Andor

Crítica – Andor

Sinopse (Disney+): Muito antes da missão de garantir os planos da Estrela da Morte fazer dele um herói da Rebelião, um imprudente Cassian Andor procura informações sobre seu passado. Essa obsessão o leva aos bairros decadentes de um mundo onde um encontro com as autoridades faz dele um criminoso procurado. Sua tentativa de se esconder no planeta Ferrix traz seus problemas para casa.

Antes de falar da série, preciso avisar que, diferentemente da maioria dos atuais fãs de Star Wars, Rogue One não é um dos meus favoritos. Dos cinco filmes novos, prefiro o ep 7. Rogue One é bom, muito bom, mas acho a primeira metade muito lenta. A segunda metade é excelente e o fim é sensacional, mas a primeira metade me fez tirá-lo do topo da lista. Por isso, uma série derivada do filme não era algo tão aguardado por mim.

Dito isso, preciso admitir o meu lado fanboy e dizer que fico feliz com todo e qualquer novo produto Star Wars! Bora pra série!

Andor terá 12 episódios (e segundo o imdb, depois teremos mais uma temporada com mais 12 episódios). A Disney+ liberou os três primeiros, e hoje vou comentar aqui essa introdução. Dependendo de como a série se desenrolar, volto a falar depois quando acabar a temporada.

Uma coisa que heu gosto muito é ver outras rotinas nessa galáxia muito muito distante que a gente tanto gosta. Conhecemos planetas novos, chega de ficar em Tatooine o tempo todo! E aqui a gente vê coisas que realmente não vemos nos outros filmes – acho que foi a primeira vez que alguém faz sexo em Star Wars (ok, não vemos a cena de sexo, mas o casal dormiu junto!). Também temos referências a prostituição, bebidas alcoólicas e até a café.

Algumas pessoas se esquecem que Star Wars aconteceu “a long time ago”, o que vemos neste universo não é o futuro do planeta Terra. Então, temos espaço para planetas diferentes com povos em diferentes estágios de civilização – aqui a gente conhece um povo que parecem indígenas, mas que moram num planeta por onde passou algo grande (provavelmente o planeta foi usado para mineração). Gostei de ver um povo completamente à parte do que acontece na galáxia.

Sobre os personagens, até agora o único que já conhecemos é o protagonista Cassian Andor, ainda acho cedo para comentar sobre os outros – inclusive tem personagem que aparece no trailer que ainda não apareceu na série. Por enquanto, posso dizer que gostei do antagonista.

Lembro que um dos personagens mais carismáticos de Rogue One era o robô K2S0. Andor mantém a tradição e traz um bom robô, o B2EMO, um robô gago e meio depressivo que me lembrou o Marvin de Guia do Mochileiro das Galáxias.

Tecnicamente falando, a série é muito boa. Em tempos de She Hulk e Pinóquio, aqui não tem nenhum cgi ruim saltando aos olhos. Ok, tem muita cena escura, e a gente sabe que cena escura normalmente é pra esconder falhas no cgi, mas, mesmo assim, não achei ruim, achei um recurso válido. A parte sonora da série também é bem construída, tem uma sequência muito boa no terceiro episódio com as pessoas batendo no metal, numa crescente que serve pra aumentar a tensão.

Li em algum lugar que aqui, diferente das últimas séries Star Wars / Disney, foram usadas locações em vez de só estúdio. Parece que eles agora usam um novo estúdio que projeta imagens ao fundo durante as filmagens, e isso por um lado é bem legal mas por outro lado gera cenas “apertadas”, como critiquei em Obi Wan. Aqui são locações, o que ficou bem melhor – imagina o planeta dos Kenari se fosse dentro de um estúdio?

O terceiro episódio usa bem os flashbacks. São duas linhas temporais misturadas de maneira inteligente. E ainda temos algumas soluções inventivas usadas pelos personagens. Se os dois primeiros episódios foram lentos, esse terceiro já mostrou que a série pode mostrar algo a mais.

Tá rolando um mimimi sobre o trailer vender um produto diferente do que foi anunciado. Ok, reconheço que isso é verdade, o trailer tem stormtroopers, tie fighters, aparece o Saw Gerrera, aparece a Mon Mothma, e por enquanto não vimos nada disso. Aliás, a série por enquanto nem parece Star Wars, não tem nada nesses primeiro episódios que conecte ao que a gente já conhece (a não ser o personagem título). Vai ter gente reclamando que “não é Star Wars!”

Ouvi amigos comentando que o ritmo é lento. Concordo. São três episódios de aproximadamente 40 minutos cada, ou seja, é quase um “longa metragem que deu origem à série”. Precisava? Acho que não, podiam ser apenas dois episódios na minha humilde opinião. Mas, se a gente lembrar que Rogue One tem um ritmo diferente dos outros filmes, parece mais um drama de guerra do que uma aventura espacial, Andor está coerente com a proposta.

Aguardemos os próximos. Que o desenvolvimento seja mais para Mandalorian e menos para Obi Wan.

Não! Não Olhe!

Crítica – Não! Não Olhe!

Sinopse (imdb): Os moradores de um rancho de criação de cavalos no interior da Califórnia testemunham uma descoberta misteriosa e assustadora.

Jordan Peele era ator de comédia, aí resolveu escrever e dirigir Corra!, que é quase uma unanimidade no cinema, não apenas no nicho do cinema fantástico (ganhou o Oscar de melhor roteiro original e concorreu a melhor filme, melhor diretor e melhor ator). Claro que isso abriu portas para um segundo filme, e veio Nós, inferior a Corra!, mas mesmo assim bem legal, com toques de Twilight Zone e uma interpretação sensacional da Lupita Nyong’o.

Seu terceiro filme como diretor, Não! Não Olhe! tem seus méritos. A ambientação é muito boa, Peele consegue criar um bom clima de tensão na segunda metade do filme, que às vezes tem cara de ser dirigido pelo Shyamalan. A fotografia e a trilha sonora também são destaques.

Peele veio da comédia, então Não! Não Olhe!, assim como seus filmes anteriores, tem piadas aqui e ali. Nada muito escrachado.

Agora, achei o ritmo do filme bem ruim, principalmente na primeira metade – quando deu mais ou menos uma hora de filme (olhei no relógio), ainda não tinha acontecido nada que me prendesse à trama. E também tem o roteiro cheio de tosqueiras, mas pra isso precisaremos entrar nos spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Tem uma coisa que me incomoda, que é quando um filme estabelece uma regra e não cumpre a própria regra estabelecida – e mais uma vez, isso me lembrou Shyamalan, que gosta de criar regras malucas dentro de seus filmes. OJ diz que ninguém pode olhar pra cima porque isso é o que faz o monstro atacar. Ora, o monstro pegou uma estátua de um cavalo! “Ah, mas a estátua tinha olhos olhando para cima” Mas o balão no fim não tinha olhos olhando para cima. E os cavalos abduzidos também não olhavam para cima. Isso fora um monte de objetos que foram puxados, tipo o telhado da casa.

Ainda seguindo nas regras criadas, temos as bandeirinhas. Dizem que as bandeirinhas fizeram mal ao monstro, e por isso, bandeirinhas o afastam. Taí, gostei dessa sacada, quando ele vai atacar OJ, sobem bandeirinhas e o monstro desiste. Legal. Mas… A cena final, com o balão, tem um monte de bandeirinhas penduradas!!!

Claro que precisamos falar do macaco. Tem um macaco na cena inicial, cena esta que volta no meio do filme. Mas o macaco é parte do passado de um personagem secundário. Pra que o macaco???

Por fim vou falar de uma crítica que é comum em filmes por aí, que é a conveniência do roteiro. Quando o monstro está perto, toda a energia vai embora. mas, qual é o alcance da falta de energia? Porque quando o monstro está lá na nuvem, a quilômetros de distância, a energia vai embora. Mas no fim, quando o monstro tá pertinho, é só virar pro outro lado que a moto já funciona de novo. Parece que a falta de energia vai até onde o roteiro precisar.

Ah, cabe mais uma só? Não sei se é uma falha do filme ou não prestei atenção em alguma coisa, mas, o que fez a moto capotar? Porque se a moto desligou, ela ia perder a velocidade e parar, não ia dar uma cambalhota!

FIM DOS SPOILERS!

Enfim, Não! Não Olhe! não é um filme de todo ruim. Mas é inferior a Nós, que por suas vez era inferior a Corra!. E, desculpe a insistência, mas vou citar o Shyamalan de novo. Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, é outra unanimidade. E depois foi ladeira abaixo, até um patamar bem inferior, onde ele está agora. Será que Peele seguirá o mesmo caminho?

O Predador – A Caçada

Crítica – O Predador – A Caçada

Sinopse (imdb): A origem do Predador no mundo da Nação Comanche, há 300 anos. Naru, uma guerreira hábil, luta para proteger a sua tribo contra um dos primeiros predadores altamente evoluídos a aterrar na Terra.

E vamos ao quinto (ou sétimo) filme da franquia Predador!

Um pequeno resumo pra quem estava num tanque de bacta nas últimas décadas: o primeiro Predador foi lançado em 1987, e foi um grande sucesso de Arnold Schwarzenegger, um dos maiores astros do cinema de ação da época. Três anos depois fizeram uma continuação meia boca. Aí em 2004 investiram numa ideia que, no papel, era ótima: um crossover Alien vs Predador. Mas o resultado foi ruim muito ruim. E pra piorar, em 2007 fizeram uma continuação, Aliens vs Predador, que foi ainda pior. Em 2010 foi a vez de Predadores, que pega o conceito e muda um pouco, gostei desse mais do que das outras continuações. E em 2018, um dos atores do primeiro filme dirigiu mais uma continuação, puxando pra galhofa, que teve gente que falou muito mal, mas heu me diverti.

Agora é a hora de mais um. Esqueçam a galhofa, esse pega o mesmo clima do primeirão: um grupo de pessoas treinadas enfrentando um inimigo misterioso. E o resultado ficou bom!

O Predador é um bom personagem, apesar de ter um nome ruim. Ele não é um predador, é um caçador, que viaja por diferentes planetas para enfrentar adversários o mais forte possível. É uma caça por esporte, uma espécie de safári. A gente que já viu vários filmes sabe disso, e é legal ver um “predador” de 300 anos atrás, com algumas armas diferentes, respeitando a evolução da tecnologia deles. E mesmo quem não conhece a franquia conseguirá entender tudo, afinal, como se passa 300 anos atrás, não tem nenhuma ligação com nenhum dos filmes anteriores.

A direção ficou nas mãos de Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield 10), que faz um filme com provavelmente o visual mais bonito de toda a franquia. A fotografia aproveita muito bem imagens abertas da natureza antes da ação da civilização – pena que esse filme foi direto pro streaming, ia ser legal ver numa tela de cinema. Já os efeitos especiais dão uma escorregada aqui e ali, principalmente quando vemos animais selvagens, mas nada que estrague a experiência. Ah, é bom avisar, o filme é bem violento.

Um detalhe curioso: O Predador – A Caçada foi filmado em inglês, mas os personagens são quase todos índios. Então a produção teve o cuidado de lançar uma segunda versão, dublada em comanche. Vi um trecho da versão dublada, mas a dublagem me soou estranha, então preferi o áudio original. Nesses casos faz falta um maluco que nem o Mel Gibson, que colocou seu elenco pra falar a língua iucateque quando filmou Apocalypto.

Sobre o elenco, são todos desconhecidos do grande público, mas já comentei que minha memória pra guardar informações inúteis de cinema é impressionante. Lembro de Amber Midthunder em um dos papéis principais de The Ice Road, filme meia boca do Liam Neeson. E lembro que ela tinha feito um papel pequeno no filme anterior do mesmo Neeson, o igualmente meia boca Na Mira do Perigo. Por que guardei o nome dela? Sei lá. Pelo menos ela agora é protagonista, e manda bem. Ela é pequena e de aparência frágil, mas consegue convencer nas suas lutas, tanto nas lutas físicas quanto nas sociais.

(Na verdade, me incomodou mais os índios homens serem magrelos, acho que podiam pegar uns caras mais fortes.)

Falando nisso, parece que tem uma galera revoltada por aí nas internetes, porque “a menina nunca ia ter força para derrotar um oponente muito maior e mais forte”, ou porque “nessa época, 300 anos atrás, nunca uma mulher teria iniciativa para virar caçadora”. Galera, é um filme. E justamente por isso é legal. E digo mais: sempre defendi filmes com mulheres fortes, desde a Ripley do primeiro Alien. Naru, a protagonista aqui, mandou muito bem!

Curti o filme, mas entendo que algumas coisas ficaram forçadas. Vou citar dois exemplos, tomando cuidado pra não entrar em spoilers. Um deles é quando a protagonista Naru é encurralada, com uma lâmina quase no pescoço, e consegue atingir o rosto do oponente. Seus braços não tinham como alcançar aquele golpe, não naquela posição. A gente aceita, mas foi bem forçado. Ou quando Naru resolve baixar a temperatura do corpo para não ser vista pelo Predador. Não entendo de medicina indígena, mas, baixando a temperatura do corpo, ela conseguiria lutar normalmente?

Mesmo assim, achei o resultado bem positivo. Que venham mais filmes com a Naru!

Dual

Crítica – Dual

Sinopse (imdb): Uma mulher opta por um procedimento de clonagem após receber um diagnóstico terminal, mas quando se recupera, suas tentativas de desfazer seu clone fracassam, levando a um duelo ordenado pelo tribunal até a morte.

Segui a dica do GG, host do Podcrastinadores, sobre este Dual, filme escrito e dirigido por Riley Stearns que passou em Sundance no início deste ano.

A premissa é muito boa. Estamos em uma sociedade onde pessoas que vão morrer fazem um clone para ficar no seu lugar, mas se a pessoa não morre, tem que duelar até a morte, porque, por lei, só pode existir uma pessoa. Ou seja, a protagonista Sarah agora precisa aprender a lutar e a matar.

Mas o problema, na minha humilde opinião, é que apresentaram uma boa premissa e não desenvolveram-na. Por exemplo: o roteiro dá uma pincelada em problemas presentes, como por exemplo quando o original é obrigado a pagar uma mesada para o clone; ou quando a clone de Sarah fala que não entende por que a mãe dela liga todos os dias – temos um personagem adulto, mas que nasceu “ontem”, e ainda precisa aprender as convenções sociais. O roteiro podia entrar nesses problemas e desenvolvê-los, mas prefere focar no dia a dia da Sarah e como ela vai resolver seu duelo. E tudo é muito lento e o filme fica vazio.

Outra coisa atrapalha. Provavelmente por opção da direção, as atuações são todas apáticas. Personagens parecem não emoções nesta sociedade distópica estranha. Me lembrei de O Lagosta, outro filme distópico com uma premissa esquisitona que também tinha atuações apáticas (mas o resultado final de O Lagosta é melhor).

Já que falei das atuações, vamos ao elenco. É complicado julgar um ator num filme onde não existe muito espaço para atuação. Karen Gillan está bem, mas, diferente da maioria dos filmes onde um ator interpreta mais de um papel, ela aqui não teve muitos desafios, já que as personagens são iguais. O outro nome grande do elenco é Aaron Paul, que faz o cara que treina Sarah para o duelo. Achei estranha a participação do Theo James, que aparece muito pouco – não que ele seja um grande star power, mas lembro dele como um dos principais papéis da franquia Divergente, achei que o nome dele fosse um pouco mais importante.

Ah, apesar das atuações robóticas, tem duas cenas de dança que são bem simpáticas.

Gostei do fim, foi diferente do óbvio. Mais não conto por causa de spoilers.

Crimes do Futuro

Crítica – Crimes do Futuro

Sinopse (imdb): Os humanos se adaptam a um ambiente sintético, com novas transformações e mutações. Com a ajuda de Caprice, Saul Tenser, artista performático, mostra publicamente a metamorfose de seus órgãos em atuações de vanguarda.

Sempre falo aqui que a gente tem que olhar o diretor do filme. Crimes do Futuro (Crimes of the Future, no original) é o novo filme de David Cronenberg. Bora falar um pouco sobre o diretor antes de entrar no filme.

Cronenberg sempre foi um cara ligado ao body horror. Lembro de uma matéria sobre ele numa revista Set ou Cinemin que o nome era “Cronenbleargh”. Ele ficou conhecido no fim dos anos 70 e início dos 80 com filmes como Shivers, Enraivecida na Fúria do Sexo, Scanners e Videodrome, e em 1986 lançou talvez seu filme mais famoso, A Mosca (pelo menos aqui no Brasil fez um grande sucesso). Além de imagens fortes e muito gore, Cronenberg também usava temas pesados, muitas vezes ligadas ao sexo, como em Crash Estranhos Prazeres, que trazia pessoas que se excitavam em acidentes de carro. Nos anos 2000, Cronenberg mudou um pouco o estilo e foi pro drama, com filmes como Marcas da Violência, Senhores do Crime, Um Método Perigoso e Mapas para as Estrelas. Heu prefiro os filmes anteriores, mas, ele agora estava tendo filmes elogiados pela crítica e concorrendo a Oscars (Marcas da Violência concorreu a melhor roteiro adaptado e ator coadjuvante; Senhores do Crime, a melhor ator), achei que era uma espécie de “amadurecimento”…

(Pelo imdb, vi que Cronenberg dirigiu um filme homônimo em 1970, Crimes of the Future, justamente o seu primeiro longa. Nunca tinha ouvido falar deste filme de 1970, li no imdb que apesar dos títulos iguais, a trama é diferente.)

Agora, oito anos depois de seu último longa, Cronenberg lança um novo filme, e de volta ao body horror. Crimes do Futuro tem bastante gore, traz uma certa semelhança com Crash pela perversão sexual, e algo de Exiztenz pela mistura de tecnologia com partes humanas.

O clima do filme é bem legal, a gente começa vendo um menino que come plástico e depois a gente descobre que é uma sociedade onde ninguém mais sente dor, e as cirurgias viram eventos artísticos. Com diz uma personagem, “cirurgias são o novo sexo”. E uma coisa legal é que Cronenberg não explica nada. O espectador que se vire pra entender.

Gostei bastante dessa premissa e de toda a ambientação, mas a história parece que não se desenvolve direito. Algumas subtramas não levam nada. E senti falta de um melhor desenvolvimento de alguns personagens, como a Timlin da Kristen Stewart, que parece que vai chegar em algum lugar mas some do nada. E até agora estou tentando entender qual era a função na trama do policial / detetive que aparece de vez em quando.

Pra piorar, o ritmo é bem lento. Ou seja, o filme tem menos de duas horas, falta coisa pra contar, e mesmo assim é cansativo.

Claro que tem gore. Vemos algumas cenas com corpos sendo cortados e órgãos à mostra. Mas, comparado com outros filmes do diretor, não foi tanta coisa assim.

Sobre as atuações, gostei do Viggo Mortensen e da Kristen Stewart e seus personagens esquisitões, mas eles estão tão esquisitos que acredito que muita gente não vai gostar. Léa Seydoux faz um papel mais dentro da normalidade.

Por fim, queria falar que não entendo este filme estar classificado como terror. Crimes do Futuro não é nada assustador, não tem um vilão / monstro / entidade, o único desconforto que o filme causa é pelo body horror. Será que foi a classificação certa? Fico mais entre ficção científica e drama.

Crimes do Futuro não vai agradar a todos. Arrisco dizer que vai agradar a poucos. Mas, como apreciador da obra do Cronenberg, posso dizer que gostei do resultado.

 

As 6 tosqueiras mais toscas de Obi Wan Kenobi

As 6 tosqueiras mais toscas de Obi Wan Kenobi

Não escondo de ninguém que sou fã de Guerra nas Estrelas. Pra mim, qualquer filme ou série ligado a Star Wars será bem vindo, e vou falar bem. Reconheço que passo pano.

Mas… Essa série do Obi Wan tem tanta coisa tosca… É uma boa série, me diverti, tem alguns momentos excelentes, mas, talvez, se dessem uma enxugada e transformassem num longa metragem, talvez o resultado fosse bem melhor (são 6 episódios entre 40 e 50 min cada, vamos arredondar, seriam 4 horas e meia no total, corta a metade, tem um filme de 2 horas e 15 minutos).

Vejam bem, não estou falando de head canon. Conheço gente que não gostou porque pelo trailer a série seria com o jovem Luke, e na verdade foi foi com a jovem Leia. Gosto de ser surpreendido, não trouxe nenhum head canon para a série.

Também não estou falando de decisões burras dos personagens, como por exemplo o Bail Organa mandar uma mensagem que poderia facilmente ser interceptada. Boa parte do cinema como conhecemos hoje é baseada em decisões burras de personagens.

Meu problema foram detalhes toscos. Gostei da série, gostei de vários momentos, todas as cenas com o Darth Vader nos dois últimos episódios são muito boas. Mas ao lado tinham vários detalhes que a gente pensava “seriously?”.

Vou listar os seis que achei mais toscos. Claro, spoilers liberados.

6- A gente vê uns 50, talvez 100 Stormtroopers, esperando pra entrar na caverna. Tem um canhão lá fora, o ideal seria dar uns tiros de canhão antes, pra dar uma limpada, mas, deixa pra lá. O problema é depois. Ok, a gente sabe que stormtroopers não são bons de mira, a gente sempre viu isso. Mas, é um corredor estreito e eles estão muito perto. Essa cena, pra funcionar, teria que ser num espaço mais amplo, ou com menos gente. Colocar esse monte de gente aglomerada atirando ficou muito ruim. Será que não tinha um estúdio maior?

5- Essas naves menores parecem os snow speeders do Império Contra Ataca. Ok, elas chegam atirando. Mas… Saem atirando de qualquer maneira, acertaram vários stormtroopers, poderiam ter acertado Obi Wan e Leia! E outra coisa: pela velocidade que chegam, não teriam como manobrar e fazer a volta.

4- Os caras têm uma porteira laser. Isso faz sentido para a estrada, para impedir veículos. Por que o Obi Wan precisava atirar e interromper a barreira? Não era só dar a volta?

3- A perseguição na floresta que acontece no primeiro episódio tem que ser citada aqui. Os sequestradores são os mais incompetentes da história, parece até que estávamos vendo um filme dos Trapalhões.

2- A cena do fogo é intrigante. Darth Vader resolve queimar Obi Wan, para se vingar. Aí ele mostra que facilmente pode apagar o fogo. Mas, logo depois, não pode mais? Pra piorar: essa “parede” de fogo tem uns 50 metros. Por que os stormtroopers não deram a volta?

1- Em primeiro lugar, não tem como não ser a fuga da base imperial com a Leia escondida debaixo do roupão. Sim, debaixo do roupão. Sem precisar de muito esforço, qualquer um consegue pensar em vários jeitos melhores dessa fuga acontecer.

Pra terminar, não é exatamente um detalhe, mas achei que a Reva não deveria estar no último episódio. Ela levou um golpe de sabre de luz na barriga – por que Quin Gon Jin morreu, se aqui dois personagens levaram exatamente o mesmo golpe e estão serelepes pela série? Mas, ok, ela sobreviveu. Não estou reclamando disso, estou reclamando dela ir pra Tatooine sem motivo – pra que ela queria o Luke? E aquela redenção dela ficou ruim, muito ruim. Tire a Reva do sexto episódio, o episódio cresce em qualidade.

Obi-Wan Kenobi

Crítica – Obi Wan Kenobi (episódios 1 e 2)

Sinopse (imdb): Spin-off da saga Guerra das Estrelas, centrada em Obi-Wan Kenobi.

Diferente de Mandalorian e Boba Fett, que tinham como protagonistas personagens novos ou secundários, Obi Wan Kenobi traz alguns dos personagens centrais da saga: é o momento entre os episódios 3 e 4, onde Obi Wan vai para Tatooine para proteger Luke Skywalker criança (pra quem não se lembra de detalhes dos filmes, tem um resumo antes do primeiro episódio). E um dos trunfos da série é a volta de Ewan McGregor ao papel de Obi Wan (ok, a gente já sabe que também vai ter Hayden Christensen, mas esse nunca teve outro filme ou papel marcante além de Star Wars, enquanto McGregor tem uma carreira cheia de filmes marcantes).

Um ponto positivo aqui é que todos os seis episódios têm a mesma diretora, Deborah Chow. Sei que ela dirigiu dois episódios de Mandalorian, mas não conheço o trabalho dela. Mas acho positivo toda a série ser dirigida por apenas uma pessoa.

Como fã de Star Wars, uma coisa que acho muito legal (e que também tinha em Mandalorian e Boba Fett) é ver rotinas que aconteciam muito tempo atrás em uma galáxia muito muito distante. Vemos Obi Wan trabalhando numa espécie de açougue, vemos que existe um comércio clandestino de drogas, vemos um ex clone trooper que virou mendigo (interpretado pelo mesmo Temuera Morrison, afinal, eram clones!).

A primeira cena do primeiro episódio mostra jovens jedis sendo atacados pela Ordem 66, numa sequência bem emocionante. E logo depois temos uma cena que lembra Bastardos Inglórios, onde um inquisidor à procura de um jedi fugitivo interroga um comerciante. A série começa excelente!

Quero comentar sobre o meio e sobre o fim, mas vamos aos avisos de spoilers:

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Pela sinopse e pelo trailer, a gente achava que a série seria sobre o Obi Wan protegendo o pequeno Luke Skywalker. Luke até aparece, mas de longe, numa cena muito rápida, que até está no trailer. Mas, surpresa! Temos a pequena Leia Organa! Somos apresentados a uma Leia de dez anos de idade, uma menina esperta, inteligente e desafiadora. A personagem é ótima, e a atriz Vivien Lyra Blair está muito bem!

Gostei do personagem Haja Estree, do Kumail Nanjiani – Star Wars sempre teve muito maniqueísmo, o bem é 100% bem e o mal é 100% mal, gosto quando vemos personagens de moral duvidosa.

A princípio não gostei da Third Sister, achei que ela, com aquela insubordinação, seria punida pelo Inquisidor. Mas no fim descobrimos que existe algo por trás, que liga ela ao Darth Vader, então passei a aceitar a sua postura.

Sobre a cena final do segundo episódio, conversando com amigos, ouvi duas interpretações. A Third Sister fala para Obi Wan que Anakin ainda está vivo. Amigos meus acharam que Obi Wan se surpreendeu ao saber que Anakin virara Vader, mas, se não me engano, ele já sabia disso desde o ep. 3. A minha interpretação foi outra: Obi Wan já sabia que Anakin era Vader, sua surpresa foi por saber que ele ainda estava vivo – a última vez que ele tinha visto Anakin foi em Mustafar, quando Anakin estava queimado, à beira da morte.

Por fim, sei que está rolando uma discussão sobre o Inquisidor, porque o personagem aparece em Rebels, e vemos sua morte neste episódio. Mas, como não lembro de Rebels, não sei se é o mesmo personagem ou um parecido – e não podemos esquecer que em Star Wars, alguns personagens morrem e voltam depois.

FIM DOS SPOILERS!

Alguns comentários sobre o elenco. Ewan McGregor está excelente, talvez esta seja uma de suas melhores interpretações. Me surpreendi com Vivien Lyra Blair, ela estava em Pequenos Grandes Heróis, num papel importante, mas numa interpretação fuén. Também gostei do já citado Kumail Nanjiani, tomara que seu papel tenha mais importância. Hayden Christensen vai voltar, mas ainda não podemos julgar sua participação. Outro que volta é Jimmy Smits, que estava na trilogia prequel como Bail Organa. Achei curioso ver que os inquisidores são atores relativamente conhecidos, tem o Rupert Friend (o Assassino 47), o Sung Kang (o Han de Velozes e Furiosos) e Rya Kihlstedt (que já vi em alguns filmes mas sempre em papeis secundários). Joel Edgerton está bem como o tio Owen, não sabemos se ele terá uma participação maior. Não gostei de Moses Ingram, que faz a vilã Reva, achei caricata demais, mas pode melhorar com o decorrer da série. E achei uma surpresa divertida ver Flea, do Red Hot Chili Peppers, como o sequestrador.

Serão seis episódios, quarta que vem tem mais um, já estou ansioso!

O Projeto Adam

Crítica – O Projeto Adam

Sinopse (imdb): Um piloto que viaja no tempo junta-se a seu eu mais jovem e a seu falecido pai para chegar a um acordo com seu passado e salvar o futuro.

Ano passado a parceria entre Ryan Reynolds e o diretor Shawn Levy gerou um bom filme, Free Guy. Resolveram repetir a parceira no novo lançamento da Netflix.

O Projeto Adam (The Adam Project, no original) é um bom filme família, uma aventura com toques de ficção científica e cara de filmes dos anos 80. Claro, tem suas inconsistências, mas quem embarcar na proposta vai se divertir.

O melhor de O Projeto Adam é a interação entre os dois Adams. Ryan Reynolds faz o de sempre, o engraçadinho irônico que ele se especializou de um tempo pra cá. Se por um lado não tem nada de novo, por outro lado ele faz isso muito bem. E o garoto Walker Scobell é ótimo, e a dupla funciona muito bem junta.

No resto do elenco, ninguém chama a atenção, mas são atores carismáticos, que agradam mesmo fazendo o feijão com arroz – como Zoe Saldana e Jennifer Garner, que são muito secundárias e infelizmente pouco aparecem. Já Mark Ruffalo tem um pouco mais de tempo de tela. Catherine Keener faz a vilã, e o que chama a atenção é que temos duas versões dela uma delas rejuvenescida digitalmente. O que era novidade poucos anos atrás já é algo corriqueiro.

Assim como Free Guy, O Projeto Adam tem referências à cultura pop. Algumas são discretas, como a perseguição na floresta que lembra muito O Retorno do Jedi, outras são explícitas, como a arma que parece um sabre de luz (o pequeno Adam inclusive chama de sabre de luz). Ah, a caixa onde o Mark Ruffalo guarda as bolas e luvas tem um adesivo do Hulk e outro do Deadpool. E a minha cena favorita é quando o garoto pega e usa o “sabre de luz”, cena que inclusive cita o “super hero landing” de Deadpool.

Li críticas sobre os efeitos especiais, mas não teve nenhum que me incomodou.

Claro, nem tudo é perfeito. O roteiro é cheio de conveniências e algumas coisas sem lógica – tipo se o guarda fica invisível até se aproximar, por que não ficar invisível por mais um ou dois segundos? Só pra dar tempo de reação? Além disso, por duas vezes o protagonista está em uma situação sem saída e ele é ajudado por uma solução deus ex machina.

Mas, como falei, quem embarcar na proposta vai se divertir.

Immanence

Crítica – Immanence

Sinopse (imdb): Radioastrônomos descobrem um sinal misterioso no mar profundo que pode ser um contato alienígena. Após várias manifestações aterradoras ameaçarem suas crenças, a equipe deve lutar para sobreviver ao mal supremo.

Gosto de filmes que misturam terror e ficção científica – fiz um top 10 sobre o assunto. Mas confesso que, por não ter ninguém conhecido no elenco nem na produção, fui ver Immanence com o pé atrás.

A palavra “imanência” existe na língua portuguesa, fui catar na wikipedia a definição: “Na teologia e metafísica, sustenta que o divino ou Absoluto abrange ou se manifesta no mundo material, e imanentismo é o termo usado para se referir à noção de que Deus ou uma mente ou espírito abstrato pervade o mundo. É sustentado por algumas teorias filosóficas e metafísicas da presença divina e providência. A imanência é geralmente aplicada nas crenças religiosas (…) para sugerir que o mundo espiritual permeia o mundano, sendo frequentemente contrastada com as teorias da transcendência divina, nas quais o divino é visto como estando fora do mundo material.”

Preciso admitir, Immanence começa bem. Produção pequena, quase o filme inteiro se passa dentro de um barco com meia dúzia de atores, mas alguns dos pontos levantados até geram curiosidade, ao confrontar ciência vs religião. E o filme começa a desenvolver subtramas individuais sobre casos particulares de cada um dos personagens.

Uma parte do filme me lembrou Coherence, outro filme alternativo com pouco elenco e locação reduzida. O grupo encontra um outro barco, como se fosse uma realidade paralela. Essa foi uma boa sacada. Pena que o desenvolvimento dessa ideia não funcionou. Porque o final… Caramba, que final tosco… Sem entrar em muitos spoilers, mas aparece um grande antagonista, e o plano dele não faz o menor sentido! Cada vez que a gente pensa mais, vê que a parada não tem lógica. E, pra piorar, aquelas subtramas são abandonadas, e a discussão religiosa desanda e vira uma lenga-lenga chata.

No elenco, ninguém conhecido, e se for depender deste filme, continuarão desconhecidos – as atuações vão de maomeno para péssimo.

Enfim, mais um exemplo de “filme de Schrodinger”. É melhor não ver a parte final e imaginar que talvez termine bem.

Boba Fett e o mimimi nerd

Boba Fett e o mimimi nerd

Heu estava esperando o fim da série The Book Of Boba Fett pra fazer um texto sobre toda a temporada. Mas essa semana os nerds chatos estão tão chatos que resolvi antecipar e fazer um post só pra falar do mimimi nerd.

Está rolando um hate geral pela série, e não consigo entender por que. Parece que é hate só pelo prazer de hate – tipo o que rolou com o filme do Han Solo, uma divertida aventura espacial, cheia de fan services, mas que tem muito fã que gosta de dizer que é ruim só pelo prazer de ser chato.

Me mandaram um link de um cara que escreveu pro uol – não é um blog pessoal, é o uol! O cara escreveu falando mal, mas parece que o cara não viu a série. Por exemplo, ele fala que determinado momento do episódio tem uma luta onde duas pessoas estão cercadas por seis oponentes, e que os oponentes “começam a cair no chão”. Caramba, chegaram reforços, dois gamorreanos entraram na luta! Amigo, larga o celular e presta atenção no que tá na tela!

O carinha do uol reclama que uma série do Boba Fett já começa errado porque o personagem morreu. Ué, a gente vê logo no início do primeiro episódio como ele se salvou. Por outro lado, o Imperador Palpatine morreu no Retorno do Jedi e volta no episódio 9, e ninguém falou nada. Pior ainda: Darth Maul morreu, a gente viu o cara cortado no meio, e ele volta  em Clone Wars e em Han Solo. E em nenhum desses dois casos explicaram como é que os personagens voltaram à vida.

Cheguei a ler o absurdo de gente criticando The Book of Boba Fett porque alguns personagens têm motos coloridas. Seriously? Se as motos power rangers forem a pior crítica que vocês conseguem achar, a média tá boa.

Até o episódio quatro, estava rolando um mandela effect sobre a direção dos episódios. Recebi comentários vindo de três fontes diferentes a informação de que Robert Rodriguez seria o diretor de todos os episódios. Galera, vocês não leem os créditos? O nome do Robert Rodriguez aparece no primeiro e no terceiro episódios. O segundo foi dirigido por Steph Green, e o quarto, por Kevin Tancharoen. Rodriguez ainda vai dirigir pelo menos mais um, mas não é tudo dele!

O quinto episódio (dirigido pela Bryce Dallas Howard) é bem diferente dos anteriores (e concordo que é bem melhor). Os haters aproveitaram pra dizer “é melhor porque tem o Mandaloriano em vez do Boba Fett!”. Gente, vocês precisam entender que o Mandaloriano existe POR CAUSA do Boba Fett. Fett foi um personagem secundário que apareceu no fim de Império Contra Ataca e início de Retorno do Jedi, e que caiu na graça dos fãs. Os fãs começaram a criar um culto ao personagem – tanto que ele ganhou importância na trilogia prequel. Se a gente teve a excelente série The Mandalorian, precisamos agradecer à existência do Boba Fett. Sem ele, não teria Baby Yoda!

(E, lembrando que a primeira aparição do Boba Fett foi no Star Wars Holiday Special, a gente chega à conclusão que quem gosta do Grogu precisa respeitar o Holiday Special!)

Alguns haters sob o efeito do mandela effect disseram que o quinto episódio foi melhor porque a Bruce Dallas Howard dirigiu episódios de The Mandalorian. Verdade. Mas Robert Rodriguez também dirigiu! Galera, se esforcem mais nos argumentos hater!

Detesto usar o argumento do “nerd velho”, que é quando uma pessoa argumenta que é mais fã porque viu a trilogia clássica no cinema. Acho que todo mundo tem direito de ser fã, seja o cara que estava lá no cinema em 1978, seja o cara que só conheceu tudo depois do streaming. Todo mundo é fã, ponto. Dito isso… Preciso usar a carta do nerd velho. Heu vi O Retorno do Jedi no cinema em 1983, e esperei 16 anos por um novo filme da saga. A gente viu Caravana da Coragem no cinema achando que era continuação do Retorno do Jedi! E, depois de esperar 16 anos, a gente viu um filme com o Jar Jar Binks! E viu mais de uma vez, e depois comprou o DVD!!! O “nerd novo” tá mal acostumado, desde que a Disney comprou Star Wars em 2012, foram cinco filmes nos cinemas e três temporadas de séries – e não estou contando as animações. Pô, galera, tem material pra caramba, dá pra todo mundo ser feliz, se você não quiser ver um deles, é só não ver.

Quem não quiser gostar de The Book of Boba Fett, não goste. Gosto é pessoal, goste do que você quiser.
Mas não encha o saco!