Eu e Meu Guarda-Chuva


Eu e Meu Guarda-Chuva

Nova produção infanto-juvenil brasileira. Vamos ver qualé!

A sinopse: em sua última noite de férias, Eugênio, um menino de 11 anos, e seu melhor amigo, Cebola, se metem em aventuras inimagináveis para resgatar Frida, sua paixão e colega de escola, que foi sequestrada pelo fantasma do temível Barão Von Staffen.

Eu e Meu Guarda-Chuva é baseado no livro escrito por Branco Mello, Hugo Possolo e Ciro Pessoa. Sim, é o Branco Mello dos Titãs, e o Ciro Pessoa, o “quase Titã”. Tony Bellotto, autor dos livros do detetive Bellini, não é o único da banda paulista que é autor de livro que vira filme!

O filme, dirigido pelo estreante Tony Vanzolini, é curto e criativo. A história não é nada demais, é até bem simples. Mas pelo menos não insulta o espectador, como alguns filmes infantis que estão por aí.

A parte técnica funciona bem. São poucos e eficientes efeitos especiais, e a fotografia manda bem ao apresentar alguns lugares sombrios.

Falando nisso, Eu e Meu Guarda-Chuva traz boas locações. A escola onde se passa boa parte do filme é o Colégio Sion, em São Paulo, que tem ótimos cenários; e o filme ainda tem cenas gravadas na Suécia e na República Tcheca – foram usadas belas paisagens de Praga.

Ninguém se destaca no elenco. Os três garotos (Lucas Cotrim, Rafaela Victor e Victor Froiman) não atrapalham, mas também não fazem nada além do feijão com arroz. E Daniel Dantas tem o problema comum que assola dez entre dez vilões de filmes nacionais: está caricato demais. Arnaldo Antunes faz uma divertida ponta; Leandro Hassum é desperdiçado em uma ponta sem graça.

Para os pais que quiserem mostrar algo nacional para os seus filhos…

Gremlins 2

Gremlins 2

Depois de anos, consegui rever Gremlins 2!

Billy e Kate agora moram em Nova York, e ambos trabalham num moderníssimo edifício. Por coincidência, Gizmo aparece por lá, e, acidentalmente, tudo recomeça: ele se molha e os outros mogwais comem depois de meia noite. Gremlins então tomam conta do edifício e estão prestes a sair para as ruas!

Se alguém me pedir pra definir Gremlins 2 com uma palavra, heu diria “galhofa”. Lançada em 1990, a continuação do divertido Gremlins, de 1984, é um “filme-galhofa”! Nada aqui é levado a sério. Tudo é exagerado.

Inclusive, o filme traz pelo menos duas cenas se auto-parodiando. Na primeira, o crítico Leonard Maltin fala mal do primeiro filme; na outra, gremlins atacam o próprio cinema, numa das mais geniais cenas de metalinguagem da história do cinema.

(Aproveito aqui para falar mal da versão em dvd desta cena. Nos cinemas, os gremlins atacavam a película do filme; na versão em vhs, o problema foi adaptado à mídia: a fita magnética apresentava problemas. Por que não criaram uma terceira versão para o dvd?)

O diretor é o mesmo Joe Dante do primeiro filme, e o elenco também traz os mesmos Zach Galligan e Phoebe Cates do original. E ainda tem um Christopher Lee caricato!

A animação dos Gremlins continua excelente como no primeiro filme. Bichinhos fofinhos, bichinhos gosmentos, bichinhos engraçados, bichinhos bagunceiros. Nada de computador, são vários bonecos tocando o terror e fazendo uma das maiores algazarras da história do cinema!

Rolam boatos sobre a produção de uma terceira parte. Sei não, hoje em dia, com efeitos especiais digitais, tenho dúvidas se os mogwais e gremlins teriam o mesmo charme…

Esta é uma daquelas inexplicáveis ausências no mercado nacional de dvds… Por sorte consegui comprar meu dvd original gringo!

Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas

Heu já estava na pilha para ver este filme há um tempo, desde que vi a minissérie para tv Alice, do SyFy. Mas tive que esperar para ver junto com a minha filha de nove anos. Afinal, o nome dela é Alice…

No filme, Alice, agora com 19 anos, foge de uma festa onde ela será proposta em casamento, e acaba caindo novamente no buraco do coelho. O problema é que ela não se lembra de nada da sua visita anterior, e seus antigos amigos tampouco têm certeza se é a “Alice certa”. E agora Alice precisa cumprir o seu destino e lutar contra a Rainha Vermelha.

Alice no País das Maravilhas é Tim Burton, né? Burton é um dos poucos cineastas com um trabalho autoral atualmente. E a história de Lewis Carroll da Alice no País das Maravilhas se encaixa perfeitamente no seu estilo viajante. O visual do filme é alucinante. Tudo, cenários, cores, personagens, props (objetos de cena), tudo é muito legal dese ver.

(Em 1989, li o livro original. É uma grande viagem lisérgica. Na época, fiquei imaginando que o único diretor capaz de transpor isso para as telas seria Terry Gilliam. Afinal, na época, Gilliam tinha acabado de fazer As Aventuras do Barão Munchausen, enquanto Burton estava envolvido no primeiro filme do Batman. Mas admito que Burton fez um bom trabalho. Será que existe em Hollywood um terceiro diretor capaz de um fato destes? Que tal uma versão mais dark por Guillermo del Toro?)

A ainda desconhecida australiana Mia Wasikowska interpreta o papel título, num filme onde poucos atores mostram a cara de verdade. Digo isso porque efeitos de maquiagem e de cgi mudaram bastante as feições de Johnny Depp e Helena Bonham Carter (atores que estão em boa parte dos filmes de Burton), e também de Anne Hathaway e Crispin Glover.  Isso porque vi a versão dublada, então nem ouvi as vozes de Stephen Fry, Michael Sheen, Alan Rickman, Timothy Spall e Christopher Lee…

Os efeitos especiais são excelentes. Alice muda de tamanho diversas vezes, animais conversam, um dos exércitos é de cartas enquanto o outro é de peças de xadrez… Os efeitos são tão detalhistas que o Valete de Crispin Glover parece um boneco e não uma pessoa!

De negativo, podemos constatar que o 3D não é lá grandes coisas. Alice no País das Maravilhas não foi filmado em 3D, o efeito foi inserido depois, dividindo o filme em camadas, então não tem profundidade. Não acho certo que o espectador pague mais caro por isso!

Para finalizar, deixo uma pergunta para quem viu o filme: Você sabe qual é semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?

A Montanha Enfeitiçada

A Montanha Enfeitiçada

Com um passado ligado ao crime, o grandalhão Jack Bruno (Dwayne Johnson) trabalha como taxista e tenta ficar longe de problemas. Mas acaba se envolvendo como dois passageiros, um casal de irmãos adolescentes – que não são exatamente o que parecem ser.

A Montanha Enfeitiçada é Disney. Isso tem o seu lado bom e seu lado ruim. Por um lado, a qualidade técnica é indiscutível. Mas, por outro lado, a Disney é famosa por ser previsível e “água com açúcar”…

E aqui o padrão Disney está presente. Os efeitos especiais são excelentes – alguns deles são realmente impressionantes, como, por exemplo, o momento onde um dos adolescentes pára o carro na estrada. Mas, por outro lado, a trama é tão bobinha… Ok, trata-se de um filme para o público infanto-juvenil. Mas precisava ser tudo tão óbvio?

Dirigido por Andy Flickman, A Montanha Enfeitiçada é a refilmagem do filme homônimo, também da Disney, de 1975. Os nomes em português são iguais, mas em inglês o original se chama Escape to Witch Mountain, enquanto  a refilmagem é Race to Witch Mountain. Não vi o original, não posso dizer qual dos dois é melhor…

No elenco, Dwayne Johnson, que antes era chamado de “The Rock”, está eficiente como o “taxista bom de briga”. Ele está naquele momento da carrreira onder quer diversificar e deixar os filmes de ação de lado – Arnold Swarzennegger e Sylvester Stallone percorreram este caminho anos atrás. Além dele, temos Carla Gugino, Ciarán Hinds, Tom Everett Scott, e os jovens AnnaSophia Robb e Alexander Ludwig. E uma ponta de Cheech Marin como o mecânico.

Enfim, um filme correto e bem feito, que vai agradar as crianças e os adultos menos exigentes.

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Percy Jackson acha que é um garoto normal. Até que, de repente, descobre que não só ele é filho do deus grego Poseidon, como ele está sendo acusado de ter roubado o raio de Zeus!

O que é interessante nesta nova aventura infanto juvenil, em cartaz nos cinemas cariocas, é o uso da mitologia grega. Temos os deuses do Olimpo, como Zeus, Poseidon, Hades e Atena, além de várias figuras fantásticas como o Minotauro, a Medusa e a Fúria.

Claro que o visual do filme deu uma modernizada nesta mitologia. O sátiro é negro, o centauro se disfarça no mundo real com uma cadeira de rodas, a entrada do Olimpo é um elevador no Empire State, e por aí vai. Gostei do Hades, deus do inferno, com cara de roqueiro cinquentão, algo entre o Tonni Iommi e o Richie Blackmore!

A história é bobinha, afinal, o público alvo é a garotada. Algumas coisas parecem simples demais – será que seria tão fácil assim roubar o raio de Zeus? Mesmo assim, adultos podem curtir o filme, se estiverem no clima certo.

O elenco principal traz três jovens ainda desconhecidos, Logan Lerman, Alexandra Daddario e Brandon T Jackson. Mas temos vários nomes famosos entre os coadjuvantes, como Pierce Brosnam, Uma Thurman, Sean Bean, Rosario Dawson, Catherine Keener, Melina Kanakaredes, Joe Pantoliano e Kevin McKidd.

Como era de se esperar num blockbuster deste estilo, os efeitos especiais são de primeira linha. Nada demais para os dias de hoje, quando o cgi chegou ao nível onde se encontra. Apenas ficou fácil mostrar sátiros, centauros e medusas convincentes.

(Na cena da medusa, fiquei me lembrando do clássico Fúria de Titãs, com a animação em stop motion de Ray Harryhausen – a “animação de massinha”. Aquilo era muito legal, mas não convencia ninguém!)

O diretor é Chris Columbus, o mesmo dos primeiros Harry Potter. E, se a gente olhar bem, a estrutura é bem parecida: “jovem descobre que tem poderes especiais e por isso é levado para um lugar isolado, onde outros jovens semelhantes aprendem a usar suas habilidades”. Ah, sim, ainda tem o fato que tanto Harry quanto Percy andam acompanhados de um amigo e uma amiga. Sim, parece um “Harry Potter e o raio de Zeus”…

Percy Jackson tem tudo para virar uma nova franquia cinematográfica. Tomara que mantenham o bom nível deste primeiro filme!

Alice – Minissérie do SyFy Channel

Alice

Enquanto “Alice no País das Maravilhas”, a nova superpodução de Tim Burton, não chega aos cinemas (a data prevista para a estreia é 16 de abril), o canal SyFy resolveu mostrar uma nova versão da clássica história de Lewis Carroll, numa minissérie de apenas dois capítulos, com um total de pouco menos de três horas.

(Heu odiei este novo nome do canal, prefiro o anterior “SciFi Channel”!)

A trama lisérgica: Alice é uma jovem que acidentalmente cai através de um espelho e vai parar num mundo completamente diferente, onde um chapeleiro e um cavaleiro a ajudam num resgate.

A minissérie é baseada em dois livros de Carroll: Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho. Vou confessar que, no distante ano de 1989, heu li esses livros, emprestados de uma biblioteca, pois achava fascinante toda a “viagem” – parecia que o autor tinha tomado um ácido antes de escrever. Mas sou sincero, desde então, nunca mais dei bola, e me esqueci de quase tudo que tinha na história original…

Existe um elemento muito interessante e importante na trama da minissérie, que não sei se já estava na história original: as pessoas do nosso mundo são levadas para o País das Maravilhas, e suas emoções são drenadas e transformadas em chá! Achei isso genial!

O visual da série é bem legal. Alguns cenários são deslumbrantes, e os efeitos são excelentes. Aliás, algumas das cenas são tão legais que nem parece que estamos vendo algo feito direto para a tv. Parabéns, canal SyFy!

No elenco, os principais nomes não são muito conhecidos: Caterian Scorsone como Alice, Andrew Lee Potts como o Chapeleiro, Matt Frewer como o Cavaleiro Branco e Philip Winchester como Jack Chase. Mas temos alguns nomes famosos em papéis menores (e importantes): Kathy Bates e Colm Meaney como a Rainha e o Rei de Copas, Harry Dean Stanton como Lagarta e Tim Curry como Dodô. De um modo geral, todos estão bem. Alguns estão um pouco caricatos, mas isso faz parte do contexto. Gostei dos dois atores que acompanham alice, Potts e Frewer, ficarei de olho nesses nomes.

Tudo funciona muito bem até a parte final, quando Alice entra no cassino. Não sei o que aconteceu a partir daí, parece que houve um apagão com os roteiristas e várias coisas ficaram mal resolvidas e não foram explicadas. E, pra piorar, a última cena é um clichê tão óbvio que dá raiva! Pena, porque ia tudo tão bem…

Mesmo assim, recomendo para quem gosta de histórias malucas e viajantes!

Bandidos do Tempo

Bandidos do Tempo

Com a proximidade da estreia do Imaginário do Dr. Parnassus, resolvi rever alguns filmes viajantes do Terry Gilliam: As Aventuras do Barão Munchausen e este Bandidos do Tempo, que nunca foi lançado por aqui em dvd. Heu até tenho o vhs original, mas como não tenho mais videocassete, encomendei um dvd gringo pela internet. Quando chegou, coloquei no dvd player, e descobri que não existe a opção de ver com legendas! Poxa, heu esperava pelo menos legendas em inglês! Resultado: baixei o filme e assisti em formato avi… Depois reclamam da pirataria!

Bandidos do Tempo tem uma premissa genial: como Deus criou o mundo em apenas seis dias, ficaram espalhadas várias falhas, vários buracos. Seis anões, que ajudaram na criação do mundo, roubam o mapa onde estão esses buracos, e saem viajando pelo tempo roubando coisas. No caminho, caem dentro do quarto de Kevin, um garoto inglês de 11 anos, que, meio sem querer, acaba se juntando ao grupo.

A premissa é genial e o filme é muito divertido. Afinal, não é todo dia que viajamos pelo mundo e encontramos Napoleão, Robin Hood e o rei Agamemnon, e ainda viajamos no Titanic, isso tudo antes de entrar na “era das lendas”, onde gigantes usam navios como chapéus e “O Mal” em pessoa vive na sua Fortaleza das Trevas.

Os principais nomes do elenco – o garoto e os anões – não são muito conhecidos. Este foi o filme de estreia de Craig Warnock, que faz Kevin, o garoto. E Warnock nunca mais fez nada digno de nota. Entre os anões, heu só reconheci dois: Kenny Baker (que estava dentro do robô R2-D2, dos filmes clássicos da saga Guerra nas Estrelas) e Jack Purvis (que era um dos amigos do Barão Munchausen). Os outros anões são David Rappaport, Malcolm Dixon, Tiny Ross e Michael Edmonds.

Por outro lado, nos papéis secundários tem um monte de atores legais! Sean Connery é Agamemnon; John Cleese é Robin Hood; Ian Holm é Napoleão. Michael Palin e Shelley Duvall aparecem em duas breves cenas, David Warner é “O Mal”, e Ralph Richardson, o “Ser Supremo”. E ainda temos Peter Vaughan, Katherine Helmond, Charles McKeown e Jim Broadbent.

Como todos aqui sabem (ou deveriam saber), Terry Gilliam fazia parte do grupo Monty Python. Aqui temos outros dois ex-Pythons no elenco, John Cleese e Michael Palin. E, de quebra, o roteiro foi escrito por Gilliam e Palin. Não sei se existe outro filme tão “Pythoniano” como este, fora os feitos pelos seis juntos!

(Yellowbeard – O Pirata da Barba Amarela, também tinha três ex-Pythons: foi escrito por Graham Chapman e no elenco contava com Chapman, Eric Idle e John Cleese. Mas o diretor, Mel Damski, não era ex-Python!)

Enfim, Bandidos do Tempo é um filme divertidíssimo. Ok, concordo, é um pouco maluco também, mas mesmo assim, continua divertdíssimo!

Como curiosidade final: Bandidos do Tempo teve dois nomes diferentes no Brasil, afinal, quando passou nos cinemas, foi lançado como Os Aventureiros do Tempo!

As Aventuras do Barão Munchausen

As Aventuras do Barão Munchausen

Inspirado pela pré estreia do novo filme do Terry Gilliam, O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus, na tela gigante montada à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, resolvi montar uma sessão dupla e rever As Aventuras do Barão Munchausen. Infelizmente, em dvd…

O Barão Munchausen realmente existiu, foi um militar alemão que serviu pelo exército russo e participou de duas campanhas contra os turcos. Quando voltou para casa, contava histórias fantásticas e exageradas sobre suas aventuras. Suas histórias eram tão boas que Rudolph Erich Raspe resolveu reuní-las e publicá-las em 1785, como um livro de aventuras infanto-juvenil. O filme não é baseado na vida real, e sim no livro exagerado de Raspe!

O filme é divertidíssimo! Acompanhamos o Barão enquanto ele viaja para a lua, para o interior do vulcão Etna e até para dentro da barriga de um enorme monstro marinho, tudo isso para reencontrar seus amigos Berthold (que corre tão rápido que precisa de bolas de ferro presas nos pés), Albrecht (muito, muito forte), Adolphus (dono de uma visão extraordinária) e Gustavus (com audição e fôlego fora do comum), e também seu cavalo Bucefalus, que o ajudarão a derrotar os turcos e recuperar a cidade.

Os efeitos especiais são excelentes. O ano era 1988, não existiam efeitos feitos por computador, era tudo “na mão”. E mesmo assim, os efeitos são deslumbrantes, e conseguem mostrar toda a grandiosidade exigida pelo roteiro.

O elenco é cheio de nomes dignos de nota, como Eric Idle (velho companheiro de Monty Python), Jonathan Pryce (“Brazil, O Filme”), Oliver Reed e Robin Williams. Os produtores queriam Sean Connery para interpretar o Barão, mas Gilliam bateu o pé, porque já tinha se decidido a dar o papel a John Neville. (Depois, Connery foi escalado para fazer o Rei da Lua, mas com os cortes financeiros na produção, Connery se desligou do projeto, e Robin WIlliams assumiu o papel). Heu me lembrava que tinha a Uma Thurman novinha, com 17 anos, em um de seus primeiros papéis. O que heu sinceramente não lembrava era que Sally, a menininha de oito anos que acompanha o Barão, é a Sarah Polley, a mesma de filmes como a nova versão de Madrugada dos Mortos!

Como disse lá em cima, desta vez vi Munchausen em dvd (a primeira vez vi no cinema, mas foi há uns 20 anos atrás!). Comprei há pouco o dvd duplo, e aproveitei para ver os extras. Tem um documentário muito interessante, algo como “As Desventuras do Barão Munchausen”, de pouco mais de uma hora, onde ficamos sabendo da enorme quantidade de problemas que rondou a produção. O filme chegou a ser cancelado! E, depois de pronto, o estúdio boicotou o lançamento, torcendo por um fracasso de público e crítica, como uma vingança ao diretor. Bem, todos sabem que a vingança não deu certo. Munchausen pode não ter sido um sucesso estrondoso, mas o filme está aí, reverenciado pela crítica até hoje!

Li que este filme fecha uma “trilogia informal” de Gilliam, sobre os impactos da imaginação nos três estágios do homem (juventude, idade adulta e velhice). Os outros dois filmes são Bandidos do Tempo (81) e Brazil – O Filme (85). Já tenho Brazil, mas Bandidos do Tempo nunca foi lançado em dvd aqui no Brasil. Encomendei um dvd gringo num site, assim que chegar, vou rever os dois filmes e resenhá-los aqui!

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

Ontem fui naquele evento onde colocam uma tela gigante no Jóquei Clube, na Gávea, Rio de Janeiro. (Cada ano eles mudam de nome, ano passado era Vivo Open Air, este ano virou Vale Open Air. Qual será o nome ano que vem?) Era a pré estreia do novo filme do diretor Terry Gilliam, “O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus”!

A trama: nos dias de hoje, uma trupe teatral no estilo daquelas que a gente vê em filmes medievais circula por aí. É dirigida pelo Doutor Parnassus, que tem um misterioso pacto com o diabo.

Terry Gilliam tem um estilo visual único – aliás, foi por isso que escolhi este filme para ver na tela gigante. As imagens de sonho, no tal “mundo imaginário” do título, são fantásticas. Figurinos, fotografia, direção de arte, efeitos especiais, o cuidado do diretor neste sentido é enorme, vide obras como “Brazil”, “As Aventuras do Barão Munchausen”, “Os 12 Macacos” e “Medo e Delírio”. Os efeitos especiais de seus filmes já nos tiravam o fôlego numa era pré-computador, e agora, com os ilimitados poderes dos cgi, a sua criatividade atinge patamares nunca antes imaginados.

Gilliam é muito talentoso, mas é um cara azarado. Frequentemente, seus filmes têm problemas na produção. Se “Munchausen” chegou a ser cancelado antes de finalizado, e o filme sobre Dom Quixote que ele tentou fazer nem mesmo ficou pronto, “Doutor Parnassus” perdeu um de seus atores principais. Heath Ledger, que faz Tony, morreu durante as filmagens. Mas a solução encontrada foi muito boa: chamaram outros três atores diferentes, e cada vez que Tony entrava no “mundo imaginário”, ele mudava de cara. Talvez em outro tipo de filme isso não funcionasse, mas aqui, ficou genial! Assim, temos, além de Ledger, outros três Tonys, interpretados por Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell. Além deles, o elenco conta com Christopher Plummer como o Doutor Parnassus, Tom Waits, Lily Cole, Verne Troyer e Andrew Garfield.

O resultado final do filme é meio confuso, não sei se a morte de Ledger teve algo a ver com isso. Mesmo assim, o filme merece ser visto, nem que seja só pelo visual deslumbrante.

Por fim, acredito que todos aqui sabem que Terry Gilliam é ex-membro do Monty Python, lendário grupo de humor inglês. Pois bem, uma das cenas é a cara do Monty Python, aquela que mostra policiais cantando e dançando. Muito boa esta cena!

As Crônicas de Spiderwick

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As Crônicas de Spiderwick

De um tempo pra cá, estão aparecendo vários filmes infanto-juvenis. Com a tecnologia hoje disponível ficou bem mais fácil se criar mundos de fantasia, e além disso os filmes estão se vendendo bem nas bilheterias. Minha filha de quase 8 anos agradece!

Baseado nos livros homônimos de Tony DiTerlizzi e Holly Black, o filme As Crônicas de Spiderwick mostra Arthur Spiderwick, 80 anos atrás, catalogando todo um “universo invisível” de fadas, trolls, goblins e outras criaturas fantásticas num livro mágico. Já nos dias de hoje, um garoto, seu sobrinho neto, encontra o livro e agora tem que lidar com todas essas criaturas.

Freddie Highmore, que antes protagonizou Arthur e os Minimoys e a refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolates, é o grande nome aqui, interpretando os gêmeos Jared e Simon Grace. Detalhe: os personagens são gêmeos, mas não se parecem tanto assim; alguém desavisado pode pensar que são dois atores diferentes! Completam o elenco Sarah Bolger, Mary Louise Parker, Nick Nolte e David Strathairn, além das vozes de Martin Short e Seth Rogen.

À primeira vista, heu achei os goblins meio caricatos. Engraçadinhos e trapalhões demais, sabe? Mas aí me lembrei: estamos diante de uma fábula infanto-juvenil! É pra ser assim mesmo! E, tenho que reconhecer, no fim do filme os goblins engraçadinhos dão lugar ao grande vilão, o malvado ogro Mulgarath.

E, mesmo engraçadinhos, os efeitos especiais são um show à parte. Desde o simpático ser que vive na casa e protege o livro até todas as criaturas da floresta, incluindo até um grinfo que serve de meio de transporte.

Telvez os mais novinhos se assustem um pouco. Mas é uma boa opção se você tem alguma criança um pouquinho mais velha por perto. Mesmo que seja dentro de você…