foram explicadas. E, pra piorar, a última cena é um clichê tão óbvio que dá raiva! Pena, porque ia tudo tão bem…

Mesmo assim, recomendo para quem gosta de histórias malucas e viajantes!

Bandidos do Tempo

Bandidos do Tempo

Com a proximidade da estreia do Imaginário do Dr. Parnassus, resolvi rever alguns filmes viajantes do Terry Gilliam: As Aventuras do Barão Munchausen e este Bandidos do Tempo, que nunca foi lançado por aqui em dvd. Heu até tenho o vhs original, mas como não tenho mais videocassete, encomendei um dvd gringo pela internet. Quando chegou, coloquei no dvd player, e descobri que não existe a opção de ver com legendas! Poxa, heu esperava pelo menos legendas em inglês! Resultado: baixei o filme e assisti em formato avi… Depois reclamam da pirataria!

Bandidos do Tempo tem uma premissa genial: como Deus criou o mundo em apenas seis dias, ficaram espalhadas várias falhas, vários buracos. Seis anões, que ajudaram na criação do mundo, roubam o mapa onde estão esses buracos, e saem viajando pelo tempo roubando coisas. No caminho, caem dentro do quarto de Kevin, um garoto inglês de 11 anos, que, meio sem querer, acaba se juntando ao grupo.

A premissa é genial e o filme é muito divertido. Afinal, não é todo dia que viajamos pelo mundo e encontramos Napoleão, Robin Hood e o rei Agamemnon, e ainda viajamos no Titanic, isso tudo antes de entrar na “era das lendas”, onde gigantes usam navios como chapéus e “O Mal” em pessoa vive na sua Fortaleza das Trevas.

Os principais nomes do elenco – o garoto e os anões – não são muito conhecidos. Este foi o filme de estreia de Craig Warnock, que faz Kevin, o garoto. E Warnock nunca mais fez nada digno de nota. Entre os anões, heu só reconheci dois: Kenny Baker (que estava dentro do robô R2-D2, dos filmes clássicos da saga Guerra nas Estrelas) e Jack Purvis (que era um dos amigos do Barão Munchausen). Os outros anões são David Rappaport, Malcolm Dixon, Tiny Ross e Michael Edmonds.

Por outro lado, nos papéis secundários tem um monte de atores legais! Sean Connery é Agamemnon; John Cleese é Robin Hood; Ian Holm é Napoleão. Michael Palin e Shelley Duvall aparecem em duas breves cenas, David Warner é “O Mal”, e Ralph Richardson, o “Ser Supremo”. E ainda temos Peter Vaughan, Katherine Helmond, Charles McKeown e Jim Broadbent.

Como todos aqui sabem (ou deveriam saber), Terry Gilliam fazia parte do grupo Monty Python. Aqui temos outros dois ex-Pythons no elenco, John Cleese e Michael Palin. E, de quebra, o roteiro foi escrito por Gilliam e Palin. Não sei se existe outro filme tão “Pythoniano” como este, fora os feitos pelos seis juntos!

(Yellowbeard – O Pirata da Barba Amarela, também tinha três ex-Pythons: foi escrito por Graham Chapman e no elenco contava com Chapman, Eric Idle e John Cleese. Mas o diretor, Mel Damski, não era ex-Python!)

Enfim, Bandidos do Tempo é um filme divertidíssimo. Ok, concordo, é um pouco maluco também, mas mesmo assim, continua divertdíssimo!

Como curiosidade final: Bandidos do Tempo teve dois nomes diferentes no Brasil, afinal, quando passou nos cinemas, foi lançado como Os Aventureiros do Tempo!