Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Sinopse (filmeB): Os parceiros e super-heróis Scott Lang e Hope Van Dyne retornam às aventuras como Homem-Formiga e Vespa. Com os pais de Hope, Hank Pym e Janet Van Dyne, e a filha de Scott, Cassie Lang, eles exploram o Reino Quântico, interagindo com novas criaturas estranhas, em uma aventura que os levará além dos limites do que eles pensavam ser possível.

Outro dia a gente debateu no Podcrastinadores sobre o tema “já cansamos de filmes de super heróis?”. Olha, heu sempre achei que, mantendo a qualidade, nenhum gênero cansa. Mas parece que a Marvel está chegando no limite. Dirigido pelo mesmo Peyton Reed dos dois filmes anteriores do Homem-Formiga, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania no original) tem seus méritos. Mas a gente sai do cinema levemente decepcionado.

Vamos primeiro ao que funciona. Gostei muito do visual do “reino quântico”, tanto dos cenários quanto dos inúmeros seres que lá habitam – mesmo sabendo que é tudo CGI. Aliás, mesmo não se passando no espaço, várias coisas lembram o universo de Star Wars. Se o Episódio 4 fosse feito hoje em dia, teria um monte daqueles seres na cena da cantina!

Agora, o roteiro tem falhas. Vou começar pelos personagens. Um exemplo claro é a guerreira Jantorra, que quando aparece, passa a impressão de que terá algum protagonismo nas cenas de batalha, mas que some, e só aparece ao fim do filme. O espectador nunca vai se importar com uma perosnagem assim! E a Janet da Michelle Pfeiffer na primeira parte do filme está tão perdida que a gente fica com raiva da personagem. Ou ainda a cena do Bill Murray, que é divertida, mas apenas por causa do Bill Murray. Tire esta cena e o filme fica exatamente o mesmo.

Outro exemplo são as cenas confusas, como a batalha onde prendem o Scott Lang e a filha. Tiros e explosões pra todos os lados, tudo muito colorido, mas ninguém entende nada do que está acontecendo! E isso porque não falei das conveniências de roteiro, tipo num momento o vilão Kang é muito poderoso, mas em outro ele não faz nada – tudo depende do quanto o roteiro pede. A Marvel nos apresentou alguns bons vilões, mas Kang não faz parte deste time.

Com um roteiro mal estruturado, não adianta nada ter um visual de encher os olhos. Pelo menos o filme não é muito longo, duas horas e cinco minutos.

Sobre o elenco, a sorte é que Paul Rudd é um cara carismático, então é sempre agradável vê-lo em tela. Porque não consigo encontrar nenhum destque no resto do elenco. Evangeline Lilly, Kathryn Newton, Michelle Pfeiffer e Michael Douglas apenas “cumprem tabela”, mas pelo menos não estão tão mal quanto Jonathan Majors e seu vilão ruim. Ah, gostei do alívio cômico Veb, com a voz do David Dastmalchian (O Esquadrão Suicida). Aparece pouco, mas sempre é divertido. Por outro lado, achei o MODOK um personagem besta.

Por fim, o tradicional Marvel: duas cenas pós créditos, uma depois dos créditos principais, e outra lá no finzinho dos créditos. Fiquem até o fim!

p.s.: Fiquei frustrado de não ver nenhuma referência ao “Homem Tia” / “Aunt Man”…

Gemini: O Planeta Sombrio

Crítica – Gemini: O Planeta Sombrio

Sinopse (imdb): Um thriller de ficção-científica sobre uma missão espacial enviada para terraformar um planeta distante. No entanto, a missão encontra algo desconhecido que tem o seu próprio plano para o planeta.

Este Gemini: O Planeta Sombrio estava com nota 3,4 no imdb. Tudo indicava que seria ruim. Mas, gosto da mistura terror + ficção científica (cheguei a fazer um top 10!), então resolvi arriscar.

Como previsto, Gemini: O Planeta Sombrio (Project Gemini em inglês, Zvyozdniy razum no original russo) não é bom. O roteiro é péssimo. Tem várias coisas que não fazem sentido. Sem entrar em spoilers, uma coisa que acontece logo no início: eles constroem uma grande espaçonave usando tecnologia alienígena. Quando a nave chega ao destino, chegou no lugar errado. Aí resolvem culpar um dos tripulantes. Vem cá, um projeto deste porte, todos os cálculos de trajetória estão nas mãos de uma única pessoa?

O elenco também é bem ruim. Os atores são péssimos, alguns diálogos chegam a ser constrangedores de tão ruins. E pra piorar, o filme é dublado em inglês. Lembro de ser um problema recorrente, quando vi A Noiva, outro filme russo também dublado em inglês, comentei que a dublagem ruim piorava as atuações. Isso acontece de novo aqui.

Nem tudo é ruim. Gostei do visual, tanto da nave quanto do local da escavação. E outra coisa que gostei foi ter mostrado pouco da criatura. Lembro sempre do primeiro Alien: um monstro que você não sabe como é é mais assustador do que um monstro que aparece muito.

Mas é pouco. Vale mais rever algum filme daquela lista que citei acima. Gemini: O Planeta Sombrio estreia nos cinemas esta semana.

Avatar: O Caminho da Água

Crítica – Avatar: O Caminho da Água

Sinopse (imdb): Jake Sully vive com sua nova família na lua extrassolar Pandora. Uma vez que uma ameaça familiar retorna para terminar o que foi iniciado anteriormente, Jake deve trabalhar com Neytiri e o exército da raça Na’vi para proteger sua casa.

Finalmente, 13 anos depois, estreou a aguardada e atrasada continuação de Avatar! Não me lembro de nenhuma outra continuação tantas vezes adiada como essa!

Antes do filme, um pequeno parênteses sobre os números do primeiro Avatar. Foi um enorme sucesso, disso ninguém duvida, mas os números me intrigam. Vários sucessos de bilheteria vieram nos anos seguintes, mas apenas um conseguiu alcançar e ultrapassar Avatar, que foi o Vingadores Ultimato. E me lembro do frisson geral em cima de Vingadores ser muito maior do que na época do Avatar. Como Avatar chegou àqueles números na bilheteria é uma coisa que me intriga..

Mas, vamos ao novo filme. Claro que o que chama a atenção em Avatar: O Caminho da Água são os efeitos especiais, afinal James Cameron disse que adiou tudo porque esperava tecnologia para filmar o que ele imaginava. E realmente os efeitos são impressionantes. Além das cenas na floresta, agora vemos uma outra espécie de Na’vi, que vivem na água, ou seja, temos muitas cenas subaquáticas. E os efeitos são sensacionais, enchem os olhos.

Estive na Disney em 2018, tinha uma nova atração com o tema “Avatar”. Foi uma das melhores atrações que vi naquela viagem, com uma riqueza enorme de detalhes. É, este novo Avatar parece um brinquedo da Disney…

Agora, preciso confessar que teve uma coisa que me incomodou. O padrão do cinema é de 24 quadros por segundo, sempre foi assim. E Avatar: O Caminho da Água usa outro “frame rate”, não sei se é 48 ou 60 quadros por segundo. Isso não é um demérito, a imagem não fica pior. Mas, a imagem fica diferente, não passa a sensação de estarmos vendo um filme de cinema. Às vezes parece que estamos vendo algo feito para a TV.

Se os efeitos são merecedores de todos os elogios, o mesmo não podemos dizer sobre o roteiro. Algumas partes do filme parecem meio desconexas, como por exemplo uma cena onde os personagens perguntam onde está a Kiri, e a vemos no fundo do mar brincando com os peixes, e logo depois ela já está de volta ao grupo. Ou a desnecessária cena do Lo’ak reencontrando o tulkun (uma espécie de baleia) depois de discutir com todos sobre o caráter do bicho.

Além do mais, o filme é longo demais. São pouco mais de três horas, e boa parte do miolo do filme podia ser cortado. Ok, a gente entende que James Cameron deve estar empolgado querendo mostrar mais e mais do seu novo mundo, mas alguém devia ter dito a ele que estava demais. O filme cansa.

Sobre elenco, é curioso saber que a galera filmou tudo, mas ninguém aparece na tela. Fico me perguntando o que deve ser captura de movimento e o que deve ser cgi. Tipo, a Kate Winslet bateu o recorde de maior tempo debaixo d’água em uma filmagem (o recorde era de Tom Cruise em Missão Impossível Nação Secreta), ela ficou 7 minutos e 15 segundos sem respirar em uma cena. Mas… Não vemos a Kate Winslet na tela!

Já que falamos do elenco, Avatar: O Caminho da Água traz de volta Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang – mas quase o filme todo em versões “avatar”, Sigourney Weaver aparece como ela mesma em duas cenas, e Stephen Lang em uma.

Foram anunciadas várias continuações, a ideia é ir até o Avatar 5. Mas parece que James Cameron estava filmando o 3 junto com este 2, ou seja, não deve demorar tanto tempo pra ser lançado.

Por fim, queria fazer um comentário sobre a sessão para críticos que teve aqui no Rio. Demonstrando total falta de profissionalismo, a assessoria de imprensa da Disney não responde críticos que não estejam no seu mailing – heu já tinha mandado e-mails em outras duas ocasiões e fui ignorado. Ou seja, teve uma sessão para críticos e para vips na segunda feira, mas heu não fui convidado então não fui. Mas… Essa sessão foi interrompida com uma hora de filme, por algum problema burocrático, e todos ficaram sem ver o filme. Será que é feio se heu disser “bem feito”?

Top 10: Melhores Momentos de Andor

Top 10: Melhores Momentos de Andor

Quando estreou a série Andor, fiz um post sobre os 3 primeiros episódios, e fiquei de voltar para outro ao fim da série. Então bora para o top 10 melhores momentos de Andor!

Um breve comentário antes. Um amigo usou uma expressão que gostei: Andor é “Star Wars para adultos”. Quase todos os filmes, séries e animações são de aventuras espaciais, e por mais que nós, fãs, não gostemos de admitir, são produtos voltados mais para o público infanto juvenil. E aqui não: temos uma trama densa, que envolve política e espionagem, e além disso temos uma galeria de excelentes personagens!

Ah, os personagens! Lembro que Rogue One trazia protagonistas sem carisma, o robô K2SO era mais carismático que os dois principais. Já aqui, a gente tem vários bons personagens. Aliás, a série podia se chamar “Luthen” em vez de “Andor”. Que personagem fantástico é o Luthen Rael do Stellan Skarsgård! Mon Mothma e Kino Loy idem! Tem uma boa quantidade de bons personagens!

Andor foi criada por Tony Gilroy (mais conhecido como roteirista, escreveu os roteiros de Rogue One e dos quatro primeiros filmes da franquia Bourne, dentre outros). Se antes Gilroy tinha nossa curiosidade, agora certamente tem a nossa atenção!

Vamos à lista? Claro, spoilers liberados a partir daqui.

10- Transformação do Luthen
A gente vê como Stellan Skarsgård é um grande ator, ele muda de cara em poucos segundos!

9- Cameo do K2SO
Andor é preso por um robô do mesmo modelo do K2SO.

8- Luthen e Andor enganam Syril
Syril acha que seu plano deu certo. Não, não deu.

7- Luthen e Saw Gerrera
Dois revolucionários de estilos diferentes. Dois grandes atores. Uma cena arrepiante!

6- Mon Mothma enganando o Império
Mon Mothma sabe que o motorista é um espião, e dá um jeito dele ouvir um desabafo sobre seu marido gastando dinheiro com jogo. E assim consegue justificativa para o seu rombo financeiro pró rebelião.

5- Discurso do Kino
Logo antes da fuga da prisão, Kino Loy faz um discurso que inflama todos os prisioneiros. E também os espectadores!

4- O Olho
A gente passa alguns episódios ouvido falar do “olho”, um fenômeno astronômico que ocorre no planeta. E quando finalmente vemos esse fenômeno, ele não decepciona. A cena é ótima!

3- A nave do Luthen
O terceiro lugar fica com talvez o momento mais “star wars” de toda a série: a fuga da nave de Luthen. Primeiro, o modo como ele escapa do raio trator, depois uma nave com grandes “sabres de luz” acoplados. Massaveísmo total!

2- Cena Pós Créditos
O último episódio teve uma cena pós créditos onde a gente descobre pra que servem as peças construídas na prisão. Não só é uma cena com um significado forte, como é uma cena belíssima.

1- Funeral da Marva
É difícil tirar o primeiro lugar do funeral da Marva. São duas cenas em sequência, as duas são ótimas. Primeiro, o funeral da Marva, com as pessoas tocando aqueles instrumentos de sopro e percussão – talvez para manter uma tradição do Guerra nas Estrelas clássico, o som é “sujo”, a gente sente que são pessoas tocando naquele contexto, a música não está exatamente bem tocada, existem imperfeições na execução e na mixagem. E depois tem o discurso da Marva através do holograma. Essa sequência é de arrepiar!

RIPD 2

Crítica – R.I.P.D.2

Sinopse (imdb): Situado no oeste americano de 1876, R.I.P.D.2: Rise of the Damed é uma sequência de R.I.P.D. de 2013. O xerife Roy Pulsipher não está muito feliz por se encontrar morto após um tiroteio com uma notória gangue fora da lei, mas ele tem uma segunda chance de retornar à Terra depois de ser recrutado pelo R.I.P.D. (Departamento Descanse em Paz.). Mas vingar seu próprio assassinato pode ter que ficar em segundo plano para salvar o mundo quando um portal para o inferno é aberto na antiga cidade mineira de Red Creek, ameaçando não apenas os habitantes locais… mas toda a própria humanidade.

Em 2013 foi lançado o primeiro RIPD, que parecia uma versão de MIB mas com fantasmas no lugar de alienígenas. Heu achei o filme bem divertido na época, mas ele flopou nas bilheterias, e parecia que a franquia estava morta (sem trocadilhos). Aí do nada aparece esta continuação, sem ninguém conhecido no elenco. Bora ver qualé.

Primeiro uma boa notícia pra quem não viu o primeiro ou viu só na época mas não se lembra: essa história é completamente independente daquela. Tem até uma cena explicando como as coisas funcionam no tal Departamento. Ou seja, não precisa (re)ver o primeiro.

O problema é que o filme dirigido pelo pouco conhecido Paul Leyden é genérico demais. A gente já viu dezenas de filmes iguais. Não tem nada que nos conecte aos mocinhos Roy e Jeanne, e o plano do vilão é rocambolesco e não faz o menor sentido. Acho que a única coisa que me surpreendeu foi uma revelação sobre a personagem Jeanne que acontece perto do fim.

Os efeitos especiais seguem a linha do “genérico para produção de baixo orçamento”. E a sequência final com o plano rocambolesco é péssima, nada faz sentido – e num cenário desses, efeitos especiais genéricos ficam em evidência.

Teve uma coisa que não funcionou. Quando um vivo vê um agente do RIPD, vê uma pessoa diferente, que seria o seu avatar (isso já acontecia no primeiro filme). Roy, homem branco, é visto como se fosse uma mulher negra. Aliás, Jeanne também, são duas mulheres negras. A princípio achei forçado por ser uma história no velho oeste, mas existe uma justificativa dentro do filme – se a justificativa é boa ou não, aí é com cada um, mas existe uma justificativa. Mas aí vem o meu problema com isso: faltou direção de atores. Se dois atores vão interpretar o mesmo papel, eles precisam atuar como se fossem a mesma pessoa. E não teve nada que me indicasse que fosse assim. Só pra dar um exemplo: acabou o filme, vejo as duas mulheres negras e não sei quem é o Roy e quem é a Jeanne. E vou além: o diretor podia ter colocado algumas gags aproveitando uma mulher no corpo de um homem.

O elenco do primeiro filme tinha Jeff Bridges, Ryan Reynolds, Kevin Bacon e Mary Louise Parker. Já nesta continuação, a única pessoa que heu já conhecia era o vilão Richard Brake (que esteve aqui no heuvi recentemente, em The Munsters e Barbarian). O elenco não é bom, mas serve para o que filme precisa: Jeffrey Donovan, Penelope Mitchell, Rachel Adedeji, Evlyne Oyedokun e Jake Choi.

No fim, fica aquele gostinho de Sessão da Tarde. Você pode até se divertir, mas vai esquecer do filme algumas horas depois.

Star Wars: Histórias dos Jedi

Crítica – Star Wars: Histórias dos Jedi

Sinopse (Disney+): Um evento em 6 episódios que apresentam histórias sobre os Jedi numa era antes da que conhecemos. Uma jornada pela vida de dois Jedi distintos: Ahsoka Tano e Conde Dookan. Eles serão testados enquanto tomam decisões que determinarão os destinos deles.

Hoje em dia a gente tem muitas opções tanto no cinema quanto no streaming. Muitas opções, pouco tempo. Nesse cenário, fico feliz quando vejo uma série curtinha como essa Histórias dos Jedi (Tales of the Jedi, no original). São 6 episódios de aproximadamente 15 minutos cada. Em uma hora e meia a gente mata toda a temporada! (Melhor que isso só a série do Groot, que eram 5 episódios de 3 minutos cada…)

Agora, preciso avisar que Histórias dos Jedi não é para todos. Não é uma história fechada, são historinhas soltas, que se encaixariam em diferentes pontos da saga. Ou seja, uma pessoa leiga em Star Wars vai ficar perdida.

São seis episódios, três com a Ahsoka, três com o Dooku. Curiosamente, o primeiro é da Ahsoka, depois são os três do Dooku, e fecha com mais dois da Ahsoka. Não vou entrar em detalhes sobre cada episódio, vou fazer apenas alguns comentários por alto, ok?

O primeiro episódio mostra o nascimento da Ahsoka, e ela começa a se mostrar “force sensistive” ainda bebê. Episódio meio besta.

Os três do Dooku mostram uma coisa que gosto de ver no universo de Star Wars. Os filmes clássicos são muito maniqueístas, o bem contra o mal, a luz contra a escuridão, tudo é muito binário. Mas o mundo real tem os tais “tons de cinza”, nada é 100% de um lado ou do outro. Então gosto quando mostram que certas questões são mais complexas do que uma luta do “lado bom” contra o “lado mau”. Vemos o Dooku ainda Jedi, lidando com questões políticas onde existem interesses. A gente consegue entender parte da motivação do Dooku. Não, ele não vira “mocinho”, a série não o transforma em um herói, mas mostra que ele tinha motivações para ir contra o Conselho Jedi. Gosto de ver situações e personagens assim dentro deste universo!

O quarto episódio tem um momento que me arrepiou. Sem spoilers, é o momento que usa o tema da Força.

Meu episódio favorito foi o quinto, que mostra o treinamento da Ahsoka. Seu mestre, Anakin, resolveu dificultar os treinos para melhorar as habilidades da padawan. E essa parte do treino foi muito legal! O episódio termina sem fim, na hora não entendi, mas um amigo me explicou que o que acontece depois é uma parte de Clone Wars onde as pessoas se perguntam “como a Ahsoka saiu viva disso?” Pois bem, aqui está a resposta!

O sexto mostra que a Ahsoka estava no enterro da Amidala, e pra onde ela foi depois. Não tem tanta ação quanto o anterior, mas tem um belo duelo.

Gostei muito de Histórias dos Jedi, aguardo ansiosamente por outra temporada. Pena que sei que não é um material para indicar para qualquer um.

Andor

Crítica – Andor

Sinopse (Disney+): Muito antes da missão de garantir os planos da Estrela da Morte fazer dele um herói da Rebelião, um imprudente Cassian Andor procura informações sobre seu passado. Essa obsessão o leva aos bairros decadentes de um mundo onde um encontro com as autoridades faz dele um criminoso procurado. Sua tentativa de se esconder no planeta Ferrix traz seus problemas para casa.

Antes de falar da série, preciso avisar que, diferentemente da maioria dos atuais fãs de Star Wars, Rogue One não é um dos meus favoritos. Dos cinco filmes novos, prefiro o ep 7. Rogue One é bom, muito bom, mas acho a primeira metade muito lenta. A segunda metade é excelente e o fim é sensacional, mas a primeira metade me fez tirá-lo do topo da lista. Por isso, uma série derivada do filme não era algo tão aguardado por mim.

Dito isso, preciso admitir o meu lado fanboy e dizer que fico feliz com todo e qualquer novo produto Star Wars! Bora pra série!

Andor terá 12 episódios (e segundo o imdb, depois teremos mais uma temporada com mais 12 episódios). A Disney+ liberou os três primeiros, e hoje vou comentar aqui essa introdução. Dependendo de como a série se desenrolar, volto a falar depois quando acabar a temporada.

Uma coisa que heu gosto muito é ver outras rotinas nessa galáxia muito muito distante que a gente tanto gosta. Conhecemos planetas novos, chega de ficar em Tatooine o tempo todo! E aqui a gente vê coisas que realmente não vemos nos outros filmes – acho que foi a primeira vez que alguém faz sexo em Star Wars (ok, não vemos a cena de sexo, mas o casal dormiu junto!). Também temos referências a prostituição, bebidas alcoólicas e até a café.

Algumas pessoas se esquecem que Star Wars aconteceu “a long time ago”, o que vemos neste universo não é o futuro do planeta Terra. Então, temos espaço para planetas diferentes com povos em diferentes estágios de civilização – aqui a gente conhece um povo que parecem indígenas, mas que moram num planeta por onde passou algo grande (provavelmente o planeta foi usado para mineração). Gostei de ver um povo completamente à parte do que acontece na galáxia.

Sobre os personagens, até agora o único que já conhecemos é o protagonista Cassian Andor, ainda acho cedo para comentar sobre os outros – inclusive tem personagem que aparece no trailer que ainda não apareceu na série. Por enquanto, posso dizer que gostei do antagonista.

Lembro que um dos personagens mais carismáticos de Rogue One era o robô K2S0. Andor mantém a tradição e traz um bom robô, o B2EMO, um robô gago e meio depressivo que me lembrou o Marvin de Guia do Mochileiro das Galáxias.

Tecnicamente falando, a série é muito boa. Em tempos de She Hulk e Pinóquio, aqui não tem nenhum cgi ruim saltando aos olhos. Ok, tem muita cena escura, e a gente sabe que cena escura normalmente é pra esconder falhas no cgi, mas, mesmo assim, não achei ruim, achei um recurso válido. A parte sonora da série também é bem construída, tem uma sequência muito boa no terceiro episódio com as pessoas batendo no metal, numa crescente que serve pra aumentar a tensão.

Li em algum lugar que aqui, diferente das últimas séries Star Wars / Disney, foram usadas locações em vez de só estúdio. Parece que eles agora usam um novo estúdio que projeta imagens ao fundo durante as filmagens, e isso por um lado é bem legal mas por outro lado gera cenas “apertadas”, como critiquei em Obi Wan. Aqui são locações, o que ficou bem melhor – imagina o planeta dos Kenari se fosse dentro de um estúdio?

O terceiro episódio usa bem os flashbacks. São duas linhas temporais misturadas de maneira inteligente. E ainda temos algumas soluções inventivas usadas pelos personagens. Se os dois primeiros episódios foram lentos, esse terceiro já mostrou que a série pode mostrar algo a mais.

Tá rolando um mimimi sobre o trailer vender um produto diferente do que foi anunciado. Ok, reconheço que isso é verdade, o trailer tem stormtroopers, tie fighters, aparece o Saw Gerrera, aparece a Mon Mothma, e por enquanto não vimos nada disso. Aliás, a série por enquanto nem parece Star Wars, não tem nada nesses primeiro episódios que conecte ao que a gente já conhece (a não ser o personagem título). Vai ter gente reclamando que “não é Star Wars!”

Ouvi amigos comentando que o ritmo é lento. Concordo. São três episódios de aproximadamente 40 minutos cada, ou seja, é quase um “longa metragem que deu origem à série”. Precisava? Acho que não, podiam ser apenas dois episódios na minha humilde opinião. Mas, se a gente lembrar que Rogue One tem um ritmo diferente dos outros filmes, parece mais um drama de guerra do que uma aventura espacial, Andor está coerente com a proposta.

Aguardemos os próximos. Que o desenvolvimento seja mais para Mandalorian e menos para Obi Wan.

Não! Não Olhe!

Crítica – Não! Não Olhe!

Sinopse (imdb): Os moradores de um rancho de criação de cavalos no interior da Califórnia testemunham uma descoberta misteriosa e assustadora.

Jordan Peele era ator de comédia, aí resolveu escrever e dirigir Corra!, que é quase uma unanimidade no cinema, não apenas no nicho do cinema fantástico (ganhou o Oscar de melhor roteiro original e concorreu a melhor filme, melhor diretor e melhor ator). Claro que isso abriu portas para um segundo filme, e veio Nós, inferior a Corra!, mas mesmo assim bem legal, com toques de Twilight Zone e uma interpretação sensacional da Lupita Nyong’o.

Seu terceiro filme como diretor, Não! Não Olhe! tem seus méritos. A ambientação é muito boa, Peele consegue criar um bom clima de tensão na segunda metade do filme, que às vezes tem cara de ser dirigido pelo Shyamalan. A fotografia e a trilha sonora também são destaques.

Peele veio da comédia, então Não! Não Olhe!, assim como seus filmes anteriores, tem piadas aqui e ali. Nada muito escrachado.

Agora, achei o ritmo do filme bem ruim, principalmente na primeira metade – quando deu mais ou menos uma hora de filme (olhei no relógio), ainda não tinha acontecido nada que me prendesse à trama. E também tem o roteiro cheio de tosqueiras, mas pra isso precisaremos entrar nos spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Tem uma coisa que me incomoda, que é quando um filme estabelece uma regra e não cumpre a própria regra estabelecida – e mais uma vez, isso me lembrou Shyamalan, que gosta de criar regras malucas dentro de seus filmes. OJ diz que ninguém pode olhar pra cima porque isso é o que faz o monstro atacar. Ora, o monstro pegou uma estátua de um cavalo! “Ah, mas a estátua tinha olhos olhando para cima” Mas o balão no fim não tinha olhos olhando para cima. E os cavalos abduzidos também não olhavam para cima. Isso fora um monte de objetos que foram puxados, tipo o telhado da casa.

Ainda seguindo nas regras criadas, temos as bandeirinhas. Dizem que as bandeirinhas fizeram mal ao monstro, e por isso, bandeirinhas o afastam. Taí, gostei dessa sacada, quando ele vai atacar OJ, sobem bandeirinhas e o monstro desiste. Legal. Mas… A cena final, com o balão, tem um monte de bandeirinhas penduradas!!!

Claro que precisamos falar do macaco. Tem um macaco na cena inicial, cena esta que volta no meio do filme. Mas o macaco é parte do passado de um personagem secundário. Pra que o macaco???

Por fim vou falar de uma crítica que é comum em filmes por aí, que é a conveniência do roteiro. Quando o monstro está perto, toda a energia vai embora. mas, qual é o alcance da falta de energia? Porque quando o monstro está lá na nuvem, a quilômetros de distância, a energia vai embora. Mas no fim, quando o monstro tá pertinho, é só virar pro outro lado que a moto já funciona de novo. Parece que a falta de energia vai até onde o roteiro precisar.

Ah, cabe mais uma só? Não sei se é uma falha do filme ou não prestei atenção em alguma coisa, mas, o que fez a moto capotar? Porque se a moto desligou, ela ia perder a velocidade e parar, não ia dar uma cambalhota!

FIM DOS SPOILERS!

Enfim, Não! Não Olhe! não é um filme de todo ruim. Mas é inferior a Nós, que por suas vez era inferior a Corra!. E, desculpe a insistência, mas vou citar o Shyamalan de novo. Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, é outra unanimidade. E depois foi ladeira abaixo, até um patamar bem inferior, onde ele está agora. Será que Peele seguirá o mesmo caminho?

O Predador – A Caçada

Crítica – O Predador – A Caçada

Sinopse (imdb): A origem do Predador no mundo da Nação Comanche, há 300 anos. Naru, uma guerreira hábil, luta para proteger a sua tribo contra um dos primeiros predadores altamente evoluídos a aterrar na Terra.

E vamos ao quinto (ou sétimo) filme da franquia Predador!

Um pequeno resumo pra quem estava num tanque de bacta nas últimas décadas: o primeiro Predador foi lançado em 1987, e foi um grande sucesso de Arnold Schwarzenegger, um dos maiores astros do cinema de ação da época. Três anos depois fizeram uma continuação meia boca. Aí em 2004 investiram numa ideia que, no papel, era ótima: um crossover Alien vs Predador. Mas o resultado foi ruim muito ruim. E pra piorar, em 2007 fizeram uma continuação, Aliens vs Predador, que foi ainda pior. Em 2010 foi a vez de Predadores, que pega o conceito e muda um pouco, gostei desse mais do que das outras continuações. E em 2018, um dos atores do primeiro filme dirigiu mais uma continuação, puxando pra galhofa, que teve gente que falou muito mal, mas heu me diverti.

Agora é a hora de mais um. Esqueçam a galhofa, esse pega o mesmo clima do primeirão: um grupo de pessoas treinadas enfrentando um inimigo misterioso. E o resultado ficou bom!

O Predador é um bom personagem, apesar de ter um nome ruim. Ele não é um predador, é um caçador, que viaja por diferentes planetas para enfrentar adversários o mais forte possível. É uma caça por esporte, uma espécie de safári. A gente que já viu vários filmes sabe disso, e é legal ver um “predador” de 300 anos atrás, com algumas armas diferentes, respeitando a evolução da tecnologia deles. E mesmo quem não conhece a franquia conseguirá entender tudo, afinal, como se passa 300 anos atrás, não tem nenhuma ligação com nenhum dos filmes anteriores.

A direção ficou nas mãos de Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield 10), que faz um filme com provavelmente o visual mais bonito de toda a franquia. A fotografia aproveita muito bem imagens abertas da natureza antes da ação da civilização – pena que esse filme foi direto pro streaming, ia ser legal ver numa tela de cinema. Já os efeitos especiais dão uma escorregada aqui e ali, principalmente quando vemos animais selvagens, mas nada que estrague a experiência. Ah, é bom avisar, o filme é bem violento.

Um detalhe curioso: O Predador – A Caçada foi filmado em inglês, mas os personagens são quase todos índios. Então a produção teve o cuidado de lançar uma segunda versão, dublada em comanche. Vi um trecho da versão dublada, mas a dublagem me soou estranha, então preferi o áudio original. Nesses casos faz falta um maluco que nem o Mel Gibson, que colocou seu elenco pra falar a língua iucateque quando filmou Apocalypto.

Sobre o elenco, são todos desconhecidos do grande público, mas já comentei que minha memória pra guardar informações inúteis de cinema é impressionante. Lembro de Amber Midthunder em um dos papéis principais de The Ice Road, filme meia boca do Liam Neeson. E lembro que ela tinha feito um papel pequeno no filme anterior do mesmo Neeson, o igualmente meia boca Na Mira do Perigo. Por que guardei o nome dela? Sei lá. Pelo menos ela agora é protagonista, e manda bem. Ela é pequena e de aparência frágil, mas consegue convencer nas suas lutas, tanto nas lutas físicas quanto nas sociais.

(Na verdade, me incomodou mais os índios homens serem magrelos, acho que podiam pegar uns caras mais fortes.)

Falando nisso, parece que tem uma galera revoltada por aí nas internetes, porque “a menina nunca ia ter força para derrotar um oponente muito maior e mais forte”, ou porque “nessa época, 300 anos atrás, nunca uma mulher teria iniciativa para virar caçadora”. Galera, é um filme. E justamente por isso é legal. E digo mais: sempre defendi filmes com mulheres fortes, desde a Ripley do primeiro Alien. Naru, a protagonista aqui, mandou muito bem!

Curti o filme, mas entendo que algumas coisas ficaram forçadas. Vou citar dois exemplos, tomando cuidado pra não entrar em spoilers. Um deles é quando a protagonista Naru é encurralada, com uma lâmina quase no pescoço, e consegue atingir o rosto do oponente. Seus braços não tinham como alcançar aquele golpe, não naquela posição. A gente aceita, mas foi bem forçado. Ou quando Naru resolve baixar a temperatura do corpo para não ser vista pelo Predador. Não entendo de medicina indígena, mas, baixando a temperatura do corpo, ela conseguiria lutar normalmente?

Mesmo assim, achei o resultado bem positivo. Que venham mais filmes com a Naru!

Dual

Crítica – Dual

Sinopse (imdb): Uma mulher opta por um procedimento de clonagem após receber um diagnóstico terminal, mas quando se recupera, suas tentativas de desfazer seu clone fracassam, levando a um duelo ordenado pelo tribunal até a morte.

Segui a dica do GG, host do Podcrastinadores, sobre este Dual, filme escrito e dirigido por Riley Stearns que passou em Sundance no início deste ano.

A premissa é muito boa. Estamos em uma sociedade onde pessoas que vão morrer fazem um clone para ficar no seu lugar, mas se a pessoa não morre, tem que duelar até a morte, porque, por lei, só pode existir uma pessoa. Ou seja, a protagonista Sarah agora precisa aprender a lutar e a matar.

Mas o problema, na minha humilde opinião, é que apresentaram uma boa premissa e não desenvolveram-na. Por exemplo: o roteiro dá uma pincelada em problemas presentes, como por exemplo quando o original é obrigado a pagar uma mesada para o clone; ou quando a clone de Sarah fala que não entende por que a mãe dela liga todos os dias – temos um personagem adulto, mas que nasceu “ontem”, e ainda precisa aprender as convenções sociais. O roteiro podia entrar nesses problemas e desenvolvê-los, mas prefere focar no dia a dia da Sarah e como ela vai resolver seu duelo. E tudo é muito lento e o filme fica vazio.

Outra coisa atrapalha. Provavelmente por opção da direção, as atuações são todas apáticas. Personagens parecem não emoções nesta sociedade distópica estranha. Me lembrei de O Lagosta, outro filme distópico com uma premissa esquisitona que também tinha atuações apáticas (mas o resultado final de O Lagosta é melhor).

Já que falei das atuações, vamos ao elenco. É complicado julgar um ator num filme onde não existe muito espaço para atuação. Karen Gillan está bem, mas, diferente da maioria dos filmes onde um ator interpreta mais de um papel, ela aqui não teve muitos desafios, já que as personagens são iguais. O outro nome grande do elenco é Aaron Paul, que faz o cara que treina Sarah para o duelo. Achei estranha a participação do Theo James, que aparece muito pouco – não que ele seja um grande star power, mas lembro dele como um dos principais papéis da franquia Divergente, achei que o nome dele fosse um pouco mais importante.

Ah, apesar das atuações robóticas, tem duas cenas de dança que são bem simpáticas.

Gostei do fim, foi diferente do óbvio. Mais não conto por causa de spoilers.